ABORTO - Reduziu a problemática com a limitação da possibilidade de abortar a 22 semanas, cinco meses – no geral - de vida intrauterina. Não eliminaram o impasse, o ilícito abortivo ou a responsabilidade de quem o faz ou apoia.
A
sociedade hodierna acha-se dona do mundo e não o é. Faz de tudo coisa sua, sem
razão. Busca satisfação pessoal sem consequências concretas e legais. Enfim,
quer resolver problema no aqui e no agora, sem consequências.
O tema
preocupa e angustia.
O que fazer,
dirão os parlamentares, diante de uma sociedade egocêntrica que clama por
definição e que deseja o aborto para solução de vicissitudes contraídas ou
impostas? Não são líderes espirituais, mas, líderes políticos.
Dizer
que o aborto é crime – e é – será permitir sua prática clandestina em todos os
níveis, diriam ou dizem, quem sabe.
Não sou
político, médico ou religioso, apenas um homem preocupado com vidas a serem
ceifadas, a responsabilidade espiritual consequente e o sofrimento decorrente.
Católico
consciente, ontem ouvia o pastor Rodrigues Silva, que examinou, cauteloso e
político, o assunto. Demonstrou ele – a parte que me interessou – tópicos
bíblicos que não admitem a cruel e desumana técnica. Pobres abortistas:
mulheres, médicos, políticos, padres e/ou pastores. O espiritismo o renega de
modo inexorável. No entanto, tantos o exigem.
“O
Conselho Pleno da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) aprovou nesta
segunda-feira (17), por aclamação, um parecer que define como inconstitucional,
inconvencional e ilegal o projeto de lei (PL) que equipara o aborto após a 22ª
semana de gestação ao homicídio”.
E antes de 22 semanas?
A OAB,
que tanto deve ao Brasil em termos de posicionamento, concluiu que o PL
1904/2024, na forma apresentada, é inconstitucional, inconvencional e ilegal.
Gostaria
de ver a r. OAB preocupar-se com o nascituro antes de 22 semanas de gestado,
com direitos definidos no art. 2º do Código Civil de 2002 e com o concepturo ,
isto é, “o filho que não foi concebido, mas há esperança de vir a ser” (art.
1.799, I, CC).
O
pastor Rodrigo Silva fez desfilar em sua fala, capítulos/versículos bíblicos,
que salvaguardam a vida, sem admitir interrupções, mesmo em vida intrauterina,
desde Gênesis, passando por João, Lucas, sem esquecer salmos, juízes, Isaias,
jeremias, Jó, Êxodo, Deuteronômio, Ezequiel - na ordem da exposição do Pastor.
Enfatizou
ele a determinação do Criador para nascimentos multiplicados, para as
sensibilidades dos fetos com empatias e dissenções, a exemplo do que está
em Gênesis, capítulo 25, versículo 21
– dois nascituros Jacó e Esaú, que seriam líderes de duas nações antagônicas,
já demonstravam animosidade desde seus nascimentos.
Evidência
são as gestações da Virgem Maria, no primeiro mês de gravidez, e de sua prima
Isabel, no sexto mês:
“Ora,
apenas Isabel ouviu a saudação de Maria, “a criança estremeceu no seu seio”,
Lucas 1, 41”.
É
ilícito decidir por vidas gestadas que não nos pertencem. É crime hediondo. É
assumir responsabilidade para além do nosso tempo.
Tornar
o aborto objeto de consumo mercantiliza-lo, decidir em desamor distancia a
mulher de seu fim primordial. Anestesiar-se para não entender sua
responsabilidade e desumanismo frente ao sofrimento que passará o filho não
querido é leva-lo à crucificação.
Católicos
e Evangélicos jogam-se contra o aborto. Espíritas também. Estes mais enfáticos
proclamam a lei do retorno, as provações, os carmas vindouros.
Homens
e mulheres, médicos, parlamentares, magistrados precisam abster-se dessas
realidades para vincular-se a casuísmos, ao temporal, ao prazer e ao comodismo
factível? Um NÃO seria o grito que no Universo provocaria reverberação,
multiplicação positiva de crística decisão. A amplitude de um AMÉM para necessária amorização.
Todo e
cada ato exige responsabilidade, não deveria – ou deverá - a lei acomodar
consciências, ajeitar comportamentos
diante de supostas necessidades pessoais. Antes, acredito, a visão deveria deter-se na
realidade ético-religiosa ou religiosa e ética, se entendemos – conforme todos
afirmam - que nesses aspectos estão a vida maior.
Somos
então hipócritas, fracos, amorais? Por favor, por Deus, pensemos.
Medito,
ainda, a tortura sofrida por São João Batista, no ano 31 d.C, talvez, e em
face, do martírio que passam nossos filhos objetos de aborto. Triste, muito
triste realidade.
Os
sofrimentos nessa possível distância temporal, lá e aqui, martírio de João,
aborto de outro inocente, aproximam, diminui, arrasam a humanidade, que não
consegue deixar de matar.
SSA,
24.06.2024
Geraldo
Leony Machado
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