Avôhai
Um velho cruza a soleira
De botas longas, de barbas longas
De ouro o brilho do seu colar
Na laje fria onde arquivara
Sua camisa e seu alforje de caçador.
De botas longas, de barbas longas
De ouro o brilho do seu colar
Na laje fria onde arquivara
Sua camisa e seu alforje de caçador.
Oh meu velho e invisível
Avôhai!
Oh meu velho e indivisível
Avôhai!
Avôhai!
Oh meu velho e indivisível
Avôhai!
Neblina turva e brilhante
Em meu cérebro coágulos de sol
Amanita matutina
E que transparente cortina
Ao meu redor
Em meu cérebro coágulos de sol
Amanita matutina
E que transparente cortina
Ao meu redor
Se eu disser que é meio sabido
Você diz que é meio pior
Mas e pior do que planeta quando perde o girassol
Você diz que é meio pior
Mas e pior do que planeta quando perde o girassol
É o terço de brilhante
Nos dedos de minha avó
E nunca mais eu tive medo da porteira
Nem também da companheira
Que nunca dormia só
Nos dedos de minha avó
E nunca mais eu tive medo da porteira
Nem também da companheira
Que nunca dormia só
Avôhai!
Avôhai!
Avôhai!
Avôhai!
Avôhai!
O brejo cruza a poeira
De fato existe um tom mais leve
Na palidez desse pessoal
Pares de olhos tão profundos
Que amargam as pessoas que fitar
De fato existe um tom mais leve
Na palidez desse pessoal
Pares de olhos tão profundos
Que amargam as pessoas que fitar
Mas que bebem sua vida
Sua alma…
Sua alma…
O
que é Avohai:
Avohai é um neologismo criado pelo
cantor e compositor brasileiro Zé Ramalho, e consiste na aglutinação das
palavras “avô” e “pai”.
De acordo com a história divulgada na
biografia do artista – “Zé Ramalho: o poeta dos abismos” – esta palavra teria
surgido durante uma experiência com drogas alucinógenas.
O avô de Zé Ramalho teria
desempenhado um importante papel paterno para o cantor, que perdeu o pai
biológico enquanto ainda era criança.
Na interpretação de Zé Ramalho, o
“avôhai” é a sabedoria que consegue passar por gerações, seja de avô para pai,
pai para filho, ou mesmo avô para filho.
Criação mística. Pesquisa Google.
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