terça-feira, 10 de setembro de 2024

REFLEXÃO...03

 

Perseguição judicial.

 

No início dos anos 90, essa era a realidade de um dos países que hoje está entre os mais desenvolvidos: a Estônia.

 

Há pouco mais de 30 anos, a Estônia era uma das repúblicas que faziam parte da União Soviética. Com a queda do muro de Berlim, a névoa sobre a realidade se dissipou.

 

Em 1992, a inflação da Estônia registrava 1.000%. Somente nos nove primeiros meses daquele ano, a produção industrial do país caiu 40%.

 

A pobreza era praticamente uma regra no país. Violência e desemprego seguiam o mesmo ritmo catastrófico.

 

 

Porém, ao contrário de outros herdeiros do legado soviético, a Estônia se desenvolveu rapidamente.

 

 

Em menos de cinco anos, a economia se estabilizou;

 

Em dez, ela começou a crescer;

 

Em vinte, a Estônia tornou-se um país desenvolvido.

 

 

Fonte: Banco Mundial

 

Como um país fragmentado conseguiu se desenvolver com tamanha velocidade?

 

 

 

O que ocorreu na Estônia não pode ser explicado por um único motivo. Da mesma forma, a política exige uma análise profunda para que seus problemas sejam plenamente compreendidos. Um dos elementos centrais do que os internacionalistas chamam de "Milagre Estoniano" é o interesse do povo pela política.

 

Plantar o mais rápido possível, para colher os frutos pela manhã

 

A Estônia se destacou entre os ex-membros da União Soviética ao implementar rapidamente reformas econômicas, sendo também pioneira na adoção de uma nova Carta Magna e na realização de eleições.

 

Pouco mais de um ano após a desintegração soviética, o povo do país báltico já havia definido o caminho que queria seguir e quem seriam os seus líderes.

 

 

Esses resultados não partiram de uma figura revolucionário ou salvador da pátria, mas sim de boas escolhas da população, desde a decisão de se tornar uma república independente até os referendos sobre questões sensíveis na sociedade.

 

 

Sem isso, o destino do país estaria nas mãos da sorte, sendo incerto se ele alcançaria o nível de desenvolvimento da União Europeia ou se seguiria os mesmos rumos de alguns de seus vizinhos.

 

E onde ficam os políticos nessa equação ?

 

A mais pura verdade sobre a desonestidade, escrito por Dan Ariely, compila experimentos sociais sobre o que faz as pessoas serem desonestas.

 

 

Ao contrário do senso-comum, a desonestidade não está relacionada com a chance de se dar mal. Assim como a honestidade não se baseia apenas na possibilidade de ser bem sucedido em determinada atitude.

 

 

Essa escolha ética está ligada ao tamanho da recompensa.

 

 

A recompensa pode ser interpretada de diferentes formas para cada um. Para os políticos, a principal é o número de votos.

 

Isso explica o desenvolvimento dos países mais democráticos, pois, para serem reeleitos, os governantes precisam realizar uma gestão positiva para o maior número de pessoas.

 

Entretanto, mesmo entre as democracias, existe uma categoria curiosa: países com eleições democráticas, mas que a população pouco se interessa por política.

 

 

Esse fenômeno constrói a seguinte situação: o político, seja ele honesto ou não, pode obter ganhos pessoais e ainda continuar no poder.

 

 

Segundo o The Democracy Index, índice criado pela revista The Economist para avaliar as democracias, o Brasil está nessa categoria.

 

O primeiro passo para mudar

 

A política não é para todos: a linguagem, muitas vezes, é inacessível; falta tempo para compreender as dinâmicas do país e, por vezes, a mídia falha em retratar a realidade de forma direta, clara e coesa.

 

A política não é para todos, mas ela precisa ser.

 

 

Enquanto a política for inacessível, grupos de interesse estarão decidindo os rumos do país sem qualquer vigilância que torne a desonestidade cara demais.

 

 

Platão ensinou isso ao concluir que: "Não há nada de errado com aqueles que não gostam de política, simplesmente serão governados por aqueles que gostam".

 

 

A Estônia foi pelo caminho contrário e colheu os resultados.

 

 

No Brasil, o mesmo pode acontecer.

Sem comentários:

Enviar um comentário

CHINA

  Xi Jinping se recusa a assinar acordo que impede o uso de IA para criar armas nucleares Xi Jinping coordena um grande número de avanços ...