Putin
enviará réus para lutar na Ucrânia em troca da retirada das acusações
Putin
enviará réus para lutar na Ucrânia em troca da retirada das acusações
O
Ministério da Defesa planeia recrutar cerca de 20 mil homens para prisões
preventivas nos próximos meses devido à grave falta de soldados na frente
ucraniana.
Moscovo,
2 out (EFE).- O presidente russo, Vladimir Putin, promulgou esta quarta-feira
duas leis que permitem aos acusados pela Justiça lutar na Ucrânia e, além disso, suspende o processo criminal
de quem se alista voluntariamente no Exército
ou é
mobilizado como reservistas.
A
primeira lei, já aprovada há uma semana pela Duma ou Câmara dos Deputados,
permite que arguidos cujo processo se encontre em tribunal de primeira
instância assinem contratos com as Forças Armadas.
Claro
que, segundo o documento publicado no portal de informação jurídica do Estado,
com a condição de que o serviço militar coincida com o período de mobilização
ou ocorra em tempos de guerra.
Além
disso, a segunda norma interrompe o processo penal e anula as medidas
cautelares adotadas contra o acusado durante o cumprimento do serviço militar.
No
entanto, para obterem a plena exoneração de qualquer responsabilidade penal e a
retirada das acusações, devem receber condecorações, cessar o serviço por
motivos de idade ou de saúde, ou no final do período de mobilização e lei
marcial, opção que anteriormente apenas beneficiava pessoas com convicções
finais.
A nova
lei amplia a regulamentação aprovada em março deste ano que remetia penas para
pessoas que cumpriam pena e assinavam contratos com o Exército, mas não se
aplicava àqueles contra quem a sentença ainda não havia sido proferida.
Precisamente,
conforme noticiado na terça-feira pelos meios de comunicação independentes, o
Ministério da Defesa planeia recrutar cerca de 20.000 homens em prisões
preventivas nos próximos meses devido à premente falta de soldados na frente
ucraniana.
Estes
homens representarão quase 40% do número total de arguidos – cerca de 60 mil –
que aguardam para serem julgados nas prisões russas, disse uma fonte da Defesa
ao portal investigativo Important Stories.
No
primeiro ano da guerra na Ucrânia, o Grupo Wagner recrutou cerca de 50 mil
prisioneiros, dos quais a maioria morreu, desapareceu, desertou ou caiu
prisioneiro, segundo organizações de direitos humanos.
Aqueles
que retornaram vivos do front foram perdoados, de acordo com o falecido
fundador do Wagner, Yevgeny Prigozhin, que os estimou em cerca de 5 mil.
Na
altura, especialistas da ONU alertaram que o recrutamento de prisioneiros, que
também ocorreria em prisões localizadas nos territórios ocupados pelas tropas
russas na Ucrânia, poderia constituir um crime de guerra.
Apesar
da insistência dos falcões, o presidente russo, Vladimir Putin, mostra-se
relutante em apelar a uma nova mobilização de reservistas, depois da impopular
anunciada em Setembro de 2022 e que provocou o êxodo para o estrangeiro de
centenas de milhares de russos.
A
assinatura de contratos por voluntários caiu drasticamente no primeiro semestre
do ano, embora tenha aumentado notavelmente após a invasão ucraniana da região
de Kursk em Agosto, pelo que Putin foi forçado a aumentar o número para 1,5
milhões de soldados no exército russo.
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