quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

REFLEXÃO...01

 

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As suas limitações não o definem

 Meu filho tem síndrome de Down e autismo grau 2 de suporte

 

Por Flávia Sousa

 

Quando leu a frase acima, você deve ter feito muitas perguntas ou, até mesmo, se assustado.

 

Se foi assim para você, imagine para quem tem um filho com esses diagnósticos.

 

Quantos questionamentos os pais destas pessoas devem ter feito a Deus? Quantas perguntas ou dúvidas devem ter surgido em relação ao desenvolvimento e ao futuro destas crianças?

 

Fato é que, ninguém espera ter um filho com deficiência. No curso natural da vida, quando almejamos um filho, inconscientemente, o almejamos para realizar nossos desejos. Sonhamos com a sua profissão, o seu casamento, as suas relações sociais e com o futuro. E o que acontece quando Deus nos surpreende com alguém inesperado?

 

Quando isso acontece, nos deparamos com inseguranças, medos, o futuro fica confuso. Mas, por outro lado, passamos a compreender a vida com a ajuda de novas lentes. Começamos a ver a bondade de Deus, o seu cuidado e amor por meio de novas perspectivas.

 

Foi isso que aconteceu comigo quando li novamente o versículo de Gênesis 1.27:

"E criou Deus o homem a sua a imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou". Olhar para meu filho como um ser único diante de Deus, ampliou minha visão sobre a grandeza do Criador. A sua deficiência e as suas limitações não o definem.

 

Meu filho completou 6 anos e ainda não fala. Mas a sua comunicação afetiva e emocional me impressiona. A sua forma de expressar amor e carinho me constrange, pois há muito mais pureza no seu olhar e nos seus gestos do que nas muitas palavras. Quando seus olhos se encontram com os meus, ele sabe o que se passa no fundo da minha alma. Percebo no seu olhar, no seu toque, no seu sorriso algo da imagem de Deus. De certo, estes sentidos aguçados são uma pequena amostra do amor de Cristo.

 

Porém, eu sei que a pessoa com deficiência requer mais cuidado e uma atenção mais intensa no dia a dia. O seu desenvolvimento depende disso. Todo meu esforço é para que meu filho não sofra rejeição, seja compreendido mesmo com suas limitações e consiga criar um convívio e um ambiente saudável para viver. Ele veio com a missão de me fazer entender o que significa amar e servir. Deus me deu essa missão e a recebi com muita gratidão.

 

 

 

De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), 1 (um) em cada 1 mil a 1.200 nascidos são portadores de síndrome de Down. E 1(uma) a cada 100 crianças são portadoras do Transtorno do Espectro Autista (TEA). Mas, segundo alguns estudos mais controlados, a incidência pode ser ainda maior atingindo um caso para cada 36 crianças. É um número muito alto. É uma questão de saúde pública. Precisamos estar atentos, como pais e sociedade para acolher estas crianças e criar um ambiente seguro para o desenvolvimento delas.

 

“Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam” (Rm 8:28a). Não sabemos porque há hoje uma incidência tão alta de TEA, mas sabemos que somos o “sal da terra e luz do mundo”, e como servos de Cristo somos chamados para ser agentes de transformação, instrumentos de Deus para este grupo de pessoas que necessita de acolhimento, amor e auxílio.

 

Que sejamos benção e suporte aos pais, cuidadores e profissionais muitas vezes cansados e sobrecarregados. E que a igreja e nossas famílias sejam a porta de entrada, lugar de inclusão e espaço de segurança para todas estas pessoas.

Flávia Sousa é mãe do Ricardinho, fisioterapeuta, acupunturista e membro da Igreja Presbiteriana do Planalto, em Brasília, DF.

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