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Alexandre Garcia: A representação política
"Na Europa, o eleitor votou em novas forças e as velhas
oligarquias limitam-se a tentar desqualificar as novidades, carimbando-as de
populismo. Emmanuel Macron chama de fascismo", observa o jornalista
Bandeiras de países do bloco diante do prédio do Parlamento
Europeu, em Estrasburgo, no leste da França
- (crédito: Frederik Florin/AFP)
Bandeiras de países do bloco diante do prédio do Parlamento
Europeu, em Estrasburgo, no leste da França - (crédito: Frederik Florin/AFP)
No próximo dia 20 de julho, começam as convenções em que os
partidos escolhem seus candidatos para as eleições municipais de 6 de outubro.
Vão as convenções representar a vontade dos eleitores das legendas? Estarão as
agremiações políticas representando, verdadeiramente, as diversas correntes
ideológicas, doutrinárias, culturais, que fazem parte da vida e das diferentes
raízes de seus eleitores? É bom lembrar, antes de mais nada, que os eleitores
são os mandantes dos políticos — e esses seus mandatários —, já que em
democracia o poder emana do povo.
Estão os partidos sendo os reais representantes e defensores
das expectativas, esperanças e necessidades do povo? Parece que não. E também
parece que os partidos não querem encarar esse fato, porque não pretendem
abandonar seu fisiologismo e sua distância do povo. Os partidos só se aproximam
do povo às vésperas de eleição, como agora. Se nessa fase auscultam a origem do
poder, parece que depois esquecem.
Os programas partidários são quase iguais. Emprego,
desenvolvimento econômico, diminuição das desigualdades… Pergunte a um eleitor,
cujo casebre exibe na parede o cartaz de algum partido por 30 anos, se sua vida
melhorou por ter sido votante fiel, se teve saneamento, atendimento à saúde,
segurança, ensino eficiente para os filhos, oferta de bom trabalho.
Quais os resultados dos discursos, entrevistas, declarações,
promessas nas redes sociais? Tornaram-se realidade? Os partidos políticos — com
os bilhões de reais dos pagadores de impostos a garantir fundos para campanhas
e para sustentar suas atividades — estão conscientes de que devem satisfações à
origem do poder e do dinheiro que os sustenta?
A recente eleição para o Parlamento Europeu mostrou como as
correntes políticas tradicionais, a social-democracia e a democracia cristã,
com todo o desenvolvimento europeu, não estão conseguindo dar respostas às
necessidades de seus cidadãos. Imagino como estão se sentindo também os dois
partidos americanos, em ano eleitoral — democratas e republicanos — diante de
um povo que venera Thomas Jefferson e Abraham Lincoln.
Populismo
Na Europa, o eleitor votou em novas forças e as velhas
oligarquias limitam-se a tentar desqualificar as novidades, carimbando-as de
populismo. Emmanuel Macron chama de fascismo, mas o povo europeu sente que os
oligarcas falharam, com imigrações descontroladas e importação do modismo woke
americano. São os mesmos desde o fim da II Guerra e não querem largar o poder,
mas o povo avisou, na eleição do Parlamento Europeu, que vai tirá-los. Lá, pelo
menos, todos garantem a liberdade de expressão.
Lá como cá, os partidos — vale dizer, seus
"donos"— vão ter que mudar se quiserem ficar. Não adianta rotular a
novidade, é preciso conhecer a vontade atual de seu patrão, o brasileiro. Estão
tentando enfiar goela abaixo do povo ideias estranhas ao espírito nacional — e
vão perder. Bobagens importadas e geradas por elites supostamente
progressistas, não são sequer compreendidas.
Ainda não estamos na torre de marfim de discussões
intelectuais — nosso chão é mais embaixo. Estamos precisando de saneamento,
esgoto, água tratada, saúde básica, ensino de verdade, segurança, proteção à
vida e à propriedade e respeito a um povo que pouco tem, mas percebe quando um
político está
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