Cartas de Cristo
Por Ricardo Borges

Stott nos revela com simplicidade, também
com elegância, como Cristo via cada uma dessas igrejas das províncias
da Ásia. Não se trata de como João as percebia, pois ele era apenas o
portador da mensagem, mas como Cristo as via, e isso faz toda a
diferença. Ao serem breves, elas nos resumem essa percepção do próprio
Cristo: suas afirmações e elogios amorosos, suas palavras duras por
conta de seu diagnóstico honesto, as promessas que os animam em tempos
difíceis.
O autor nos encanta outra vez por sua
maneira de escrever e por comunicar-se tão bem. Ao falar de cada uma das
cidades destinatárias dessas cartas, é como se fôssemos transportados
no tempo. Quase nos sentimos caminhando por suas ruas, como testemunhas
do que viviam. A fluência e a sensibilidade do texto nos levam a
conectarmos com os leitores originais dessas cartas de Cristo. Também
pelo pulso e emoção de Stott, percebemos melhor os apelos veementes que
Cristo faz à sua igreja. Muito do que é não era para ser, mas ainda há
tempo! O alerta se junta ao convite, à exortação se soma a promessa, e
assim essas cartas se enchem de expectativa, de esperança.
Se
as igrejas da província da Ásia precisavam ouvir a Cristo por meio
delas, é de certa maneira surpreendente que as igrejas hoje precisem
tanto das mesmas exortações. Que bom que essas cartas ficaram
registradas, que foram preservadas. Como o próprio Stott nos diz nesse
livro, “a memória é um presente precioso e abençoado, nada pode
despertar tanto a consciência quanto as lembranças do passado”.
Esperamos então que a lembrança e a memória do que passou com essas
igrejas do passado possa ajudar a igreja do presente a ter um
diagnóstico correto de nossas mazelas, a ouvir de maneira fresca um novo
chamado ao arrependimento, a confiar no Deus amoroso que se importa,
fala conosco, e assim nos leve outra vez para um caminho de justiça,
santidade e vida.
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