Quem
foi Hemetério dos Santos, o 1º professor negro registrado no Brasil.
A
defesa da democracia, do ensino inclusivo e o fim da discriminação racial foram
as principais bandeiras de luta do professor, gramático e filólogo.
Hemetério
José dos Santos (1858-1939) era gramático e filólogo • Biblioteca Digital
Luso-Brasileira
Hemetério
José dos Santos, intelectual que viveu em meados do século 19 até início do 20,
desempenhou um papel fundamental na educação do país e é reconhecido como o
primeiro professor negro registrado a lecionar em instituições de ensino de
alto nível no Brasil.
A
defesa da democracia, do ensino inclusivo e o fim da discriminação racial foram
as principais bandeiras de luta do professor, gramático e filólogo, segundo o
artigo “Hemetério dos Santos: o posicionamento do intelectual negro a partir
das obras Pretidão de amor e Carta aos Maranhenses”, de Marcela Moraes Gomes,
publicado em uma revista acadêmica da Universidade Federal Fluminense (UFF).
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Professor
e militar
Nascido
em 3 de março de 1858, na cidade de Codó, no Maranhão, Hemetério mudou-se para
o Rio de Janeiro em 1870, aproximadamente, e lecionou nos Colégios Pedro II em
1878. Depois, atuou ainda como professor adjunto do curso secundário em 1890.
Anos
depois, em 1898, foi designado professor “para a aula de português do curso de
adaptação”, recebendo não só a nomeação de professor vitalício, mas também a
patente de Major do Exército. Em 1920, tornou-se professor do Colégio Militar e
recebeu a patente de tenente-coronel honorário.
Hemetério
se casou com a também professora Rufina Vaz Carvalho dos Santos e foi professor
da Escola Normal do Distrito Federal.
Além de
professor, Hemetério era um intelectual engajado nas questões sociais •
Biblioteca Digital Luso-Brasileira
Erudição
e visão progressista
Em uma
época marcada pelo preconceito, a erudição reconhecida do intelectual foi um
dos trunfos para alcançar projeção.
“A
forma usada pelo intelectual para alcançar tais posições, ainda que tenham sido
levantadas algumas hipóteses, não é tão clara, mas podemos concluir que a sua
atuação como professor exigente e respeitado foram uns dos motivos para tal
façanha”, escreveu Gomes.
Educador
e ativista
Além de
professor, Hemetério era um intelectual engajado nas questões sociais. Em suas
obras, como “Pretidão de Amor” e “Carta aos Maranhenses”, ele defendia a
inclusão social dos negros, a luta contra o racismo e a valorização da cultura
africana.
Hemetério
dos Santos deixou um legado importante para a educação brasileira. Ele faleceu
em 1939, aos 81 anos, de acordo com a publicação da UFF de 2011.
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