quinta-feira, 31 de julho de 2025

POST DE GERALDO

 

Post de Geraldo Leony Machado

Geraldo Leony Machado

 

A necessidade de escrever fez-me abrir a máquina. Uma ilação. Na verdade, o computador. Procuro assunto, sem encontrar. Passo a meditar sobre o cotidiano, o hoje, 28 de julho.

Salvador teve um dia ameno, com sol translúcido. A velha capital, que se renova e busca nova roupagem faz-se repleta de viadutos, buscando superar sua estreiteza geográfica.

Seus bairros antigos vão-se deteriorando, impondo intervenção governamental para recuperá-los. Uma divisão entre cidade velha e cidade nova está se acentuando, de modo que a classe média aquinhoada, insatisfeita, procura moradia além do Iguatemi (um dos marcos atuais da cidade) e que recebe atenção especial do Intendente.

Até a Barra, talvez, o mais bonito local de Salvador, parece desabar. A violência toma-lhe as ruas, expulsando orgulhosos moradores.

Moro em Brotas, por meu gosto, bairro antigo, onde no passado recente morou o eminente jurista Orlando Gomes, juízes e artistas e até o governador do estado. Resisto aos filhos que residem em Stella Maris, bairro novo, e em Buraquinho (cidade vizinha: Lauro de Freitas). Mas, minha intenção não era falar acerca desta bela e antiga cidade. Tampouco de seu povo alegre, menino, fraterno.

Falar então a respeito de meus amigos, da labuta judicial, seus aspectos laboriosos e agradáveis, esquecendo os demais, do presente marcado pela longevidade ou prospectar o futuro? 

Pensar nas andanças e angustiar-me ao perceber que os caminhos levam ao início, como se andássemos em círculos concêntricos para concluir que restou apenas com significância as olhadelas para o que acreditamos estar além das nuvens?

A família, mulher e filhos. A preocupação com os netos, enfim com a juventude que se debate para distinguir e conquistar na jornada o lugar de seus sonhos ou, de modo acentuado, condição de sobrevivência?

Sobram-me interrogações? Fazer o quê?

Neste País, meu Brasil, que desejo sempre brasileiro, longe de posições radicais, de fraternidade amorfa, de pensamento reduzido a afirmações ou crenças padronizadas, incutidas ou não, sem a natural rebeldia  de sua gente jovem para fazer-se livre em pensamento e em ação?

 Sobretudo sem divisões. Afinal, “somos todos irmãos”.

Morta, melhor - matada a fome do escriba, volta-se dos arredores do sentimento e fincam-se os pés nas horas que se vão, ininterruptos, contínuos, esgotantes, implacáveis.

Um novo dia deve surgir, com ele espera-se luz clara e difusa, mentes equilibradas, voltadas para valores menos densos, impondo dizer em soerguimento desta Nação, que se debate e cambaleia, acerca da necessidade de entender, sem delongas, o significado do lema de sua bandeira, ordem e progresso, inspirado no positivismo do filósofo francês Auguste Comte, exigindo-nos “estado ou qualidade de positivo; caráter seguro, definitivo”.

SSA, 28.07.2025

Geraldo Leony Machado

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