Você sabe o que é Inteligência
Espiritual?
"Quando a Inteligência Racional e a Inteligência
Emocional se unem e colaboram, surge uma nova visão muito mais grandiosa que é
a compreensão da Unidade na Diversidade, chamada agora de Inteligência
Espiritual."
No início do século 20, o QI era a
medida definitiva da inteligência humana.
Só
em meados da década de 90, a "descoberta da inteligência emocional mostrou
que não bastava o sujeito ser um gênio se não soubesse lidar com as
emoções."
A
ciência começa o novo milênio com descobertas que apontam para um terceiro
quociente, o da inteligência espiritual.
Ela
nos ajudaria a lidar com questões essenciais e pode ser a chave para uma nova
era no mundo dos negócios.
No livro QS - Inteligência Espiritual, lançado no
ano passado, a física e filósofa americana Dana Zohar aborda um tema tão novo
quanto polêmico: a existência de um terceiro tipo de inteligência que aumenta
os horizontes das pessoas, torna-as mais criativas e se manifesta em sua
necessidade de encontrar um significado para a vida.
Ela
baseia seu trabalho sobre Quociente Espiritual (QS) em pesquisas só há pouco
divulgadas de cientistas de várias partes do mundo que descobriram o que está
sendo chamado "Ponto de Deus" no cérebro, uma área que seria responsável
pelas experiências espirituais das pessoas.
O
assunto é tão atual que foi abordado em recentes reportagens de capa pelas
revistas americanas Neewsweek e Fortune.
Afirma
Dana:
"A
inteligência espiritual coletiva é baixa na sociedade moderna. Vivemos numa
cultura espiritualmente estúpida, mas podemos agir para elevar nosso quociente
espiritual".
Aos 57 anos,
Dana vive na Inglaterra com o marido, o psiquiatra Ian Marshall, co-autor do
livro, e com dois filhos adolescentes.
Formada em
física pela Universidade de Harvard, com pós-graduação no Massachusetts
Institute of Tecnology (MIT), ela atualmente leciona na universidade inglesa de
Oxford.
É autora de
outros oito livros, entre eles, O Ser Quântico e A Sociedade Quântica, já
traduzidos para o português.
QS -
Inteligência Espiritual já foi editado em 27 idiomas, incluindo o português (no
Brasil, pela Record).
Dana tem
sido procurada por grandes companhias interessadas em desenvolver o quociente
espiritual de seus funcionários e dar mais sentido ao seu trabalho.
Ela falou à
EXAME em Porto Alegre durante o 300º Congresso Mundial de Treinamento e
Desenvolvimento da International Federation of Training and Development
Organization (IFTDO), organização fundada na Suécia, em 1971, que representa 1
milhão de especialistas em treinamento em todo o mundo.
Eis os
principais trechos da entrevista:
O que é
inteligência espiritual?
É uma
terceira inteligência, que coloca nossos atos e experiências num contexto mais
amplo de sentido e valor, tornando-os mais efetivos.
Ter alto
quociente espiritual (QS) implica ser capaz de usar o espiritual para ter uma
vida mais rica e mais cheia de sentido, adequado senso de finalidade e direção
pessoal.
O QS aumenta
nossos horizontes e nos torna mais criativos. É uma inteligência que nos
impulsiona. É com ela que abordamos e solucionamos problemas de sentido e
valor.
O QS está
ligado à necessidade humana de ter propósito na vida. É ele que usamos para
desenvolver valores éticos e crenças que vão nortear nossas ações.
De que modo essas pesquisas
confirmam suas ideias sobre a terceira inteligência?
Os
cientistas descobriram que temos um "Ponto de Deus" no cérebro, uma
área nos lobos temporais que nos faz buscar um significado e valores para
nossas vidas.
É uma área
ligada à experiência espiritual.
Tudo que
influencia a inteligência passa pelo cérebro e seus prolongamentos neurais.
Um tipo de
organização neural permite ao homem realizar um pensamento racional, lógico. Dá
a ele seu QI, ou inteligência intelectual.
Outro tipo
permite realizar o pensamento associativo, afetado por hábitos, reconhecedor de
padrões, emotivo. É o responsável pelo QE, ou inteligência emocional.
Um terceiro
tipo permite o pensamento criativo, capaz de insights, formulador e revogador
de regras. É o pensamento com que se formulam e se transformam os tipos
anteriores de pensamento. Esse tipo lhe dá o QS, ou inteligência espiritual.
Qual a diferença
entre QE e QS?
É o poder
transformador.
A
inteligência emocional me permite julgar em que situação eu me encontro e me comportar
apropriadamente dentro dos limites da situação.
A
inteligência espiritual me permite perguntar se quero estar nessa situação
particular. Implica trabalhar com os limites da situação.
Daniel
Goleman, o teórico do Quociente Emocional, fala das emoções.
Inteligência
espiritual fala da alma.
O quociente
espiritual tem a ver com o que algo significa para mim, e não apenas como as
coisas afetam minha emoção e como eu reajo a isso.
A
espiritualidade sempre esteve presente na história da humanidade.
Dana Zohar
identificou dez qualidades comuns às pessoas espiritualmente inteligentes.
Segundo ela,
essas pessoas:
1.
Praticam e estimulam o autoconhecimento profundo
2.
São levadas por valores. São idealistas
3.
Têm capacidade de encarar e utilizar a adversidade
4.
São holísticas (adj. Relativo a holismo,
que busca tudo abranger, que é totalizante )
5.
Celebram a diversidade
6.
Têm independência
7.
Perguntam sempre "por quê?"
8.
Têm capacidade de colocar as coisas num contexto
mais amplo
9.
Têm espontaneidade
10.
Têm compaixão
Os 12 princípios da Inteligência Espiritual
Danah Zohar. Formada pelo MIT – Massachusetts Institute of Technology, dá aulas sobre liderança em Oxford, na Inglaterra, e escreve livros sobre física quântica – alguns já publicados no Brasil (clique aqui para vê-los). Deu uma “aula” estimulante não sobre ecologia, mas sobre inteligência espiritual – tão necessária para que a as ações pelo meio ambiente encontrem eco em toda a sociedade.
“Inteligência
espiritual tem a ver com o que eu sou, com os meus valores”, lembra a
pensadora, que avisa: precisamos alimentar essa inteligência para motivar a
cooperação – entre a família, a comunidade, os países. Só assim vamos encontrar
soluções positivas para o planeta, e nos encontrar nessa busca também.
Acompanhe o
que Danah expôs sobre os princípios da inteligência espiritual – e motive-se!
1 - Tenha pensamentos positivos, sempre. Não pense
como vítima das circusntâncias, pense que sofrer é uma oportunidade de ser
forte. “A crise econômica atual” é uma oportunidade de pensar nossos valores”,
lembra Danah.
2 - Descubra quem
você é. O que me faz levantar de manhã? Para que eu vivo,
por o que daria minha vida? O que me motiva para fazer coisas todos os dias?
Quem eu sou realmente? Comprar, trabalhar, sair com os amigos faz parte de
nosso universo, mas o “ser” é mais do que isso. Quando eu digo “minha vida é
minha oração”, significa saber que minha vida é um presente de Deus e que
precisamos fazer a diferença nesse planeta.
"A
inteligência espiritual coletiva é baixa na sociedade moderna. Vivemos numa
cultura espiritualmente estúpida, mas podemos agir para elevar nosso quociente
espiritual".
Aos 57 anos,
Dana vive na Inglaterra com o marido, o psiquiatra Ian Marshall, co-autor do
livro, e com dois filhos adolescentes.
Formada em
física pela Universidade de Harvard, com pós-graduação no Massachusetts
Institute of Tecnology (MIT), ela atualmente leciona na universidade inglesa de
Oxford.
É autora de
outros oito livros, entre eles, O Ser Quântico e A Sociedade Quântica, já
traduzidos para o português.
QS -
Inteligência Espiritual já foi editado em 27 idiomas, incluindo o português (no
Brasil, pela Record).
Dana tem
sido procurada por grandes companhias interessadas em desenvolver o quociente
espiritual de seus funcionários e dar mais sentido ao seu trabalho.
Ela falou à
EXAME em Porto Alegre durante o 300º Congresso Mundial de Treinamento e
Desenvolvimento da International Federation of Training and Development
Organization (IFTDO), organização fundada na Suécia, em 1971, que representa 1
milhão de especialistas em treinamento em todo o mundo.
Eis os
principais trechos da entrevista:
O que é
inteligência espiritual?
É uma
terceira inteligência, que coloca nossos atos e experiências num contexto mais
amplo de sentido e valor, tornando-os mais efetivos.
Ter alto
quociente espiritual (QS) implica ser capaz de usar o espiritual para ter uma
vida mais rica e mais cheia de sentido, adequado senso de finalidade e direção
pessoal.
O QS aumenta
nossos horizontes e nos torna mais criativos. É uma inteligência que nos
impulsiona. É com ela que abordamos e solucionamos problemas de sentido e
valor.
O QS está
ligado à necessidade humana de ter propósito na vida. É ele que usamos para
desenvolver valores éticos e crenças que vão nortear nossas ações.
De que modo essas
pesquisas confirmam suas ideias sobre a terceira inteligência?
Os
cientistas descobriram que temos um "Ponto de Deus" no cérebro, uma
área nos lobos temporais que nos faz buscar um significado e valores para
nossas vidas.
É uma área
ligada à experiência espiritual.
Tudo que
influencia a inteligência passa pelo cérebro e seus prolongamentos neurais.
Um tipo de
organização neural permite ao homem realizar um pensamento racional, lógico. Dá
a ele seu QI, ou inteligência intelectual.
Outro tipo
permite realizar o pensamento associativo, afetado por hábitos, reconhecedor de
padrões, emotivo. É o responsável pelo QE, ou inteligência emocional.
Um terceiro
tipo permite o pensamento criativo, capaz de insights, formulador e revogador
de regras. É o pensamento com que se formulam e se transformam os tipos anteriores
de pensamento. Esse tipo lhe dá o QS, ou inteligência espiritual.
Qual a diferença
entre QE e QS?
É o poder
transformador.
A
inteligência emocional me permite julgar em que situação eu me encontro e me
comportar apropriadamente dentro dos limites da situação.
A
inteligência espiritual me permite perguntar se quero estar nessa situação
particular. Implica trabalhar com os limites da situação.
Daniel
Goleman, o teórico do Quociente Emocional, fala das emoções.
Inteligência
espiritual fala da alma.
O quociente
espiritual tem a ver com o que algo significa para mim, e não apenas como as
coisas afetam minha emoção e como eu reajo a isso.
A
espiritualidade sempre esteve presente na história da humanidade.
Dana Zohar
identificou dez qualidades comuns às pessoas espiritualmente inteligentes.
Segundo ela,
essas pessoas:
1.
Praticam e estimulam o autoconhecimento profundo
2.
São levadas por valores. São idealistas
3.
Têm capacidade de encarar e utilizar a adversidade
4.
São holísticas (adj. Relativo a holismo,
que busca tudo abranger, que é totalizante )
5.
Celebram a diversidade
6.
Têm independência
7.
Perguntam sempre "por quê?"
8.
Têm capacidade de colocar as coisas num contexto
mais amplo
9.
Têm espontaneidade
10.
Têm compaixão
Os 12 princípios da Inteligência Espiritual
Danah Zohar. Formada pelo MIT – Massachusetts Institute of Technology, dá aulas sobre liderança em Oxford, na Inglaterra, e escreve livros sobre física quântica – alguns já publicados no Brasil (clique aqui para vê-los). Deu uma “aula” estimulante não sobre ecologia, mas sobre inteligência espiritual – tão necessária para que a as ações pelo meio ambiente encontrem eco em toda a sociedade.
“Inteligência
espiritual tem a ver com o que eu sou, com os meus valores”, lembra a
pensadora, que avisa: precisamos alimentar essa inteligência para motivar a
cooperação – entre a família, a comunidade, os países. Só assim vamos encontrar
soluções positivas para o planeta, e nos encontrar nessa busca também.
Acompanhe o
que Danah expôs sobre os princípios da inteligência espiritual – e motive-se!
1 - Tenha pensamentos positivos, sempre. Não pense
como vítima das circusntâncias, pense que sofrer é uma oportunidade de ser
forte. “A crise econômica atual” é uma oportunidade de pensar nossos valores”,
lembra Danah.
2 - Descubra quem
você é. O que me faz levantar de manhã? Para que eu vivo,
por o que daria minha vida? O que me motiva para fazer coisas todos os dias?
Quem eu sou realmente? Comprar, trabalhar, sair com os amigos faz parte de
nosso universo, mas o “ser” é mais do que isso. Quando eu digo “minha vida é
minha oração”, significa saber que minha vida é um presente de Deus e que
precisamos fazer a diferença nesse planeta.
3 -
Tenha humildade. Precisamos saber que o que
fazemos parte de um sistema, e que precisamos prestar atenção nos outros,
lembrando que existem diversos pontos-de-vista – não o seu, unicamente.
4 -
Viva a compaixão. A origem dessa palavra
significa “sentir com”. Sentir a dor do outro como se fosse a sua dor. “Eu não
somente cuido dos pobres, eu sou pobre. “O planeta é parte de mim – nascemos
quando o Big Bang surgiu”. Lembre-se sempre: eu sinto que sou você, e que você
sou eu.
5 -
Reveja seus valores. Precisamos pensar menos em “eu,
mim” e mais em “nós, nossos”. E precisamos rever nossos valores para servir uns
aos outros. Como fazer isso? “Pergunte a você mesmo, qual é o melhor que você
pode dar”, avisa a filósofa.
6 -
Viva o presente. Tire o peso do passado e das
preocupações – e viva o agora!
7 -
Estamos conectados, e o jeito que vivo minha vida afeta a vida do outro.“Se me sinto negativo, espalho essa negatividade
para minhas relações, minha comunidade. Mas se me sinto esperançosa e que posso
fazer melhor, espalho essa atitude para as outras pessoas”.
8 -
Responda a uma questão fundamental: sempre perguntar por quê! Nós nos fechamos a verdade se não
questionamos.
9 -
Mude a sua mente, seus paradigmas, e coloque seus pontos-de-vista sob uma nova
perspectiva. Isso é muito necessário no meio
empresarial, destacou Danah. “Precisamos de uma revolução do pensamento também
nas lideranças e na educação”. Educação significa memorização, imposição? Ou é
ajudar as crianças a fazerem boas perguntas? A mídia também precisa rever o seu
papel e ajudar as pessoas a formarem consciência crítica.
10 -
Valorize seus princípios, mesmo que sejam impopulares. Entretanto, não seja arrogante de que está
certo, mas questione-se. Escute os outros, mas veja o que você quer acreditar,
para o que você quer lutar.
11 -
Celebre a diversidade. Isso
não significa numa empresa, por exemplo, colocar uma mulher ou negro num cargo
alto, mas construir um pensamento do que significa a diferença para você, e o
que ela tem a te ensinar. Dizer “obrigada por ser diferente, por me fazer
questionar a mim mesmo”.
12 -
Descubra a sua vocação, o seu propósito de vida e em como você pode fazer a a
diferença. “Você não precisa ser o Gandhi
ou o Barack Obama. Cozinhar um bolo pra sua família, um pai que vai brincar com
seu filho, dando o seu melhor, é uma maneira de servir a humanidade com o
melhor que temos”.
Para
terminar, um recado aos educomunicadores e educadores em geral: “eu chamo a
todos para a revolução não-violenta, onde as novas tecnologias podem mudar o
mundo, sim, e que é preciso acreditar que você pode fazer a diferença”.
Drª
Dana Zohar - Oxford
Texto publicado no Blog: Vida e Aprendizado
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