Igreja
Presbiteriana de Santo Antônio de Jesus “A evidência de que você um dia recebeu
a salvação é que continua se arrependendo e crescendo em Cristo"
Angelologia
A
Organização Angelical
INTRODUÇÃO
A
organização angelical abrange as várias categorias ou classes de anjos.À
semelhança das organizações políticas existentes no mundo, com graduações e
poderes maiores e menores, as cortes angelicais também possuem a sua
hierarquia. Estudaremos o assunto de um modo genérico, mas obedecendo a uma
certa ordem.
I – UMA
HIERARQUIA ESPECIAL DE ANJOS
A
Bíblia dá a entender que os anjos de Deus (!) se acham organizados de forma
hierárquica, isto é‚ numa forma de graduação, de autoridade. Essa graduação ‚
destacada pelo tipo de atividade que os anjos exercem em todo o Universo e na
presença de Deus.
Arcanjo.
A palavra “arcanjo” representa a mais elevada posição na hierarquia angelical.
0 prefixo “arc”, do grego “arch”, sugere tratar-se de um chefe, um príncipe, um
primeiro- ministro. Entre os livros apócrifos, existe o livro de Enoque, que
apresenta sete arcanjos, a saber: Uriel, Rafael, Raquel, Saracael, Miguel,
Gabriel e Remiel. Mas o único nome dessa lista que aparece nos livros canônicos
da Bíblia que usamos é o do arcanjo Miguel (Jd 9). Esse arcanjo se destaca biblicamente
como uma espécie de administrador e protetor dos interesses divinos em relação
a Israel) (Jd 9; Dn 12.1). 0 arcanjo Miguel ‚ denominado ” príncipe dos filhos
de Israel ” porque é o guardião dessa nação. Na visão apocalíptica e
escatológica (futura) que João teve na Ilha de Patmos, o arcanjo Miguel surgirá
como o grande comandante dos exércitos celestiais contra as milícias satânicas,
representadas pelo dragão, símbolo de Satanás (Ap 12.7-12). Na vinda pessoal de
Jesus Cristo, na primeira fase de convocação dos remidos do Senhor, a escritura
não dá nome ao arcanjo, mas declara que a voz do arcanjo será ouvida pelos
mortos santos, os quais ressuscitarão e se levantarão de suas sepulturas para
ir ao encontro do Senhor nos ares (I Ts 4.16).
Querubins.
Essa classe de anjos criados por Deus se destaca pela ligação que eles têm com
o trono de Deus. A palavra querubim, no original hebraico “querub” , tem o
sentido de guardar, cobrir. Eles aparecem pela primeira vez na Bíblia em Gn
3.24 no Jardim do Éden para guardar a entrada oriental a fim de que o homem que
havia pecado contra o seu Criador não tivesse acesso ao caminho da árvore da
vida. 0 que aprendemos acerca dos querubins ‚ que eles possuem uma posição
elevada na corte celestial e estão diretamente ligados ao trono de Deus (I Sm
4.4; II Rs 19.15; Sl 80.1; 99.1; Is 37.16). Em Ezequiel 10, os querubins
aparecem cheios de olhos e o trono de Deus está acima deles. A ligação dos
querubins com o trono de Deus nos ensina que eles guardam o acesso á presença
de Deus. Só nos é possível entrar no Santo dos Santos ou ” Lugar Santíssimo ”
com o sangue da aliança em nossas vidas (Hb 10.19-22).
Serafins.
O vocábulo serafim deriva do “saraph” e significa ardente, refulgente ou
brilhante, nobres ou afogueados. Esta classe de anjos aparece uma só vez na
Bíblia em Isaías 6.1-3. Nesta escritura, os serafins estão intimamente ligados
ao serviço de adoração e louvor ao Senhor. Nesse serviço, eles promovem,
proclamam e mantém a santidade de Deus. Na visão de Isaías, os serafins são
representados como tendo seis asas. As asas de cada serafim tinham funções
específicas. Com duas asas cobriam o rosto, numa atitude de reverência perante
o Senhor. Com as outras duas asas cobriam os pés, falando de santidade no andar
diante de Deus, e com as duas últimas asas, eles voavam. Essa visão de seres
alados não significa que todos os anjos, obrigatoriamente, têm de Ter asas. As
asas desses serafins tinham por objetivo mostrar ao profeta a capacidade de
movimento e locomoção dos anjos para realizarem a vontade de Deus. É uma forma
materializada que os seres espirituais usam para serem compreendidos, porque,
de fato, os anjos são incorpóreos.
II –
CLASSIFICAÇÃO GENÉRICA DOS ANJOS
Denominamos
“classificação genérica” porque entendemos que dentro da ordem apresentada em
Romanos 8.38 e Colossenses 1.16, o apóstolo Paulo não quis dogmatizar a ordem
angelical segundo o seu entendimento. De fato, o seu interesse foi o de tornar
mais clara a compreensão sobre as várias classes angelicais. Outro fato
importante é que algumas das classes apresentadas como arcanjos, querubins e
serafins se confundem dentro dos títulos apresentados por Paulo. Os teólogos
antigos tentaram classificar os anjos reunindo todas as graduações. O teólogo
Dioníso, areopagita, apresentava três classes de anjos.
(1)
Tronos , querubins e serafins, como pertencentes a uma classe ligada
diretamente ao trono de Deus.
(2)
Poderes, domínios e potestades e
(3)
Principados, arcanjos e anjos comuns.
Entretanto,
essa classificação não tem respaldo bíblico dado a diversidade das várias
ordens angelicais.
Apresentaremos
uma classificação segundo a ordem dos textos Cl 1.16 e Rm 8.38 , sem nos
preocupar com uma ordem definitiva, pois não é esse o objetivo dos nossos
estudos apresentados nessa Home Page.
1.
Tronos (Cl 1.16) Conforme está no original grego, “thronoi” tem um sentido
especial porque se refere a uma classe de anjos que está diretamente ligada à
majestade e soberania de Deus. É possível que os “querubins” estejam
diretamente ligados a esse tipo de atividade real, pois alguns textos
identificam os querubins como os seres sobre os quais Deus está assentado e
reinando ( I Sm. 4.4 ; II Rs 19.14 ; Sl 80.1 ; 99.1). É interessante fazer uma
ligação tipológica dos anjos-tronos com os “carros” nos quais Deus anda e
ostenta sua glória no Universo (Sl 68.17). Também encontramos essa mesma
linguagem figurada acerca dos anjos comparando-os e tipificando-os “aos carros
da salvação” e ainda destaca o Senhor “montado sobre cavalos” (Hc 3.8). Não há
nenhum tom negativo ou humilhante nessa tipologia sobre anjos como cavalos,
porque na mente antiga, os cavalos são símbolos de força e serviço. Quiséramos
ser os “tronos” de Deus! Entretanto, Deus ostenta sua glória através de nós
mediante a permanência do Espírito Santo em nosso ser.
2.
Domínios (Cl 1.16) . Em algumas versões, o termo grego “kuriothes” ou
“kuriotethoi” tem o sentido de soberanias ou dominações (Ef 1.21). A classe
especial de anjos dominadores tem como função principal executar as ordens de
Deus sobre as coisas criadas. Paulo diz que esses anjos executam as ordens
divinas sob autoridade de Cristo. Subentende-se pelo contexto doutrinário do
papel dos anjos, que essa classe denominada “dominadores” age de forma
executiva sobre o Universo e sobre determinadas esferas espirituais.
3.
Principados (Cl 1.16). Mais uma vez aquelas categorias especiais dos querubins
e serafins se confundem com essas classificações de tronos, domínios,
principados e potestades. Por isso, é difícil estabelecer uma ordem específica;
porém, o que está revelado acerca dessas classes de anjos nos é suficiente para
entender a sua importância e o seu ministério. A palavra “principados” no grego
bíblico é “archai”, e refere-se a uma classe de anjos que têm poderes de príncipes.
Nos reinos terrestres, os principados regem sobre territórios pertencentes ao
reino. Podemos ver isto na história de Lúcifer, o qual havia sido estabelecido
como “querubim ungido para proteger” e estava no monte santo antes de sua
queda. Ao mesmo tempo, parece-nos que sua posição de “querubim” é fortalecida e
acrescida por outra posição de “principado”. Supõe-se que ele governava o
planeta na posição de “principado”, e só perdeu essa posição quando se rebelou
contra o Criador e Senhor (Is 14.13 ; Ez 28.16 ; Ap 12.9). Devemos também
considerar um outro “príncipe” chamado Miguel , referido na Bíblia como “um dos
primeiros príncipes” de Deus (Dn 10.13).
4.
Potestades (Cl 1.16). Potestades referem-se a anjos especiais que executam
tarefas especiais da parte de Deus. Não se trata de poderes angelicais
isolados, mas são chamados de “potestades” porque foram investidos de uma
autoridade especial. Vários exemplos se destacam na Bíblia das ações poderosas
dessa classe de anjos. Um destes anjos foi enviado por Deus para destruir a
cidade de Jerusalém e só parou sua destruição quando Deus lhe ordenou que
guardasse a sua espada (I Cr 21.15-27). O salmista Davi destaca anjos que são
“magníficos em poder” (Sl 103.20). Isto revela que esses anjos pertencem a uma
classe de seres poderosos, mas não onipotentes. A onipotência é atributo único
do Deus Trino, por isso, nenhuma criatura jamais teve nem terá poderes totais.
A magnitude do poder dessas potestades se limita ao nível da capacitação dada
por Deus para o cumprimento de suas obrigações.
Todo o
conteudo acima foi extraido da home page
http://www.geocities.com/Athens/Academy/7049/ipic.htm
Uma boa
matéria se começa com um bom assunto para as pessoas que queiram debater.
A
SEXUALIDADE DOS ANJOS
SEBEMGE
– SEMINÁRIO BATISTA DO ESTADO DE MINAS GERAIS
TRABALHO
DE PNEUMATOLOGIA
Aluno :
Anísio Renato de Andrade
Professor
: Pr. Delmo Gonçalves
INTRODUÇÃO
A
SEXUALIDADE DOS ANJOS
A
Bíblia nos dá a entender que muitas vezes os anjos apareceram em forma humana.
Partindo desse ponto, muitas pessoas vincularam definitivamente os seres
celestiais à forma humana e passaram a associá-los a diversas características e
limitações do ser humano. Entre esses aspectos está a questão da sexualidade.
Os anjos têm sexo? Procurando respostas a essa pergunta nos dedicamos ao exame
das escrituras e de alguns comentários, conforme apresentamos na seqüência.
DEFESA
DA SEXUALIDADE DOS ANJOS
Russel
Norman Champlin, no Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo, ao
comentar a epístola de Judas, afirma que os anjos cometeram o pecado da
concupiscência e se prostituíram com mulheres. Tal argumento está baseado na
interpretação de que os “filhos de Deus” mencionados em Gênesis 6 são anjos.
Entretanto, em sua Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia, o mesmo autor
vacila em suas colocações e chega a dizer que os anjos não têm sexo, citando
Mateus 22:30.
Quanto
ao texto de Gênesis 6, são muitos os teólogos que afirmam que aqueles “filhos
de Deus” são anjos. Este é o principal ponto de apoio para os que defendem que
os anjos são seres sexuados.
Bancroft
afirma que, segundo Mateus 22:30, os anjos no céu não se casam, mas isto não
significa que eles não tenham sexo. Diz ainda, que as escrituras ensinam a
sexualidade dos anjos ao referir-se a eles através de termos masculinos. O
mesmo teólogo conclui que todos os anjos são do sexo masculino e que o
casamento não está no plano de Deus para eles. O assunto é encerrado nesse
ponto, sem apresentar nenhuma finalidade para a aludida “mono-sexualidade”
angelical.
OBJEÇÕES
À SEXUALIDADE DOS ANJOS
Myer
Pearlman afirma que “os anjos são sempre descritos como varões, porém não têm
sexo; não propagam a sua espécie”.
Severino
P. Silva entende, pelos textos de Col.1:16-17 e Gn.2:1 , que os anjos foram
criados simultaneamente. Assim, depois disso nenhum anjo foi acrescentado ao
número inicial. Desse modo, estaria descartada a possibilidade de reprodução
angelical e, conseqüentemente, eliminada a necessidade de sexo. Afirma ainda
que, os anjos não constituem uma raça. Cada anjo é uma criação original. Os
anjos compõem uma companhia ou diversas companhias. Por esta causa não propagam
a sua espécie; eles não têm sexo, ainda que citados no sentido masculino, porém
neste campo são neutros. As escrituras jamais inferem aos anjos pronomes
femininos. Seus nomes são poucos e limitados nas escrituras, mas os que são
dados são nomes masculinos. Miguel, Gabriel, Maravilhoso, entre os bons; e
Satanás, Abadon e Apolion, entre os maus. Na Bíblia sempre lemos frases assim :
“filhos de Deus”, “filhos dos homens”, “filha das mulheres”, mas nunca lemos
“filhos dos anjos”. Severino P. Silva opõe-se veementemente à tese de que os
“filhos de Deus” citados em Gênesis 6 possam ser anjos, pelo fato de tal
argumento não comungar com o ensino bíblico geral.
Louis
Berkhof diz apenas que os anjos não têm corpos e não se casam.
O
Manual de Doutrinas da Igreja Metodista Wesleyana afirma que os anjos não têm
sexo.
CONCLUSÃO
Os
anjos não têm sexo. O texto usado para defender a sexualidade dos anjos,
Gênesis 6, é um texto obscuro, e, por isso, é interpretado erroneamente.
Entretanto, o texto que nega tal sexualidade é cristalino em sua clareza. Jesus
disse em Mateus 22:30 : “Porque na ressurreição nem casam nem se dão em
casamento; são, porém, como os anjos no céu.” Dizer que os anjos têm sexo
apesar de não poderem se casar é, no mínimo, absurdo.
Como já
dissemos, a questão da sexualidade dos anjos é fruto de uma imaginada
equivalência entre seres humanos e celestiais. Este tipo de associação
mitológica é uma fraqueza do ser humano, que o leva a fazer imagens de
escultura e distorcer até mesmo conceitos a respeito da pessoa de Deus. É a
tentativa de encaixar as realidades espirituais nas pequenas fôrmas da
realidade natural.
O
antropomorfismo utilizado pelos anjos em suas aparições não nos autoriza a
concluir que eles possuam sexo. Da mesma forma como a aparição de serafins com
asas não constituem informação suficiente para concluirmos que eles possam
botar ovos.
Quem
pensa que anjo tem sexo, segue o tipo de “lógica” que pode levá-lo a crer que o
próprio Deus possa ser sexuado pelo fato de ter um Filho. Sabemos, porém, que
nada disso faz sentido. Os seres humanos podem ser filhos de Deus ou filhos do
Diabo sem que isso signifique a existência de alguma sexualidade espiritual.
BIBLIOGRAFIA
TEOLOGIA
ELEMENTAR – Bancroft, E. H
TEOLOGIA
SISTEMÁTICA – Berkhof, Louis – Edição Luz Para o Caminho
MANUAL
DE DOUTRINAS BÍBLICAS DA IGREJA METODISTA WESLEYANA
CONHECENDO
AS DOUTRINAS DA BÍBLIA – Pearlman, Myer – Editora Vida
OS
ANJOS, SUA NATUREZA E OFÍCIO – Silva, Severino P. – CPAD
ENCICLOPÉDIA
DE BÍBLIA TEOLOGIA E FILOSOFIA – Champlin, Russel Norman – Editora Milenium
BÍBLIA
SAGRADA – Versão Revista e Atualizada – Tradução de João Ferreira de Almeida
Sociedade Bíblica do Brasil
O NOVO
TESTAMENTO INTERPRETADO VERSÍCULO POR VERSÍCULO – Champlin, Russel Norman –
Editora Milenium
ANGEOLOGIA
BÍBLICA
Introdução
Ao
nosso redor há um mundo espiritual poderoso, populoso e de recursos superiores
ao nosso mundo visível. Bons e Maus espíritos passam em nosso meio, de um lugar
para o outro, com grande rapidez e movimentos imperceptíveis. Alguns desses
espíritos se interessam pelo nosso bem estar, outros porém, estão empenhados em
fazer-nos o mal. Muitas pessoas questionam se existem realmente tais espíritos
ou seres, quem são, onde se encontram e o que fazem.
A
palavra de Deus é a única fonte de informação que merece confiança, e que
possui respostas para estas perguntas. Ela deixa claro que há outra classe de
seres superiores ao homem. Esses seres habitam nos céus e formam os exércitos
celestiais, a inumerável companhia dos servos invisíveis de Deus. Esses são os
anjos de Deus, os quais estão sujeitos ao governo divino, e o importante papel
que têm desempenhado na história da humanidade torna-os merecedores de
referência especial. Existem também aqueles, pertencentes a mesma classe de
seres, que anteriormente foram servos de Deus mas que agora se encontram em
atitude de rebelião contra seu governo.
A doutrina
dos anjos segue logicamente a doutrina de Deus, pois os anjos são
fundamentalmente os ministros da providência de Deus. Essa doutrina permite-nos
conhecer a origem, existência, natureza, queda, classificação, obra e destino
dos anjos.
A
origem dos anjos
A época
de sua criação não é indicada com precisão em parte alguma, mas é provável que
tenha se dado juntamente com a criação dos céus (Gn 1:1). Pode ser que tenham
sido criados por Deus imediatamente após a criação dos céus e antes da criação
da terra, pois de acordo com Jó 38:4-7, rejubilavam todos os filhos de Deus
quando Ele lançava os fundamentos da terra. Que os anjos não existem desde a
eternidade é mostrado pelos versículos que falam de sua criação (Ne 9:6, Sl
148:2,5; Cl 1:16). Embora não seja citado número definido na Bíblia,
acredita-se que a quantidade de anjos é muito grande (Dn 7:10; Mt 26:53; Hb
12:22).
3. A
natureza dos anjos
3.1-
São seres espirituais e incorpóreos.
Os
anjos são descritos espíritos, porque diferentes dos homens, eles não estão
limitados às condições naturais e físicas. Aparecem e desaparecem, e
movimenta-se com uma rapidez imperceptível sem usar meios naturais. Apesar de
serem espíritos, têm o poder de assumir a forma de corpos humanos a fim de
tornar visível sua presença aos sentidos do homem (Gn 19:1-3).
Que os
anjos são incorpóreos está claro em Ef 6.12, onde Paulo diz que “a nossa luta
não é contra a carne nem sangue, e sim contra os principados e potestades,
contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do
mal, nas regiões celestes”. Outras referências: Sl 104:4; Hb 1:7,14; At 19:12;
Lc 7:21; 8:2; 11:26; Mt 8:16; 12.45. Não têm carne nem ossos e são invisíveis
(Cl 1:16).
3.2-
São um exército e não uma raça.
As
Escrituras ensinam que o casamento não é da ordem ou do plano de Deus para os
anjos (Mt 22:30; Lc 20:34 -36), portanto não se caracteriza uma raça. No Velho
Testamento por cinco vezes os anjos são chamados de “filhos de Deus” (Gn 6:2,4;
Jó 1:6; 2:1; 38:7) mas nunca lemos a respeito dos “filhos dos anjos”. Os anjos
sempre são descritos como varões, porém na realidade não tem sexo, não propagam
sua espécie (Lc 20:34-35).
Várias
passagens das Escrituras indicam que há um número muito grande de anjos (Dn
7:10; Mt 26:53; Sl 68:17; Lc 2:13; Hb 12:22), e são repetidamente mencionados
como exércitos do céus ou de Deus. No Getsêmani, Jesus disse a um discípulo que
queria defendê-los dos que vieram prendê-lo: “Acaso pensas que não posso rogar
ao meu pai, e ele me mandaria neste momento mais de doze legiões de anjos”? (Mt
26:53). Portanto, seu criador e mestre é descrito como “Senhor dos Exércitos”.
É
evidente que eles são criaturas e portanto limitados e finitos. Apesar de terem
mais livre relação com o espaço e o tempo do que o homem, não podem estar em
dois ou mais lugares simultaneamente.
3.3-
São seres racionais morais e imortais.
Aos
anjos são atribuídas características pessoais; são inteligentes dotados de
vontade e atividade. O fato de que são seres inteligentes parece inferir-se
imediatamente do fato de que são espíritos (2 Sm 14:20; Mt 24:36, Ef 3:10; 1 Pe
1:12; 2 Pe 2:11). Embora não sejam oniscientes, são superiores ao homens em
conhecimento (Mt 24:36) e por ter natureza moral estão sob obrigação moral; são
recompensados pela obediência e punidos pela desobediência.
A
Bíblia fala dos anjos que permanecerem leais como “santos anjos” (Mt 25:31; Mc
8:38; Lc 9:26; At 10:22; Ap 14:10) e retrata os que caíram como mentirosos e
pecadores (Jo 8:44; 1 Jo 3:8-10).
A
imortalidade dos anjos está ligada ao sentido de que os anjos bons não estão
sujeitos a morte (Lc 20:35-36), além de serem dotados de poder formando o
exército de Deus, uma hoste de heróis poderosos, sempre prontos para fazer o
que o Senhor mandar (Sl 103:20; Cl 1:16; Ef. 1:21; 3:10; Hb 1:14) enquanto que
os anjos maus formam o exército de Satanás empenhados em destruir a obra do
Senhor (Lc 11:21; 2 Ts 2:9; 1 Pe 5:8).
Ilustrações
do poder de um anjo são encontradas na libertação dos apóstolos da prisão (At
5:19; 12:7) e no rolar da pedra de mais de 4 toneladas que fechou o túmulo de
Cristo (Mt 28.2)
4. A
classificação dos anjos
4.1-
Anjos bons e anjos maus
Há
pouca informação sobre o estado original dos anjos. Porém no dia de sua obra
criadora Deus viu tudo quanto fizera, e eis que era muito bom. Pressupõe-se que
todos os anjos tiveram um boa condição original (Jo 8:44; 2 Pe 2:4; Jd 6). Os
anjos bons são chamados “anjos eleitos” (1 Tm 5:21) e evidentemente receberam
graça suficiente para habilitá-los a manter sua posição de perseverança, pela
qual foram confirmados em sua condição e agora são incapazes de pecar . São
chamados também de “santos anjos ou anjos de luz” (2Co 11:14). Sempre
contemplam a face Deus (Lc 9:26), e tem vida imortal (Lc 20:36). Sua atividade
mais elevada é a adoração a Deus (Ne 9:6; Fp 2:9-11; Hb 1:6; Jó 38:7; Is 6:3;
Sl 103:20; 148:2 Ap 5:11).
4.2-
Quatro tipos de anjos bons:
1.
Anjos: Tanto no grego quanto no hebraico a palavra “anjo” significa
“mensageiro”. São exércitos como seres alados (Dn 9:21; Ap 14:6) para nos
favorecer. Desde a entrada do pecado no mundo, eles são enviados para dar
assistência aos herdeiros da salvação (Hb 1:14). Eles se regozijam com a
conversão de um pecador (Lc 15:10), exercem vigilância protetora sobre os
crentes (Sl 34:7; 91:11), protegem os pequeninos (Mt 18:10), estão presentes na
igreja (1 Tm 5:21) recebem aprendizagem das multiformes riquezas da graça de
Deus (Ef 3:10; 1 Pe 1:12) e encaminham os crentes ao seio de Abraão (Lc
16:22,23). A idéia de que alguns deles servem de anjos da guarda de crentes
individuais não tem apoio nas Escrituras. A declaração de Mt 18:10 é geral
demais, embora pareça indicar que há um grupo de anjos particularmente
encarregado de cuidar das criancinhas. At 12:15 tampouco o prova, pois esta passagem
mostra apenas que, naquele período primitivo havia alguns, mesmo entre
discípulos, que acreditavam em anjos guardiães.
Embora
os anjos não constituam um organismo, evidentemente são organizados de algum
modo. Isto ocorre do fato de que ao lado do nome geral “anjo”, a Bíblia emprega
certos nomes específicos para indicar classe de anjos. O termo grego “angelos”
(anjos = mensageiros) também e freqüentemente aplicado a homens (Mt 11:10; Mc
1:2; Lc 7:24; 9:52; Gl 4:14). Não há nas Escrituras um nome geral,
especificamente distintivo, para todos os seres espirituais. Eles são chamados
filhos de Deus, (Jó 1:6; 2:1) espíritos (Hb 1:14), santos (Sl 89:5,7; Zc 14:5;
Dn 8:13), vigilantes (Dn 4:13,17). Contudo, há nomes específicos que indicam
diferentes classes de anjos.
2.
Querubins: São responsáveis pela guarda da entrada do paraíso (Gn 3:24),
observam o propiciatório (Ex 25:18,20; Sl 80:1; 99:1; Is 37:16; Hb 9:5) e
constituem a carruagem de que Deus se serve para descer à terra (2Sm 22:11; Sl
18:10). Como demonstração do seu poder de majestade, em Ez 1º e Ap 4º são
representados simbolicamente como seres vivos em várias formas. Mais do que
outras criaturas, eles foram destinados a revelar o poder, a majestade e a
glória de Deus, e a defender a santidade de Deus no jardim do Éden, no
tabernáculo, no templo e na descida de Deus à terra.
3.
Serafins: Mencionados somente em Is 6:2,6, constituem uma classe de anjos muito
próxima dos querubins. São representados simbolicamente em forma humana com
seis asas cobrindo o rosto, os pés e duas prontas para execução das ordens do
Senhor. Permanecem servidores em torno do trono do Deus poderoso, cantam
louvores a Ele e são considerados os nobres entre os anjos.
4.
Arcanjos: O termo arcanjo só ocorre duas vezes nas escrituras (1 Ts 4:16; Jd
9), mas há outras referências para ao menos um arcanjo, Miguel. Ele é o único a
ser chamado de arcanjo e aparece comandando seus próprios anjos (Ap 12.7) e
como príncipe do povo de Israel (Dn 10:13,21; 12.1). A maneira pela qual Gabriel
é mencionado também indica que ele é de uma classe muito elevada. Ele está
diante da presença de Deus (Lc 1:19) e a ele são confiadas as mensagens de mais
elevada importância com relações ao reino de Deus (Dn 8:16; 9:21).
Obs.:
Principados,
potestades, tronos e domínios: A Bíblia menciona certas classes de anjos que
ocupam lugares de autoridades no mundo angélico, como principados e potestades
(Ef 3:10; Cl 2:10), tronos (Cl 1:16), domínios (Ef 1:21; Cl 1:16) e poderes (Ef
1:21, 1 Pe 3:22). Estes nomes não indicam espécies de anjos, mas diferenças de
classe ou de dignidade entre eles. Embora em Ef 1:21 a referencia parece
incluir tanto anjos bons quanto os maus, nas outras passagens essa terminologia
se refere definitivamente apenas aos anjos maus (Rm 8:38; Ef 6:12; Cl 2:15).
4.3-
Anjos Maus
Os
anjos foram criados perfeitos e sem pecado, e como o homem dotado de livre
escolha. Sob a direção de Satanás, muitos pecaram e foram lançados fora do céu
(2 Pe 2:4; Jd 6). O pecado, no qual eles e seu chefe caíram foi o orgulho.
Alguns tem pensado que a ocasião de rebelião dos anjos foi a revelação da
futura encarnação do Filho de Deus e a obrigação deles o adorarem.
Segundo
as Escrituras, os anjos maus passam o tempo no inferno (2 Pe 2:4) e no mundo,
especialmente nos ares que nos rodeiam. (Jo 12:31; 14:30; 2 Co 4:4; Ap
12:4,7-9). Enganando os homens por meio do pecado, exercem grande poder sobre
eles (2 Co 4:3,4; Ef 2:2; 6:11,12); este poder está aniquilado para aqueles que
são fieis a Cristo, pela redenção que ele consumou (Ap 5:9; 7:13,14).
Os
anjos não são contemplados no plano da redenção (1 Pe 1:12), mas no inferno foi
preparado o eterno castigo dos anjos maus (Mt 25:41).
Os
anjos maus são empregados na execução dos propósitos de Satanás, que são
opostos aos propósitos de Deus, e estão envolvidos nos obstáculos e danos
contra a vida espiritual e o bem estar do povo de Deus.
5. A
queda dos anjos
5.1- O
fato da sua queda
Tudo
nos leva a crer que os anjos foram criados em estado de perfeição. No capitulo
1º de Gênesis, lemos sete vezes que o que Deus havia feito era bom. No ultimo
versículo deste capitulo lemos “Viu Deus tudo o quanto fizera, e eis que era
muito bom”. Isso certamente inclui a perfeição dos anjos em santidade quando
originalmente criados. Algumas pessoas acham que Ez 28:15 se refere a Satanás.
Se for assim, ele é definitivamente mostrado como tendo sido criado perfeito.
Mas diversas passagens mostram alguns dos anjos como maus (Sl 78:49; Mt 25:41;
Ap 9:11; Ap 12:7-9). Isto se deve ao fato de terem deixado seu próprio
principado e habitação apropriada (Jd 6) e pecado (2 Pe 2:4). Não há duvida que
Satanás tenha sido o chefe da apostasia. Is 14:12 e Ez 28:15-17 parece lamentar
a sua queda.
5.2- A
época de sua queda
Nas
Escrituras não há referência de quando ocorreu a queda dos anjos, mas deixa
claro que se deu antes da queda do homem, já que Satanás entrou no jardim na
forma de serpente e induziu Eva a pecar (Gn 3).
5.3- A
causa de sua queda.
De
acordo com as Escrituras o universo e a criatura eram originalmente perfeitos.
A criatura tinha originalmente a capacidade de pecar ou não. Ela foi colocada
na posição de poder fazer qualquer uma das duas coisas sem ser obrigada a optar
por uma delas. Em outras palavras, sua vontade era autônoma.
Portanto,
conclui-se que a queda dos anjos se deu devido a sua revolta deliberada e
autodeterminada contra Deus. Grande prosperidade e beleza parecem ser apontadas
como possíveis causas. Em Ez 28:11-19, o rei de Tiro parece simbolizar Satanás
e diz-se que ele caiu devido a essas coisas.
Ambição
desmedida e o desejo de ser mais que Deus parecem ser outra causa. O rei da
Babilônia é acusado de ter essa ambição, ele também parece simbolizar Satanás
(Is 14.13-14).
Em
qualquer um dos casos o egoísmo, descontentamento com aquilo que tinha e o
desejo de ter tudo o que os outros tinham, foi a causa da queda de Satanás e de
outros anjos que o seguiram.
5.4- O
resultado de sua queda
Todos
eles perderam a sua santidade original e se tornaram corruptos em natureza e
conduta (Mt 10:1; Ef 6: 11-12; Ap 12:9);
Alguns
deles foram lançados no inferno e estão acorrentados até o dia do julgamento (2
Pe 2:4);
Alguns
deles permanecem em liberdade e trabalham em definida oposição à obra dos anjos
bons (Ap 12:7-9; Dn 10:12,13,20,21; Jd 9);
Pode
também ter havido um efeito sobre a criação original. A terra foi amaldiçoada
ao pecado de Adão (Gn 3:17-19) e a criação está gemendo por causa da queda (Rm
8:19-22). Não é improvável, portanto, que o pecado dos anjos tenha tido algo a
ver com a ruína da criação original no capítulo 1º de Gênesis;
Eles
serão, no futuro, atirados para a terra (Ap 12:8-9), e após seu julgamento (1
Co 6:3), no lago de fogo e enxofre (Mt 25:41; 2 Pe 2:4; Jd 6).
Os
demônios
As
Escrituras não descrevem a origem dos demônios. Essa questão parece ser parte
do mistério que rodeia a origem do mal. Porém, as Escrituras dão claro
testemunho da sua existência real e de sua posição (Mt 12:26-28). Nos
Evangelhos aparecem os espíritos maus desprovidos de corpos, que entram nas
pessoas, das quais se diz que têm demônios. Os efeitos desta possessão se
evidenciam por loucura, epilepsia e outras enfermidades, associadas
principalmente com o sistema mental e nervoso (Mt 9:33; 12:22; Mc 5:4,5). O
indivíduo sob a influência de um demônio não é senhor de si mesmo; o espírito
fala através de seus lábios ou emudece à sua vontade; leva-o aonde quer e
geralmente o usa como instrumento, revestindo-o às vezes de uma força
sobrenatural.
Quando
examinam as Escrituras, algumas pessoas ficam em dúvida se os demônios devem
ser classificados juntamente com os anjos ou não; mas não há dúvida de que na
Bíblia, há ensino positivo concernente a cada um dos dois grupos.
Ainda
que alguns falem em “diabos”, como se houvesse muitos de sua espécie, tal
expressão é incorreta. Há muitos “demônios”, mas existe um único “diabo”. Diabo
é a transliteração do vocábulo grego “diabolos”, nome que significa “acusador”
e é aplicado nas Escrituras exclusivamente a Satanás. “Demônio” é a
transliteração de “daimon” ou “daimonion”.
6.1- A
natureza dos demônios
São
seres inteligentes (Mt 8:29,31; 1 Tm 4:1-3; 1 Jo 4:1 e Tg 2:19), possuem
características de ações pessoais o que demonstra que possuem personalidade (Mc
1:24; Mc 5:6,7; Mc 8:16; Lc 8:18-31);
São
seres espirituais (Lc 9:38,39,42; Hb 1:13,14; Hb 2:16; Mt 8:16; Lc 10:17,20);
São
reputados idênticos aos espíritos imundos, no Novo Testamento;
São
seres numerosos (Mc 5:9) de tal modo que tornam Satanás praticamente ubíquo por
meio desses seus representantes;
São
seres vis e perversos – baixos em conduta (Lc 9:39; Mc 1:27; 1 Tm 4:1; Mt 4:3);
São
servis e obsequiosos (Mt 12:24-27). São seres de baixa ordem moral, degenerados
em sua condição, ignóbeis em suas ações, e sujeitos a Satanás.
6.2- As
atividades dos demônios
Apossam-se
dos corpos dos seres humanos e dos irracionais (Mc 5:8, 11-13);
Afligem
aos homens mental e fisicamente (Mt 12:22; Mc 5:4,5);
Produzem
impureza moral (Mc 5:2; Ef 2:2);
7 –
SATANÁS
7.1-
Sua origem
Alguns afirmam
que Satanás não existe, mas observando-se o mal que existe no mundo, é lógico
que se pergunte: “Quem continua a fazer a obra de Satanás durante a sua
ausência, se é que ele não existe?”
Satanás
aparece nas Escrituras como reconhecido chefe dos anjos decaídos. Ele era
originalmente um dos poderosos príncipes do mundo angélico, e veio a ser o
líder dos que se revoltaram contra Deus e caíram. De acordo com as Escrituras,
Satanás era originalmente Lúcifer (“o que leva a luz”), o mais glorioso dos anjos.
Mas ele orgulhosamente aspirou a ser “como o Altíssimo” e caiu “na condenação
(Ez 28:12,19; Is 14: 12-15). O nome “Satanás” revela-o como “o adversário”, não
do homem em primeiro lugar, mas de Deus. Ele investe contra Adão como a coroa
da produção de Deus, forja a destruição, razão pela qual é chamado Apolion
(destruidor), Ap 9:11, e ataca Jesus, quando Este empreende a obra de
restauração. Depois da entrada do pecado no mundo ele se tornou “diabolos”
(acusador), acusando continuamente o povo de Deus, Ap 12:10. Ele é apresentado
nas Escrituras como o originador do pecado (Gn 3:1,4; Jo 8:44; 2 Co 11:3; 1 Jo
3:8; Ap 12:9; 20:2,10) e aparece como reconhecido chefe dos que caíram (Mt
25:41; 9:34; Ef 2:2). Ele continua sendo o líder das hostes angélicas que arrastou
consigo em sua queda, e as emprega numa desesperada resistência a Cristo ao seu
reino. É também chamado “príncipe deste mundo” (Jo 12:31; 14:30; 16:11) e até
mesmo “deus deste século” (2 Co 4:4). Não significa que ele detém o controle do
mundo, pois Deus é quem o detém, e Ele deu toda autoridade a Cristo, mas o
sentido é que Satanás tem sob controle este mundo mau, o mundo naquilo em que
está separado de Deus (Ef 2:2).
Ele é
mais que humano, mas não é divino; tem poder, mas não é onipotente; exerce influência
em grande escala, mas restrita (Mt 12:29; Ap 20:2), e está destinado a ser
lançado no abismo (Ap 20:10).
7.2-
Seu caráter:
Presunçoso
(Mt 4:4,5);
Orgulhoso
(1 Tm 3:6; Ez 28:17);
Poderoso
(Ef 2:2);
Maligno
(Jó 2:4);
Astuto
(Gn 3:1; 2 Co 11:3);
Enganador
(Ef 6:11);
Feroz e
cruel (1 Pe 5:8).
7.3-
Suas atividades:
1. A
natureza das atividades:
Perturbar
a obra de Deus (1 Ts 2:18);
Opor-se
ao Evangelho (Mt 13:19; 2 Co 4:4);
Dominar,
cegar, enganar e laçar os ímpios (Lc 22:3; 2 Co 4:4; Ap 20:7,8; 1 Tm 3:7);
Afligir
e tentar os santos de Deus (1 Ts 3:5).
2. O
motivo de suas atividades: Ele odeia até a natureza humana com a qual se
revestiu o Filho de Deus. Intenta destruir a igreja porque ele sabe que uma vez
perdendo o sal da terra o seu sabor, o homem torna-se vítima nas suas mãos
inescrupulosas.
3. Suas
atividades são restritas: Ao mesmo tempo que reconhecemos que Satanás é forte,
devemos ter cuidado de não exagerar o seu poder. Para aqueles que crêem em
Cristo, ele já é um inimigo derrotado (Jo 12:31), e é forte somente para
aqueles que cedem à tentação. Apesar de rugir furiosamente ele é covarde (Tg
4:7). Não pode tentar (Mt 4:1), afligir (1 Ts 3:5), matar (Jó 2:6), nem tocar
no crente sem a permissão de Deus.
7.4-
Sua atuação
Não
limita sua operações aos ímpios e depravados. Muitas vezes age nos círculos
mais elevados como “um anjo de luz” (2 Co 11:14). Deveras, até assiste às
reuniões religiosas, o que é indicado pela sua presença no ajuntamento dos
anjos (Jó 1:6), e pelo uso dos termos “doutrina de demônios” (1 Tm 4:1) e “a
sinagoga de Satanás” (Ap 2:9). Freqüentemente seus agentes se fazem passar como
“ministros de justiça” (2 Co 11:15).
7.5-
Sua derrota:
Deus
decretou sua derrota (Gn 3:14,15). No princípio foi expulso do céu; durante a
grande tribulação será lançado da esfera celeste à terra (Ap 12:7-9); durante o
milênio será aprisionado no abismo (Ap 20:1-3), e depois de mil anos será
lançado no lago de fogo (Ap 20:10). Dessa maneira a Palavra de Deus nos
assegura a derrota final do mal.
Bibliografia:
Teologia
Sistemática – 3ª edição – 1990
Louis
Berkhof
Angeologia
2
INTRODUÇÃO
Muito
se tem escrito no mundo secular e religioso acerca dos anjos, explorando a
credulidade de pessoas espiritualmente carentes e supersticiosas, induzindo-as
à conceitos errados e falsos sobre o mundo espiritual. Nestas lições,
procuraremos esclarecer a verdade e a realidade do assunto segundo a revelação
feita pela Bíblia Sagrada.
As
Escrituras ensinam que há uma ordem de seres celestiais distinto da humanidade
e da divindade. Quando consideramos os anjos, como em outras divisões da
teologia sistemática, existe um vastíssimo campo para uso da razão, porque
desde que o universo foi ordenado, esses seres entram em foco e continuarão
presente pela eternidade.
Os
Anjos não são humanamente visíveis, cremos na veracidade da sua existência e
cremos em tudo quanto a Bíblia afirma a seu respeito. Há um processo ordenado
na história da criação que apresenta-se em três fases distintas como segue:
l. A
criação das coisas espirituais.
Jó 38:
1 – 7 Deus ao responder para Jó, que, quando os anjos foram criados nem o mundo
material havia sido criado.
2. A
criação das coisas materiais.
A criação
material abrange todo o universo onde sua extensão nos dá uma visão da grandeza
de Deus.
3. A
criação da vida sobre a terra.
Deus
formou o homem com uma vida material em combinação com o imaterial. Os anjos
são apenas seres espirituais e os homens são seres espirituais e materiais.
DEFINICÕES
O
vocábulo “ANJO” tal qual aparece nas versões correntes, vem de um termo
hebraico “MAL’ AKH” (malaque), no grego foi traduzido como” ANGELLOS”
Em
ambos os testamentos o termo ” ANGELLOS” tem o significado de MENSAGEIROS DE
DEUS.
ANGELOLOGIA
= ANGELLOS + LOGIA
ANGELLOS
= ANJOS
LOGIA =
ESTUDO
Portanto,
ANGELOLOGIA significa ” Doutrina dos anjos “
I NOMES
APLICADOS AOS ANJOS
O termo
anjo aplica-se a todas as ordens dos espíritos criados por Deus (Hb 1.14).
Existem muitas outras citações similares com outros apelativos que expressam o
mesmo significado.
O termo
Anjo expressa todo ser celestial criado por Deus.
Gênesis
3: 24 – Querubim
Gênesis
18: 2 – Varão
Josué
5: 13 – 15 – Príncipes
Isaías
6: 2 – Serafim
Jó 1: 6
– Filhos de Deus
Salmos
104: 4 – Ministros
Efésios
1: 20-21 – Principados Potestades Domínios
Hebreus
1:14 – Espíritos Ministradores
Judas 9
– Arcanjo
II- A
CRIAÇÃO DOS ANJOS
Os
anjos são reais.
Eles
exercem atividades importantes no mundo espiritual, mas não são independente
nessas atividades, pois as fazem dentro dos limites a que foram criados.
A
Bíblia fala da manifestação dos anjos na obra da criação do mundo físico (Jó
38.6,7). Eles estavam presentes quando Moisés recebeu de Deus as tábuas da Lei
(Hb.2.2);
No
nascimento de Jesus (Lc 2.13); Na ressurreição de Cristo (Mt 28.2; Lc 24.4,5);
na ascenção de Cristo (At l.10). Quando foram servir ao Senhor Jesus no deserto
da tentação (Mt 4.11 ).
Sua
manifestação é incorpórea; eles são seres espirituais e morais. A realidade dos
anjos se comprova mediante os atributos de personalidade que eles demonstram
falando, pensando, sentindo e decidindo.
Entretanto,
os demônios, que são anjos caídos da graça de Deus, tomam para se incorporarem corpos
de pessoas vivas ou de animais, e por essas possessões materiais, se
manifestam. Os anjos de Deus não tomam outros corpos para se manifestarem, mas
tomam formas de pessoas humanas visíveis para se fazerem manifestos. ( I Cor.
15: 40 – 44 )
Anjos
não são meros espíritos sem corpos. Como podemos saber através da declaração do
Nosso Senhor de que os filhos da ressurreição serão iguais aos Anjos.
São
revestidos de corpos espirituais tais como os que nos são prometidos se formos
havidos por dignos de alcançar a ressurreição ( Fil. 3: 21 ). O corpo
espiritual corresponde ás necessidades da vida espiritual. No arrebatamento o
nosso corpo não será o mesmo corpo terreno e corrupto mas espiritual que
participará da natureza espiritual.
2.
Existem anjos bons e maus. Na criação original dos anjos, não houve essa
classificação entre bons e maus. A Bíblia declara que os anjos foram criados no
mesmo nível de justiça bondade e santidade (2 Pe 2.4; Jd 5).
O que
define entre bons e maus é o fato de que foram criados como seres morais com
livre-arbítrio, e daí, a liberdade de escolha consciente entre o bem e o mal. A
queda de Lúcifer deve-se a esta condição moral dos anjos (Is 14.12-16;Ez
28.12-19).
A
Bíblia fala acerca dos anjos que pecaram contra o Criador e não guardaram a sua
dignidade (2 Pe 2.4; Jd 6; Jó 4.18-21 ). Aos anjos que não pecaram e não
seguiram a Lúcifer, Deus os exaltou e os confirmou em sua posição celestial e
para sempre estarão na sua presença, contemplando e executando a vontade do
Criador (1 Tm 5.21; Mt 18.10).
3. A
habitação dos anjos. Ao estudarmos as várias classes angelicais, entendemos que
estas são distintas por várias atividades e se manifestam no vastíssimo espaço
das “regiões celestiais”. A Bíblia declara ainda que os anjos de Deus são organizados
em milícias espirituais que povoam os céus e são distribuídos em distintas
ordens e graus (Lc 2.13; Mt 26.53). Trata-se, portanto, de uma habitação numa
dimensão celestial.
4. O
número de anjos. A quantidade existente de anjos é única e incontável, porque
desde que foram criados não foram aumentados nem diminuídos. Eles não procriam
e foram criados de uma vez pelo poder da Palavra de Deus. ( Marcos 12: 25 )
O
propósito do sexo é a reprodução do ser humano, essa necessidade não existe no
meio celestial, portanto são assexuais ou seja não possuem sexo.
A
Bíblia utiliza expressões variadas para designar “milhares de milhares “,
“multidão dos exércitos celestiais “, “muitos milhares de anjos” (Ap 5.11; Dn
7.10; Dt 33.2; Hb 12.22; Lc 2.13). É impossível determinar o número de anjos
porque é incontável e é o mesmo número em todos os tempos, desde que foram
criados (Sl 148.2-5).
Eles
foram criados em multidões que ultrapassam nossa imaginação.
Os
Anjos são filhos de Deus numa condição original, visto que Deus os criou. (
Col. 1: 16 )
Esta
passagem nos traz informações de que há no mundo invisível grande variedade de
seres celestiais, da qual nosso mundo visível é uma pálida reprodução, ou seja
Deus não criou somente uma classe de Anjo.
III –
NATUREZA GERAL DOS ANJOS
1. Os
anjos são criaturas. No princípio de todas as coisas, antes da criação do mundo
físico, Deus criou os anjos. A expressão “exército do céu”, dependendo do
contexto, pode ter duas interpretações. Em Gênesis 2.1, Salmos 33.6 e Neemias
9.6, refere-se aos anjos.
É
impossível fixar o tempo em que foram criados os anjos, mas a resposta de Deus
a Jó declara que eles foram criados antes de todas as outras coisas(Jó 38.4,7)
2.Os
anjos são seres espirituais. Os corpos espirituais não possuem limitações
físicas, por isso a “lei da gravidade” não exerce qualquer influência ou poder
sobre coisas espirituais. Por serem superiores à matéria, os anjos podem tomar
formas humanas para se fazerem perceptíveis aos sentidos físicos do homem, se
houver necessidade. Não sofrem ação da natureza ( Juízes 13: 19 – 20 )
Hebreus
1:14 Não são porventura todos eles espíritos ministradores, enviados para
servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação?
Não
envelhecem Marcos 16: 5
Porque
não envelhecem? Não sofrem a ação do tempo
Várias
aparições de anjos feitas a Abraão, Ló, Jacó, Josué, Pedro e Paulo são exemplos
indiscutíveis da Bíblia(Gn 18.1-10; 28.10-22 etc) Ainda em nosso tempo, os
anjos aparecem aos servos de Deus na terra.
3. Os
anjos são seres poderosos. O salmista os descreveu como “valorosos em poder”
que executam as ordens de Deus e lhe obedecem (Sl 103.20) .
II
Pedro2: 11 Enquanto os Anjos, sendo maiores em força e …
Quando
os pais de Sansão levantaram um altar ao Senhor, um anjo desceu sobre as chamas
do altar sem sofrer qualquer dano(Jz 13.19,20).
Um só
anjo matou a 185 mil soldados do exército assírio (Is 37.36). Um só anjo
destruiu com fogo as cidades de Sodoma e Gomorra (Gn 19). Um só anjo removeu a
pedra do sepulcro onde Jesus foi sepultado, quando se exigia vários homens para
remover aquela enorme pedra(Mt 28.2) Embora os anjos tenham poderes, eles são
limitados (2 Sm 24.16; Ap 18.1,21; Gn 19.13).
Seus
poderes sobrepujam grandemente aos dos homens, entretanto estes poderes são
estritamente limitados.
Poder
sobrenatural Atos 12: 7 – 10; Mateus 28: 2; II Reis 19 :35
Poder
sobre a natureza Apocalipse 7: ; Apocalipse 14 :18; Apocalipse 16: 5
4 Os
anjos são seres pessoais. Na experiência com os homens, os anjos falam,
orientam, ouvem e determinam. A Bíblia dá a entender que os anjos possuem uma
inteligência superior à dos homens, mas não igual ou superior à de Deus (2 Sm
14.20; 1 Pe 1.12) Dotados de sentimentos, anjos podem experimentar emoções
quando rendem culto a Deus (Sl 148.2) .
Eles
conhecem suas limitações e se contentam com tudo o que fazem e podem fazer (Mt
24.36).
5.Os
anjos são seres imortais. Os homens podem morrer, mas os anjos são espíritos
imortais (Lc 20.34-36). Significa que eles não estão sujeitos à dissolução, ou
putrefação orgânica, visto que seus corpos são imateriais. A imortalidade
deriva da pura espiritualidade.
N.B.
Imortalidade é diferente de Eternidade.
III.
CARACTERÍSTICAS ESPECIASIS
O
Senhor deu aos anjos conhecimento, poder e mobilidade mais elevados do que aos
homens. Por esses elementos descobrimos algumas características especiais
capazes de fazer-nos compreender alguns aspectos da revelação bíblica e das
relações pessoais com os homens.
Santidade
No Apocalipse, os anjos são identificados como santos. Isto implica em que eles
foram colocados em estados eterno de santidade (Ap. 14.10).
Outros
textos das Escrituras os identificam como “santos” (Mt 25.31; Mc 8.38; Lc 9.26;
At 10.22) para os distinguir dos anjos caídos Jo 8.44 e 1 Jo 3.8-10.
Reverência
Uma das características principais das atividades angelicais é o louvor e a
adoração (Sl 29.1,2; 89.7; 103.30; 148.2). Jesus declarou que os anjos de Deus
sempre estão na presença do Pai e vêm a sua face (Mt 18.10).
De modo
geral, todos os anjos de Deus o louvam e o adoram, mas há uma classe específica
das hostes angelicais cuja função principal é louvar e adorar a Deus.
Reverência é respeito e veneração marcado pelo temor. Esse temor não é medo,
mas significa reconhecimento do poder superior de Deus. Serviço.
O autor
da Epístola aos Hebreus denomina os anjos de “espíritos ministradores” (Hb
1.14), indicando que eles exercem serviços especiais aos interesses do Reino de
Deus.
Os
anjos executam a vontade de Deus O próprio sentido da palavra “anjo” é mensageiro.
Portanto, é função precípua dos anjos servir aos interesses de Deus,
obedecendo-lhe em toda a sua soberana vontade. Mais uma vez o autor de Hebreus
indica essa função angelical de serviço quando diz: “Ainda quanto aos anjos,
diz: Aquele que a seus anjos faz ventos e a seus ministros labaredas de
fogo”(Hb 1.7). Os escritor sagrado os destaca como “ministros” para identificar
o serviço que prestam a Deus em favor dos santos em Cristo.
Os
anjos cuidam e protegem os fiéis Há um texto nos Salmos que declara que “o anjo
do Senhor acampa-se ao redor dos que o temem e os livra”(Sl 34.7). Elias,
ameaçado de morte pela rainha Jesabel, mulher de Acabe, precisou fugir da
cidade para escapar com vida. Elias fugiu para o deserto e assentou-se debaixo
de uma pequena árvore chamada zimbro. Estava triste e decepcionado, por isso,
pediu a morte. Deitado debaixo daquele zimbro, veio um anjo da parte de Deus e
o tocou e lhe disse: “Levanta-te e come. E olhou, e eis que à cabeceira estava
um pão cozido sobre brasas, e uma botija de água; e comeu, e bebeu e tornou a
deitar-se. E o anjo do Senhor tornou segunda vez, e tocou-o, e disse:
Levanta-te e come, porque mui comprido te será o caminho”(1 Rs 19.5-7)
Os
anjos punem os inimigos de Deus Os inimigos de Deus agem de muitas maneiras,
mas nada passa despercebido pelo Senhor. Houve um rei da Assíria, chamado
Senaqueribe, que desafiou ao Deus de Ezequias, rei de Judá. Imediatamente Deus
enviou um anjo poderoso o qual destruiu o exército assírio de 185 mil soldados.
Para preservar o seu povo e o seu nome, Deus puniu aqueles inimigos (2 Rs
19.35). No período dos juízos finais da história da humanidade, os anjos serão
os emissários de Deus para executarem o seu juízo contra aqueles que rejeitam a
Jesus como Salvador do mundo e se constituem em inimigos declarados do soberano
Senhor (mt 13.50).
OUTRAS
CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS
Alguns
possuem asas Êxodo25: 20, Isaías 6: 2-6
N.B. Na
esfera espiritual as asas não são órgãos necessários para voar. Daniel 9:
21-Atos 1: 9
Protetor
II Reis 6 :17
Influenciam
nos pensamentos Joâo 13: 2
Muito
rápido Daniel 9: 21
Não são
Oniscientes Gênesis 19 :12; Marcos 13 :32
Submisso
II Samuel 24: 16
Não
aceitam adoração Apocalipse 19: 10
Regozijam
Lucas 15: 7 – 10
Servem
Salmo 103: 20
Observam
I Coríntios 4: 9; Efésios 3: 9 – 10
Recebem
nosso espírito Lucas 16: 22
Reunirão
os escolhidos Mateus 24: 31
IV –
CLASSIFICAÇÃO ANGELICAL
No
tocante à categoria ou classificação Angelical, as Escrituras dão testemunhos
mais abundante, citando seus postos e até funções. Cada aspecto da
personalidade dos Anjos foi estabelecido pelo Criador, isto é, cada Anjo em si
mesmo se contenta com aquilo que é.
A
organização angelical abrange as várias categorias ou classes de anjos. À
semelhança das organizações políticas existentes no mundo, com graduações e
poderes maiores e menores, as cortes angelicais também possuem a sua
hierarquia. Estudaremos o assunto de um modo genérico, mas obedecendo a uma
certa ordem.
1 – UMA
HIERARQUIA
A
Bíblia dá a entender que os anjos de Deus se acham organizados de forma
hierárquica, isto é‚ numa forma de graduação, de autoridade. Essa graduação ‚
destacada pelo tipo de atividade que os anjos exercem em todo o Universo e na
presença de Deus.
O
ARCANJO MIGUEL
A
palavra “arcanjo” representa a mais elevada posição na hierarquia angelical. O
prefixo “arc”, do grego “arch”, sugere tratar-se de um chefe, um príncipe, um
primeiro- ministro.
Entre
os livros apócrifos, existe o livro de Enoque, que apresenta sete arcanjos, a
saber: Uriel, Rafael, Raquel, Saracael, Miguel, Gabriel e Remiel. Mas o único
nome dessa lista que aparece nos livros canônicos da Bíblia que usamos é o do
arcanjo Miguel.
Judas 9
Mas o Arcanjo Miguel, quando contendia com o diabo, e disputava a respeito do
corpo de Moisés, não ousou pronunciar juízo de maldição contra ele, mas disse O
Senhor te repreenda.
Esse
arcanjo se destaca biblicamente como uma espécie de administrador e protetor
dos interesses divinos em relação a Israel) ( Dn 12.1). O arcanjo Miguel ‚
denominado ” príncipe dos filhos de Israel ” porque é o guardião dessa nação.
Daniel
10:13 … e eis que Miguel, um dos primeiros Príncipes, veio para ajudar-me.
Miguel
sempre aparece em conotação com Israel, trazendo a imagem de um guerreiro.
Daniel
12 :1 E naquele tempo se levantará Miguel, o grande príncipe, que se levanta
pelos filhos de teu povo,
Na
visão apocalíptica e escatológica que João teve na Ilha de Patmos, o arcanjo
Miguel surgirá como o grande comandante dos exércitos celestiais contra as
milícias satânicas, representadas pelo dragão, símbolo de Satanás (Ap 12.7-12).
Na vinda pessoal de Jesus Cristo, na primeira fase de convocação dos remidos do
Senhor, a escritura não dá nome ao arcanjo, mas declara que a voz do arcanjo
será ouvida pelos mortos santos, os quais ressuscitarão e se levantarão de suas
sepulturas para ir ao encontro do Senhor nos ares (I Ts 4.16).
O ANJO
GABRIEL
Lucas
1:19 E, respondendo o anjo, disse-lhe: Eu sou Gabriel, que assisto diante de
Deus, e fui enviado a falar-te e dar – te estas alegres novas.
Gabriel
significa o ” Varão de Deus “
É
primordialmente o mensageiro da misericórdia e da promessa de Deus.
Ele
aparece 4 vezes na Bíblia e em todas aparece trazendo boas noticias.
Daniel
8 :16, Daniel 9 :21 — Lucas 1:19, Lucas 1:26
Gabriel
também é visto como um Embaixador Celestial, em razão de suas aparições terem
caráter especial de um embaixador:
–
Trouxe a Daniel a noticia do futuro de Israel.
–
Avisou Zacarias do nascimento de João Batista
–
Trouxe ao mundo a notícia do nascimento de Jesus Cristo.
Gabriel
é tido como um anjo de elevado poder angelical, da mais alta confiança da corte
celestial.
OS
QUERUBINS
Essa
classe de anjos criados por Deus se destaca pela ligação que eles têm com o
trono de Deus. A palavra querubim, no original hebraico “querub” , tem o
sentido de guardar, cobrir.
Eles
aparecem pela primeira vez na Bíblia em Gênesis no Jardim do Éden para guardar
a entrada oriental a fim de que o homem que havia pecado contra o seu Criador
não tivesse acesso ao caminho da árvore da vida.
Gênesis
3: 24 E havendo lançado fora o homem, pôs Querubins ao oriente do Jd. Eden.
O que
aprendemos acerca dos querubins‚ é que eles possuem uma posição elevada na
corte celestial e estão diretamente ligados ao trono de Deus (I Sm 4.4; II Rs
19.15; Sl 80.1; 99.1; Is 37.16). Em Ezequiel 10, os querubins aparecem cheios
de olhos e o trono de Deus está acima deles. ( Significa a onividência de Deus
)
A
ligação dos querubins com o trono de Deus nos ensina que eles guardam o acesso
á presença de Deus.
Sua
função, é proteger, para que o pecado não venha poluir a santa presença de
Deus.
Novamente
encontramos estes seres como protetor sobre a arca da aliança (representa a
presença de Deus) Só nos é possível entrar no Santo dos Santos ou ” Lugar
Santíssimo ” com o sangue da aliança em nossas vidas (Hb 10.19-22).
Êxodo25:
20 Os Querubins estenderão as suas asas por cima, cobrindo com as suas asas o
propiciatório; as faces deles uma de fronte da outra; as faces dos Querubins
estarão voltadas para o propiciatório.
Em
outros textos encontramos os Querubins representando as coisas celestiais e
sempre associado à Glória de Deus.
Salmos
99:1 O Senhor reina; tremam as nações; ele está entronizado entre os
Querubins;…
Hebreus
9: 5 E sobre a Arca os Querubins da glória…
Ezequiel
9: 3a, 10: 2b E a Glória do Deus de Israel se levantou do querubim sobre o qual
estava…
OS
SERAFINS
O
vocábulo serafim deriva do “saraph” e significa ardente, refulgente ou
brilhante, nobres ou afogueados. Esta classe de anjos aparece uma só vez na
Bíblia em Isaías 6.1-3. Alguns escritores judeus tem procurado sustentar que os
Serafins são brilhantes.
Isaías
6: 2 Os Serafins estavam acima dele; cada um tinha seis asas com duas cobriam
seus rostos, e com duas cobriam os seus pés e com duas voavam.
Nesta
escritura, os serafins estão intimamente ligados ao serviço de adoração e
louvor ao Senhor. Nesse serviço, eles promovem, proclamam e mantém a santidade
de Deus. O termo Serafim fala de adoração incessante, do seu ministério de
purificação.
Na
visão de Isaías, os serafins são representados como tendo seis asas. As asas de
cada serafim tinham funções específicas. Com duas asas cobriam o rosto, numa
atitude de reverência perante o Senhor. Com as outras duas asas cobriam os pés,
falando de santidade no andar diante de Deus, e com as duas últimas asas, eles
voavam. Essa visão de seres alados não significa que todos os anjos,
obrigatoriamente, têm de Ter asas. As asas desses serafins tinham por objetivo
mostrar ao profeta a capacidade de movimento e locomoção dos anjos para
realizarem a vontade de Deus. É uma forma materializada que os seres
espirituais usam para serem compreendidos, porque, de fato, os anjos são
incorpóreos.
Isaías
6: 3 E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, santo, santo é o Senhor dos
exércitos; toda terra está cheia da sua Glória.
Seu
louvor constantemente é dirigido à Trindade. Santo ( Deus), Santo ( Jesus),
Santo ( E. Santo)
Neste
texto devemos observar o pronome ( nós ) no verso 8.
Isaías
6: 4 E os umbrais das portas se moveram com a voz do que clamava, e a casa se
encheu de fumo.
A
Bíblia nos apresenta ainda mais alguns termos aplicados aos anjos.
Col. 1:
16 porque nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e
as invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam
potestades; tudo foi criado por ele e para ele
Rom. 8:
38 Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem anjos, nem
principados, nem coisas presentes, nem futuras, nem potestades,
Segundo
alguns teólogos a divisão ficaria assim: Tronos, ( querubins e serafins ),
Poderes, ( domínios e potestades), Principados, ( arcanjos e anjos comuns ).
Apresentaremos
uma classificação segundo a ordem dos textos Cl 1.16 e Rm 8.38 , sem nos preocupar
com uma ordem definitiva.
TRONOS
(Cl
1.16) Conforme está no original grego, “thronoi” tem um sentido especial porque
se refere a uma classe de anjos que está diretamente ligada à majestade e
soberania de Deus.
É
possível que os “querubins” estejam diretamente ligados a esse tipo de
atividade real, pois alguns textos identificam os querubins como os seres sobre
os quais Deus está assentado e reinando ( I Sm. 4.4 ; II Rs 19.14 ; Sl 80.1 ;
99.1).
Quiséramos
ser os “tronos” de Deus! Entretanto, Deus ostenta sua glória através de nós
mediante a permanência do Espírito Santo em nosso ser.
DOMÍNIOS
(Cl
1.16) . Em algumas versões, o termo grego “kuriothes” ou “kuriotethoi” tem o
sentido de soberanias ou dominações (Ef 1.21).
A
classe especial de anjos dominadores tem como função principal executar as
ordens de Deus sobre as coisas criadas. Paulo diz que esses anjos executam as
ordens divinas sob autoridade de Cristo.
Subentende-se
pelo contexto doutrinário do papel dos anjos, que essa classe denominada
“dominadores” age de forma executiva sobre o Universo e sobre determinadas
esferas espirituais.
PRINCIPADOS
(Cl
1.16). Mais uma vez aquelas categorias especiais dos querubins e serafins se
confundem com essas classificações de tronos, domínios, principados e
potestades. Por isso, é difícil estabelecer uma ordem específica; porém, o que
está revelado acerca dessas classes de anjos nos é suficiente para entender a
sua importância e o seu ministério.
A
palavra “principados” no grego bíblico é “archai”, e refere-se a uma classe de
anjos que têm poderes de príncipes. Nos reinos terrestres, os principados regem
sobre territórios pertencentes ao reino.
Podemos
ver isto na história de Lúcifer, o qual havia sido estabelecido como “querubim
ungido para proteger” e estava no monte santo antes de sua queda. Ao mesmo
tempo, parece-nos que sua posição de “querubim” é fortalecida e acrescida por
outra posição de “principado”. Supõe-se que ele governava o planeta na posição
de “principado”, e só perdeu essa posição quando se rebelou contra o Criador e
Senhor (Is 14.13 ; Ez 28.16 ; Ap 12.9).
Devemos
também considerar um outro “príncipe” chamado Miguel , referido na Bíblia como
“um dos primeiros príncipes” de Deus (Dn 10.13).
POTESTADES
(Cl
1.16). Potestades referem-se a anjos especiais que executam tarefas especiais
da parte de Deus. Não se trata de poderes angelicais isolados, mas são chamados
de “potestades” porque foram investidos de uma autoridade especial. Vários
exemplos se destacam na Bíblia das ações poderosas dessa classe de anjos. Um
destes anjos foi enviado por Deus para destruir a cidade de Jerusalém e só
parou sua destruição quando Deus lhe ordenou que guardasse a sua espada (I Cr
21.15-27).
O
salmista Davi destaca anjos que são “magníficos em poder” (Sl 103.20). Isto
revela que esses anjos pertencem a uma classe de seres poderosos, mas não
onipotentes. A onipotência é atributo único do Deus Trino, por isso, nenhuma
criatura jamais teve nem terá poderes totais. A magnitude do poder dessas
potestades se limita ao nível da capacitação dada por Deus para o cumprimento
de suas obrigações.
REINO
DOS ANJOS MAUS
No
estudo de Angelologia não só as Escrituras focalizam os Anjos do bem que
segundo se diz, se movimentam neste vasto reino de luz, mas ela também de igual
modo, nos informa sobre o vasto reino de seres tenebrosos, isto é, o mundo dos
espíritos malignos que se opõem tanto a Deus como à sua obra.
Eles
são chamados tanto no Antigo Testamento como no Novo Testamento, por vários
nomes e títulos que representam suas disposições hostis.
Um
destes seres é Satanás que iremos observar a luz de cada contexto. Vejamos:
Apocalipse
12: 9 E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada o Diabo, e
Satanás, que engana todo mundo; ele foi precipitado na terra, e os seus anjos
foram lançados com ele.
Há
muitos “demônios”, mas existe um único “diabo”. “Diabo” é transliteração do
vocábulo grego “diábolos”, nome sempre usado no singular, que significa
“acusador” e é aplicado nas Escrituras exclusivamente a Satanás. “Demônio” é
transliteração de “daimon” ou “daimonion”, o plural é “daimonia”.
Tanto o
Senhor Jesus Cristo como os escritores do Novo Testamento, usaram este nome
empregando a pessoa de Satanás por muitas vezes.
Sendo Satanás
uma criatura maligna, porque Deus o criou?
Ezequiel
28 :14 Tu eras Querubim ungido para proteger, e te estabeleci; no monte santo
de Deus estavas, no meio das pedras afogueadas andavas.
Quando
Deus o criou, este era perfeito nos seus caminhos, perfeito em formosura, cheio
de sabedoria, era o auge da criação.
1- A
TRANSFORMAÇÃO DESTE QUERUBIM
Ezequiel
28 :18 – 19 Pela multidão das tuas iniquidades, pela injustiça do teu comercio,
profanaste os teus santuários; Eu, pois, fiz sair do meio de ti um fogo, que te
consumiu a ti, e te tornei em cinza sobre a terra, aos olhos de todos os que te
vêem. Todos os que te conhecem entre os povos estão espantados de ti; em grande
espanto te tornaste, e nunca mais serás para sempre.
—
Transformado como cinza, Deterioração da aparência, Sem residência
2-
ALGUNS NOMES ATRIBUIDOS A SATANAS
O
grande inimigo de Deus é visto por toda a Bíblia. sempre em conexão com o mal,
os nomes que lhe são atribuídos, representam em si mesmo, a personificação da
maldade.
Vejamos:
Diabo —
Caluniador — Acusador Apocalipse 12: 9
Satanás
— Adversário Apocalipse 20: 2
Dragão
— Serpente — Falsidade Apocalipse 12: 3
Príncipe
dos demônios — Líder dos demônios Mateus 12: 24
O
tentador — Leva o homem a pecar Mateus 4: 3
Apolion
— Destruição — Ruína Apocalipse 9:11
Belzebu
— Maioral dos demônios Mateus 12: 24
Pai da
mentira — Enganador João 8: 44
Em
Apocalipse 2: 13, fala-se dele como contendo um trono no qual exerce poder,
como se fora rei, e considerado o chefe dos anjos maus ( demônios)
3- A
PRESENTE POSIÇÃO DE SATANÁS
– Tem
um reino de demônios Mateus 12: 24
–
Controle geral I João 5 :19
–
Controle político João 12: 31
–
Controle eclesiástico II Coríntios 4: 4
–
Controle espiritual Mateus 13: 38
Este
vasto reino das trevas centraliza sua estratégia contra a humanidade
(principalmente contra os salvos)
Apocalipse
12: 9 ele foi precipitado na terra, e os seus anjos foram lançados com ele.
4-O
DESTINO DE SATANÁS
Podemos
traçar brevemente a história de satanás, do começo ao fim.
Vemo-lo
primeiro no céu Isaías 14: 12
Ninguém
pode dizer por quanto tempo ele viveu gozando o favor de Deus, mas veio a hora
em que ele e muitos outros anjos caíram.
Encontramos
a seguir no Jardim do Éden Gênesis 3 1 – 15
Por
intermédio da serpente ele se tornou o agente da queda do homem
Em
seguida encontramos no céu Jó 1: 6 – 7
Tendo
acesso tanto ao céu como na terra, aparece diante de Deus e tem a permissão de
tentar a Jó.
No
futuro será lançado à terra Apocalipse 12: 9
Aparentemente
isto acontecerá no período da Grande Tribulação.
Podemos
nos alegrar ao observar que sua presença na terra será curta.
Da
Terra será lançado no abismo Apocalipse 20 :1 – 3
Isto se
dará quando Cristo retornar à terra com poder e grande glória para implantar o
seu reino milenar.
Satanás
será acorrentado e confinado ao abismo por mil anos.
Será
solto por pouco tempo Apocalipse 20: 3
Durante
este período tentará frustrar os planos de Deus, mas seus planos não darão
certo.
Em
seguida será lançado no Lago de Fogo Apocalipse 20:10
Fogo
descerá dos céus e os destruirão e todos serão lançados no lago de fogo.
As
escrituras não autorizam a idéia de que o Inferno ou Lago de Fogo é um reino
onde ele manda ou reina.
Satanás
não será nenhum “REI “no Lago de Fogo
A QUEDA
(PARCIAL) DO MUNDO ANGELICAL
Para a
imaginação humana, o presente assunto e difícil de ser elucidado, a não ser
aquilo que se pode depreender dos textos e contextos que focalizam o
significado do pensamento.
1-O
FATO DE SUA QUEDA
Entretanto,
tudo nos leva a crer que os anjos foram criados em estado de perfeição.
Quando
nos referimos ao relato da criação lemos sete vezes que o que Deus havia feito
era bom.
Isso
certamente inclui a perfeição dos anjos em santidade quando originalmente
criados, mas diversas passagens mostram alguns dos anjos como maus. Mat. 25:41
Não
pode haver dúvidas, portanto, de que houve realmente uma queda dos anjos.
2-A
EPOCA DE SUA QUEDA
A
Escritura silencia quanto a este assunto, mas deixa claro que a queda dos anjos
se deu antes da do homem, já que Satanás entrou no jardim sob a forma de
serpente e induziu Eva a pecar.
Sugerimos
que ela ocorreu algum tempo após a criação dos céus, e que foi a causa
principal da condição descrita em Gênesis 1: 2
3- A
CAUSA DE SUA QUEDA
Este é
um dos profundos mistérios da teologia. Mostramos acima que os anjos foram
criados perfeitos. Isto significa que toda a afeição era dirigida a Deus.
A
questão é: como pode tal ser cair? É bom lembrar que a criatura tinha
originalmente o que os teólogos chamam “posse pecare et posse non pecare”, isto
é a capacidade de pecar e a capacidade de não pecar, ou seja o livre arbítrio.
Devemos
ter em mente três pontos importantes no que diz respeito ao peca-do original
destes seres espirituais.
A – O
pecado original dos Anjos foi o ter seguido a Satanás em sua revolta quando
tentou derrubar a Deus.
Isaías
14 :13 Nesta interpretação não existe previsão de tempo.
B – Os
judeus tinham uma tradição, com base em Gênesis 6: 2
Os
anjos desejaram as mulheres humanas (concupiscência) Nesta interpretação a
queda dos anjos ocorreu depois da queda do homem no jardim do Éden.
C –
Outra possibilidade, se baseia no terceiro capítulo de Gênesis, onde se narra a
história da tentação.
Evidentemente
o pecado cometido por Adão e Eva, indiretamente atingiu os seres angelicais.
Romanos
5: 12 Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a
morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos
pecaram.
Devemos,
portanto, concluir que a queda dos anjos se deu devido a sua revolta deliberada
e auto determinada contra Deus.
Se
indagarmos que motivo em particular pode ter estado por trás dessa rebelião,
parecemos obter diversas respostas das Escrituras.
Conf.
Ezequiel 28 e Isaías 14 citaremos algumas possíveis causas: Ambição desmedida e
o desejo de ser mais que Deus, Prosperidade e beleza, Egoísmo e
descontentamento
4-O
RESULTADO DE SUA QUEDA
Diversos
resultados de sua queda aparecem nas Escrituras.
—
Perderam sua santidade e se tornaram corruptos em natureza e conduta.
—
Serão, em um dia no futuro, após seu julgamento, lançados no Lago de Fogo.
—
Condenados a viverem sem moradas Efésios 6: 12
—
Condenados a viverem sem corpos Mateus 12: 43 – 45, Marcos 5 :10 – 11
DOIS
GRUPOS DISTINTOS
1 – Os
anjos que estão em liberdade.
Efésios
6: 12 Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas sim contra os
principados,
contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as
hostes
espirituais da maldade, nos lugares celestiais.
Estes
são normalmente mencionados em conexão com Satanás.
—
Submissos a Satanás Mateus 12:24
—
Atormentam os homens Marcos 5:1 – 4
—
Procuram separar o cristão de Cristo Romanos 8: 38-39
—
Grande Quantidade Marcos 5: 9
— Várias
categorias Mateusl7:21
—
Efésios 6:12 – Principados – Potestades – Hostes
— De
todos os tipos
Rastejam
no chão Marcos 9: 20
Mudos e
surdos Marcos 9: 25
Como
poucos Mateus 8: 32
Bandos
Lucas l1: 26
2 – Os
anjos que são mantidos aprisionados.
11 Pedro2
:4 Porque, se Deus não perdoou aos anjos que pecaram, mas, havendo-os lançado
no inferno, os entregou às cadeias da escuridão, ficando reservados para o
juízo.
Judas 6
E aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram sua própria
habitação, reservou na escuridão e em prisões eternas até ao juízo daquele
grandedia;
Parece
que todos concordam que Pedro e Judas se refere aos mesmos anjos.
Pedro
simplesmente diz que eles pecaram e que Deus os precipitou no Tártaro,
entregando-os a abismos de trevas e reservando-os para juízo.
Judas
apresenta seu pecado como sendo o de haver abandonado seu próprio principado.
Assume-se
que Deus tenha nomeado um ou mais anjos para cada uma das nações.
(
Daniel 10 :13,20 ) Deixar seu principado poderia significar infidelidade,
também poderia significar que eles tentaram obter outro principado mais
cobiçado
Tártaro
é um lugar sombrio abaixo do inferno.
– Estão
presos em cadeias II Pedro2 :4
–
Grande quantidade Apocalipse 9 :15 – 16
– São
violentos Apocalipse 9:15
DEMÔNIOS
Quando
examinam as Escrituras, algumas pessoas ficam em dúvida se os demônios devem
ser classificados juntamente com os anjos ou não; mas não há dúvida de que, na
Bíblia, há ensino positivo concernente a cada um dos dois grupos.
A origem
dos demônios não é revelada nas Escrituras. Quem são os demônios é uma questão
mais ou menos desconcertante, porém faremos algumas colocações.
Espíritos
Desencarnados Talvez de alguma raça ou ordem de seres pré-adamicos; ou, quem
sabe, da própria raça adâmica. Se forem realmente espíritos desencarnados, isso
explicaria o fato que procuram encarnar-se, pois, ao que parece, quando
desencarnado são incapazes de operar na plena forca de sua maldade.
Não
será que esses demônios são os espíritos daqueles que palmilharam esta terra na
carne, antes da ruína descrita no segundo versículo do Gênesis, e que, por
ocasião daquele grande cataclismo, foram desencarnados por Deus.
Por
conseguinte, os demônios são uma ordem de seres espirituais; que parecem ser
distintos e separados dos anjos: pelo que fica subentendido por algumas
passagens, parecem estar em estado de desencarnação, tendo existido em algum
período anterior, quando possuíam forma corpórea.
São
anjos caídos que não estão confinados ao Tártaro.
Este é
o ponto de vista tradicional e há muito a recomenda-lo. Estes seriam os anjos
que aderiram a rebelião provocada por Lúcifer, e desta forma teriam sido
desencarnado. Da mesma forma que o exposto no item anterior, eles necessitam de
corpos para poderem se manifestar neste mundo.
Tem a
vantagem de ser simples e de remover a necessidade de maiores pesquisas quanto
à origem dos demônios.
1. Sua
existência
A –
Reconhecida por Jesus.
Mt
12.27,28 – E, se eu expulso os demônios por Belzebu, por quem os expulsam
vossos filhos? Por isso eles mesmos serão os vossos juizes. Se, porém eu
expulso os demônios, pelo Espírito de Deus, certamente é chegado o reino de
Deus sobre vós.
Jesus
Cristo reconheceu a existência dos demônios falando a respeito deles e para
eles.
B –
Reconhecida pelos setenta.
Lc
10.17 – Então regressaram os setenta, possuídos de alegria, dizendo: Senhor, os
próprios demônios se nos submetem pelo teu nome!
Os
setenta, aos quais Jesus nomeou e enviou de dois em dois, tiveram de enfrentar
os demônios, e retornaram com o relatório que os demônios se lhes tornavam
sujeitos através do nome de Cristo.
C –
Reconhecida pelos apóstolos.
Por
Paulo. 1 Co 10.20,21 – O Apóstolo Paulo reconheceu a realidade da existência
dos demônios em seus dias, e fez advertência a respeito deles.
Por
Tiago. Tg 2.19 – Tiago reconheceu a existência dos demônios, revelando que
eles, por crerem na existência de Deus, estremecem.
2. Sua
Natureza.
Inteligências
pessoais. Mt 8. 29,31 – E eis que gritaram: Que temos nós contigo, ó Filho de
Deus! Vieste aqui atormentar-nos antes de tempo?… Então os demônios lhe
rogavam: Se nos expeles, manda-nos para a manada dos porcos.
Características
e ações pessoais são atribuídas aos demônios, o que demonstra que possuem
personalidade e também inteligência.
Seres
espirituais. Lc 9.38,39,42 – E eis que, dentre a multidão, surgiu um homem,
dizendo em alta voz: Mestre, suplico-te que vejas meu filho, porque é o único;
um espírito se apodera dele e, de repente, grita e o atira por terra, convulsiona-o
até espumar, e dificilmente o deixa, depois de o ter quebrantado… Quando se ia
aproximando, o demônio o atirou no chão e o convulsionou; mas Jesus repreendeu
o espírito imundo, curou o menino e o entregou a seu pai.
Os
demônios são seres espirituais; são reputados idêntico aos espíritos imundos,
no Novo Testamento.
Ao que
parece, espíritos destituídos de seus corpos. Mt 12.43,44- Quando o espírito
imundo sai do homem, anda por lugares áridos procurando repouso, porém não
encontra. Por isso diz: Voltarei para minha casa donde saí. E, tendo voltado, a
encontra vazia, varrida e ornamentada.
Muitos
em número. Mc 5.9 – E perguntou-lhe: Qual é o teu nome? Respondeu ele: Legião é
o meu nome, porque somos muitos.
“Uma
Legião, no exército romano, totalizava, quando completa, seis mil soldados; mas
aqui essa palavra é usada a respeito de um número indefinido e elevado –
suficientemente elevado, contudo, para, assim que tiveram licença, ocupar os
corpos do dois mil porcos e destruí-los”.
Os
demônios são de tal modo numerosos que tornam Satanás praticamente ubíquo por
meio desses seus
CARACTERÍSTICAS
GERAIS
Eles
causa moléstias Mateus 9: 33
Eles
causam distúrbios mentais Lucas 8: 35
Eles
levam muitos á impureza moral Lucas 8: 2
Eles
disseminam falsas doutrinas 1 Timóteo 4:1
Eles se
opõem aos cristãos Efésios 6: 2
Eles
possuem seres humanos Mateus 4: 24
Temos
que fazer uma distinção, entre mera influência demoníaca e possessão demoníaca:
A primeira é uma operação temporária externa dos demônios em certas áreas; A
segunda a operação mais permanente interior.
Adivinhação
– Predizer o futuro por meio de sortilégios
Deuteronômio
18:10 Entre ti se não achará quem faça passar pelo fogo seu filho ou sua filha,
nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro.
A
hidromância Adivinhação através do movimento da água Gênesis44 :5
A
astrologia A influência dos astros no destino da pessoa Daniel 2: 27
Belomância
Adivinhação por meio de flechas sacudindo-as até uma cair. Ez. 21: 21
Cartomancia
Adivinhação através das cartas de jogar
Búzio
Adivinhação com pequenas conchas jogadas pelo Babalaô.
Espiritismo
– A crença de que os vivos podem se comunicar com os espíritos dos mortos.
Também chamada de Necromância.
Deuteronômio
18: 9 – 14 Nesta passagem e em muitas outras, Israel é claramente avisado para
não consultar aqueles que professam comunicar com os mortos.
Veremos
alguns exemplos Bíblicos de médiuns.
A
pitonissa de En-Dor 1 Samuel 28: 3 – 14
Simão,
o Mágico Atos 8: 9 – 24
Elimas,
o Mágico Atos 13 :6 – 12
A jovem
com o espírito de adivinhação Atos 16:16 – 18
Com
relação ao todo do problema do demonismo, as Escrituras nos exortam a testar os
espíritos para saber se são da parte de Deus ou não.
1 João
4:1 Amados, não crejais a todo espírito, mas provai se os espíritos são de
Deus;…
Devemos
colocar a armadura de Deus para o conflito com esses espíritos, e nos
dedicarmos
à oração e à súplica em todo o tempo, com toda perseverança.
BIBLIOGRAFIA
OS
ANJOS SUA NATUREZA E OFICIO – Severino Pedro da Silva – CPAD
OURO
PARA TE ENRIQUECER – Myer pearlrnan IBAD
DANIEL
E APOCALIPSE – Antônio Gilberto CPAD
PEQUENA
ENCICLOPEDIA TEMATICA DA BIBLIA – Geziel Gomes – CPAD
Angelologia
3
Anjos A
criação
INTRODUÇÃO
Muito
se tem escrito no mundo secular e religioso acerca dos anjos, explorando a
credulidade de pessoas espiritualmente carentes e supersticiosas, induzindo-as
à conceituações erradas e falsas sobre o mundo espiritual. Nestas lições,
procuraremos aclarar a verdade e a realidade do assunto segundo a revelação
feita pela Bíblia Sagrada.
I – A
DECLARAÇÃO BÍBLICA DA CRIAÇÃO
O ponto
de partida está na declaração de que todas as coisas criadas foram feitas
“segundo o propósito daquele que faz todas as coisas, segundo o conselho da sua
vontade”(Ef 1.11b). Portanto, o relato da obra da criação no livro de Gênesis
se constitui como o princípio e a base de toda a revelação divina e,
consequentemente, a base da relação do homem com Deus.
Quatro
grandes verdades estabelecem os fundamentos da obra da criação.
l. A
obra da criação é autoria única do Deus Triúno. A Bíblia revela que o Deus
Trino é o Autor da criação (Gn 1.1;Is 40.12;44.24;45.12). O apóstolo Paulo
destaca a segunda Pessoa da Trindade, Jesus Cristo, na qualidade de criador,
mas diz que “todas as coisas são de Deus, o Pai ” (1 Co 8.6; Jo 1.3; Cl
1.15-17). A terceira Pessoa da Trindade, o Espírito Santo, participa da obra da
criação em harmonia perfeita com o Pai e o Filho conforme indicam os textos de
Gn 1.2; Jo 26.13;33.4; Sl 104.30; Is 40.12,13).
Não há
na Trindade Divina qualquer resquício de competição. As três Pessoas são
distintas mas formam uma só essência divina indivisível
2. A
obra da Criação foi feita por um ato livre da parte do Criador. A Bíblia deixa
claro que Deus é auto-suficiente e não tem qualquer relação de dependência de
nada e de ninguém
(Jó
22.3,13; At 17.25). Ao realizar a obra da criação, Ele o fez não por
necessidade, mas por sua soberana e livre vontade de fazer o que quer e o que
lhe apraz. Ora, a única dependência divina é a de sua própria e soberana
vontade. A Bíblia Sagrada refuta essa idéia e fortalece o fato de que “Deus fez
todas as coisas segundo o conselho da sua vontade ” (Ef 1.11; Ap 4.11).
3. A
obra da Criação teve um começo. A criação teve um princípio, um começo para
tudo, nas coisas visíveis e invisíveis. A prova irrefutável do ponto de vista
bíblico está no primeiro está da Bíblia:
“No
principio criou Deus os céus e a terra” (Gn l.l). A expressão “no princípio” no
hebraico é bereshith , que literalmente significa “começo”. O sentido da
palavra é indefinido e sugere que a criação teve um início, um começo (Sl 90.2;
102.25). Por essas escrituras, entende-se que num momento específico, conforme
sua soberana vontade, Deus criou a matéria e a substância que antes nunca
existiram. Quanto à existência do mundo espiritual, o princípio é omesmo
estabelecido para a criação da matéria, pois Deus criou tudo do nada.
4. A
obra da criação foi produzida do NADA. Esta é uma doutrina que se choca
frontalmente com as teorias materialistas que acreditam na eternidade da
matéria. Os que rejeitam essa verdade, dizem que é impossível “criar alguma
coisa do nada”, mesmo para o Deus Onipotente, porque não tem elemento causante.
Porém, a Bíblia declara que Deus criou todas as coisas pela Palavra do seu
Poder (Sl 33.6,9 e 148.5). A escritura mais forte paraaceitar a idéia de que a
criação foi feita do nada está em Hb 11.3 que diz:
“Pela
fé entendemos que os mundos , pela palavra de Deus, foram criados; de maneira que
aquilo que se vê não foi feito do que é aparente”
Ora,
podemos entender de modo claro que pertence à natureza divina a capacidade de
trazer à existência aquilo que não existe.Ele, somente Ele, pode criar qualquer
coisa do nada, segundo o seu arbítrio .
II – O
PROCESSO DA OBRA DA CRIAÇÃO
A
criação dos anjos só será entendida plenamente depois de conhecermos os
fundamentos da doutrina da criação. Há um processo ordenado na história da
criação que apresenta-se em trás fases distintas como se segue: (1) a criação
espiritual; (2) a criação material; (3) a criação da vida sobre a terra.
l. A
criação das coisas espirituais. Ao responder aos questionamentos do patriarca
Jó, o Criador disse-lhe, de modo enfático e poético que, quando este ainda nem
havia nascido, nem o mundo material havia sido criado, os seus anjos, que são
espíritos criados por Ele, já estavam presentes na criação do mundo material
(Jó 38.1-7). Nesta escritura, Deus procura convencer a Jó que o Senhor é o
Criador da terra e a rege com justiça e que, ao criar o mundo material, as
estrelas da alva alegremente cantavam, e todos os filhos de Deus rejubilavam”
(Jó
38.7). Na linguagem figurada da Bíblia, tanto “as estrelas da alva” quanto “os
filhos de Deus” são figuras dos seres espirituais criados pelo Senhor.
2. A
criação das coisas materiais. A base dessa declaração está na narrativa bíblica
dos primeiros capítulos de Gênesis. Entretanto, a criação material é imensa e
abrange todo o sistema solar e outros sistemas existentes e descobertos pelo
homem. A extensão dos corpos celestes espalhados no espaço sideral, fazendo
parte da Via Láctea, com muitos sóis, planetas e satélites, nos dá uma visão
apenas limitada de toda a grandeza da criação material (Ne 9.6).
3. A
criação da vida sobre a terra. Na criação da terra, o Criador formou a vida
física numa combinação do imaterial com o material (Gn 1.11,20-22). Nesta ordem
da criação, são incluídos o homem, os animais nas mais variadas espécies, além
da vida vegetal. Há uma certa reciprocidade entre anjos c homens como seres
espirituais. Porém, é preciso distinguir ambas as criações, porque os anjos são
apenas seres espirituais e os homens são seres espirituais e materiais. A vida
dos anjos é apenas espiritual. A vida dos homens é espiritual e física. A vida
física foi criada para propagar-se, por isso, os homens procriam e geram outros
homens. A vida dos anjos é única e eterna; não pode propagar-se, isto é , os
anjos não procriam.
III – A
REALIDADE DA CRIAÇÃO ESPIRITUAL
A
experiência humana testemunha a existência de seres espirituais aos quais são
dados os mais variados nomes: espíritos, deuses e semideuses, gênios, heróis,
demônios e tantos outros nomes. Porém, é a Bíblia Sagrada que revela a verdade
sobre o mundo espiritual. Independentemente das idéias e fantasias mitológicas
das religiões do mundo , a revelação aceitável no mundo religioso se encontra
na Bíblia.
l. Os
anjos são reais. A palavra anjo no hebraico é ma’ak e no grego é angellus que
significam a mesma coisa: mensageiro, enviado. O termo anjo aplica-se a todas
as ordens dos espíritos criados por Deus (Hb 1.14). Eles exercem atividades
importantes no mundo espiritual, mas não são independente nessas atividades,
pois as fazem dentro dos limites a que foram criados. A Bíblia fala da manifestação
dos anjos na obra da criação do mundo físico(Jó 38.6,7). Eles estavam presentes
quando Moisés recebeu de Deus as tábuas da Lei (Hb.2.2); no nascimento de Jesus
(Lc 2.13); quando foram servir ao Senhor Jesus no deserto da tentação (Mt 4.11
); na ressurreição de Cristo (Mt 28.2; Lc 24.4,5); na ascenção de Cristo (At
l.10). Outras manifestações podem ser listadas neste ponto em toda a Bíblia.
Sua manifestação é incorpórea; eles são seres espirituais e morais, porque
acima de tudo, são pessoas. A realidade dos anjos se comprova mediante os
atributos de personalidade que eles demonstram falando, pensando, sentindo e
decidindo. Muitas das suas manifestações são feitas através de formas materiais
inexistentes. Entretanto, os demônios, que são anjos caídos da graça de Deus,
tomam para se incorporarem corpos de pessoas vivas ou de animais, e por essas
possessões materiais, se manifestam. Os anjos de Deus não tomam outros corpos
para se manifestarem, mas tomamformas de pessoas humanas visíveis para se
fazerem manifestos.
2.
Existem anjos bons e maus. Na criação original dos anjos, não houve essa
classificação entre bons e maus. A Bíblia declara que os anjos foram criados no
mesmo nível de justiça bondade e santidade (2 Pe 2.4; Jd 5). O que define entre
bons e maus é o fato de que foram criados como seres morais com livre-arbítrio,
e daí, a liberdade de escolha consciente entre o bem e o mal. A queda de
Lúcifer deve-se a esta condição moral dos anjos (Is 14.12-16;Ez 28.12-19). A
Bíblia fala acerca dos anjos que pecaram contra o Criador e não guardaram a sua
dignidade (2 Pe 2.4; Jd 6; Jó 4.18-21 ). Aos anjos que não pecaram e não
seguiram a Lúcifer, Deus os exaltou e os confirmou em sua posição celestial e
para sempre estarão na sua presença, contemplando e executando a vontade do
Criador (1 Tm 5.21; Mt 18.10).
3. A
habitação dos anjos. Ao estudarmos as várias classes angelicais, entendemos que
estas são distintas por várias atividades e se manifestam no vastíssimo espaço
das “regiões celestiais”. A Bíblia declara ainda que os anjos de Deus são
organizados em milícias espirituais que povoam os céus e são distribuídos em
distintas ordens e graus (Lc 2.13; Mt 26.53). Trata-se, portanto, de uma
habitação numa dimensão celestial.
4. O
número de anjos. A quantidade existente de anjos é única e incontável, porque
desde que foram criados não foram aumentados nem diminuídos. Eles não procriam
e foram criados de uma vez pelo poder da Palavra de Deus. A Bíblia utiliza
expressões variadas para designar “milhares de milhares “, “multidão dos
exércitos celestiais “, “muitos milhares de anjos” (Ap 5.11; Dn 7.10; Dt 33.2;
Hb 12.22; Lc 2.13). É impossível determinar o número de anjos porque é
incontável e é o mesmo número em todos os tempos, desde que foram criados (Sl
148.2-5).
Anjos
A
natureza dos anjos
Antes
da criação do homem, Deus criou os anjos dando-lhes personalidade, inteligência
e responsabilidade moral. Porém, a despeito da similaridade moral e espiritual
com o homem, os anjos possuem algumas características peculiares. Ao estudarmos
a natureza dos anjos, poderemos entender suas atividades.
I
-OBJEÇÕES À DOUTRINA BÍBLICA DOS ANJOS
Em toda
a história da humanidade, a realidade dos anjos tem sido discutida, contestada
por uns e acreditada por outros. Por essa razão tem-se criado outras doutrinas
com o fim de negar a existência dos anjos, ou de admiti-la fantasiosa e
ficticiamente. Dentre essas falsas doutrinas, destacamos algumas:
1. A
doutrina dos saduceus. Eles não acreditavam na existência dos anjos nem na
ressurreição dos mortos (At 23.8). A essência da doutrina dos saduceus era
materialista, por isso, para eles, a doutrina dos anjos não passava de uma mera
alegoria.
2. A
doutrina racionalista. Os racionalistas entendem que a crença na existência dos
anjos é absurda, pois acreditar que os anjos existem significa entrar na ficção
e abandonar a razão. Eles vêem na doutrina dos anjos uma forma de politeísmo
primitivo que com o tempo, foi tomando forma na vida dos hebreus. Ora, a
acusação de que a crença nos anjos seja uma forma de politeísmo primitivo se
choca frontalmente com o monoteísmo pregado pelo povo hebreu. Os anjos não são
deuses; são apenas seres espirituais criados por Deus para o servirem.
3.A
doutrina materialista. Essa doutrina nega tenazmente a existência do mundo
espiritual, e por conseguinte, os anjos. Acreditam apenas na matéria e nada que
vá além da matéria.
4.A
doutrina espírita. O espiritismo ensina que os anjos são as almas dos mortos
que alcançaram um grau máximo de perfeição. Essa doutrina nega a existência
distinta dos anjos como criaturas de Deus, bem como a existência dos demônios,
os quais, segundo ensinam, são almas desencarnadas dos maus.
II.QUEM
SÃO OS ANJOS
No
ponto anterior, tivemos uma idéia superficial das doutrinas falsas acerca dos
anjos e quanto à origem, existência e realidade destes. A partir desse ponto,
estudaremos o assunto do ponto de vista da Bíblia.
1. Os
anjos são criaturas. No princípio de todas as coisas, antes da criação do mundo
físico, Deus criou os anjos. A expressão “exército do céu”, dependendo do
contexto, pode ter duas interpretações. Em Gênesis 2.1, Salmos 33.6 e Neemias
9.6, refere-se aos anjos. É impossível fixar o tempo em que foram criados os
anjos, mas a resposta de Deus a Jó declara que eles foram criados antes de
todas as outras coisas(Jó 38.4,7)
2.Os
anjos são seres espirituais. Os corpos espirituais não possuem limitações
físicas, por isso a “lei da gravidade” não exerce qualquer influência ou poder
sobre coisas espirituais. Pela falta de gravidade de seus corpos espirituais,
os anjos podem locomover-se de um lugar para outro com extrema rapidez. Por
serem superiores à matéria, os anjos podem tomar formas humanas para se fazerem
perceptíveis aos sentidos físicos do homem, se houver necessidade. Várias aparições
de anjos feitas a Abraão, Ló, Já có, Josué, Pedro e Paulo são exemplos
indiscutíveis da Bíblia(Gn 18.1-10; 28.10-22 etc) Ainda em nosso tempo, os
anjos aparecem aos servos de Deus na terra.
3. Os
anjos são seres poderosos. O salmista os descreveu como “valorosos em poder”
que executam as ordens de Deus e lhe obedecem (Sl 103.20) . Quando os pais de
Sansão levantaram um altar ao Senhor, um anjo desceu sobre as chamas do altar
sem sofrer qualquer dano(Jz 13.19,20). Um só anjo matou a 185 mil soldados do
exército assírio (Is 37.36). Um só anjo destruiu com fogo as cidades de Sodoma
e Gomorra (Gn 19). Um só anjo removeu a pedra do sepulcro onde Jesus foi
sepultado, quando se exigia vários homens para remover aquela enorme pedra(Mt
28.2) Embora os anjos tenham poderes, eles são limitados(2 Sm 24.16) ; Ap
18.1,21; Gn 19.13).
4 Os
anjos são seres pessoais. Na experiência com os homens, os anjos falam,
orientam, ouvem e determinam. A Bíblia dá a entender que os anjos possuem uma
inteligência superior à dos homens, mas não igual ou superior à de Deus (2 Sm
14.20; 1 Pe 1.12) Dotados de sentimentos, anjos podem experimentar emoções
quando rendem culto a Deus (Sl 148.2) . Eles conhecem suas limitações e se
contentam com tudo o que fazem e podem fazer (Mt 24.36).
5.Os
anjos são seres imortais. Os homens podem morrer, mas os anjos são espíritos
imortais (Lc 20.34-36). Significa que eles não estão sujeitos à dissolução, ou
putrefação orgânica, visto que seus corpos são imateriais.A imortalidade deriva
da pura espiritualidade.
III.
CARACTERÍSTICAS DISTINTAS DOS ANJOS
O
Senhor deu aos anjos conhecimento, poder e mobilidade mais elevados do que aos
homens. Por esses elementos descobrimos algumas características especiais
capazes de fazer-nos compreender alguns aspectos da revelação bíblica e das
relações pessoais com os homens. Santidade. No Apocalipse , os anjos são
identificados como santos. Isto implica em que eles foram colocados em estados
eterno de santidade(Ap. 14.10). Outros textos das Escrituras os identificam
como “santos” (Mt 25.31; Mc 8.38; Lc 9.26; At 10.22) para os distinguir dos
anjos caídos Jo 8.44 e 1 Jo 3.8-10. Reverência. Uma das características
principais das atividades angelicais é o louvor e a adoração (Sl 29.1,2; 89.7;
103.30; 148.2). Jesus declarou que os anjos de Deus sempre estão na presença do
Pai e vêm a sua face (Mt 18.10). De modo geral, todos os anjos de Deus o louvam
e o adoram, mas há uma classe específica das hostes angelicais cuja função
principal é louvar e adorar a Deus; são os serafins. Essa classe de anjos
permanece ao redor do trono como servos do Todo-Poderoso, para executarem a sua
vontade (Is 6.3). Reverência é respeito e veneração marcado pelo temor. Esse
temor não é medo, mas significa reconhecimento do poder superior de Deus.
Serviço. O autor da Epístola aos Hebreus denomina os anjos de “espíritos
ministradores” (Hb 1.14), indicando que eles exercem serviços especiais aos
interesses do Reino de Deus.
a) Os
anjos executam a vontade de Deus. O próprio sentido da palavra “anjo” é
mensageiro. Portanto, é função precípua dos anjos servir aos interesses de
Deus, obedecendo-lhe em toda a sua soberana vontade. Mais uma vez o autor de
Hebreus indica essa função angelical de serviço quando diz: “Ainda quanto aos
anjos, diz: Aquele que a seus anjos faz ventos e a seus ministros labaredas de
fogo”(Hb 1.7). Os escritor sagrado os destaca como “ministros” para identificar
o serviço que prestam a Deus em favor dos santos em Cristo.
b)Os
anjos cuidam e protegem os fiéis. Há um texto nos Salmos que declara que “o
anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que o temem e os livra”(Sl 34.7). Elias,
ameaçado de morte pela rainha Jesabel, mulher de Acabe, precisou fugir da
cidade para escapar com vida. Elias fugiu para o deserto e assentou-se debaixo
de uma pequena árvore chamada zimbro. Estava triste e decepcionado, por isso,
pediu a morte. Deitado debaixo daquele zimbro, veio um anjo da parte de Deus e
o tocou e lhe disse: “Levanta-te e come. E olhou, e eis que à cabeceira estava
um pão cozido sobre brasas, e uma botija de água; e comeu, e bebeu e tornou a
deitar-se. E o anjo do Senhor tornou segunda vez, e tocou-o, e disse:
Levanta-te e come, porque mui comprido te será o caminho”(1 Rs 19.5-7)
c)Os
anjos punem os inimigos de Deus. Os inimigos de Deus agem de muitas maneiras,
mas nada passa despercebido pelo Senhor. Houve um rei da Assíria, chamado
Senaqueribe, que desafiou ao Deus de Ezequias, rei de Judá. Imediatamente Deus
enviou um anjo poderoso o qual destruiu o exército assírio de 185 mil soldados.
Para preservar o seu povo e o seu nome, Deus puniu aqueles inimigos (2 Rs
19.35). No período dos juízos finais da história da humanidade, os anjos serão
os emissários de Deus para executarem o seu juízo contra aqueles que rejeitam a
Jesus como Salvador do mundo e se constituem em inimigos declarados do soberano
Senhor(Mt 13.50).
Anjos:
Um Serviço Secreto Muito Especial
Jorge
Pinheiro
A
partir de 1994, o Brasil começou a viver uma moda mística, a febre dos anjos.
Sem dúvida, quem deu início a essa moda foi uma jovem senhora que antes
trabalhava com orixás e depois, através da Fraternidade Branca, com gnomos,
duendes, silfos, ondinas, fadas e salamandras. O nome dela é Mônica Buonfiglio.
Seus dois sucessos editoriais foram Anjos Cabalísticos e A Magia dos Anjos
Cabalísticos.
Mas,
apesar de seu aspecto bombástico, essa moda teve um lado positivo, colocar em
pauta a discussão sobre a existência ou não dos anjos. E é sobre isso que
desejamos falar.
Muitas
pessoas, em nome da racionalidade, lançam fora a água e a criança. Negam não
somente o misticismo eclético da Nova Era, mas também a realidade do mundo
espiritual. Criticam um erro, a superstição, e despencam em outro, o
agnosticismo racionalista.
O maior
e mais antigo tratado sobre anjos é a Bíblia. No Antigo Testamento, cujos
escritos vão do segundo milênio aos anos quatrocentos antes de Cristo, temos
109 referências a anjos. A palavra hebraica para anjo é mal’akh, cuja idéia
básica é de um mensageiro sagrado, humano ou sobrenatural. Já no Novo Testamento,
cujos escritos vão dos anos 49 a 100 depois de Cristo, temos 186 referências a
anjos. Em grego a palavra usada é ângelos, que também tem o sentido de
mensageiro, de intermediário.
É
interessante que na Bíblia os anjos não tem nada a ver com a angelologia
proposta pela Nova Era. Segundo Mônica Buonfiglio, por exemplo, os anjos são
entidades etéreas, que não tem memória e nunca julgam. São como bebês…nus, com
asas, bochechudos e com um sorriso maroto de criança arteira [Mônica
Buonfiglio, Anjos Cabalísticos, São Paulo, Oficina Cultural Esotérica, 1993, p.
64].
INTELIGENTES
E PODEROSOS
Embora
o assunto seja extenso, vejamos três aspectos da doutrina cristã sobre anjos,
que responde à pergunta central sobre estes seres. Por que existem os anjos?
Os anjos
são seres espirituais.
Têm
atividades definidas pelo próprio Deus.
Protegem
os filhos de Deus.
Em
relação ao primeiro item, é interessante ver que a Bíblia nos apresenta os
anjos como seres espirituais, geralmente invisíveis. “Então, o que são os anjos?
Todos são espíritos que servem a Deus e são mandados para ajudar os que vão
receber a salvação”. Hebreus 1.14 [Nas citações bíblicas foram utilizadas duas
versões: A Bíblia Sagrada, tradução na Linguagem de Hoje, São Paulo, Sociedade
Bíblica do Brasil, 1988; e A Bíblia de Jerusalém, São Paulo, Edições Paulinas,
1985].
Os
anjos têm personalidade e inteligência. “Ele fez isso para resolver este caso.
O senhor é sábio como um anjo de Deus e sabe tudo o que acontece”. 2 Samuel
14.20.
Têm
também direito de escolha e sentimentos, e isso fica claro quando se refere a
Satanás, um anjo rebelado. “Você ficou ocupado, comprando e vendendo, e isso o
levou à violência e ao pecado. Por isso, anjo protetor, eu o humilhei e
expulsei do monte de Deus, do meio das pedras brilhantes. Você ficou orgulhoso
por causa da sua beleza, e a sua fama o fez perder o juízo”. Ezequiel 28.16-17.
E o
próprio Jesus fala da alegria dos anjos. “Pois digo que assim também os anjos
de Deus se alegrarão por causa de uma pessoa de má fama que se arrepende”.
Lucas 15.10.
A
primeira conclusão é de que são seres espirituais, a serviço de Deus, para
ajudar aqueles que serão salvos. Geralmente aparecem como adultos, têm
capacidades especiais, memória, uma inteligência aguçada e sentimentos. De certa
forma, não são muito diferentes de nós.
Esses
seres ministradores tem atividades específicas. Adoram e servem a Deus. “Louvem
ao Deus eterno todos os anjos do céu, que o adoram e fazem a sua vontade”.
Salmo 103.21.
Participarão
do juízo divino, conforme explica o apóstolo Paulo: “Porque Deus fará o que é
justo. Ele trará sofrimento sobre aqueles que fazem vocês sofrerem e dará
descanso a vocês e também a nós que sofremos. Ele fará isso quando o Senhor
Jesus vier do céu e aparecer junto com seus anjos poderosos”. 2Tessalonicenses
1.6-8.
Eles
trazem importantes notícias, instruem e guiam os filhos de Deus. Segundo o
escritor da carta aos Hebreus, os mandamentos foram entregues a Moisés por
anjos. “Por isso devemos prestar mais atenção nas verdades que temos ouvido,
para não nos desviarmos delas. Ficou provado que a mensagem que foi dada pelos
anjos é verdadeira, e aqueles que não a seguiram nem lhe obedeceram receberam o
castigo que mereceram”. Hebreus 2.2.
Ao
contrário do que a vulgarização sobre angelologia prega, eles não estão debaixo
da nossa vontade. Mas agem de acordo com a justiça de Deus nos julgamentos
divinos. Participaram dos juízos de Sodoma e Gomorra, do Egito opressor, da
destruição do exército de faraó na travessia do Mar Vermelho e em muitos outros
eventos. E estarão com Cristo por ocasião do grande julgamento final.
MISSÃO
ESPECIAL
E por
fim, protegem e cuidam dos filhos de Deus. “O anjo do Deus Eterno fica em volta
daqueles que O temem e os livra do perigo”. Salmo 34.7.
Dessa
maneira, uma de suas principais tarefas, é acompanhar os filhos de Deus, em
todos os momentos de suas vidas, mas especialmente naqueles de dificuldades.
Não damos ordens aos anjos, já que eles são ministros de Deus, agentes secretos
do Criador para proteção e guarda de seus filhos.
É
interessante que a angelologia mística da Nova Era propõe um relacionamento com
os anjos através de práticas esotéricas, via astrologia, numerologia e
ancoragem (magia branca). São utilizadas dezenas de invocações, velas, incensos
e talismãs. Tudo para manipular os anjos. Estamos, de fato, diante de uma
cosmovisão gnóstica e espírita. Conforme, explica o teólogo Scott Horrell, esta
é “uma angelologia sem Deus definido, sem estrutura moral e sem explicação
sobre o porque da própria existência dos anjos” [J. Scott Horrell, Anjos
Cabalísticos, in Vox Scripturae, São Paulo, AETAL, 1995, p. 245].
Diante
das modas místicas, todos aqueles que se aproximam de Deus devem se lembrar do
que diz Paulo, o apóstolo: “Pois há um só Deus e um só mediador entre Deus e os
homens, um homem, Cristo Jesus, que se deu em resgate por todos”. 1Timóteo 2.5.
Jorge
Pinheiro, pastor batista, é professor do Depto. de Teologia Sistemática da
Faculdade Teológica Batista de São Paulo e do Departamento de Antigo Testamento
da Faculdade Teológica Batista Paulistana. É também professor convidado da
Missão Antioquia (SP) e do Centro de Ensino Teológico -CETEOL (SC).
Anjos –
o que está escrito na palavra de Deus, a Bíblia
Estarei
escrevendo agora a respeito dos anjos, e estarei sempre mencionando textos
escritos na Bíblia, que creio sendo a palavra de Deus, por isso, as minhas
páginas na net em sua maioria contém textos da Bíblia.
Os
anjos são espíritos ministradores, enviados para servir a favor de todos
aqueles irão herdar a salvação. Hebreus 1:14.
Os
anjos são servos, tem a responsabilidade de executar muitas das ordens de Deus
e favor dos salvos, dos filhos de Deus, que são todos aqueles que tem a fé em
Jesus Cristo, crendo em Jesus Cristo como Salvador e Senhor de sua vida.
Anjos
não devem ser adorados, evocados, reverenciados, nem cultuado, mas somente Deus
é digno de adoração, somente o Deus Pai, o Deus Filho Jesus Cristo, e o
Espírito Santo, ou seja, somente DEUS.
Hebreus
1: 5-14
“Pois a
qual dos anjos disse jamais: Tu és meu Filho, hoje te gerei? E outra vez: Eu
lhe serei Pai, e ele me será Filho?
E outra
vez, ao introduzir no mundo o primogênito, diz: E todos os anjos de Deus o
adorem.
Ora,
quanto aos anjos, diz: Quem de seus anjos faz ventos, e de seus ministros
labaredas de fogo.
Mas do
Filho diz: O teu trono, ó Deus, subsiste pelos séculos dos séculos, e cetro de
eqüidade é o cetro do teu reino.
Amaste
a justiça e odiaste a iniqüidade; por isso Deus, o teu Deus, te ungiu com óleo
de alegria, mais do que a teus companheiros; e: Tu, Senhor, no princípio
fundaste a terra, e os céus são obras de tuas mãos; eles perecerão, mas tu
permaneces; e todos eles, como roupa, envelhecerão, e qual um manto os
enrolarás, e como roupa se mudarão; mas tu és o mesmo, e os teus anos não
acabarão.
Mas a
qual dos anjos disse jamais: Assenta-te à minha direita até que eu ponha os
teus inimigos por escabelo de teus pés?
Não são
todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor dos que hão de
herdar a salvação?
Exemplos
dos serviços executados por anjos de Deus na Bíblia:
Êxodo
14:19-20 “Então o anjo de Deus, que ia adiante do exército de Israel, se
retirou e se pôs atrás deles; também a coluna de nuvem se retirou de diante
deles e se pôs atrás, colocando-se entre o campo dos egípcios e o campo dos
israelitas; assim havia nuvem e trevas; contudo aquela clareava a noite para
Israel; de maneira que em toda a noite não se aproximou um do outro.”
Daniel
6:22 “O meu Deus enviou o seu anjo, e fechou a boca dos leões, e eles não me
fizeram mal algum; porque foi achada em mim inocência diante dele; e também
diante de ti, ó rei, não tenho cometido delito algum.”
Atos
12:7 “E eis que sobreveio um anjo do Senhor, e uma luz resplandeceu na prisão;
e ele, tocando no lado de Pedro, o despertou, dizendo: Levanta-te depressa. E
caíram-lhe das mãos as cadeias.”
Atos
27:23-24 “Porque esta noite me apareceu um anjo do Deus de quem eu sou e a quem
sirvo, dizendo: Não temas, Paulo, importa que compareças perante César, e eis
que Deus te deu todos os que navegam contigo.
Atos
5:18-20 “deitaram mão nos apóstolos, e os puseram na prisão pública. Mas de
noite um anjo do Senhor abriu as portas do cárcere e, tirando-os para fora,
disse: Ide, apresentai-vos no templo, e falai ao povo todas as palavras desta
vida”
Atos
12:6-11 “Ora quando Herodes estava para apresentá-lo, nessa mesma noite estava
Pedro dormindo entre dois soldados, acorrentado com duas cadeias e as
sentinelas diante da porta guardavam a prisão. 7 E eis que sobreveio um anjo do
Senhor, e uma luz resplandeceu na prisão; e ele, tocando no lado de Pedro, o
despertou, dizendo: Levanta-te depressa. E caíram-lhe das mãos as cadeias. 8
Disse-lhe ainda o anjo: Cinge-te e calça as tuas sandálias. E ele o fez.
Disse-lhe mais; Cobre-te com a tua capa e segue-me. 9 Pedro, saindo, o seguia,
mesmo sem compreender que era real o que se fazia por intermédio de um anjo,
julgando que era uma visão. 10 Depois de terem passado a primeira e a segunda
sentinela, chegaram à porta de ferro, que dá para a cidade, a qual se lhes
abriu por si mesma; e tendo saído, passaram uma rua, e logo o anjo se apartou
dele. 11 Pedro então, tornando a si, disse: Agora sei verdadeiramente que o
Senhor enviou o seu anjo, e me livrou da mão de Herodes e de toda a expectativa
do povo dos judeus.”
Os
anjos servem a Cristo:
Mateus
24:31 ” E ele enviará os seus anjos com grande clangor de trombeta, os quais
lhe ajuntarão os escolhidos desde os
quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus.”
Mateus
25:31 “Quando, pois vier o Filho do homem na sua glória, e todos os anjos com
ele, então se assentará no trono da sua glória;”
Mateus
26:53 “Ou pensas tu que eu não poderia rogar a meu Pai, e que ele não me
mandaria agora mesmo mais de
doze
legiões de anjos?”
Lucas
2:13-15 “Então, de repente, apareceu junto ao anjo grande multidão da milícia
celestial, louvando a Deus e dizendo: Glória a Deus nas maiores alturas, e paz
na terra entre os homens de boa vontade.E logo que os anjos se retiraram deles
para o céu, diziam os pastores uns aos outros: Vamos já até Belém, e vejamos
isso que aconteceu e que o Senhor nos deu a conhecer.”
Lucas
22:42-44 “E apartou-se deles cerca de um tiro de pedra; e pondo-se de joelhos,
orava, dizendo: Pai, se queres afasta de mim este cálice; todavia não se faça a
minha vontade, mas a tua. Então lhe apareceu um anjo do céu, que o confortava.
E, posto em agonia, orava mais intensamente; e o seu suor tornou-se como
grandes gotas de sangue, que caíam sobre o chão.”
João
1:51 “E acrescentou: Em verdade, em verdade vos digo que vereis o céu aberto, e
os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do homem.”
II
Tessalonicenses 1:4-7 “De maneira que nós mesmos nos gloriamos de vós nas
igrejas de Deus por causa da vossa constância e fé em todas as perseguições e
aflições que suportais; o que é prova clara do justo juízo de Deus, para que
sejais havidos por dignos do reino de Deus, pelo qual também padeceis; se de
fato é justo diante de Deus que ele dê em paga tribulação aos que vos
atribulam, e a vós, que sois atribulados, alívio juntamente conosco, quando do
céu se manifestar o Senhor Jesus com os anjos do seu poder em chama de fogo,
Somente
podemos ter contato direto com Deus por meio do seu Filho Jesus Cristo, e não
por anjos, espíritos, mortos, santos, imagens, ídolos, boas obras, caridades:
João
14:6,13-14 “Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida;
ninguém vem ao Pai, senão por mim. e tudo quanto pedirdes em meu nome, eu o
farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. Se me pedirdes alguma coisa em
meu nome, eu a farei.”
João
20:30-31 “Jesus, na verdade, operou na presença de seus discípulos ainda muitos
outros sinais que não estão escritos neste livro; estes, porém, estão escritos
para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo,
tenhais vida em seu nome.”
I
Timóteo 2:5 “Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens,
Cristo Jesus, homem,”
I João
2:1-2 ” Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; mas, se
alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo. E ele é
a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também
pelos de todo o mundo.”
Atos
4:12 “E em nenhum outro há salvação; porque debaixo do céu nenhum outro nome
há, dado entre os homens, em que devamos ser salvos.”
ANJOS E
DEMÔNIOS
Os
anjos são seres espirituais que foram criados por Deus, portanto finitos, que
possuem um propósito definido na obra e criação de Deus, possuindo
personalidade, podendo ser de vários tipos, obedecendo a uma hierarquia,
podendo também ser bons “anjos de Deus”, ou maus “demônios”.
O termo
hebraico “malãk” tem como significado “mensageiro”. No Antigo Testamento
encontraremos esta palavra para significar os anjos. Contudo levar mensagem não
era apenas única designação, mas também desincumbir-se de alguma outra
atividade específica, e representar de modo oficial aquele a quem o enviara.1
No Novo
Testamento a palavra que designa esses seres é “angelos” que tem o mesmo
significado “mensageiro”, ou servidores.
A
Bíblia fala em anjos bons e anjos maus, sendo que originalmente todos foram
criados bons e santos já que em Gênesis tudo que Deus criou, Ele viu que era
bom. Contudo alguns se rebelaram e escolheram se voltar contra o criador o que
os levou a uma condição de “anjos decaídos”, também possuem propósitos, e estão
sob o controle de um chefe “Lúcifer”.
ANJOS
BONS
No
período pré-exílico o anjo do Senhor (mal’akh yahweh) é o agente direto da
vontade de Deus, preservando uma personalidade sem nome e sem se revelar
nominalmente aos homens. Alguns argumentam que as aparições a Hagar como em (Gn
16:7-13), e a Abraão no monte Moriá (Gn 22:11-18), a Moisés na sarça ardente
(Ex.3:2), como também a Gideão em Ofra (Jz 6:11), são apenas a tentativa
aparente de suavizar o relato do antropomorfismo do registro sagrado. 2 Além de
mensageiros da vontade divina, podem prestar socorro aos homens(1 Rs 19:5-7),
prestar ajuda militar (2 Rs 19:35). Os conceitos são muito rudimentares na
literatura rabínica quanto aos anjos guardiães ou o anjo da morte, pois a visão
desses seres ainda não é clara quanto a sua originalidade.3
Já no
período exílico e posterior esses seres ganham traços mais firmes no sentido de
propósito como também passa a ser reconhecidos por nomes como vemos no livro de
Daniel.
No Novo
Testamento também encontramos a mesma designação dos seres com relação a missão
dos mesmos. “No entanto o conceito de anjo guardião é aguçado como na
literatura rabínica (Mt 18:10)”. Também estão associados na transmissão da lei
e quase sempre ligados a questão apocalíptica, ou seja, do julgamento final.4
A
bíblia fala numa variedade de anjos bons, apesar de somente Miguel e Gabriel
terem seus nomes registrados (Dn 12:1, Ap 12:7), estão divididos em diferentes
categorias como querubins (Ez 10:1-3), serafins (Is 6:2), anjos com autoridade
e domínio(Ef 3:10,Cl 1:16), e espíritos ministradores angelicais (Hb 1:13-14 ,
Ap 5:11).
Entre
as suas funções está a adoração a Deus como vemos em Salmo 103:20,21:
“Bendizei
ao Senhor, vós anjos seus, poderosos em força, que cumpris as suas ordens,
obedecendo a voz da sua palavra! Bendizei ao Senhor, vós todos os seus
exércitos, vós ministros seus, que executais a sua vontade!”
Os
anjos apesar de exercerem essa adoração na presença de Deus, em um momento,
essa atividade se deu na terra por ocasião do nascimento de Jesus Cristo, como
está descrito em Lucas 2:13,14. 5
Eles
revelam, comunicam a mensagem divina aos homens, e ainda estão profundamente
envolvidos com o ministério da mediação das leis no Antigo Testamento como
vemos em At.7:53, Gl 3:19; Hb 2;2. Apesar de não terem desempenhado função
semelhante no Novo Testamento, contudo são portadores da mensagem divina no
caso de Maria (Lc 1:26-38), Filipe (At.8:26) e etc. Eles protegem, livram,
socorrem aos servos de Deus nos momentos de aflição em Atos 5:19 um anjo livrou
da prisão pública os apóstolos que ali estavam, para que eles fossem ao templo
com o propósito de falar de Cristo ao povo, assim também aconteceu a Pedro como
vemos em At.12:6-11, eles estão permanentemente cuidando de nossas necessidades
espirituais, travando por nós as batalhas espirituais, no que diz respeito a
anjos da guarda, ou seja, o anjo específico que cuida de cada indivíduo ao
longo de sua vida, Erickson citando A.J.Maclean, diz que essa idéia fazia parte
da crença popular judaica nos tempos de Jesus, mas que foi transferida para o
pensamento cristão, contudo não existe prova suficiente nas escrituras que
provem esse conceito.6 Os anjos executam julgamento sobre os inimigos de Deus,
ou sobre o próprio povo de Deus, trazendo destruição e morte como diz a
escritura (2 Rs 19:35; 2 Sm 24:26; At.12:23).7
A
figura do “Anjo do Senhor” aparece algumas vezes no Antigo Testamento, esse
anjo é representado como o ser celestial enviado por Deus para tratar com os
homens como Seu agente pessoal e porta-voz. Algumas vezes ele é identificado
como Deus, sendo assim uma extensão da personalidade divina, falando não
somente em nome de Deus, mas fala como o próprio Deus usando a primeira pessoa
do singular como vemos em Gn.16:7; 22:11; 31:13. No Novo Testamento não existe
nenhuma identificação, já que ele é personalizado como Gabriel (Lc.1:19), ou o
Espírito Santo (At.8:26-29).8
ANJOS
MAUS
Com
relação aos demônios, ou seja, os anjos maus a escritura pouco relata a
respeito de como se tornaram maus, como também sua origem. No Antigo Testamento
existem referências sobre os demônios em Lv.17:7; 2 Cr.11:15 sob os nomes no
hebraico de sã’ir ou em Dt.32;17;Sl.106:37 o termo shedh, significando ambas
por cabeludo ou sátiro.
“Nessas
passagens há o pensamento que as deidades que foram ocasionalmente servidas por
Israel não são verdadeiros deuses, mas em realidade eram demônios (Cf 1
Co.10:19 e Seg.).Contudo o assunto não se reveste de grande interesse no Antigo
Testamento, enquanto que as passagens relevantes são poucas.” 9
No Novo
Testamento o termo grego usado é daimonion, o que seria um diminutivo de
daimon. No Novo Testamento essa expressão sempre se refere aos seres espirituais
que são hostis a Deus e aos homens, estes anjos maus estão sob o comando de
Belzebú, também conhecido por Satanás o acusador.
Suas
atividades estão ligadas a todas formas de tentação e engano, como também a
infligir doenças como vemos em (mc 9:17;9:25;Mt 12:22; At.8:7), contudo uma das
funções mais destacadas desses seres é a de impedir o progresso espiritual do
povo de Deus (Ef.6:12). 10
Hoje
alguns advogam que a possessão demoníaca era apenas a forma como os antigos
viam a enfermidade ou a loucura, já que em muitos casos a possessão provocava
como já dissemos sintomas não muito diferentes de doenças como mudez,
paralisia, epilepsia, cegueira e etc.,ou então da loucura como recusa em vestir
roupas, viver em sepulcros. Só que a Bíblia distingue possessão de enfermidade
ou loucura como vemos em Mt.4:24; Lc 13:32.
Segundo
Erickson os demônios podem até falar usando a voz da pessoa possessa, e habitar
não somente em seres humanos mas também animais como se vê em Mt.8:29,31; Mc
cap.5.
Diabo
ou diabolos no grego é a forma comum para designar o chefe dos demônios. Ele é
identificado como a antiga serpente e dependendo da interpretação que se faça
de Ezequiel 28:12-16 da profecia contra o rei de Tiro, é visto como um anjo
poderoso que por causa do seu orgulho intentou ser igual a Deus, sendo expulso
do jardim de Deus. Mesmo tendo perdido sua posição Satanás continuou a exercer
poder sobre a terra e a ter acesso ao céu na condição de hassãtan, ou seja, o
“acusador” (Jó 1:9;2:4; Zc 3:1) exercendo o papel de um promotor público.
Contudo com a morte e ressurreição de Cristo, Satanás foi lançado fora dos céus
para não mais acusar (Jo 12:31; Ap 12:10).11
Mesmo
possuindo poder, o Diabo é limitado, não pode fazer contra Jó nada que Deus não
tivesse permitido, o homem pode resistir ao Diabo através do poder que há no
Espírito Santo (Tg.4:7; Rm 8:26; 1Co 3:16).12
CONCLUSÃO
Os
cristãos atuais na sua maioria ignoram a atividade destes seres, sejam eles
bons ou maus, por isso muitos tem submetido a derrotas no campo espiritual.
Outros contudo pela sua curiosidade tem colocado os anjos no lugar de Cristo
como intermediadores entre Deus e o homem o que leva também a heresia.
“Tanto
o Antigo como o Novo Testamento relutam em dar proeminência a esses servos
celestiais do Senhor, mesmo porque seria uma proeminência indevida. Mas o
crescente interesse nos agentes espirituais negativos, demoníacos e outros, e o
fascínio popular pelas várias fantasias de ficção científica devem levar o
crente a meditar às vezes sobre os “milhares e milhares de anjos”, esses
abençoados e radiosos cidadãos das hostes celestiaisque, entre outras coisas,
se ocupam dos nossos interesses, (Hb 1:14; 12:22).” 13
Wagner
de Castro Pinna (Formado em Bacharel em Teologia pelo Seminário Teológico
Batista do Sul do Brasil com especialização na área pastoral, membro da 1ª
Igreja Batista em Alcântara, atualmente trabalha na Frente Missionária em
Mutondo em São Gonçalo – RJ)
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
HARRIS,
R. Laird: Dicionário Internacional de Teologia do A.T.p.762
DOUGLAS,
J.D: O Novo Dicionário da Bíblia. p.80
Ibid.
p. 80
ANJOS
NO NOVO TESTAMENTO
Augustus
Nicodemus Lopes
A
crença em anjos no Novo Testamento
Os
cristãos não eram o único grupo do primeiro século que acreditava na existência
de anjos. A maioria das seitas do judaísmo, berço do cristianismo, pro-fessava
a crença nesses mensageiros celestes, á exceção provável dos saduceus (At
23.8). 0 interesse dos judeus por anjos havia crescido de forma notável durante
o período intertestamentario, quando o segundo templo foi construído, após o
retorno do cativeiro babilônico. É provável que esse aumento de interesse pelos
anjos tenha ocorrido como resultado da ênfase nesse período á idéia de que Deus
havia se distanciado do seu povo, já que não havia mais profetas. A ausência de
profetas, os mensageiros oficiais de Deus ao seu povo, provocava a necessidade
de outros mediadores da vontade divina. Os anjos vieram ocupar esse espaço no
judaísmo do segundo templo. 0 aumento do interesse pelo mundo celestial e pelos
seus habitantes, os anjos, nota-se nos escritos judaicos produzidos antes ou
logo após o nascimento do cristianismo. Exemplos desta tendência se percebem em
alguns livros apócrifos (4 Esdras 2.44-48; Tobias 6.3-15; 2 Macabeus 11.6). 0
mesmo se vê em alguns dos escritos dos sectários do Mar Morto achados nas
cavernas do Wadi Qumran, como o rolo da Batalha entre os Filhos das Trevas e os
Filhos da Luz. Alguns dos escritos produzidos pelo movimento apocalíptico
dentro do judaísmo, mais que os escritos de outros movimentos, enfatizava o
ministério dos anjos (1 Enoque 6. 1 ss; 9. 1 ss), 0 interesse pelos anjos se
nota até mesmo nos escritos rabínicos datados a partir do século III (com
exceção do Mishnah), e que possivelmente representam a linha principal do
judaísmo no período do segundo templo.
Fora
das fronteiras do judaísmo, a crença em anjos, encontrava-se não somente nas
religiões que fervilhavam no mundo greco-romano, mergulhado no misticismo
helênico, como também nas obras dos filósofos e escritores gregos famosos, como
Sófocles, Homero, Xenofonte, Epicteto e Platão. A biblioteca de Nag Hammadi,
descoberta em nosso século (1945) nas areias quentes do deserto egípcio,
apresenta material gnóstico datando do século IV, com uma elaborada
angelologia, onde a distância entre Deus e os homens é coberta por trinta
“archons”, seres intermediários, possivelmente anjos, que guardam as regiões
celestes. Os “Papiros Mágicos” desta coleção contém fórmulas para atrair os
anjos. Embora datando do século IV, estes escritos possivelmente refletem
crenças que já estavam presentes de forma incipiente no mundo greco-romano
desde antes de Cristo. Em contraste aos escritos produzidos cm sua época, a
literatura do Novo Testamento é bem mais discreta e reservada em seus relatos
da atividade angélica.
As
palavras mais comuns para “anjos” no Novo Testamento
A
palavra mais usada no Novo Testamento para “anjo” é aggelos, que é a tradução
regular na Septuaginta da palavra hebraica Mala’k. Ambas significam
‘mensageiro”. Aggelos é usada umas poucas vezes no Novo Testamento para
mensageiros humanos, como por exemplo os emissários de João Batista a Jesus
(Lc. 7.24; veja ainda Tg 2.25; Lc 9.52). Na maioria esmagadora das vezes, a
palavra refere-se aos mensageiros de Deus, que povoam o mundo celeste e
assistem em sua presença. Aggelos é usada tanto para anjos de Deus quanto para
os anjos maus.
Existe
outro termo no Novo Testamento para se referir aos anjos, o qual só Paulo
emprega: “principados e potestades”. Em duas ocasiões é usado em referência aos
demônios (Ef 6.12; Cl 2.13) e em três outras aos anjos de Deus (Ef 3.10; Cl
1.16; 1 Pe 3.22). Em todos os casos, refere-se ao poder e á hierarquia que
existe entre esses espíritos. Uma outra palavra usada no Novo Testamento para
anjos e pneuma, geralmente no plural (pneumata), que se traduz por espíritos”.
Embora o termo seja empregado geralmente para os anjos maus e decaídos (quase
sempre qualificado pelo adjetivo “imundo”, cf. Mt 12.43; Lc 4.36; At 8.7), é
usado pelo menos uma vez para os anjos de Deus, como sendo “espíritos
administradores” (Hb 1. 14). Alguns estudiosos têm sugerido que “espíritos”
também se refere a anjos em outras passagens onde a palavra pneumata aparece,
como por exemplo 1 Co 14.12. Neste versículo o apóstolo Paulo aprova e
incentiva o desejo dos membros da igreja por pneumata, expressão quase que
universalmente traduzida como “dons espirituais”, devido ao contexto. De acordo
com E. Earle Ellis, Paulo, na verdade, não se refere a dons espirituais, mas
aos anjos que estavam presentes aos cultos (1 Co 11. 10). Sua tese é que existe
uma relação estreita entre as manifestações sobrenaturais que estavam
acontecendo na igreja de Corinto e o ministério angélico. Tais manifestações,
ou parte delas, não eram produzidas pelo Espírito Santo, e nem também por
espíritos malignos, mas por estes espíritos bons. Outras passagens onde
“espíritos” significa “anjos”, segundo Ellis, são 1 Co 14.32; 1 Jo 4.1-3; Ap
22.6.1(1). Embora esta sugestão seja interessante e provocativa, fica difícil ver
como “espíritos” produtores de dons espirituais se encaixam no contexto de 1 Co
14.12 e no ensino de Paulo de que os dons são dados pelo Espírito Santo. 0 uso
de pneumata em 1 Co 14.12 (bem como nas demais passagens mencionadas acima)
pode ser explicado á luz de 1 Co 12.7, onde Paulo afirma que há diferentes
manifestações do Espírito Santo. Ou seja, o mesmo Espírito manifesta-se de
formas diferentes através de pessoas diferentes. Paulo refere-se a estas
manifestações como “espíritos”. Elas eqüivalem aos dons espirituais. E difícil
admitir que Paulo aprovaria um desejo dos crentes de Corinto de buscar estas
entidades celestiais.
Anjos
através dos livros do Novo Testamento
A
presença e a atividade de anjos registradas nos evangelhos sinópticos (Mateus,
Marcos e Lucas) indicam invariavelmente a intervenção direta de Deus. Como
mensageiros fiéis de Deus, que têm acesso a presença divina (Lc 1. 19; cf 12.8;
Mt 10.32; Lc 15.10), a visita ou a intervenção de um deles eqüivale a uma
manifestação divina. A encarnação e o nascimento de Jesus foram marcados pela
presença de anjos, indicando a participação direta de Deus no nascimento do
Messias (Mt 1.20; 2.13,19; Lc 1 . 11; 1.26-38). Embora os evangelhos não
registrem quase nenhuma participação direta dos anjos assistindo a Jesus em seu
ministério (o que poderia ter ocorrido, se Jesus quisesse, Mt 26.52), os anjos
acompanharam o Senhor e se rejubilaram a medida em que pecadores se arrependiam
(Lc 15.10). As poucas vezes em que se manifestaram visivelmente tinham como propósito
demonstrar que Ele era amado e aprovado por Deus (Mt 4.11; Lc 2143). Os anjos
ainda participaram da sua ressurreição, da anunciação ás mulheres, e da
anunciação aos discípulos de que Jesus havia de voltar (Mt 28.2-5; At 1.9-11).
E o próprio Jesus também mencionou varias vezes que os anjos participariam) da
sua segunda vinda e do Juízo final (Mt 13.4 1; 16.27; 24.3 l).
Embora
nos evangelhos a atividade dos anjos praticamente se concentre em tomo da
pessoa de Jesus, ele mesmo menciona uma atividade deles relacionada aos homens,
“cuidado para não desprezarem nenhum destes pequeninos. Eu afirmo que os anjos
deles estão sempre na presença do meu Pai que está no céu” (Mt 18. 10, NVI).
Aqui Jesus fala do cuidado vigilante de Deus pelos “pequeninos ‘, através dos
anjos. A quem Jesus se refere por pequeninos” tem sido debatido pelos
estudiosos, já que o termo pode ser tomado literalmente (crianças) ou
figuradamente (os discípulos). Talvez a última possibilidade deva ser a
preferida, já que Jesus usa regularmente pequeninos” para se referir aos
discípulos, cf Mt 10.42; 18.6; Mc 9.42; Lc 17.2. Qualquer que seja a
interpretação, a passagem não está ensinando que cada crente ou criança tem seu
próprio “anjo da guarda”, como era crido popularmente entre os judeus na época
da igreja primitiva. Fazia parte desta crença que o anjo guardião” poderia
tomar a forma do seu protegido (cf. At 12.15). Jesus está ensinando nesta
passagem que Deus envia seus anjos para assistir aos “pequeninos”, e que,
portanto, nós não devemos desprezar estes “pequeninos”. Esse ministério
angélico para com os “pequeninos” faz parte do cuidado geral que os anjos
desempenham, pelo povo de Deus (cf. SI 9 1.11; Hb 1. 14; Lc 16.22). A passagem,
portanto, não deve ser tomada como suporte á crença popular em “anjos da
guarda”.
E
importante notar que o Evangelho de João faz pouquíssimas referências á
atividade dos anjos, embora, segundo João, Jesus tenha dito aos seus
discípulos, no início do seu ministério, que eles veriam, os anjos subindo e
descendo sobre si (Jo 1. 5 1 ). Possivelmente esta passagem não deva ser
entendida literalmente no que se refere aos anjos, mas apenas como uma alusão
ao sonho de Jacó (Gn 28.12) e ao seu cumprimento na pessoa de Cristo (unindo o
céu á terra). No relato de João das boas novas, os anjos só revelam a sua
presença ao lado da sepultura de Jesus (Jo 20.12)(2).
Estes
fatos indicam que as aparições angélicas durante o período cm que Jesus esteve
presente fisicamente entre nós foram relativamente poucas, e quase todas associadas
com o seu nascimento, ministério, morte e ressurreição. Era conveniente que a
vinda do Filho de Deus ao mundo fosse marcada por esta atividade angélica
especial.
Apesar
de a narrativa do livro de Atos abranger um período marcado por intensa manifestação
sobrenatural, que foi o nascimento da igreja cristã, as aparições angélicas
registradas pelo autor são relativamente poucas. Não há aparição de anjos em
grupos, á exceção dos dois homens em vestes resplandecentes no local da
ascensão (At 1. 10- 11). Nas intervenções angélicas, é sempre um único anjo que
aparece, o qual é chamado de “um anjo do Senhor” (At 5.19; 8.26; 12.7,15) ou
“um anjo de Deus” (10.3; 27.23). A expressão “anjo do Senhor” não tem. em Atos
a mesma conotação que no Antigo Testamento, onde ás vezes este anjo é
identificado com o próprio Deus. Em Atos a expressão sempre designa um
mensageiro angelical. Os anjos aparecem em Atos com a mesma função principal,
que no Antigo Testamento e nos Evangelhos, ou seja, trazer uma mensagem oficial
da parte de Deus (At 5.19; 10.’ 10.22; 27.23). A isto se acresce a função
protetora, pois por duas vezes um anjo do Senhor libertou apóstolos da prisão
(At 5.19; 12.7). Uma outra missão de um anjo foi punir o rei Herodes (At 12.23)
missão esta já mencionada no Antigo Testamento (cf Ex 12.13; 2 Sm 24.17) A
atividade dos anjos em Atos, além de bastante discreta, é voltada quase que
exclusivamente para o progresso do Evangelho. Um ponto de grande relevância
para nos hoje é que ela se concentra, em torno dos apóstolos (At 5.19; 12.7
27.23) ou dos seus associados, como Filipe (8.26). A única exceção foi a
aparição á Cornélio (At 10,3). Mesmo assim ocorreu una ponto crucial do
nascimento da Igreja Cristã, que foi a inclusão do gentios na Igreja. Á exceção
deste caso não há registro de aparições de anjos ao crentes em geral, nem para
lhes trazer mensagens de Deus, nem para protege-los, embora certamente eles
estivessem ocupados em desempenhar esta última; função, provavelmente de forma
não perceptível aos crentes.
0
apóstolo Paulo é bastante ponderado no que escreve sobre os anjos, se com
parado com outros autores religiosos não cristãos da sua época. Ele emprega a
palavra aggelos apenas catorze vezes em suas treze cartas. Ele se refere aos
anjos de Deus, não tanto como mensageiro: celestes ou protetores dos crentes,
mas como participantes do progresso do plano de Deus neste mundo, que
participaram da entrega da Lei no Sinai (G1 3.19) e que virão com Cristo para
executar juízo sobre a humanidade (2 Ts 1.7). Estes são os “anjos eleitos”, que
assistem diante de Deus (I Tm 5.2 1; cf. Gl 4.14). Uma possível explicação para
a atitude reservada de Paulo é que, para ele, o Senhor Jesus, é a manifestação
suprema de Deus, que suplanta todas as demais, diante das quais as manifestações
angélicas perdem em importância e relevância (Ef 1.21; Cl 1. 16; cf. Hb 1.
1-2). Em nenhum momento Paulo menciona em suas cartas encontros angélicos que
porventura teve, nem encoraja os crentes a buscar tais encontros. Some-se a
isso a preocupação que demonstra em suas cartas com aparições e visões de
anjos. 0 apóstolo teme que anjos caídos, passando-se por anjos de Deus,
manifestem-se em visões com o
alvo de
enganar os crentes. Ele menciona a possibilidade de que um anjo do céu venha
pregar outro evangelho (G1 1. S), e que Satanás apareça dissimulado de “anjo de
luz” (2 Co 11.14). Ele alerta aos crentes de Colossos a que não se deixem
arrastar para o culto aos anjos propagado pelos líderes da heresia que ameaçava
a igreja, e que se baseava cm visões (C1 2.18).
Uma
passagem surpreendente sobre anjos é Gl 3.19, em que Paulo diz que a Lei de
Deus foi entregue ao povo de Israel por meio de anjos. Esse fato no é
mencionado na narrativa da entrega da Lei a Moisés no livro de Êxodo. Sua
veracidade foi aceita possivelmente durante o período do segundo templo, quando
os anjos receberam cada vez mais lugar destacado na teologia do judaísmo,. ao
ponto de serem. reconhecidos como mediadores no Sinai, na hora da entrega da
Lei a Moisés por Deus. 0 fato foi aceito como verídico por judeus cristãos como
Estêvão (At 7.53), o autor de Hebreus (Hb 2.2), e por Paulo. Só que, enquanto
que para os judeus da sua época, a presença de anjos no Sinai era algo que
exaltava a glória da Lei, para Paulo, a presença destas criaturas era apenas um
sinal da inferioridade da Lei em comparação ao Evangelho, que havia sido
trazido pelo próprio Filho de Deus, sem mediação de criaturas.
Uma
outra passagem difícil de entender nas cartas de Paulo é a enigmática expressão
de 1 Co 11. 10. “Por esta razão, e por causa dos anjos, a mulher deve ter sobre
a cabeça um sinal de autoridade”. 0 que tem os anjos, a ver com o uso do véu
nas igrejas de Corinto? A resposta está ligada a um aspecto da situação
histórica específica da Igreja de Corinto no século I, que nós desconhecemos.
Havia uma idéia estranha na época de Paulo de que Gn 6.1-2 se referia a anjos
que se deixaram atrair pelos encantos femininos (uma tradição rabínica
acrescenta que foram os longos cabelos das mulheres que tentaram os anjos), A
falta de decoro e propriedade por parte das mulheres na igreja de Corinto
poderia novamente provocá-los. 0 mais provável é que Paulo se refira a outro
conceito corrente que os anjos bons eram guardiões do culto divino, o que
exigiria decoro e propriedade por parte de todos os adoradores. Este conceito
se encaixa perfeitamente no ensino do Novo Testamento de que os anjos observam
e acompanham o desenvolvimento do evangelho no mundo (ver Ef 3. 10, 1 Tm 5.12;
1 Pe 1. 12; Hb 1. 14).
Não há
menção de anjos cm Tiago, e nem nas três cartas de João. Pedro menciona apenas
que os anjos anelam compreender os mistérios do Evangelho (1Pe 1. 12), e que
estão subordinados a Cristo (3,22). Em Judas encontramos mais uma referência
enigmática aos anjos, desta feita cm relação ao confronto do arcanjo Miguel com
Satanás, em disputa pelo corpo de Moisés (Jd 9). Esse incidente não é narrado
no Antigo Testamento, mas aparece num livro apócrifo que era bastante popular
entre os judeus chamado A Ascensão de Moisés. Neste livro o autor narra que,
após a morte de Moisés, sozinho no monte, Deus encarregou o arcanjo Miguel de
dar-lhe sepultura. 0 diabo veio disputar o corpo, alegando que Moisés era um
assassino (havia matado o egípcio), e que, portanto, seu corpo lhe pertencia. De
acordo com a Ascensão, Miguel limitou-se a dizer que o Senhor repreendesse os
intentos malignos de Satanás. Embora narrado num livro apócrifo, o incidente
deve ter ocorrido, e Deus permitiu que, através de Judas, viesse a alcançar
lugar no cânon do Novo Testamento.
A carta
aos Hebreus menciona os anjos nada menos que 13 vezes, 11 das quais nos dois
primeiros capítulos, onde o autor procura estabelecer a superioridade de Cristo
sobre os anjos (Hb 1.4-7,13; 2.2,15,16). A razão para esta abordagem foi possivelmente
a exaltação dos anjos por parte de muitos judeus no século I. 0 autor,
escrevendo a judeus cristãos sentiu a necessidade de diferenciar a mensagem do
evangelho trazida por Cristo, e as muitas mensagens e mensageiros angelicais
que infestavam a crendice popular judaica no século I.
E no
livro de Apocalipse que temos a maior concentração no Novo Testamento do ensino
sobre anjos. É o livro do Novo Testamento que mais emprega a palavra aggelos
(67 vezes). Aqui os anjos aparecem como agentes celestes que executam os
propósitos de Deus no mundo, como proteger os servos de Deus (Ap 7.1-3) e
administrar os juízos divinos sobre a humanidade incrédula e impenitente (Ap
8.2; 15.1; 16.1). Apocalipse está cheio das visões que o apóstolo João teve do
céu, e os anjos aparecem como habitantes das regiões celestes, ao redor do
trono divino, em reverente adoração a Deus e ao Cordeiro (Ap 5.11; 7.11),
mediando ao apóstolo João as visões e as instruções divinas (Ap 1.1).
Uma
questão que tem atraído o interesse dos intérpretes é o sentido da palavra
“anjo” em Ap 1.20, “os anjos das sete igrejas” (cf Ap 2.1,8,12,18;
3,1,7,14).Alguns acham que João se refere aos pastores das igrejas às quais
endereça suas cartas, já que em Malaquias os líderes religiosos são chamados de
anjos (MI 2.7). Ou então, aos mensageiros (aggelos) das igrejas que haveriam de
levar as cartas às suas comunidades. 0 problema com estas interpretações é que
a palavra aggelos em Apocalipse nunca é usada para seres humanos, mas
consistentemente para anjos. Por este motivo, outros, como Origenes no século
II, acham que João se refere a anjos reais, já que este é o uso regular que ele
faz da palavra no livro. Estes anjos seriam os anjos de guarda de cada igreja a
quem João manda uma carta. A dificuldade óbvia com esta interpretação é que as
advertências e repreensões das cartas seriam dirigidas a anjos, e não aos
membros da igreja. Além do mais, fica claro pelo
fim de
cada carta que elas foram endereçadas aos membros das igrejas (2.7,11,17 etc).
Assim, outros estudiosos têm sugerido que “anjos” representam o estado real de
cada igreja, o “espírito” da comunidade. Esta idéia, que no deixa de ser
curiosa e estranha, tem sido adotada por alguns que defendem que igrejas têm
suas próprias entidades espirituais malignas, que se alimentam dos pecados não
tratados das mesmas(3). Fica difícil tomar uma decisão. Mas, já que é evidente
que os anjos e as igrejas são uma mesma coisa nestas passagens, a ”
interpretação que talvez traga menos dificuldades é que aggelos (anjos) se
refere aos pastores das igrejas.
Anjos
em batalha espiritual
Outra
passagem cm Apocalipse que merece destaque é a que descreve uma batalha no céu
entre Miguel e seus anjos, contra o dragão e seus anjos, onde Satanás é
derrotado e lançado á terra (Ap 12.7-9). A que evento histórico esta guerra
celestial corresponde tem sido bastante discutido. Para alguns, refere-se á
queda de Satanás no principio, quando revoltou-se contra Deus e foi expulso dos
céus. Para outros, a vitória final de Cristo, ainda por ocorrer no fim dos
tempos. 0 contexto, entretanto, parece favorecer outra interpretação, ou seja,
que esta derrota de Satanás nas regiões celestiais corresponde à vitória de
Cristo, ao morrer e ressuscitar, já que ela aconteceu, “por causa do sangue do
cordeiro” (Ap 12. 10; cf. Jo 12.3 1; 16.1 l).À semelhança do Antigo Testamento,
o Novo é igualmente reservado em narrar estas pelejas celestiais, e limita-se a
registrar dois confrontos do arcanjo Miguel com Satanás (Jd 9; Ap 12.7-9). Não
temos condições de saber quais as razões para estes embates entre anjos, e nem
quão freqüentemente eles ocorrem no misterioso mundo celestial.
Digno
de nota é o fato que Miguel, que no Antigo Testamento aparece como guardião de
Israel, surge aqui em Ap 12.7-9 como defensor da Igreja, liderando as hostes
angélicas contra Satanás e seus demônios, que procuram destruir a obra de Deus.
Sua área de ação não e mais o território de Israel, mas o mundo, onde quer que
a Igreja esteja. A constatação deste fato deveria moderar a fascinação de
muitos hoje pela idéia de espíritos territoriais, maus ou bons, que seriam
supostamente responsáveis por determinadas regiões geográficas, e que se
embatem em busca da supremacia sobre aqueles locais. É possível que as nações
ou outras regiões tenham seus príncipes angélicos, bons ou maus, mas esta idéia
não exerce qualquer função ou influência no ensino do Novo Testamento, quanto
aos anjos e á sua participação na luta da igreja contra os “principados e
potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso” (Ef 6.12). Enquanto
que em Daniel os principados e as potestades aparecem relacionados com
determinados territórios, no Novo Testamento eles aparecem não mais
relacionados com regiões, mas com este mundo tenebroso. 0 conflito regionalizado
do Antigo Testamento tomou caráter universal e cósmico com a vitória de Cristo.
0 diabo e seus príncipes malignos são vistos agora como dominadores, não de
determinadas regiões geográficas, mas “deste mundo tenebroso”. E os anjos agora
servem aos servos de Deus, em qualquer região geográfica do planeta, onde se
encontrem.
Notas de rodapé
1 Ver E. Earle Ellis, Spiritual GIffs in the Pauline
Community, em New Testment Studies 20 (1973-1974) 134.
2
Existe séria dúvida da parte de muitos especialistas em manuscritologia bíblica
de que a passagem de João 5,4, que menciona a decida de um anjo para mover a
água da piscina de Betesda, seja de fato autêntica, visto que não aparece nos
manuscritos mais antigos importantes. ,
3 Neuza
ltioka, por exemplo, afirma que os anjos das cartas de Apocalipse (Ap 2-3 são
anjos literais que Incorporam e absorvem o estado espiritual da Igreja, e que
alguns deles são substituídos por demônios, devido á decadência espiritual da
comunidade que representam. Ela baseia-se nas sugestões (sem exegese) de Walter
Wink e R. Linthicum em Ap 2-3, cf. A Igreja e a Batalha Espiritual: Você Está
Em Guerra em Série Batalha Espiritual (São, Paulo: Editora SEPAL 1994)
36,39,40-41,67,11
I.
INTRODUÇÃO
II. A
NATUREZA DOS ANJOS
a. Os
anjos foram criados por Deus
b. O
Ser Gerado e os seres criados
c. As
características dos anjos
III. AS
APARIÇÕES DOS ANJOS NAS ESCRITURAS
IV. AS
CLASSES ANGELICAIS
A. O
Anjo do Senhor
B. O
Arcanjo
C. Os
Serafins
D. Os
Querubins
E. O
Anjo Gabriel
V. A HIERARQUIA
CELESTE
VI. O
TRABALHO DOS ANJOS
A. São
Agentes da Obra de Deus
. Os
anjos são Ministradores dos Santos
. O
Anjo da Guarda
. Os
Anjos das Nações
B. São
executores da Justiça de Deus
VII. A
CONSPIRAÇÃO DE LÚCIFER
A. A
origem de Satanás
B. O
Caos da Queda de Lúcifer
C. Os
Anjos Caídos e os Demônios
D. O
Trabalho dos Anjos maus
1. Pela
Mentira
a.
Fazer-se passar pelo que não é
b.
Ocultar a verdade sobre seu passado
c.
Apresentar o mau como sendo o bem
VIII. A
AUTORIDADE SOBRE OS DEMÔNIOS
Bibliografia
O Autor
Os
Anjos
Estudos
e Apontamentos
I.
INTRODUÇÃO
“NINGUÉM
VOS DOMINE A SEU BEL-PRAZER COM PRETEXTO DE HUMILDADE E CULTO DOS ANJOS,
METENDO-SE EM COISAS QUE NÃO VIU; ESTANDO EM VÃO INCHADO NA SUA CARNAL
COMPREENSÃO” Colossenses 02.18
O
presente comentário se dá devido à grande necessidade da igreja e do povo de
Deus em saber responder com segurança, e dentro da Palavra de Deus, às
freqüentes ondas de promoção, exaltação e até invocação dos anjos, seres
superiores aos homens e fascinantemente mais conhecedores dos mistérios de
Deus, ondas essas, que invadem todos os meios adicionados de toda sorte de
misticismos e distorções doutrinárias que não poupam nem mesmo os meios
evangélicos.
Longe da consciência de ter esgotado o assunto,
saliento que o apresentado neste pequeno estudo não é senão o tido como mais
próximo da verdade, devido à grande profundidade e realidade de Deus e do mundo
espiritual, que fazem do mais sábio e ciente estudioso das Escrituras um débil
aprendiz.
Pr. Carlos
V. Ricas
II. A
NATUREZA DOS ANJOS
a. Os
anjos foram criados por Deus
Não se
sabe quando Deus os criou, mas as Escrituras revelam que quando os céus e a
terra foram criados os anjos já existiam e assistiram à Obra da Criação (Jó
38.04,07).
“NA RESSURREIÇÃO
NÃO HAVERÁ CASAMENTO, POIS SERÃO COMO OS ANJOS DE DEUS NO CÉU” S. Mateus 22.30.
Nesta base se tem que os anjos foram criados individualmente, o que os
descaracteriza como raça, não sendo solidários biológica ou moralmente como os
homens. Desta maneira entendemos como o pecado do primeiro homem afetou toda a
sua descendência, enquanto que no tocante aos anjos, que foram criados
individualmente, e cada um sendo responsável pelos seus atos, a rebeldia de um
grupo não condenou os demais.
b. O
Ser Gerado e os seres criados
A
Bíblia também diz que Cristo é o Filho Unigênito de Deus, revelando que tudo o
mais foi criado e continua sustentado por Ele através de sua Palavra (Hebreus
11.03). Aqui está o conceito que diferencia o Único Ser gerado dos inumeráveis
seres criados pelo Senhor.
Assim temos que não é coerente nem correta
certa linha de pensamento quando afirma que qualquer dos anjos conhecidos seria
ou poderia ser o próprio Jesus Cristo ou vice-versa em qualquer tempo, salvo um
caso particular que abordaremos mais adiante, pois tal falha seria um erro de
gênero, previsto nas cartas de Paulo aos Romanos e a Timóteo, nas quais
encontramos completa descrição profética da sociedade humana nos últimos
tempos, a qual, dentre outros erros, julgaria a glória do Deus Criador aos
níveis das criaturas (Romanos 01.23,25; 1Timoteo 04.01-05; e 2Timoteo
03.01-09).
Deste modo, vemos também como é absurda a
doutrina espírita quando ensina que os anjos são as almas dos homens chegados
ao grau máximo de perfeição do ser humano, negando assim a criação distinta dos
anjos, bem como a realidade dos demônios, afirmando que estes são as almas
desencarnadas dos homens maus.
c. As
Características dos Anjos
Semelhantes
ao homem no sentido de serem pessoas responsáveis por seus atos, com liberdade
para servir a Deus ou não, os anjos são diferentes dos homens em vários pontos:
A. Os anjos são seres reais, porém, espirituais.
Por isso vemos nas Escrituras a definição dos anjos como sendo “ESPÍRITOS
MINISTRADORES ENVIADOS PARA SERVIÇO, A FAVOR DOS QUE HÃO DE HERDAR A SALVAÇÃO”
(Hebreus-01.14).
B. Por serem espirituais não são sujeitos às
variações dos elementos: a água, o fogo e o calor não podem molestá-los e o
fator tempo não os preocupa: nunca se encontrou qualquer registro de idade,
juventude ou velhice de anjos ou qualquer outro ser espiritual nas Escrituras.
C. A Bíblia revela que os anjos tem inteligência
(IISamuel 14.20), raciocínio (IPedro 01.12) e que são maiores que nós em força
e poder (IIPedro 02.11).
D. O salmista os descreveu como “- VALOROSOS EM
PODER, QUE EXECUTAM AS ORDENS DE DEUS E LHE OBEDECEM À VOZ” (Salmos 103.20).
E. Quanto à sabedoria, podemos salientar que
apesar de serem muito mais sábios que nós, contudo, não são oniscientes, ou
seja, não sabem todas as coisas (como não sabem o dia nem a hora da vinda de
Jesus – S. Mateus 24.36).
F. Quanto à força e ao poder, não são
onipotentes: apesar de muito poderosos, os encontramos a serviço e em
obediência e sujeição a Deus (Salmos 103.20).
G. A Escritura mostra que eles são
numerosíssimos quando os apresenta em “milhares de milhares, milhões de
milhões” (Apocalipse 05.11, Daniel 07.10, Deuteronômio 33.02).
H. Eles não “geram” outros anjos, por isso,
tantos quantos foram criados na eternidade, o são ainda hoje e o serão sempre,
uma vez que não possuem o poder de procriação e, entrando no entendimento
humano do termo, são seres assexuados como todos os demais seres espirituais.
As Escrituras apresentam a criação macho-fêmea, singular e unicamente empregada
no universo físico, onde todos deveriam crescer, se multiplicar e encher a
terra (Gênesis 01.22,28).
I. Até
mesmo o homem, quando estiver diante de Deus, será como os anjos que “não se
casam nem se dão em casamento, veja S. Mateus 22.30 e S. Marcos 12.25.
J. Encontramos os anjos enviados por Deus,
muitas vezes materializados e com aparência humana, o que os levou a serem
confundidos com seres humanos algumas vezes, como o foi por Josué (Josué
05.13-15) e pelos Sodomitas (Gênesis 19.04-05) e a serem hospedados como homens
em algumas casas (Hebreus 13.02).
K. Apenas algumas classes de anjos possuem suas
asas declaradas nas Escrituras, como os Querubins (Ezequiel 01.06) e os
Serafins (Isaías 06.02), mas não são mencionadas com os outros anjos, nem mesmo
em Daniel 09.21 onde Gabriel “voa” até o profeta, nem em Apocalipse 14.06
quando prediz que um anjo voará pelo céu anunciando os juízos de Deus; as
únicas passagens bíblicas que os apresenta-“voando”.
L. Justificamos o item anterior considerando
que normalmente associamos o vôo à existência necessária de asas, mas mesmo no
mundo físico isto já não é mais regra, e que para terem sido confundidos com
seres humanos, os anjos não poderiam ter aparecido aos homens com asas.
M. Em S.Lucas 20.34-36 vemos que os anjos são
criaturas eternas, isto é, não podem morrer. Verdade esta tão real que naquela
passagem aparece como exemplo para ilustrar a imortalidade que será herdada
pelos que serão salvos.
III. AS
APARIÇÕES DOS ANJOS NAS ESCRITURAS
Na
Bíblia encontramos os anjos se comunicando com os homens de forma pessoal e
corpórea, por sonhos e por visões, nas seguintes passagens (dentre outras):
01. a
Agar (serva egípcia de Sara mulher de Abraão) Gênesis. 16.07;
02. a
Abraão, Gênesis 18.02; 22.11-18;
03. a
Ló, Gênesis 19.01-17;
04. a
Jacó, Gênesis 28.12; 32.01;
05. a
Moisés, Êxodo 03.02;
06. aos
Israelitas, Êxodo 14.19; Juizes 2.1;
07. a
Balaão, Números 22.31;
08. a
Josué, Josué 05.15;
09. a
Gideão, Juizes 06.11-22;
10. a
Manoá, (pai de Sansão), Juizes 13.06,15-20;
11. a
Davi, 2Samuel 24.16-17;
12. a
Elias, 1Reis 19.05;
13. a
Ezequiel, Ezequiel 01;
14. a
Daniel, Daniel 06.22;
15. a
Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, Daniel 03.25;
16. a
Zacarias, S.Lucas 01.11;
17. a
Maria (mãe de Jesus), S.Lucas 01.26-38;
18. a
José, (pai de Jesus), S. Mateus 01.20-23;
19. aos
pastores no campo, S.Lucas 01.11;
20. a Cristo,
S. Mateus 04.11 (dentre outras vezes);
21. aos
enfermos no tanque de Betesda, S. João 05.04;
22. às
mulheres no sepulcro, S. Mateus 28.02-05;
23. aos
discípulos na ascensão, Atos 01.10;
24. a
Pedro e João, Atos 05.19;
25. a
Felipe, Atos 08.26;
26. a
Pedro, Atos 12.07;
27. a
Cornélio, (centurião Romano), Atos 10.03;
28. a
Paulo, Atos 27.23;
29. a
João, Apocalipse 01.01.
IV. AS
CLASSES ANGELICAIS
As
Escrituras deixam transparecer que há uma organização entre os anjos a qual os
distingue pelas suas funções, poder e atribuições.
Por
ordem de grandeza, conforme aparecem na Bíblia, temos:
A. O
Anjo do Senhor
A forma
como “o Anjo do Senhor” aparece nas Escrituras o coloca acima de todos os
demais.
A
respeito dele encontramos:
1. que
tem o poder de perdoar ou reter pecados (Êxodo 23.20-22);
2. que
o nome de Deus está nele (Êxodo 23.21);
3. que
é tido como sendo o próprio rosto de Jeová (Isaías 63.09);
4. ele
mesmo admitindo ser Deus (Gênesis 32.28);
5. Jacó
declarando-o como sendo o próprio Deus (Gênesis 32.30).
Estas
características fazem concordar a maioria dos cristãos que tal majestade e
poder não são conferidos a nenhuma criatura senão ao Filho legítimo e único do
Altíssimo, constituindo-se por isso o único caso verdadeiro em que se poderia
admitir de um anjo ser ou poder ser Jesus ou vice-versa.
O fato de encontrarmos o Anjo do Senhor apenas
no Velho Testamento parece querer reforçar que realmente aquele ser glorioso
era o Messias à serviço do Pai desde os tempos da Velha Aliança.
B. O
Arcanjo
No
original grego o prefixo ARCH que aparece no nome tem a função de elevá-lo a
maioral, líder ou príncipe dos anjos (Daniel 10.13).
Este
título é dado a Miguel, o único arcanjo com seu nome declarado na Bíblia,
apesar dos vestígios que parecem mostrar ter Lúcifer ostentado o mesmo título
antes de sua rebelião (os livros apócrifos também mencionam os nomes de Rafael
e Uriel). O nome Miguel aparece em Daniel 10.13;12.01, Judas 09 e Apocalipse
12.07.
C. Os
Serafins
O
vocábulo vem do hebraico SARAPH que significa “ardente”, “refulgente” ou
“brilhante”.
A única
vez que aparecem nas Escrituras é em Isaías 06.01-03 diante do Trono de Deus
proclamando Sua santidade.
Pouco se sabe sobre eles, exceto o que a
passagem declara: que possuem seis asas das quais duas usam para cobrir seus
rostos, duas para cobrir seus pés e duas para voar, e o seu serviço de
aclamação já mencionado.
À
despeito da pouca informação, são considerados anjos muitos elevados por
servirem diante do Trono com o ministério de louvar a Deus e promover Sua
santidade.
Encontramos
também naquela passagem um serafim fazendo uma obra de santificação no profeta
Isaías tocando-lhe com uma brasa nos lábios.
D. Os
Querubins
Os
querubins aparecem de forma detalhada em várias passagens bíblicas.
Sua
imagem foi muito utilizada no Tabernáculo do V.T. (dois querubins de ouro no
propiciatório – Êxodo 25.18, querubins bordados nas cortinas do santuário –
Êxodo 26.01 e dois querubins sobre a arca da Aliança 1Reis 08.07).
As
descrições físicas dos querubins parecem querer mostrar que podem mudar de
forma ou que o nome querubim é uma classe que envolve mais do que um tipo de
criatura celeste, uma vez que os querubins que aparecem minuciosamente
detalhados em Ezequiel 01.01-24 e 10.01-22 não se assemelham a nada conhecido
na terra, ao passo que os descritos no livro de Êxodo, excetuando-se pelas
asas, se parecem muito com o tipo humano (em Ex 25.20 eles tem uma face ao
passo que em Ezequiel são mencionados com quatro faces). Muitos supõem sobre o
objetivo das multifaces dos querubins: alguns explicam que os mesmos seriam uma
perfeição de criaturas exibindo força de leão, inteligência de homem, o habitat
nas alturas como a águia e o dom de servir do boi, e outros que, concomitante
aos evangelhos (que apresentam cada um dos quatro uma face do ministério de
Jesus), os querubins exaltam o Filho de Deus que soube ser homem, ser rei, ser
Deus e ser servo (uma visão mais atraente e mais embasada). Mas embora
possíveis, são apenas suposições.
Os querubins aparecem em várias passagens
bíblicas, as quais constituem por si só, cada uma, um assunto:
Gênesis
03.24. Salmos 18.10
1Samuel
04.04. 1Reis 08.07
2Samuel
22.11
Lúcifer
foi chamado querubim ungido antes de sua queda (Ezequiel 28.14).
E. O
Anjo Gabriel
Mereceu
menção por alguns autores a nobreza de Gabriel, anjo que segundo suas próprias
palavras, habita diante de Deus (Lucas 01.19).
Ele foi
enviado para elucidar a visão de Daniel (Dn. 08.16), depois novamente para
explicar-lhe a visão das Setenta Semanas (Dn. 09.21) e bem mais tarde para
anunciar os nascimentos de João Batista e de Jesus Cristo (Lucas 01.19, 26).
Entretanto,
apesar da opinião afirmativa de algumas pessoas, não encontramos o título de
arcanjo associado a Gabriel, em qualquer tempo, em nenhuma passagem bíblica.
V. A
HIERARQUIA CELESTE
“POIS
NELE FORAM CRIADAS TODAS AS COISAS QUE HÁ NOS CÉUS E NA TERRA, VISÍVEIS E
INVISÍVEIS, SEJAM TRONOS, SEJAM DOMINAÇÕES, SEJAM PRINCIPADOS, SEJAM
POTESTADES; TUDO FOI CRIADO POR ELE E PARA ELE” Colossenses 01.16
Alguns estudiosos usam a passagem acima para
ensinar que existem ordens que classificam as autoridades espirituais em
Tronos, Dominações, Principados e Potestades.
Entretanto, por faltar maiores evidências, nos
reservamos a deixar apenas a menção da possibilidade, lembrando com reverência
que de tudo o que podemos conhecer a Bíblia resume como sendo PARTE da
realidade (veja 1 Corintios 13.09-10).
VI. O
TRABALHO DOS ANJOS
A. São
Agentes da Obra de Deus
Vemos
na Bíblia que Deus operou por muitas vezes no passado através dos anjos, quer
para anunciar Sua obra, quer para integrá-la ou mesmo para executá-la.
Os anjos são provavelmente as criaturas mais ativas
no contexto da história da humanidade depois do homem, e Deus os utilizou de
tal forma que enumerar as vezes em que aparecem nas Escrituras seria um
trabalho exaustivo e extenso.
Por isso classificaremos por natureza as
principais atuações e atribuições dos anjos de acordo com o texto Sagrado:
Os
anjos são Ministradores dos Santos
É a atividade angélica mais bem declarada na
Bíblia. O versículo-chave é Hebreus 01.14:
“NÃO
SÃO TODOS ELES ESPÍRITOS MINISTRADORES, ENVIADOS PARA SERVIR A FAVOR DOS QUE
HÃO DE HERDAR A SALVAÇÃO?”
Nesta passagem vemos que eles nos foram
enviados PARA SERVIR em nosso favor. Isto não quer dizer que são nossos
escravos para atender nossos pedidos, mesmo porque, não os podemos ver senão
por visões em ocasiões muito especiais, e porque temos ordens para pedir tudo
AO PAI em nome de Jesus – S.João 14.13-14; 15.16.
Parece claro no versículo de Hebreus 1.14 que
os anjos foram enviados para SERVIR A DEUS a favor dos que hão de herdar a
salvação, ou seja, que Deus conjugou o serviço que os anjos lhe prestam, à sua
providência às necessidades humanas.
Encerrando, anotamos aqui mais alguns
apontamentos sobre as atividades dos anjos:
os
anjos são enviados para sustentar (S.Mateus 04.11; S.Lucas 22.43; 1Reis 19.05);
para
preservar (Gênesis 16.07; 24.07; Êxodo 23.20; Apocalipse 07.01)
para
resgatar (Números 20.16; Salmos 34.07; 91.11; Isaías 63.09; Daniel 06.22)
para
interceder (Zacarias 01.12; Apocalipse 08.03-04)
para
servir aos justos depois da morte (S.Lucas 16.22).
O Anjo
da Guarda
Deixando
de lado o preconceito, sobra de nossa antiga vida de idolatria, e examinando a
Palavra de Deus, vemos que o próprio Jesus deixou escrito sobre as crianças que
“OS SEUS ANJOS VEEM CONSTANTEMENTE A FACE DE MEU PAI QUE ESTÁ NOS CÉUS” (S.Mateus
18.10).
Isso não prova que cada criança tenha o seu
anjo da guarda, mas indica que há anjos que se ocupam desse serviço, o que é
uma idéia muito aceitável se lembrarmos do texto de Hebreus 01.14 e Salmos
34.07.
Existem vários indícios deste serviço angélico
a favor dos homens nas Escrituras: Lembremos de Pedro, que solto das cadeias
(por um anjo inclusive), bateu à porta no lugar onde os irmãos da igreja oravam
por ele, e que, incrédulos e buscando uma explicação para a voz que ouviam,
arriscaram dizer: ” – É O SEU ANJO! ” – Atos 12.15.
As igrejas não tem se esforçado em divulgar
esta doutrina, temerosas da idolatria e do culto aos anjos, o que não é grande
perigo se houver um ensinamento santo, e nem mais perigosa que a idolatria e
culto ao homem, como infelizmente temos observado existir em muitos lugares.
A descrença nos anjos bons corre parelhas com
a pouca importância que se dá à crença no diabo, e tanto este como aqueles são
claramente ensinados nas Escrituras.
Aqui porém deixamos claro que embora o anjo da
guarda seja um fato, é um assunto que não possui detalhamento nem ensinamento
registrado por nenhum dos grandes apóstolos e nem mesmo por Jesus Cristo, que
dê a alguém material suficiente para legislar qualquer doutrina a respeito.
Nos reservamos a relembrar o verso-chave e a
recomendação Bíblica de Deuteronômio 29.29 que diz:
“AS
COISAS ENCOBERTAS PERTENCEM AO SENHOR NOSSO DEUS, PORÉM AS REVELADAS PERTENCEM
A NÓS E A NOSSOS FILHOS PARA SEMPRE, PARA QUE CUMPRAMOS TODAS AS PALAVRAS DESTA
LEI”
Os
Anjos das Nações
Semelhante à doutrina do anjo da guarda
pessoal, temos também o ensinamento dos anjos das nações.
Os versículos de Daniel 10.13, 20-21 tem
levado a maioria dos cristãos a concordarem que cada nação do mundo tem um anjo
que serve a Deus em seu favor e que intercede por ela.
Nestas passagens encontramos declarados os
guardiões: dos Persas (v.13), dos Gregos (v.20) e dos judeus (v.21), este
último reconhecido como sendo o arcanjo Miguel (Daniel 12.01, Salmos 121.04).
Mas estes “principados” possuem sua réplica
maligna, ou seja, crê-se que cada nação tem também o seu acusador que busca sua
destruição e degradação, contra o que e contra os quais nós também fomos
arregimentados para batalhar – Efésios 03.10; 6.12 e Colossenses 02.15).
B. São
executores da Justiça de Deus
Os
anjos aparecem na Bíblia como verdadeiras ferramentas pelas quais Deus atua nas
esferas física e espiritual e os encontramos em ação nos seguintes eventos
(dentre muitos outros):
1. os anjos foram responsáveis pela destruição
de Sodoma e Gomorra – Gênesis 18.17-22; 19.01,24-25.
2. Um anjo aplicou o juízo de Deus sobre o
exército Sírio e seu rei quando este tentou afrontar Israel e humilhar o rei
Ezequias – 2Reis 19.35.
3. Em ameaça de iminente destruição de Jerusalém
nos dias de Davi: por causa de seu pecado um anjo de Deus se pôs entre o céu e
a terra com uma espada desembainhada e estendida contra Jerusalém. O rei orou e
fez um sacrifício que foi aceito pelo Senhor que ordenou ao anjo da destruição
que retirasse a sua mão de sobre o povo, mas já haviam sido mortas 70 mil
pessoas (2Samuel 24.15,16; 1Crônicas 21.14-27).
4. No N.T. vemos a ação de um anjo contra o rei
Herodes AgripaI que não deu glória a Deus, mas teve a presunção de imaginar-se
um deus. A sua autolatria e blasfêmia receberam o imediato juízo divino porque
Deus o feriu e o rei morreu comido por vermes – Atos 12.22,23.
5. Os anjos tem sido vistos atualmente, (ainda
que em situações muito peculiares) e muitos cristãos tem testemunhado a forma
como eles são usados por Deus para operarem bênçãos em suas vidas (a glória é
tributada evidentemente a Deus, claro!)
6. A expressão maior no assunto deste tópico se
encontra nas profecias do livro de Apocalipse onde estão relatados os juízos
vindouros e como os anjos participarão ativa e organizadamente em cada evento,
deixando para nós o alerta e recomendação muito bem expressados no último
capítulo da Bíblia (leia-se Apocalipse 07.01-08; 08.11; 12.07-09; 14.06-07, 09-11;
20.01-03).
VII – A
CONSPIRAÇÃO DE LÚCIFER
A. A
origem de Satanás
A
Escritura mostra que Satanás chamava-se a princípio Lúcifer (nome este que
apesar de não aparecer em nenhum lugar na Bíblia de forma nominal, contudo,
ocorre em sua forma traduzida, que significa “o portador da Luz”), o qual
segundo o texto de Ezequiel 28.11-19 fora a mais espetacular CRIATURA de Deus,
à qual conferiu-se força, sabedoria, beleza, glória e autoridade como a nenhuma
outra até então.
Mas a Escritura registra: “PERFEITO ERAS NOS
TEUS CAMINHOS, DESDE O DIA EM QUE FOSTE CRIADO, ATÉ QUE SE ACHOU INIQÜIDADE EM
TI” – Ezequiel 28.15.
Os textos de Ezequiel e Isaías 14.01-20
compõem juntos toda a saga que culminou com a queda daquele outrora chamado
“querubim ungido” (Ezequiel 28.14) e “estrela da Alva” (Isaías 14.12).
Como o homem e os demais anjos, tinha o livre
arbítrio, e um dia, olhando para si mesmo e tudo quanto tinha, maquinou em seu
coração:
“- EU
SUBIREI AO CÉU, ACIMA DAS ESTRELAS DE DEUS (os anjos) EXALTAREI O MEU TRONO, E
NO MONTE DA CONGREGAÇÃO ME ASSENTAREI, DA BANDA DOS LADOS DO NORTE.
SUBIREI
ACIMA DAS MAIS ALTAS NUVENS, E SEREI SEMELHANTE AO ALTÍSSIMO” – Isaías
14.13-14.
Mas o nome do Senhor é Altíssimo e acima dele
não há outro nome e tudo está debaixo de seus pés. Em Ezequiel 28.18-19 vemos a
providência de Deus, tomada sem maiores esforços:
“…EU
POIS FIZ SAIR DO MEIO DE TI UM FOGO, QUE TE CONSUMIU, E TE TORNEI EM CINZA
SOBRE A TERRA, AOS OLHOS DE TODOS OS QUE TE VEEM. TODOS OS QUE TE CONHECEM
ENTRE OS POVOS ESTÃO ESPANTADOS DE TI: EM GRANDE ESPANTO TE TORNASTE, E NUNCA
MAIS SERÁS PARA SEMPRE”
Parece-nos coerente que a passagem de
Apocalipse 12.07-09 registra o momento da expulsão do anjo rebelde e seus
seguidores, dada à sua exatidão e envergadura.
Tendo caído, Lúcifer se tornou inimigo de Deus
e de tudo que lhe é querido, incluindo o seu povo, e desde então tem sido
chamado pelas Escrituras por diversos nomes:
. O
príncipe das potestades do ar. O maioral dos demônios
.
Homicida desde o principio. O deus deste mundo
. O pai
da mentira. A antiga serpente
.
Abadom.Apoliom
.
Belzebu. Belial
. O
malignoSatanás
. Diabo
O adversário
. O
enganador . O dragão
. O
tentador. O sedutor
. O
acusador. O destruidor
É evidente que Satanás não tem mais a
formosura que tinha antes, mas a aparência envilecida por chifres, pés de
bezerro, cauda de lança e tridente, tem sua origem em Dante Alighieri, poeta
italiano do século XIII que se tornou famoso com a sua obra ” A Divina Comédia”
onde se encontra tal descrição, e pela qual esta se divulgou e encontrou
aceitação global entre os homens.
B. O
Caos da Queda de Lúcifer
A Bíblia não diz quando se deu a rebelião do
antigo querubim, mas parece-nos seguro afirmar que quando o primeiro casal
humano foi colocado no Éden, este já estava destituído de sua formosura e em
posição ofensiva à obra de Deus.
Muitos estudiosos de respeito defendem a
teoria de ter havido um cataclismo entre os versos 01 e 02 do primeiro capítulo
de Gênesis, reparando que no primeiro verso temos que Deus haveria criado os
céus e a Terra, e que já no segundo, esta já se apresenta sem forma e vazia.
Seguindo este raciocínio, teria havido uma
Terra anterior a esta com glória e majestade afinadas com as de Lúcifer. Em
Ezequiel 28.13 lemos que aquele querubim estava no Éden de forma gloriosa, o
que tem se constituído material para a teoria que prossegue afirmando ter
existido uma dispensação anterior à raça humana na qual aquela Terra teria
também um Éden próprio, mas tudo fora destruído com a queda do anjo.
Mencionamos a teoria aqui no propósito de
fazer conhecer sua existência, observando que tudo isto é possível, mas que nos
ateremos às coisas reveladas, como anteriormente meditamos.
C. Os
Anjos Caídos e os Demônios
Baseados em Apocalipse 12.03-04 a maioria dos
cristãos concordam que os versos contam que Satanás conseguiu aliança com 1/3
(um terço) dos anjos do céu, os quais receberam por isso o mesmo destino que
seu líder (vide o verso 09).
Como mencionamos antes, sendo responsáveis
pelos seus atos, todos os seres racionais criados por Deus tem o poder de
escolha, e tendo aqueles anjos escolhido, lhes foi imediatamente manifesto o
fruto do que plantaram, o que nos lembra com tristeza que o mesmo ocorrerá com
o homem (Gálatas 06.07-08).
Tendo sido lançados na Terra, estas hostes
(exércitos) a tem habitado e Satanás organizou-as a seu serviço numa ordem que
parece ser a de Efésios 06.12: principados, potestades, príncipes das trevas e
hostes espirituais. (vide Apocalipse 12.12). Por isso, muitas vezes são
mencionadas em formação, como:
.
Belzebu, príncipe dos demônios (S.Mateus 12.24);
. diabo
e seus anjos (S.Mateus 25.41);
.
dragão e seus anjos (Apocalipse 12.07).
Popularmente
tem-se que anjos caídos e demônios são a mesma coisa. Porém, deixamos também
registrado que muitas autoridades nas escrituras acham que os anjos caídos
estão presos gozando de uma liberdade relativa aguardando o juízo (2Pedro
02.04; Judas 06) enquanto que os demônios são seres igualmente perversos mas
que tem sua origem desconhecida, embora sejam tão ativos e mencionados no
contexto bíblico.
Desta maneira o interesse por entender a
origem e significado dos demônios tem sido tal através dos tempos que
encontramos registros como o de Platão, filósofo grego que estudando-os
concluiu serem seres sobre-humanamente inteligentes embasando-se na etimologia
da palavra DAIMON que literalmente significa “conhecedor” ou “inteligente”.
Que eles existem não há sombra de dúvida, pois
na Bíblia encontramos que:
eles
conhecem Jesus (S.Marcos 01.24; Atos 19.11-17)
eles se
inclinam diante d’Ele e o reconhecem como o “Filho do Deus Altíssimo” (S.Marcos
05.06-07)
podem
distinguir os selados de Deus dos que não o são (Apocalipse 09.04).
estão
conscientes de sua inevitável condenação futura (S.Mateus 08.29)
eles
crêem em Deus a ponto de estremecer (Tiago 02.19).
A diferenciação entre anjos caídos e demônios
reside na opinião de que os demônios são seres ávidos por se apossarem de
corpos humanos e até de animais (S.Mateus 08.28-34).
Tem-se
verificado que a obra de possessão de uma pessoa por um destes espíritos é
progressiva e segue um caminho composto de cinco passos:
1. Tentação – a pessoa é atraída à vontade
dele;
2. Obsessão – a pessoa absorve parte da natureza
dele e demonstra variações em suas preferências;
3. Crise ou Transição – primeiras manifestações
como uma luta pelo controle das emoções e do corpo;
4. Possessão – Manifestações periódicas de uma
outra personalidade que escraviza e subjuga o hospedeiro levando-o a agir com
violência e grande força física além de posturas e comportamento alheios aos
conceitos humanos;
5. Capacidade Demoníaca – à guisa de imitar a
Deus que abençoou seus filhos com os dons do Espírito Santo, o adversário tem
trazido seus dons para os seus seguidores, que os encaram como dotes de pessoas
privilegiadas para fazerem o bem, mesmo que para isso tenham que ferir, abater
emocionalmente ou até fisicamente aqueles que se interporem aos seus
interesses. (leia S.João 10.10).
D. O
Trabalho dos Anjos maus
Para
podermos prosseguir, trataremos como “anjos maus” todos os súditos satânicos,
quer sejam anjos caídos ou demônios, conservando uma linha moderada de
interpretação, uma vez que, como em pontos anteriores, temos escassez de
evidências, embora lembremos que os demônios não são mencionados por este nome
na condenação eterna, parecendo mostrar-nos que não existe uma terceira
entidade maligna além de “Satanás e seus anjos” :
“-
APARTAI-VOS DE MIM, MALDITOS, PARA O FOGO ETERNO, PREPARADO PARA O DIABO E SEUS
ANJOS” S. Mateus 25.41
Estes
anjos tem sido considerados pelos cristãos como o exército do mal que ocupam
lugar no inferno, na Terra e nos ares e estão empenhados, como seu líder, a
ludibriar os planos de Deus e a se vingar, maculando a raça humana com a
corrupção, malícia, depravação e ódio que talvez ela mesma, podendo escolher,
não seria capaz de formular, sendo grande alvo no plano de Deus que de tal
maneira a amou que não poupou sequer seu Filho Unigênito (S.João 03.16) para
salvá-la.
Neste empenho de ludibriar, já entendemos
porque o ser humano é alvo-chave para a obra maligna: porque o é para a obra
Divina. E por ludibriar e enganar, estas hostes infernais tem conseguido êxito
na vida de muita gente, num século em que não se dá valor às Escrituras que têm
tanto a explicar e a revelar à maioria dos seres humanos, que são por isso,
presa fácil.
Note-se como as Escrituras são precisas quando
descrevem a corrupção humana, a grande obsessão dos demônios, que tem feito com
que os homens percam na luta carne-espírito (Gálatas 05.16-17) e caiam nas
teias de sua própria inclinação (Efésios 02.02-03).
Tais
níveis de corrupção tem suas raízes desterradas pela Bíblia em diversas
passagens, que nos proporcionam argumentos suficientes para organizar os
métodos de trabalho destes anjos maus e seu líder, os quais se fazem perceber:
1. Pela
Mentira
Jesus
disse que o adversário, quando mente, faz o que lhe é natural, pois mente desde
o princípio e que aqueles que mentem se fazem seus filhos (S. João 8.44).
Com
efeito, esta foi, como ainda tem sido, a principal ferramenta utilizada nas
obras malignas do passado reveladas pela Bíblia: desde o princípio o adversário
e seus anjos têm se utilizado da mentira para:
a.
Fazer-se passar pelo que não é
Este é
o método, sem dúvida, mais usado pelas hostes da maldade: freqüentemente os
encontramos, como desde o início, tentando se passar por anjos de Deus, por
exemplo (2 Coríntios 11.14), método responsável pelas principais heresias e
apostasias da fé cristã, pelo qual muitos homens ignorando a recomendação do
apóstolo Paulo (Gálatas 1.8) deram ouvidos a estes supostos “anjos do céu”,
como Joseph Smith, fundador da seita mórmon em atenção às ordens do anjo Moroni
em 1823, e como Alan Kardec, que fundamentou toda a doutrina espírita em
informações obtidas por supostos “espíritos bons”, tomando como base e prova da
verdade o confronto de informações por estes fornecidas a vários médiuns em
todo o mundo, ensinando o homem a invocar espíritos estranhos e aos mortos
(como se fosse possível), coisas que fizeram Deus punir a muitos povos com a
morte, no passado.
Aqui
então lembramos mais uma vez a recomendação de Paulo em Gálatas 1.8:
“MAS
AINDA QUE NÓS MESMOS OU UM ANJO DO CÉU VOS ANUNCIE OUTRO EVANGELHO ALÉM DO QUE
JÁ VOS TENHO ANUNCIADO, SEJA ISTO ANÁTEMA”.
b.
Ocultar a verdade sobre seu passado
Uma das
táticas de guerra mais recomendava e eficientes se consiste em fazer com que no
campo de batalha o inimigo pense que você está longe dele, ou mesmo inexista,
quando estiver prestes a assaltá-lo.
Parece
que o adversário conhece bem esta manobra, mas Paulo, por revelação de Deus,
também, e ao recomendar a armadura cristã, iniciou seu texto observando:
“REVESTÍ-VOS
DE TODA A ARMADURA DE DEUS, PARA QUE POSSAIS ESTAR FIRMES CONTRA AS ASTUTAS
CILADAS DO DIABO” Efésios 6.11
Satanás
através de várias seitas e religiões, tem procurado ironicamente se apresentar
como: irmão mais velho de Jesus, como um amigo não compreendido, como uma
autoridade a serviço do homem, como uma oposição necessária ao equilíbrio do
universo, etc…
Mas a
sua fachada hipócrita desde há muito e vem sendo denunciada e condenada pelas
Escrituras, onde encontramos Jesus repreendendo-o e dando autoridade aos
apóstolos e à igreja para repreendê-lo (S. Marcos 16.17) e resistir-lhe:
“SUJEITAI-VOS
POIS A DEUS, RESISTÍ AO DIABO E ELE FUGIRÁ DE VÓS” Tiago 4.7
Encerramos
lembrando que assim é que soubemos contra quem devemos lutar (Efésios 6.12).
c.
Apresentar o mau como sendo o bem
Aqui,
como palavras finais deste estudo voltamos então ao primeiro verso apresentado
na introdução (pag.1):
“NINGUÉM
VOS DOMINE A SEU BEL-PRAZER COM PRETEXTO DE HUMILDADE E CULTO DOS ANJOS,
METENDO-SE EM COISAS QUE NÃO VIU; ESTANDO EM VÃO INCHADO NA SUA CARNAL
COMPREENSÃO” Colossenses 2.18
Complementamos
ainda com Isaías 5.20:
“AI DOS
QUE AO MAL CHAMAM BEM, E AO BEM MAL: QUE FAZEM DA ESCURIDADE LUZ, E DA LUZ
ESCURIDADE; E FAZEM DO AMARGO DOCE, E DO DOCE AMARGO!”
Assim,
revelamos finalmente o principal objetivo desta apostila: desmascarar uma trama
maligna engenhosamente preparada e baseada na inquietação e curiosidade humana
pelo oculto e o desconhecido:
Nosso
adversário tem infiltrado na moda, nos costumes, nos meios de comunicação, na
publicidade pelos livros, jornais e revistas e nos materiais de consumo do
homem, uma nova guinada contra o mesmo:
Uma
pregação com motivos ecológicos, esotéricos, místicos e cabalísticos onde
entidades espirituais da maldade aparecem com carapaças gentis, amáveis e infantis
onde figuram com nomes suaves, tais como os “elementais” (autoridades
espirituais relacionadas aos elementos), os quais se dividem em:
.
salamandras (governantes do fogo);
.
silfos (governantes do ar);
.
ondinas (governantes das águas);
. e os
gnomos (governantes da terra), divididos em elfos, duendes, dríades e fadas.
Divisões
e atribuições estas que lembram diversas crenças pagãs do passado e do
presente.
Conjugado
a tudo isto figuram anjos apresentados como intercessores e ajudadores que apreciam
certas cores de velas, certos horários do dia e da noite, certos dias da
semana, certos incensos e certas pedras energéticas, informações oriundas da
cabala judaica (uma seita mística ocultista) e outras aberrações espirituais.
Tal linha de heresia ainda apresenta aqueles anjos em número tamanho que cada
ser humano teria um ao seu lado, designado pelo dia do ano em que nascera.
Daí não
se tardou em implantar uma verdadeira corrente de culto e adoração aos anjos,
demonstrando a total ignorância do homem atual às Escrituras e à vontade de
Deus, além da falta de temor ao Seu Nome (Romanos 3.10-13), que é qual jóia
preciosa para o homem de Deus (Salmos 111.10, Jeremias 32.40 e Hebreus 12.28)
que conhece ao Senhor e sabe que somente a Ele se deve servir e somente a Ele
se deve prestar culto (S. Mateus 4.10).
VIII. A
AUTORIDADE SOBRE OS DEMÔNIOS:
Disse Jesus: “EM MEU NOME EXPULSARÃO OS
DEMÔNIOS” (S.Marcos 16.17). A autoridade do nome de Jesus sobre os demônios lhe
é inerente pois foi o Pai que o revestiu:
“PELO
QUE TAMBÉM DEUS O EXALTOU SOBERANAMENTE, E LHE DEU UM NOME QUE É SOBRE TODO O
NOME; PARA QUE AO NOME DE JESUS SE DOBRE TODO O JOELHO DOS QUE ESTÃO NOS CÉUS,
E NA TERRA, E DEBAIXO DA TERRA” (Filipenses 02.09-10)
E esta autoridade, que não é conferida a
qualquer um, tem contudo uma aplicação muito confortadora: é destinada a todo
aquele que crer:
“E
ESTES SINAIS SEGUIRÃO AOS QUE CREREM: EM MEU NOME EXPULSARÃO OS DEMÔNIOS;
FALARÃO NOVAS LÍNGUAS; PEGARÃO NAS SERPENTES; E SE BEBEREM ALGUMA COISA MORTÍFERA,
NÃO LHES FARÁ DANO ALGUM; E PORÃO AS MÃOS SOBRE OS ENFERMOS, E OS CURARÃO”.
(S.Marcos 16.17-18).
Tudo planejado por Deus com vistas à salvação
e para que a Sua obra não pare, e para que não faltem forças aos cristãos na
reconciliação dos homens, apesar do poder e escuridão que envolve o mundo, e
para que sigamos o modelo do apóstolo Paulo:
“… –
FIZ-ME TUDO PARA TODOS, PARA POR TODOS OS MEIOS CHEGAR A SALVAR ALGUNS” (I
Corintios 09.22)
Bibliografia:
Bíblia
de Referência Thompson Ed. Contemporânea;
O.S.Boyer
– Pequena Enciclopédia Bíblica;
A. R.
Buckland, M. A. – Dicionário Bíblico Universal;
Elienai
Cabral – Lições Bíblicas Out-Dez/1988 (E.B.D.);
Raimundo
de Oliveira – As Grandes Doutrinas da Bíblia – CPAD;
Myer
Pearlman – Conhecendo as Doutrinas da Bíblia – Ed. Vida;
Alfredo
Borges Teixeira – Dogmática Evangélica – Ed. Pendão Real;
Aurélio
Buarque de Holanda Ferreira – Novo Dicionário da Língua Portuguesa – Ed. Nova
Fronteira.
O Autor
O
Pastor Carlos Vinicio Ricas, nascido em 31 de Dezembro de 1962 em Manhuaçú –
MG, é membro da igreja Evangélica Pentecostal O Brasil para Cristo desde seus
11 anos de idade, na qual cresceu, e, sob a operação misericordiosa do Senhor,
conseguiu testemunho entre seus irmãos e companheiros na fé.
Em 1987
assumiu o pastorado da igreja na Parada XV de Novembro, na capital de São
Paulo, deixando a igreja de Itaquera, onde congregava desde então, sob o
discipulado do Pastor Luis Fernandes Bergamin, de
cujo
exemplar pastorado recebeu a credencial do presbitério e, logo depois, a de
pastor dirigente, sempre com o apoio de sua esposa, irmã Vera e suas filhas
Martha, Miriã e Sarah.
Atualmente,
Parada XV de Novembro já se encontra como um campo de trabalho composto pela
sede e mais duas igrejas: a de Vila Progresso, na capital, e a de Santa
Mercedes, no interior de São Paulo.
Recentemente
agregou-se à pasta ministerial do autor, a participação na Junta de Educação
Cristã do Conselho Nacional de nossa igreja, onde atua como um dos seus
diretores, desde sua fundação, e como um dos redatores das lições bíblicas da
“Nossa Revista”, cuja tiragem e abrangência já alcançou envergadura nacional.
Correspondências
e Pedidos:
Conselho
Nacional das I. E. P. O Brasil para Cristo
Rua
Carlos Vicari, 124 – Pompéia
CEP
05033-070 – São Paulo – SP
ou a
residência do autor:
Rua
Jamile Japur, 15 – Itaquera
CEP
08290-490 – São Paulo – SP
1a.
edição – Nov/93
2a.
edição – Fev/96
3a .
ediçao – Set/96
ESPÍRITOS
MINISTRADORES
Pr.
Walter Santos Baptista
“Quanto
aos anjos, diz: Quem de seus anjos faz ventos, e de seus ministros labaredas de
fogo. … Não são todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a
favor dos que hão de herdar a salvação?” (Hb 1.6,7,14)
Anjos
constituem uma raridade em nossos púlpitos, por isso estas páginas foram
escritas. Além disso, a insistência com que se explora essa temática,
especialmente pelos adeptos dessa onda de misticismo que tem invadido as praias
dos nossos dias, a ênfase dada pelo movimento da Nova Era, que tem levado às
raias do absurdo mais absurdo o assunto do mundo angelical, e a exploração
comercial em torno da ingenuidade e das carências emocionais e afetivas do
povo, é outro bom motivo para que se reflita biblicamente sobre o tema.
Muita
idéia de anjos vem de cartões de Natal, de procissões da Semana Santa, de
romances ou da mitologia grega (não fala de um anjinho, Cupido, que lança uma
flecha a qual, atingindo alguém, o torna enamorado de outro? Muita idéia vem
dessas fontes, e também do Movimento Aquariano colocando no mesmo cesto fadas,
duendes, gnomos, ondinas e anjos.
PRIMEIRAS
IDÉIAS
Os
seguidores da atual onda mística afirmam que se pode incorporar os anjos aos
programas de autodesenvolvimento e auto-ajuda, do mesmo modo com fazem com as
fadas, os duendes e outros seres míticos. E se é o caso de teremos uma
descrição dos anjos de acordo com a Nova Era, dirão eles o seguinte: “carinha
linda, asas, roupas esvoaçantes e halo sobre a cabeça”(1) E completam dizendo
que apreciam uma abordagem direta, têm grande senso de humor (gostam de rir,
portanto), são felizes, alegres, brincalhões, amigáveis; o tempo não é um dos
seus pontos fortes, e, desta maneira, perdem-se em divagações, ou seja, a
cabeça dos anjos não funciona muito bem, não têm muita memória.(2) Essas
afirmações não se assemelham, nem de longe, a qualquer das descrições ou
características dos anjos de acordo com a Bíblia Sagrada. E menos ainda, quando
os místicos os confundem com o que chamam de “elementais”, e fazem a
classificação dos seres no ar, na terra, na água e no fogo:
No ar:
fadas e silfos;
na
terra: gnomos, duendes, elfos, dríades e ninfas;
na
água: ninfas da água, náiades e ondinas;
no
fogo: salamandras.(3)
Na
verdade, essas esdrúxulas idéias e suas elaborações vêm de uma fonte chamada
gnosticismo, movimento filosófico-teológico que já nos primeiros dias da Igreja
Cristã deu muito trabalho. E isso porque enfatizava, como enfatiza ainda hoje,
a idéia de que os anjos são expressões ou extensões de Deus, e pregam, também,
que eram e são intermediários entre os homens e Deus.
Uma
coisa é certa: a Bíblia, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, trata esse
assunto com muita seriedade, com o máximo de seriedade a ponto de dar a melhor
definição de quem sejam os anjos, a qual se encontra em Hebreus 1.14;
“Não
são todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor dos que
hão de herdar a salvação?”
Ou como
diz a Bíblia na Linguagem de Hoje:
“Então,
o que são os anjos? Todos eles são espíritos que servem a Deus e são mandados
para ajudar os que vão receber a salvação”.
Martinho
Lutero, o Reformador, expressou isso parafraseando Hebreus:
“O anjo
é uma criatura espiritual sem corpo, criada por Deus para o serviço da
Cristandade e da Igreja”(4)
OUTROS
CONCEITOS
A
palavra anjo não é portuguesa. Na verdade, vem da língua grega através do
latim. Em grego, dizem aggelos, daí para o latim angelus e para o português
anjo. No Antigo Testamento, o vocábulo hebraico correspondente é malach.(5)
Significam todas elas “aquele-que-traz-mensagem”, “aquele-que-é-enviado”,
“mensageiro”. O Pr. Vassílios Constantinides, Diretor nacional da APEC e grego
de origem, confirmou-nos o que havia sido lido no dicionário. Disse: “em grego,
‘carteiro’ é “anjo”, “o-que-traz-uma-mensagem”. Palavra, portanto, que indica
uma função. E, na Bíblia, vemos que Deus envia profetas como seus
mensageiros,(6) envia sacerdotes(7), diz que homens enviam outros homens(8). De
sorte, que a Bíblia apresenta o fato de que anjos são personalidades com função
determinada, ou seja, a de trazer uma mensagem de Deus para nós.
A
Bíblia não apresenta qualquer descrição detalhada dos anjos. Eu, na verdade,
nunca vi um anjo (apesar de Ariete dizer que estou vivendo com um há 36 anos).
A Bíblia menciona sua existência como um fato, mostrando que têm eles uma parte
relevante no plano de Deus para o ser humano(9).
Voltando
à Carta aos Hebreus: “Não são todos eles espíritos ministradores, enviados para
servir a favor dos que hão de herdar a salvação?” (1.14). Quero tomar duas
palavras deste texto para servir de base para esta mensagem. Primeiramente,
“espírito”, e, em seguida, “ministradores”.
ESPÍRITOS…
A idéia
básica da palavra “espírito”, por incrível que possa parecer, vem de “vento,
ar”. Realmente, tanto na língua hebraica quanto na grega, os vocábulos que se
traduzem por “vento, ar, hálito, alento, respiração, fôlego e espírito” são os
mesmos. Tanto faz dizer ruach, que é a palavra hebraica, quanto dizer pneuma,
que é grega. Sim; o ar é algo muito real, mas não podemos vê-lo a olhos vistos,
com perdão da redundância. Podemos? Mas ele é real: sabemos que ele nos
circunda, mas não o vemos. Assim são os espíritos, e assim são os anjos: reais,
mas não os vemos, puros espíritos. Filon de Alexandria os chamava de
“incorpóreos” (apesar de poderem aparecer em certas ocasiões com corpos
humanos)(10). Mas a Bíblia prefere chamá-los de “espíritos”, como em hebreus
1.14, “espíritos ministradores”.
Aprendemos
com a Bíblia que são superiores ao ser humano em inteligência, em vontade e em
poder (11). Têm personalidade e responsabilidade moral como nós o temos. No
entanto, apesar de sua inteligência ser sobre-humana, é limitada. Ou seja, não
são oniscientes (só Deus o é), não conhecem o futuro (isso pertence a Deus),
não conhecem os segredos de Deus(12). Por causa da vontade livre deles, alguns
anjos pecaram, e a Bíblia faz referência a essa Queda de um grupo de anjos(13).
O poder dos anjos que é delegado, nos supera em muito conforme tantos
testemunhos na Escritura Sagrada(14). Isso quer dizer, então, que os anjos têm
todos os elementos essenciais da personalidade, e além dos acima mencionados,
possuem sensibilidade, emoções, e são capazes de adorar a Deus com inteligência
(Sl 148.2).
E
porque o Deus Vivo e Verdadeiro é Deus de ordem e não de confusão(15), os anjos
estão organizados em uma hierarquia. E, realmente, amado, quando fazemos o
estudo dos anjos, distinguimos três etapas. Primeiramente, o que fala a Bíblia
até o Exílio na Babilônia; em seguida, do Exílio ao Novo Testamento, quando
veio Jesus e ministrou entre nós; e, por último, o Novo Testamento.
É
interessante que do início da História Sagrada até o Exílio (c. 527 a.C.),
observamos que não há uma angelologia elaborada. O que temos são narrativas,
bem lineares, até. E há uma presença marcante: a de uma figura chamada “o Anjo
do Senhor”. Vemos no Gênesis, em Êxodo e outros dessa primeira fase, a sua
presença ostensiva e marcante.
Do
Exílio em diante, a crença, a princípio simples, vai tomar um desenvolvimento
muito especial. Existe, inclusive o surgimento de toda uma literatura chamada
pelos estudiosos do assunto de intertestamentária, que surgiu entre o último
profeta da Antiga Aliança (Malaquias) e o primeiro da Nova Aliança (João, o
Batista). Não são anos de tanto silêncio, como geralmente se ensina. Há uma
literatura denominada intertestamentária, como já destacado, notadamente
encontramos literatura dessa época nos livros de Daniel e Zacarias, livros que
mencionam a presença de anjos.
O Novo
Testamento, por sua vez, reflete os principais ensinos do Antigo Testamento, e
categorias e conceitos da literatura intertestamentária.
Anjos
são organizados como um exército. Interessante e bonito isso! No topo estão os
arcanjos, anjos comandantes, chefes(16). Menciona em seguida tronos,
dominações, principados, potestades, virtudes, que sejam designações
hierárquicas dos anjos numa elaboração de um esquema bem organizado (cf. Cl
1.16; Rm 8.38; Ef 1.21).
Paulo,
em Efésios 6, coloca essas categorias ou hierarquias no exército do Maligno
também (17). Existe o exército de Deus, mas o Maligno tem igualmente o seu com
os mesmos princípios: um arcanjo, que é Lúcifer, encontrando-se, do mesmo modo,
principados, potestades, dominações, etc. Paulo, mesmo, declara que Jesus
Cristo já desarmou e venceu essas forças da malignidade:
“e havendo
riscado o escrito de dívida que havia contra nós nas suas ordenanças, o qual
nos era contrário, removeu-o do meio de nós, cravando-o na cruz; e, tendo
despojado os principados e potestades, os exibiu publicamente e deles triunfou
na mesma cruz” (Cl 2.14,15).
Na
verdade, ainda sentimos os efeitos dessa força maligna porque ainda estamos
nesta carne, porque ainda estamos no tempo, mas a Bíblia já declara a vitória
do Senhor sobre as forças do Inferno. Jesus cravou na cruz a nossa malignidade,
o nosso pecado! Por essa razão, os crentes não podem se desencaminhar pelo
culto dos anjos, e Paulo fala disso também nesse mesmo capítulo: “Ninguém atue
como árbitro contra vós, afetando humildade ou culto aos anjos, firmando-se em
coisas que tenha visto, inchado vãmente pelo seu entendimento carnal” (v.18).
Esse culto aos anjos estava sendo levado pelos gnósticos para dentro das
igrejas, ensinando que os anjos eram intermediários entre a pessoa e Deus.
Está, aliás, retornando com toda força como o faziam os gnósticos dos tempos
apostólicos, como influência do platonismo, e das escolas teosóficas que
desaguaram no gnosticismo, assim como influência da Cabala. Querem fazer os
anjos superiores a Cristo e ao Espírito Santo (Ele que é o nosso guia, e não os
anjos(18); querem elevar os anjos a divindades, mesmo que sejam divindades
menores, os devas(19).
E os
querubins e os serafins? Falamos há pouco sobre a hierarquia, e não foram
mencionados. Querubins e serafins não são, a rigor, anjos. Nunca são
apresentados na Bíblia como portadores de mensagens. Querubins são símbolos dos
atributos divinos. Onde há querubins, o divino está presente ou está perto,
razão porque são guardiães do jardim(20), da arca da aliança(21), do trono de
Deus(22). Defendem a santidade de Deus de qualquer pecado(23).
E os
serafins? A palavra serafim é interessante porque em hebraico o verbo saraph
significa “arder, pegar fogo, queimar”. O serafim é “aquele-que-queima”; o que
queima purifica: é, então, “aquele-que-purifica”. São guardiães, também, da
santidade do Eterno lembrando o fogo e sua obra de purificação. E, realmente,
só aparecem os serafins uma vez em Isaías 6, na visão do profeta, com seis
asas. A propósito, anjo tem asas? Não; a figura das asas em anjos é para
mostrar graficamente a presteza, a velocidade com que executam as ordens de
Deus. No entanto, não vamos encontrar os mensageiros de Deus com asas em
Sodoma, ou guiando Agar no deserto, ou o povo de Deus na peregrinação no
deserto. A única menção é a dos serafins, e outra no Apocalipse a respeito de
anjos alados(24).
E o
arcanjo? Na Bíblia só aparece o nome de um que é Miguel(25). E tem ele sempre
papel combativo. Quem é Miguel? Qual a diferença de Miguel para Gabriel? Miguel
é aquele que está relacionado a missões guerreiras; é quem comanda as batalhas
do Senhor. Então, sempre que lerem ou ouvirem o nome Miguel, lembrem-se que é
ele o anjo guerreiro por excelência(26). É o mensageiro da lei e do
julgamento(27), e seu próprio nome que é, aliás, uma pergunta retórica, é um
grito de batalha e significa “QUEM É COMO DEUS?”e tem como resposta: “Ninguém!”
Quem pode ser como Deus? Um hineto muito apreciado em nossas igrejas canta:
“Quem é
deus acima do Senhor?
Quem é
rocha como o nosso Deus?”
A
resposta só pode ser uma: “Ninguém!” É isso o que Miguel, que sempre aponta
para Deus, nos está lembrando!
E
Gabriel? Agora é diferente. Se Miguel é o anjo guerreiro por excelência,
Gabriel é o que está relacionado com missões de paz. É o contrário: Gabriel é o
mensageiro das boas notícias, é o mensageiro das mensageiro, o mensageiro da
promessa de Deus, é o anjo da revelação, é quem explica mistérios a respeito de
futuros acontecimentos, até políticos(28). É mencionado quatro vezes na Bíblia,
e sempre como mensageiro: Daniel 8.16; 9.21, e novamente no Evangelho de Lucas,
capítulo 1 notificando a Isabel e a Maria, sobretudo, que ela vai ser a mãe do
Salvador(29). Gabriel é um nome muito sugestivo e significa “Herói de Deus”,
“Valente de Deus”, “Campeão de Deus”.
…MINISTRADORES
Voltemos
a Hebreus 1.14:
“Não
são todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor dos que
hão de herdar a salvação?”
O texto
diz que, além de “espíritos”, são os anjos “ministradores” a favor dos salvos.
Qual é, então, o seu ministério?
Há uma
ministração celestial e uma ministração terrena. Há um serviço litúrgico,
cultual dos anjos na adoração ao Criador:
“Louvai-o,
todos os seus anjos;
louvai-o,
todas as suas hostes!” (30)
Ministério
cultual, ministério de louvor. Também assistem o Senhor. Estavam presentes na
Criação(31); estavam presentes na revelação da Lei(32); estavam no nascimento
de Jesus(33); na tentação(34); no Getsêmani(35); na ressurreição(36); e na
ascensão(37). Em todos esses eventos, os anjos estiveram presentes, e estarão,
igualmente, na Parousia, a Segunda Vinda de Cristo(38).
Há uma
ministração aos salvos. No programa divino para nós, os anjos estão envolvidos
em quatro tipos de atividades: proteção, transporte, comunicação e vigilância.
Proteção
ou guarda. Temos um grande conforto na Palavra Santa, que usa a abençoada
expressão “O anjo do Senhor acampa-se ao redor daqueles que o temem e os
livra”(39). Porém, não estamos nos referindo ao chamado “anjo da guarda”. Esse
é um conceito que vem da Igreja Majoritária. Basílio e Jerônimo, teólogos da
Igreja Antiga lançaram a idéia de que quando nasce uma criança, a ela é
atribuído um anjo para a guardar durante toda vida. Interessante é que quando
Orígenes disse que, ao mesmo tempo que um anjo é colocado ao lado da criança,
um demoniozinho também lhe é atribuído. De um lado fica um anjinho tomando
conta e do outro lado fica um diabinho espicaçando cada um de nós. Essa é a
razão porque nas histórias em quadrinhos ou em desenhos animados aparece, numa
hora de tentação, o diabinho procurando tentar de todo jeito.
Essa
idéia de anjo da guarda, então, está baseada no papel de um arcanjo chamado
Rafael, não mencionado na Bíblia, mas no livro apócrifo de Tobias. Eu não creio
em “anjo da guarda”, mas creio, sim, em um “anjo-que-guarda”. Creio no anjo do
Senhor que nos guarda, de acordo com o que a Bíblia diz no Salmo 34.7. Ou ainda
em Daniel 6.22 que diz, “O meu Deus enviou o Seu anjo e fechou a boca dos
leões, para que não me fizessem dano, porque foi achada em mim inocência diante
dele; e também contra ti, ó rei, não cometi delito algum”.
Temos
outros exemplos notáveis no Antigo Testamento. No Segundo livro dos Reis
6.15ss, há um exemplo dessa guarda. No Novo Testamento, no capítulo cinco de
Atos, também. Nesse ponto, alguém pode perguntar, “Pastor, acontece hoje também
essa guarda dos anjos, ou isso aconteceu somente nas páginas da Bíblia?” Isso
ocorre ainda hoje. Na história de John Patton, missionário do século passado
nas Novas Hébridas, há uma página onde ele conta que quando foi pregar o evangelho,
era muito hostilizado. As tribos que ali havia eram canibais e tentaram matá-lo
com toda a família. Patton diz que cercaram a sua casa e ele e a família
começaram a orar durante toda a noite. Fizeram uma vigília de oração porque
estavam literalmente no vale da sombra da morte. E eles oraram, e oraram, e
quando um terminava de orar o outro começava, o outro depois, o outro depois.
Orou ele, a esposa, os filhos oraram, quando terminava voltava toda aquela
corrente de orações. Os homens foram embora, saindo sem tocá-los. Cerca de um
ano depois dessa noite de terror, o chefe da tribo converteu-se ao evangelho, e
conversando com o missionário Patton, perguntou-lhe “Eu queria saber uma coisa:
nós estivemos cercando a sua casa para matá-los. E não podíamos, porque durante
a noite víamos aquele exército. Onde é que você escondia aqueles homens todos
durante o dia? Por que só apareciam à noite?”. E então o missionário respondeu
que não havia mais ninguém, somente ele e sua família. O chefe disse, “Não, de
jeito nenhum, havia homens, sim. Eram de grande estatura, estavam vestidos de
branco e com espadas na mão. Os nativos ficaram com medo e fugiram…” E o Pastor
Patton entendeu que Deus havia mandado os Seus anjos para proteger a família
naquele vale da sombra da morte de acordo com o que diz o Salmo 23.
Uma
outra função dos anjos é de transporte. Mas não é quando há engarrafamento.
Alguém pode pensar, “Bom, eu acho que o pastor está atrasado porque houve um
engarrafamento; não vai haver problemas porque um anjo pega o pastor e traz
para a igreja. Afinal, são colegas, são dois anjos…” Não é assim. Essa função
de transporte acontece na nossa morte. Está na Bíblia, Lucas 16.19-22:
“Havia
certo homem rico que se vestia de púrpura e de linho finíssimo, e vivia todos
os dias regalada e esplendidamente. Havia também certo mendigo, chamado Lázaro,
que jazia cheio de chagas à porta daquele, e desejava alimentar-se com as
migalhas que caíam da mesa do rico. Morreu o mendigo e foi levado pelos anjos
para o seio de Abraão”.
Ele não
foi acompanhado não, ele foi transportado segundo a Escritura Sagrada.
Uma
outra função é a de comunicação(40). Mas não para aumentar a Bíblia. Nada de
chegar um anjo ensinando um novo evangelho para completar, como acontece com os
mórmons que ensinam que um anjo chamado Moroni passou uma nova revelação a
Joseph Smith. A Bíblia diz que é anátema (maldição), se alguém aparecer
querendo pregar um novo evangelho. Por isso, não aceitamos o mormonismo, ou o
islamismo que diz a mesma coisa, o espiritismo com um evangelho à sua moda ou
qualquer acréscimo ao bel-prazer de qualquer tribunal canônico. Fujam de quem
vem com uma mensagem nova. Fujam de quem vem com uma nova revelação, seja
pregador, pregadora, ou um ser disfarçado de anjo(41).
Há uma
outra função. É a de observação. Porque os anjos observam aquilo que nós
fazemos, os anjos são testemunhas do drama da salvação, os anjos estão
interessados na conduta dos crentes. O apóstolo Paulo diz, “Tenho para mim que
Deus a nós apóstolos, nos pôs por últimos como condenados a morte. Somos feitos
espetáculo ao mundo, aos anjos, e aos homens”(42). Os anjos são testemunhas do
drama da salvação; estão interessados na conduta dos crentes segundo 1Coríntios
4.9 vêem o que nós fazemos. Eles estão especialmente o declara. A Bíblia ensina
que os anjos louvam e nos observam. Eles estão observando cada um de nós porque
são ministradores. Não é observar para dizer, “Ah, fulaninho está fazendo tal
coisa. Vou anotar e dizer a Deus”. Anjo não é alcagüete de Deus mas são nossos
observadores, e a Bíblia diz que são até chamados como testemunhas(43).
NO
FUTURO
Há um
futuro papel dos anjos. Está em Mateus 24. Diz que “Quando o Senhor vier, Ele
mandará Seus anjos para reunir os Seus eleitos de todos os quadrantes do
mundo”. Onde houver um crente em Jesus Cristo, o anjo vai lá e o trás no
momento do grande Arrebatamento. Quando isso acontecer, a palavra de Jesus
ensina que são os anjos que virão nos buscar.
Há
valores teológicos inigualáveis nas declarações bíblicas sobre os anjos.
Preciosíssimas lições:
Ø A
primeira é que a Bíblia declara que ao lado do mundo que nós vemos Deus criou
um outro mundo de espíritos invisíveis, de seres puros que O servem. A Deus e a
nós também. No Salmo 103.20 está dito, “Bendizei ao Senhor, anjos seus,
magníficos em poder, que cumpris as suas ordens, que obedeceis à sua voz”(44).
Ø A
segunda lição que tiramos é que Deus não perdoa a rebeldia. Que é
desobediência, orgulho, e atentado à ordem dos Seus planos(45). Por esse
motivo, Deus não perdoou os anjos que se rebelaram, os quais foram condenados à
eterna separação Dele. Deus não perdoa a nossa rebeldia também, a nossa
insensatez, e a nossa desobediência. E a Bíblia declara que “O salário do
pecado é a morte”(46).
Ø O
ministério dos anjos na Bíblia é doutrina importante, doutrina essencial para
que entendamos a providência de Deus e a direção soberana da Sua criação. Nós
sabemos que a intervenção guiadora dos anjos na dispensação da Lei é
substituída pela direção do Espírito Santo na dispensação do Novo Testamento. O
Senhor não autoriza o culto aos anjos. E a idéia de anjos medianeiros também é
um absurdo porque eles usurpam o lugar de Jesus Cristo. Os anjos são poderosos,
mas não são Deus; são poderosos, mas não são a Trindade; são poderosos, mas não
são o Espírito Santo; têm poder, mas não são Jesus Cristo, não são mediadores,
não têm o atributos de Deus, não possuem qualquer capacidade de regenerar o ser
humano.
Ø O
estudo dos anjos nos enche com uma nova visão e assombro pela grandeza de Deus.
Especialmente quando pensamos que os anjos, poderosos como são, adorando a
Deus, cumprindo a Sua vontade, são um exemplo para nós. Isso nos dá agora um
senso de humildade diante de Deus e de gratidão porque os anjos estão ao nosso
redor.
Ø A
quinta lição é que os anjos apontam para a nossa dignidade no futuro porque nós
seremos iguais aos anjos de Deus, a Bíblia diz.
Ø E a
sexta, é que tudo isso nos encoraja e estimula a servir a Deus com a totalidade
do nosso ser.
Ø E
mais: Os anjos se alegram quando alguém se volta para Cristo. A palavra de Deus
acerca disso nos ensina em Lucas 15.10, “Há alegria diante dos anjos de Deus
por um pecador que se arrepende”.
Que
Deus nos auxilie a compreender e viver a reverência, a submissão e o serviço
que os anjos desempenham para que, deste modo, o que Jesus expressou na Oração
do Senhor seja pura realidade: “Seja feita a tua vontade assim na terra como no
céu!”
FONTES
PRIMÁRIAS
1.
ALVES, Anna Clara. Nossos Aliados Celestes. Em: Planeta Especial – Anjos
(Agosto de 1992), p. 4-9.
2.
BOUTTIER, M. Anjo (no NT) Em: VON ALLMEN, J.-J. (Org.) Vocabulário Bíblico. SP,
ASTE, 1964. Trad. A. Zimmermann, p. 25-26.
3.
BUCKLAND, A. R. Dicionário Bíblico Universal, 2a ed. Rio, Livros Evangélicos,
1957. Trad. J. Dos S. Figueiredo.
4.
CHAFER, L. S. Grandes Temas Bíblicos. Ed. Revista. Grand Rapids, Portavoz
Evangélico, 1976. Trad. E. A. Nuñez e N. Fernández.
5.
COSTA, Marina Elena. Seres Angélicos, do Oriente ao Ocidente. Em: Planeta
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DATTLER, Frederico. Síntese de Religião Cristã. Petrópolis,
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8. LELIÈVRE, A. Anjo (no VT) Em: VON ALLMEN, Op. Cit.,
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10. MEIER, Samuel A. Angels. Em: METZGER, Bruce M. e COOGAN,
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University, 1993, p. 20-28.
11. MICHL, Johann. Angel.Em: BAUER, J.B. (Org.).
Encyclopaedia of Biblical Theology. NY, Crossroads, 1981, p. 20-28.
12.
NEWHOUSE, Flower A. Redescobrindo os Anjos. SP, Pensamento, 1994. Trad. C. G.
Duarte, 131 p.
13. SCHNEIDER, Bernard N. The World of Unseen Spirits.
Winona Lake, BMH Books, 1975.
14. TAYLOR, Terry Lynn. Anjos – Mensageiros da Luz, 11a ed. SP, Pensamento,
1995. Trad. A. Trânsito.
15. VAN DEN BORN. Querubim. Em: VAN DEN BORN, A.
(Org.) Dicionário
Enciclopédico da Bíblia, 2a ed. Petrópolis, Vozes, 1977, p. 1248-1249.
16.
________. Serafim. Em: VAN DEN BORN, A. (Org.), Op. Cit., p.
1414-1415.
17. VAN SCHAIK, A. Anjo. Em: Van den Born, Op. Cit., p. 74-77.
(1)
ALVES, Anna Clara. In: Planeta Especial, agosto de 1992, pp. 4-9.
(2)
TAYLOR, Terry Lynn. Anjos – Mensageiros da Luz.
(3)
NEWHOUSE, Flower A. Redescobrindo os Anjos
(4) Cit.
Por GRAHAM, Billy. Anjos.
(5) De
onde vem o nome Malaquias = “mensageiro do Senhor”.
(6) Cf.
Isaías 14.32.
(7) Cf.
Malaquias 2.7.
(8) Cf.
Gn 32.3; Nm 20.14; 1Sm 11.7; 23.27.
(9) Cf.
Mt 13.41; 18.10; 26.53; Mc 8.38; 13.32; Lc 22.43; Jo 1.51; Ef 1.21; Cl 1.16;
2.18; 2Ts 1.7; 22.9; Hb 12.22; 1Pe 3.22; 2Pe 2.11; Jd 9; Ap 12.7;.
(10)
Cf. Jz 2.1; 6.11-22; Sl 104.4; Mt 1.20; 28.30; Lc 1.26; Jo 20.12; Ap 15.6;
18.1.
(11) Cf. 2Sm 14.17.20.
(12) Cf. 1Co 2.11; Mt 24.36; Mc 13.32.
(13) Cf. 2Pe 2.4; Jd 6.
(14) Cf. Is 37.36; 2Pe 2.11; Sl 103.20; Ap 20.2; 2Ts
1.7.
(15)
Cf. 1Co 14.33.
(16) A
rigor, a Bíblia só menciona um arcanjo que é Miguel, cf. 1Ts 4.16.
(17) Cf. Ef 2.2; Cl 2.15.
(18) Cf. Jo 16.13; 14.26; Rm 8.14; Gl 5.18).
(19)
Palavra sânscrita que significa “deus”.
(20) Gn
3.24.
(21) Ex
25.18,20.
(22) Sl
80.1.
(23) Ez
1.1-18.
(24) Ap
4.8.
(25) Jd 9; Dn 10.13, 21; 12.1; 1Ts 4.16: Ap 12.7.
(26) Cf. Ap 12.7.
(27) Cf. Ap 12.7-12.
(28) Cf. Dn 8.16-26; 9.20-27.
(29) Cf. vv. 19, 26.
(30) Sl 148.2; cf. Ap 5.11,12; Is 6.3; Ap 4.8
(31) Jó 38.7.
(32) At 7.53; Gl 3.19; Hb 2.2; Ap 22.16).
(33) Lc 2.13.
(34) Mt 4.11.
(35) Lc 22.43.
(36) Mt 28.2.
(37) At 1.10.
(38) Cf. Mt 24.31; 25.3; 2Ts 1.7.
(39) Sl 34.7.
(40) Gn 19.1,12,13; Lc 1.11-13; 1.26-35; 2.8-12Mt
2.13; At 7.53; 27.22-25.
(41) Cf. 2Co 11.4; Gl 1.7b,8; Ap 22.18.
(42) 1Co 4.9; cf. 11.10.
(43) Cf. 1Tm 5.21
(44) Cf. Gn 22.11; Sl 91.11; Hb 1.14.
(45) Cf. Jó 42.2.
(46) Cf. Gl 3.22; Ec 7.22.
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