Post de
Geraldo Leony Machado
Geraldo
Leony Machado
A
necessidade de escrever fez-me abrir a máquina. Uma ilação. Na verdade, o
computador. Procuro assunto, sem encontrar. Passo a meditar sobre o cotidiano,
o hoje, 28 de julho.
Salvador
teve um dia ameno, com sol translúcido. A velha capital, que se renova e busca
nova roupagem faz-se repleta de viadutos, buscando superar sua estreiteza
geográfica.
Seus
bairros antigos vão-se deteriorando, impondo intervenção governamental para recuperá-los.
Uma divisão entre cidade velha e cidade nova está se acentuando, de modo que a
classe média aquinhoada, insatisfeita, procura moradia além do Iguatemi (um dos
marcos atuais da cidade) e que recebe atenção especial do Intendente.
Até a
Barra, talvez, o mais bonito local de Salvador, parece desabar. A violência
toma-lhe as ruas, expulsando orgulhosos moradores.
Moro em
Brotas, por meu gosto, bairro antigo, onde no passado recente morou o eminente
jurista Orlando Gomes, juízes e artistas e até o governador do estado. Resisto
aos filhos que residem em Stella Maris, bairro novo, e em Buraquinho (cidade
vizinha: Lauro de Freitas). Mas, minha intenção não era falar acerca desta bela
e antiga cidade. Tampouco de seu povo alegre, menino, fraterno.
Falar
então a respeito de meus amigos, da labuta judicial, seus aspectos laboriosos e
agradáveis, esquecendo os demais, do presente marcado pela longevidade ou
prospectar o futuro?
Pensar
nas andanças e angustiar-me ao perceber que os caminhos levam ao início, como
se andássemos em círculos concêntricos para concluir que restou apenas com
significância as olhadelas para o que acreditamos estar além das nuvens?
A
família, mulher e filhos. A preocupação com os netos, enfim com a juventude que
se debate para distinguir e conquistar na jornada o lugar de seus sonhos ou, de
modo acentuado, condição de sobrevivência?
Sobram-me
interrogações? Fazer o quê?
Neste
País, meu Brasil, que desejo sempre brasileiro, longe de posições radicais, de
fraternidade amorfa, de pensamento reduzido a afirmações ou crenças
padronizadas, incutidas ou não, sem a natural rebeldia de sua gente jovem para fazer-se livre em
pensamento e em ação?
Sobretudo sem divisões. Afinal, “somos todos
irmãos”.
Morta,
melhor - matada a fome do escriba, volta-se dos arredores do sentimento e
fincam-se os pés nas horas que se vão, ininterruptos, contínuos, esgotantes,
implacáveis.
Um novo
dia deve surgir, com ele espera-se luz clara e difusa, mentes equilibradas,
voltadas para valores menos densos, impondo dizer em soerguimento desta Nação,
que se debate e cambaleia, acerca da necessidade de entender, sem delongas, o
significado do lema de sua bandeira, ordem e progresso, inspirado no
positivismo do filósofo francês Auguste Comte, exigindo-nos “estado ou qualidade
de positivo; caráter seguro, definitivo”.
SSA,
28.07.2025
Geraldo
Leony Machado
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