Ao chegar o fim de mais um reinado de momo no
Brasil eles entregam as chaves e fogem. Agora os administradores de todos os
recantos deste país continental devem recolherem as chaves dos poderes que
estavam nas mãos dos reis momos de cada localidade municipal brasileira. Este
personagem carnavalesco debochado, se enquadra perfeitamente bem, aos atuais
políticos da direita formada pela elite golpista, que são cínicos e corruptos e dominam o país em todas as entranhas dos poderes. Todos os
administradores têm agora a obrigação de exigirem um relatório minucioso do
reinado de momo, durante o período de folia. Mas, afinal quem é este ilustre
tão arrazoado rei momo? Ele recebeu os poderes simbólicos dos governantes;
começando com os mais simples aos poderosos chefes golpistas da nação
brasileira.
Para responder esta questão perturbadora se precisa
de socorro de fonte segura. “O Rei Momo é considerado o dono do Carnaval,
é quem comanda a folia. Possui uma personalidade zombeteira, delirante e
sarcástica”. Procedente da mitologia grega, ele é filho do sono e da
noite, e acabou expulso do Olímpio morada dos deuses porque tinha como diversão
ridicularizar as outras divindades.
O rei momo no Brasil é semelhante aos atuais governantes golpistas.
Hoje existe concurso para a escolha do rei momo em
vários municípios e estados do país. Para participação do certame é preciso ser
muito simpático e esbanjar alegria, além de pesar no mínimo 120 quilos. Esta
última exigência vem sendo abandonada nos últimos anos, considerando-se os
problemas de saúde causados pela obesidade.
As características do rei momo em especial o peso,
representam a fartura da "terça feira gorda" que antecede a
quarta-feira de cinzas.” (Wikipédia)
“A importância do rei momo para a cidade do Rio de
Janeiro, pode ser atestada pelo fato de vários prefeitos, nos primeiros dias do
carnaval, e entregar as chaves da cidade ao rei momo, como se, a partir deste
momento, quem governasse a cidade não fosse mais o prefeito, mas o rei momo”.
(Wikipédia)
Momento para a prestação das contas da festa da folia.
Enfim todos os reis momos devem prestar contas do
que fez ou deixou de fazer para quem os confiou tamanha responsabilidades. Com
certeza será o grande momento para apresentação do relatório muito extenso da
festa da folia. Pense bem, quantas obras para serem inauguradas neste período,
lugar melhor não existe do que as passarelas do samba. Em meio à multidão
acalorada e regada com todos os ingredientes típicos desta festa popular,
bebidas alcoólicas e drogas ilícitas de todos os tipos. Todos em
estado alucinatório ouvem um insofismável grito do chefe maior declarando: que
através dos poderes a ele conferidos, determinou que tudo se cumprisse pela
força do seu reinado. A partir de agora estaria inaugurado uma nova era
para a sociedade mesmo ilusoriamente, a era da folia e alucinações.
As banais deliberações do rei momo.
A partir deste instante, chegaria ao fim dos
sofrimentos do povo. É um novo tempo para a nação, mas em razão da enorme
ressaca, somente conseguiu forças para citar alguns deboches e
citou as áreas da saúde, segurança, habitação, educação, controle dos gastos
públicos, fim da corrupção, um gordo aumento salarial para todos os
trabalhadores e frisou bem os aposentados. Toda infraestrutura referente às
olimpíadas e a copa do mundo. Logo em seguida voltou ao seu camarote real era hora
do lanche imperial, devorou as guloseimas fartamente, descansou, depois
embarcou outra vez na folia. Oferecendo prosseguimento ao seu reinado disse:
voltarei! Retornando do trono abriu uma sessão especial porque a pauta
estava lotada e o tempo voava e os projetos relevantes foram votados e
aprovados sem ressalvas ao longo das passarelas, diante do público extasiado
com as fantasias e os enredos fantásticos das escolas de samba, ao som
estridente das baterias.
Em meio a alucinação rei momo fugiu sem deixar rastros.
Para completar resolveu desfilar majestosamente, em
outro ponto do país e deparou-se a uma aglomeração enfurecida implorando por
mudanças, todos catando e dançando ao som das músicas carnavalescas, machinhas típicas,
dos memoráveis carnavais. O rei diante da grande pressão dos alucinados, os
atendeu inconsequentemente todas as reivindicações da multidão embriagada. No
alvoroço dos incontáveis blocos de nomes exóticos, o rei simplesmente, acenou
ao povo num momento de devaneio. Em seguida todos os projetos foram assinados e
aprovados em milésimo de segundos sem vetos. Logo em seguida fugiu sem deixar
rastros e só voltara no próximo ano para reinar na nova folia carnavalesca e de
deboche da nação.
A festa de momo não passou de sonhos e alucinações.
E assim no embalo dos encantos carnavalescos o rei
transformou o país num verdadeiro festival de sonhos coloridos. Sonhos que
transcenderam a cruel realidade de milhões foliões. Porém num piscar de olhos
todos despertaram da irrealidade decretada pelo momo e perceberam que voltaram
a pisar no solo, espinhoso da vida real. A brincadeira terminou sobraram à
ressaca e o mau humor, para encarar a situação da vida real. Parece que todos
voltaram de outra nação, pois a situação decretada pelo rei não existia. Será
que era pura fantasia ou simplesmente uma brincadeira de péssimo gosto, ele não
fez nada! As coisas continuavam na mesma situação. A caixa do correio
abarrotada de contas de todas as espécies e valores para quitar, imposto disso
e daquilo, transportes coletivos com gente exprimida até o teto, alguns saindo
pelas janelas. Nem precisa falar das outras coisas é óbvio. A situação social
não mudou em nada, desemprego, fome, endividamentos, e o mais decadente os
direitos sociais foram roubados pelos golpistas. A democracia do país em
frangalhos, a festa e o rei sem sombras de dúvidas eram pura ilusão, puro
deboche do povo totalmente alucinado e manipulado.
A vergonha e as ilusões obrigaram o rei fugir para não apresentar seu
trágico relatório da folia.
Como tudo era ilusão mesmo assim a folia do rei
momo provocou efeitos colaterais.
Como tudo
era ilusão mesmo assim a folia do rei momo provocou efeitos colaterais
dramáticos em alguns foliões, esses efeitos atingiram pessoas inocentes.
Consequências fatais para alguns e sequelas irreversíveis para outros. Mas o
rei nem se quer teve a decência de devolver a chave dos poderes a quem os de
fato pertence. Num ato de covardia total fugiu, deixou a chave com o porteiro
do condomínio do poder. O rei fugiu com medo ou vergonha de prestar seu
relatório trágico ao seu verdadeiro chefe. Portanto, seu chefe também
determinou que o rei momo, já tivesse uma data reservada para a próxima zombaria carnavalesca. Assim, desilusão, decepção e ilusão, de escárnio e deboche, sobrevivem.
Agora o povo sóbrio, mas envergonhado, corre contra o tempo em busca de
recuperar a dignidade humana, sem perder de vista a esperança de uma sociedade
e vida melhor.
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