Geração Z e cargos de liderança
E se Deus quiser mais do que estamos dispostos a entregar?
Por Pedro Dulci
Este artigo é para você que não quer ser diretor da sua
empresa, não pretende trabalhar até morrer como seus pais e, quando dá 18
horas, desliga o celular e desaparece do mapa. Talvez Deus tenha algo a mais
para você.
Uma reportagem sobre pesquisas geracionais – aquelas
divisões frequentemente usadas no marketing, na mídia e na comunicação – aponta
que a Geração Z tem uma tendência a evitar cargos de liderança e posições que
exijam demais no ambiente de trabalho. Isso faz sentido, considerando o que
essa geração viu nas anteriores, como os baby boomers.
Se você se interessa pelo tema, vale pesquisar as diferenças
entre as gerações. Basicamente, os baby boomers, nascidos a partir de 1945,
cresceram num contexto de reconstrução pós-guerra. Como havia muitas
oportunidades de emprego, a prioridade deles era a estabilidade financeira,
mais do que a realização pessoal. Seus filhos, a geração millennial (como eu),
e os netos, da Geração Z, cresceram sem guerras e com menos necessidades
básicas, o que lhes permitiu valorizar mais o propósito do trabalho do que
apenas o salário.
Diante disso, muitos jovens olham para o ritmo de trabalho
exaustivo das gerações anteriores e decidem que não querem seguir o mesmo
caminho. Essa escolha é compreensível, pois o excesso de trabalho levou muitas
pessoas ao limite, violando leis trabalhistas e tornando o trabalho um vício.
No entanto, decidir trabalhar menos não é, por si só, uma virtude. Em alguns
casos, pode esconder uma fuga da responsabilidade.
A Bíblia é clara ao mostrar que Deus chama jovens para a
liderança. Existem muitos exemplos, mas um dos mais marcantes é Timóteo. Ele
assumiu o pastoreio de uma grande igreja em Éfeso, onde o próprio apóstolo
Paulo havia sido pastor, e, mais tarde, João também seria. Timóteo enfrentou
desafios imensos, incluindo a oposição de falsos mestres mais velhos do que
ele. Mesmo assim, Paulo o encorajou a assumir sua vocação com firmeza, sem
permitir que sua juventude fosse motivo de desprezo.
Hoje, o problema não é apenas os mais velhos menosprezarem
os jovens, mas os próprios jovens se subestimarem e encararem a idade como um
fator limitante. A Geração Z tem o privilégio de poder escolher um trabalho que
lhe traga satisfação, mas e se Deus quiser mais do que estamos dispostos a
entregar? Será que evitamos certos caminhos por obediência ou por mero conforto
pessoal?
As análises geracionais são úteis para entender padrões de
comportamento no mercado de trabalho, no consumo e na educação. No entanto,
também precisam ser avaliadas sob a perspectiva bíblica. Deus, muitas vezes,
nos chama para tarefas que parecem maiores do que nossa capacidade, mas nossa
força vem dele. O poder de Deus se aperfeiçoa na fraqueza, e é justamente
quando reconhecemos nossas limitações que nos tornamos mais fortes.
Por isso, ao ler sobre sua geração e se identificar com
certas características, sempre passe essa análise pelo crivo bíblico: estamos
obedecendo ao que Deus nos chamou para fazer?
Artigo publicado no site Invisible College. Reproduzido com
permissão.
Imagem: Unsplash.
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