quarta-feira, 31 de dezembro de 2025

AFRO

 

HISTÓRIA

 



ELE ERA ESCRAVO, MAS SE TORNOU UM DOS MAIORES FILÓSOFOS DE TODOS OS TEMPOS.

Filosofia

Ele foi um dos pensadores mais importantes da antiguidade, seus ensinamentos foram preservados e são importantes até hoje.

 

Por: Penelope Nogueira

Entre os grandes nomes da filosofia antiga, poucos têm uma trajetória tão marcante quanto Epicteto. Nascido escravo e marcado fisicamente pelas punições que sofreu, o filósofo converteu sua própria experiência de sofrimento em uma das correntes de pensamento mais duradouras da história: o estoicismo, cujos princípios continuam a orientar reflexões contemporâneas sobre equilíbrio emocional, resiliência e sentido de vida.

 

Mesmo sem jamais ter escrito uma obra com o próprio punho, Epicteto consolidou-se como um dos principais pilares da filosofia estoica, influenciando gerações de pensadores.

 

Epicteto nasceu por volta do ano 50 d.C., na Frígia, região que hoje corresponde à Turquia. Ainda jovem, foi levado a Roma como escravo e pertenceu a Epafrodito, funcionário influente do imperador Nero. Durante esse período, sofreu punições severas que resultaram em uma deficiência permanente na perna, tornando-se manco.

 

Após conquistar sua liberdade, Epicteto dedicou-se integralmente ao ensino da filosofia, tornando-se discípulo da tradição estoica fundada por Zenão de Cítio. Sua abordagem, no entanto, afastava-se de debates teóricos complexos e priorizava a aplicação prática da filosofia no cotidiano.

 

A filosofia de Epicteto

No centro do pensamento de Epicteto está a distinção entre o que está sob nosso controle e o que não está. Para o filósofo, apenas nossas opiniões, desejos, aversões e escolhas morais dependem de nós. Tudo o mais — riqueza, saúde, reputação e até o corpo — está sujeito ao acaso e às circunstâncias externas.

 

A partir dessa ideia, Epicteto defendia que o sofrimento humano nasce da tentativa de controlar aquilo que não pode ser controlado. A verdadeira liberdade, segundo ele, consiste em alinhar a vontade individual à realidade, aceitando os acontecimentos com serenidade e responsabilidade.

 

Outro aspecto fundamental de sua filosofia é a disciplina das emoções. Epicteto acreditava que paixões como medo, raiva e inveja surgem de julgamentos equivocados sobre os fatos. Ao corrigir esses julgamentos, o indivíduo alcança a tranquilidade da alma, conhecida no estoicismo como ataraxia.

 

Para Epicteto, viver bem significava viver de acordo com a virtude, entendida como razão, justiça, coragem e moderação. Ele rejeitava a ideia de que fatores externos determinam o caráter moral de alguém, afirmando que mesmo um escravo poderia ser moralmente livre, enquanto um imperador poderia ser escravo de seus próprios desejos.

 

A filosofia estoica, em sua visão, não era um conjunto de ideias abstratas, mas um treinamento diário da mente. Exercícios como a reflexão constante, o autocontrole e a preparação para adversidades faziam parte do caminho para uma vida equilibrada.

 

A vida de Epicteto

Epicteto viveu durante o Império Romano, em um período de autoritarismo e instabilidade política. Por volta do ano 90 d.C., foi exilado de Roma pelo imperador Domiciano, estabelecendo-se em Nicópolis, na Grécia, onde fundou uma escola bem-sucedida filosófica. Seus ensinamentos chegariam mais tarde até Marco Aurélio.

 

Seu discípulo Arriano foi responsável por preservar sua filosofia, ele registrou suas lições nas obras Discursos e Manual (Enchiridion), textos que se tornaram referências fundamentais do estoicismo.

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