CRIANÇAS 01
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Uma das formas de Deus atender ao choro das
crianças é abrindo os olhos dos adultos. O Espírito é o autor e o promotor da
obra missionária, é ele quem concede o poder e a estratégia para realizá-la. Ninguém
pode provar a verdade do cristianismo a não ser o Espírito Santo, por sua obra
poderosa em renovar o coração endurecido. Oramos para que Deus faça aquilo que
só Deus pode fazer.
Trocando penduricalhos inúteis pela leveza do fardo
As avenidas de liberdade a que somos chamados
incluem nos alegrarmos com o sucesso do outro, com sua contribuição ímpar, com
seu desembaraço.
Os toques da Palavra são certeiros, como esse de
Paulo aos filipenses: "Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas
humildemente considerem os outros superiores a si mesmos" (Fp 2.3).
Avenidas de liberdade se abrem com a advertência quanto às motivações obscuras
que trazemos dentro de nós ("ambição egoísta e vaidade"). Seria
mentiroso negar sua existência, seu crescimento nutrido por uma mistura confusa
de nossas inseguranças, padrões distorcidos de criação, visões do que é
esperado numa sociedade neuroticamente competitiva e sede de projeção,
aceitação e poder. Mas é certeiro o diagnóstico do que somos. E também o é o do
que podemos ser se aceitarmos a proposta de uma leveza especial trazida por
aquele que nunca desiste de esculpir em nós a semelhança da imagem de seu
Filho.
O antídoto proposto é muito eficaz e libertador:
reconhecer que outros são melhores do que nós em várias características,
desempenhos e capacidades. Um nocaute necessário na vaidade que pode nos
alienar na prisão dos incapazes de pedir ajuda, incapazes também de verbalizar
sua apreciação pelos dons e habilidades dos outros que tanto somam na vida. As
avenidas de liberdade a que somos chamados incluem a de nos alegrarmos com o
sucesso do outro, com sua contribuição ímpar, com seu desembaraço em situações
nas quais nos confundiríamos. Trazem consigo a liberdade de aprender de um
eterno coração de estudante, pronto a agradecer as chances do caminho. O fardo
da ambição egoísta e vaidade é pesado, muito pesado. A troca proposta por Jesus
é realmente leve, um desvencilhar-se do inútil e lesivo, orientação sábia e
útil na família, no trabalho, em qualquer lugar. Um toque especial está no
"humildemente", porque a coisa é sincera, nos deixa espaço para a
alegria sincera motivada pela superioridade do outro. Nos chama atenção para o
intercambiável entre servir e ser servido, ajudar e ser ajudado. Nos chama à
maturidade de renunciar as relações em que entram de contrabando dependências
que só devem ser dirigidas ao Pai e jamais a outros seres humanos. Lembra que
nos nossos melhores momentos somos veículos de bênçãos e não suas fontes. Nada
de jogos de manipulação, nada de cálculos de retribuição no suposto tempo certo
no futuro. Basta a alegria da apreciação muitas vezes mútua, porque benção de
verdade é via de mão dupla. Basta o acumular de lembranças e pessoas cujos
caminhos cruzam os nossos trazendo cor, beleza e auxílio em tempo oportuno.
Em vez do gasto emocional na busca e manutenção de
posições, a leveza sustentável do ser, estar junto, olhar nos olhos com
gratidão pelos amigos e irmãos que se importam e lutam junto conosco.
Passam rápidos flashes de muita gente boa, tesouros
de décadas de caminhada ou mais recentes. Irresistível gratidão por essas
interações, exemplo claríssimo do fardo leve proposto por Jesus.
Muito bom se
alegrar com o sucesso alheio espantando qualquer traço de inveja. Muito bom não
se meter a fazer o que percebermos outros mais habilitados a conseguir.
O persistente escultor não se escandaliza com nossa
eventual lentidão nesse processo de retirada dos penduricalhos inúteis. Ele se
alegra com nossos desajeitados passos exatamente como me encanto com o andar
ainda meio trôpego do meu netinho. Muito boa a liberdade de dizer ao outro:
"Você é muito bom nisso, melhor do que eu. Preciso de você. Gosto de olhar
você em ação e aprender com você".
Dionê Leony Machado
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