Jesus
[não] tem mais graça! //REFLEXÃO
Desnudar
o Natal do sentido religioso e espiritual em nome de relevância cultural parece
perda do sentido e da alegria da graça de Jesus
Por
William Lane
Um dia
atrás, dirigindo pela cidade, viu uma faixa anunciando e convidando o público
para um festival de Natal. Listava alguns atrativos como uma boa gastronomia,
diversos entretenimentos etc., e prometia um tempo muito especial para toda a
família.
A
divulgação não teria me chamado a atenção não fosse o fato de estar na entrada
de um lugar que eu sei que funciona uma church – apesar de não ter nenhuma
indicação na faixada que ali se reúne uma igreja. Se estivesse na entrada de
uma escola, um clube, um shopping entenderia que era o jeito secular de
comemorar o Natal, sem vestígios nenhum de religiosidade ou de identidade
cristã.
É
verdade que o Natal não é uma data bíblica e o modo como é celebrado
secularmente está muito distante do acontecimento que pretende comemorar. Mas
pelo menos a igreja cristã procura, nessa época, fazer o contraponto ao efêmero
materialismo, consumismo e hedonismo modernos com a boa mensagem singela,
verdadeira e perene do nascimento de Jesus e da graça salvadora.
Entendo
o esforço de muitas comunidades de procurar ser relevante para alcançar pessoas
que do contrário, supostamente, não iriam para uma igreja tradicional. Mas isso
é realmente uma questão de estratégia evangelística ou uma acomodação à visão e
valores seculares? Muitas vezes, fico com a impressão de que os cristãos estão
entediados com Jesus. Jesus por si só não é suficiente para despertar nos
próprios cristãos a alegria da salvação. É preciso haver estímulos, uma
materialização sensorial da boa notícia do Natal. Somente Jesus não tem mais
graça. A suposta motivação de alcançar a pessoa não religiosa transparece mais
um jeito do cristão festejar o Natal do modo secular sem constrangimentos.
É certo
que já há algum tempo que as igrejas criam nessa época diversa atrativa para
proclamar o nascimento de Jesus como apresentações artísticas e musicais, e
confraternizações. E é também visível que o comércio explora a figura do
pequeno menino Jesus como um símbolo da generosidade para motivar as pessoas a
comprarem presentes. Mas quando os próprios cristãos procuram desnudar o Natal
do sentido religioso e espiritual em nome de relevância cultural me parece que
perdemos o sentido e a alegria da graça de Jesus. Há uma linha muito tênue
entre a proclamação da mensagem do nascimento de Jesus por meios artísticos
contemporâneos e o entretenimento religioso.
Deus em
sua infinita misericórdia, com certeza, poderá usar meios como esses para que
pessoas sejam alcançadas pela graça de Jesus. Mas quando a mensagem do
evangelho fica de tal modo embrulhada em formas seculares, a graça é
pulverizada e fica quase indistinguível. Talvez por isso alguns grupos cristãos
não comemoram o Natal. Pois além de não ser uma prescrição bíblica, está muito
contaminada pelos valores seculares.
A
realidade da graça de Jesus deve ser a força suficiente e motivadora da alegria
humana. Sem a graça de Jesus, o Natal perde graça, e ficamos sem graça! Mas com
Jesus o Natal tem muito mais graça.
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