Posse 2025
Sebastião Melo defende liberdade de expressão ao tomar posse
em Porto Alegre
Por Guilherme Grandi
Prefeito reeleito da capital gaúcha defendeu que apoiadores
da ditadura ou mesmo do comunismo ou socialismo não devem ser processados.
O prefeito reeleito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB),
tomou posse nesta quarta (1º) defendendo a liberdade de expressão mesmo de
opiniões mais controversas, como o apoio à ditadura ou ao comunismo e o
socialismo. Para ele, parlamentares nas três esferas de Poder não podem ser
processados por essas opiniões.
Melo foi um dos mais de 5 mil prefeitos que tomaram posse
neste começo de ano após vencerem as eleições municipais de 2024. Ele foi
reeleito com 61,53% dos votos válidos, derrotando Maria do Rosário (PT), que
obteve 38,47%.
“Eu quero que nesta tribuna e nas 6 mil casas legislativas
municipais e no Congresso Nacional que um parlamentar ou qualquer um do povo
que diga 'eu defendo a ditadura', ele não pode ser processado por isso, porque
isso é liberdade de expressão”, afirmou emendando que o mesmo direito deve ser
garantido a quem defende o comunismo ou não acredita na democracia liberal.
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mandato à prefeitura do Rio
O discurso gerou vaias e aplausos, o que o levou a falar
sobre a sua própria trajetória política e a fazer um paralelo entre gerações.
Para ele, o “preço da democracia é sua eterna vigilância”.
“Eu quero dizer que eu fui um jovem rebelde nessa cidade e
até porque juventude sem rebeldia é velhice sem futuro. E lutei muito por
democracia e acho que é o pior dos regimes, exceto os outros”, pontuou no
discurso na Câmara Municipal.
Sebastião Melo foi eleito sob fortes críticas da oposição
principalmente por conta das enchentes de maio que deixaram parte de Porto
Alegre alagada por falhas nas bombas de drenagem da cidade.
Ele, no entanto, rebateu as críticas e afirmou ter entre
suas prioridades nesta gestão a recuperação econômica, a inovação e a melhoria
da infraestrutura urbana. Obras de proteção contra cheias, cuidados com a
limpeza da cidade e a retomada econômica também foram citados como focos
principais, e que estará de “plantão” entre janeiro e fevereiro para alinhar as
primeiras iniciativas com o secretariado.
O prefeito reeleito também defendeu o diálogo com o governo
de oposição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), embora tenha sido
apoiador de Jair Bolsonaro (PL). Semelhante a outros prefeitos eleitos, Melo
afirmou que o momento é de governar “acima de disputas partidárias”.
“Governo com quem está lá. Governei com Bolsonaro e governo
agora com o presidente Lula, o Congresso Nacional e os ministros porque a
cidade está acima de disputas partidárias. Buscamos muitos financiamentos e sou
muito grato a todos os ministérios que neste momento ajudaram esse processo”,
ressaltou.
O prefeito também sinalizou a intenção de levar à Câmara de
Vereadores a discussão sobre a privatização do Departamento Municipal de Água e
Esgoto (Dmae). Além disso, anunciou os titulares de 16 secretarias, incluindo
as pastas de Cultura, Segurança e Mobilidade, cujos responsáveis permanecerão
no cargo.
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