sábado, 26 de julho de 2025

UVAS DA AMAZÔNIA

 



 Você sabia que a Amazônia tem sua própria uva?

Rica em cálcio, fósforo e potássio, a uva-da-Amazônia (mapati) atende à crescente demanda por produtos saudáveis e regionais.

Redação Agro Estadão*

A Amazônia brasileira é um tesouro de biodiversidade. Entre diversas preciosidades, destaca-se o mapati, também conhecido como uva-da-Amazônia. 

 

O mapati não apenas oferece benefícios nutricionais significativos, como também se adapta bem às condições climáticas da região, tornando-se uma alternativa atraente para o cultivo sustentável.

 

Conhecendo a uva-da-Amazônia

O mapati (Pourouma cecropiifolia) é uma fruta fascinante que se assemelha a uvas em sua aparência. Cresce em cachos, com cada fruto medindo cerca de 2 centímetros e pesando aproximadamente 22 gramas. 

Sua polpa carnosa e suculenta apresenta uma textura levemente fibrosa, envolvendo uma única semente. O sabor é agradavelmente adocicado, conquistando o paladar de quem o experimenta.

Esta espécie é conhecida por diversos nomes populares em diferentes regiões da Amazônia. Além de mapati, é chamada de cucura, uva-da-mata e purumã. 

 

Independentemente do nome, trata-se da mesma planta, que tem ganhado reconhecimento por seu potencial gastronômico e nutricional.

Benefícios nutricionais da uva-da-amazônia

A uva amazônica é um verdadeiro tesouro nutricional. Rica em carboidratos, ela fornece energia de forma natural e saudável. 

Além disso, seu alto teor de fibras contribui para uma digestão adequada e promove a sensação de saciedade, aspectos valorizados por consumidores preocupados com a saúde.

 

O mapati se destaca também por sua composição mineral. É uma excelente fonte de cálcio, essencial para a saúde óssea e dental. O fósforo presente na fruta desempenha um papel crucial no metabolismo energético e na formação de tecidos. 

 

Já o potássio contribui para o equilíbrio dos fluidos corporais e para o bom funcionamento do sistema nervoso e muscular.

 

Esses benefícios nutricionais tornam o mapati um produto atrativo para o mercado consumidor, representando uma oportunidade valiosa para os produtores rurais que decidem investir em seu cultivo.

 

Cultivo da uva-da-amazônia

Escolha do local e preparo do solo para a uva-da-amazônia

O sucesso no cultivo do mapati começa com a escolha adequada do local e o preparo correto do solo. Esta espécie prospera em climas tropicais úmidos, característicos da região amazônica. O solo ideal deve ser bem drenado, fértil e rico em matéria orgânica.

 

Antes do plantio, é fundamental realizar uma análise do solo. Este procedimento fornecerá informações essenciais sobre a necessidade de correções e adubações. Caso seja necessário, a calagem deve ser realizada para ajustar o pH do solo. 

 

A adubação orgânica é altamente recomendada para melhorar a estrutura do solo e fornecer nutrientes essenciais para o desenvolvimento saudável das plantas.

Técnicas de plantio e manejo do mapati

O mapati pode ser propagado tanto por sementes quanto por mudas. Ao optar pelo plantio por sementes, é importante selecionar frutos maduros e saudáveis. As mudas, por sua vez, oferecem a vantagem de um desenvolvimento mais rápido e uniforme.

Considerando que o mapatizeiro pode atingir até 15 metros de altura, o espaçamento entre as plantas deve ser planejado cuidadosamente. Um espaçamento adequado garante que cada árvore tenha acesso suficiente a luz, nutrientes e água.A irrigação é especialmente importante durante os períodos de seca.

As podas de formação e produção são práticas essenciais no manejo do Mapati. Elas ajudam a moldar a estrutura da árvore, facilitam a colheita e estimulam uma produção mais abundante de frutos.

 

Uma característica notável do Mapati é sua rusticidade em relação a pragas e doenças. Esta resistência natural reduz significativamente a necessidade de uso de defensivos agrícolas, alinhando-se com as práticas de agricultura sustentável e orgânica.

 

Essa árvore pode ser cultiva para fim comercial, sobretudo, em pequenos pomares e sistemas agroflorestais, ou ainda, como planta ornamental, segundo informações do engenheiro florestal Afonso Rabelo do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).

 

O especialista também explica que ela serve para recuperação e enriquecimento de áreas degradadas, potencialidade pouca aproveitada.

Potencial de mercado e comercialização da mapati

O mapati oferece uma variedade de possibilidades de consumo e comercialização. Além de ser apreciado como fruta fresca, pode ser transformado em sucos, geleias e sorvetes. 

 

A pesquisa, fomentada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), desenvolveu até mesmo um vinho à base de mapati.

 

Esta versatilidade abre portas para diferentes segmentos de mercado, desde a venda direta ao consumidor até o fornecimento para indústrias de alimentos.

 

A obtenção de certificações, como a de produção orgânica ou sustentável, pode agregar valor significativo ao produto. Estas certificações atendem a um nicho de mercado em expansão, composto por consumidores dispostos a pagar mais por produtos que aliam qualidade a práticas ambientalmente responsáveis.

 

Fonte: https://agro.estadao.com.br/economia/uva-da-amazonia



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