Geraldo Leony Machado
REFLEXÃO, POR QUÊ?
Aos pensadores baianos Oldegar Franco Vieira,
Pe. José Pereira de Sousa – Pe. Pereirinha, Germano Dias Machado, Orlando
Gomes, José Martins Catharino. Homens de envergadura, que se foram, deixando
rastros de luzes.
Iniciei série de reflexões, no Face e no
Instagram, simples e medidas, com o
objetivo de não deixar morrer pensamentos que surgem e que vão, significativos
ou não. Apenas visões do cotidiano ou indagações que meu espírito faz e exige
respostas. Também busco transportar tendência à filosofia, certa capacidade de
observar um outro lado das coisas. Ainda o desejo de – em limites pessoais
- oferecer o braço, o abraço, dizer que
ninguém está só, que tudo passa, permanecendo única realidade, para a qual
todos os caminhos levam ao ponto ômega do universo - dito de Teilhard de Chardin, evolucionista,
paleontólogo notável - enfim a Jesus, o Salvador, o filho unigênito
de Deus.
Não lembrei sequer de Roma, do livro. ou do
filme sobre o assunto, nem do poeta e teólogo francês Alain de Lille, que no
sec. 12, escreveu “mille viae ducunt
homines per saecula Romam”, em tradução livre “mil ruas levam os homens a
Roma”.
Passei a registar, em exercício pensamental,
observações sobre o comportamento humano, suas carências, dores e amores. As.
escritas, sem maiores cuidados, saem conforme chegam, têm a arte da Dionê,
minha irmã, estudiosa, pedagoga e da jovem biomédica Rafaela, minha neta.
Refletir, pois, no meu caso, é conter o
emocional, esquecer a tendência nacional de poetizar a vida, ter ouvidos moucos
a belos e enganadores discursos.
O emocional é característica brasileira, de
muitos poetas e poucos filósofos, afirmam alguns. Prima-se, assim, pelo
coração, vive-se e se morre de forma emocional.
A atração maior estaria no plano do sentir imediato, às vezes com
passionalidade, vinculando indivíduos a clubes, religiões, partidos entre
outras possibilidades. A vitima sempre será a liberdade de fazer-se,
distanciando-se de doutrinações ideológicas quaisquer que aprisionem, seja
através de subliminares, falsa retórica, discursos enganosos, pseudo
líderes.
Há necessidade, portanto, de pensar, falar,
ter liberdade com responsabilidade,
vistas as regras existentes, para não sermos anarquistas, num ativismo
buscando quebrar, destruir um mundo em
favor do que lhe seja conveniente.
“Regras são a essência da civilização. Sem
elas seria a lei do mais forte, seríamos como os animais, não teríamos
história, não repassaríamos conhecimento. Seríamos apenas instinto”.
Miguel Reale, falando sobre a Teoria
Tridimensional do Direito, corrobora o dizer: A norma surge de um fato social
que posteriormente recebe um valor axiológico, surgindo assim a necessidade da
regra.
O apego às leis é imperioso, afastando-nos de
casuísmos, de tiranias, de comportamentos doentios ou inadequados.
É preciso pensar - repita-se -, ver o outro
lado, analisar antes de julgar ou de incorporar ideias ou comportamentos. Diz-se que quando se pensa à semelhança de
todos, pensa-se pouco ou quase nada.
Discordar,
conviver com preocupações maiores, deixar a maioria e firmar
posição é perigoso, perdem-se amigos,
ferem-se interesses, criam-se antipatias gratuitas.
É o preço.
Ou o negócio mesmo é estar na onda, correr
“atrás do trio elétrico”? Ficar à frente
é ser boi de piranha, caminhar para o sacrifício?
Na posição contrária estaria o néscio, o
dementado, o inculto, o “quadrado”, o ultrapassado, pois aliado à minoria?
Liberdade, pensar, refletir com equilíbrio e
respeito, agir com fraternidade, posto que todos são viventes. Aqui lembro o
embate então travado entre o sul africano que se faz brasileiro Elon Musk e o
ministro do STF Alexandre de Moraes. Como situarmo-nos? É pensar..
Por fim, em possível analogia poética, o
auxílio de Ezequiel, 1:13-21
“O aspecto dos seres viventes era como carvão
em brasa, à semelhança de tochas; o fogo corria resplendente por entre os
seres, e dele saíam relâmpagos, os seres viventes ziguezagueavam à semelhança
de relâmpagos. Vi os seres viventes; e eis que havia uma roda na terra, ao lado
de cada um deles”.
Eis a meta imposta a todos, conforme creio.
Geraldo Leony Machado
SSA, 20.04.2024
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