Espanha
país europeu
Reino de España Reino de Espanha | |
Lema: Plus Ultra (Latim: "Mais Além") | |
Hino nacional: Marcha Real (também chamado Marcha Granadera) | |
Gentílico: espanhol(a) | |
Localização da Espanha (em verde escuro) Localização na União Europeia (em verde claro) | |
Capital | Madrid 40° 26′N 3° 42′E |
Cidade mais populosa | Madrid |
Língua oficial | espanhol (ou castelhano) [nt 1]Com estatuto co-oficial regionalmente: catalão, valenciano, galego, basco e aranês.[1] |
Governo | Monarquia constitucional Democracia Parlamentarista |
- Rei | Filipe VI |
- Presidente do Governo | Pedro Sánchez |
Formação | |
- Unificação | 1469 |
- Soberano único | 1516 |
- Estado absolutista | 1715 |
- Estado liberal | 1812 |
- Estado democrático | 1977 |
Entrada na UE | 1 de Janeiro de 1986 |
Área | |
- Total | 504 030 km² (51.º) |
- Água (%) | 1,08 |
Fronteira | Portugal, França, Andorra, Gibraltar e Marrocos |
População | |
- Estimativa para 2016 | 46 524 943[1] hab. (29.º) |
- Densidade | 92,19 hab./km² (106.º) |
PIB (base PPC) | Estimativa de 2015 |
- Total | US$ 1,615 biliões *[2] (13.º) |
- Per capita | US$ 34 819[2] (29.º) |
PIB (nominal) | Estimativa de 2015 |
- Total | US$ 1,2 biliões *[2] (12.º) |
- Per capita | US$ 25 864[2] (27.º) |
IDH (2018) | 0,893 (25.º) – muito alto[3] |
Gini (2005) | 32[4] |
Moeda | Euro[2] (EUR )
|
Fuso horário | CET[3] (UTC+1) |
- Verão (DST) | CEST (UTC+2) |
Clima | Mediterrânico e Oceânico |
Org. internacionais | ONU, OCDE, UE, OTAN, União Latina, G-20 (convidado permanente). |
Cód. ISO | ESP |
Cód. Internet | .es |
Cód. telef. | +34
|
Website governamental | www |
:[1] ^ Os idiomas co-oficiais são oficiais nas seguintes Comunidades autónomas: o catalão na Catalunha, ilhas Baleares, o valenciano na Comunidade Valenciana, o galego na Galiza, o basco no País Basco e parte de Navarra, o aranês na comarca do Vale de Arão (província de Lérida). |
Os humanos modernos chegaram pela primeira vez na Península Ibérica há cerca de 35 mil anos. As culturas ibéricas, juntamente com antigos povoamentos fenícios, gregos, celtas e cartagineses, desenvolveram-se na península até o início do domínio romano por volta de 200 a.C., quando a região era denominada Hispânia, baseada no antigo nome fenício Spania.[5] Com o colapso do Império Romano do Ocidente, confederações tribais germânicas migraram da Europa Central, invadiram a Península Ibérica e estabeleceram reinos relativamente independentes em suas províncias ocidentais, incluindo os suevos, alanos e vândalos. No final do século VI, os visigodos tinham integrado à força todos os territórios independentes remanescentes na península ao Reino de Toledo, incluindo as províncias bizantinas, o que de certa maneira unificou politicamente, eclesiasticamente e juridicamente todas as antigas províncias romanas ou reinos sucessores da antiga Hispânia.
No início do século VIII, o Reino Visigótico caiu diante dos mouros, que chegaram a governar a maior parte da península no ano de 726 (com duração de até sete séculos no Reino de Granada), deixando apenas um punhado de pequenos reinos cristãos no norte. Isto levou a muitas guerras durante um longo período, o que culminou na criação dos reinos de Leão, Castela, Aragão e Navarra, que se tornaram as principais forças cristãs contra os muçulmanos. Após a conquista mourisca, os europeus iniciaram um processo gradual de retomada da região conhecido como "Reconquista",[6][7] que no final do século XV fez com que a Espanha surgisse como um país unificado sob o domínio dos Reis Católicos. No início da Era Moderna, a nação tornou-se o primeiro império mundial da história e o país mais poderoso do mundo, deixando um grande legado cultural e linguístico que inclui mais de 570 milhões de hispanófonos ao redor do mundo,[8] o que tornou o espanhol a segunda língua mais falada no mundo, depois da língua chinesa. Durante o Século de Ouro Espanhol (séculos XVI e XVII) também houve muitos avanços nas artes, com pintores mundialmente famosos, como Diego Velázquez. A mais famosa obra literária espanhola, Dom Quixote, também foi publicada durante este período. O país abriga o terceiro maior número de sítios classificados como Património Mundial pela UNESCO.
A Espanha é uma democracia parlamentar secular e uma monarquia constitucional,[9] sendo que o rei Filipe VI serve como chefe de Estado. É um dos principais países desenvolvidos[10] e um país de alta renda, com a 14.ª maior economia do mundo por PIB nominal e a 16.ª maior por paridade do poder de compra. É membro das Nações Unidas (ONU), União Europeia (UE), Zona Euro, Conselho da Europa (CoE), Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI), União para o Mediterrâneo, Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), o Espaço Schengen, a Organização Mundial do Comércio (OMC) e muitas outros organismos internacionais. Embora não seja um membro oficial, a Espanha também é um "convidado permanente" das cúpulas do G20, participando de todos os encontros do grupo.[11]
Etimologia
O nome de Espanha, evolução da designação do Império Romano Hispânia era, até ao século XVIII, apenas descritivo da Península Ibérica, não se referindo a um país ou Estado específico, mas sim ao conjunto de todo o território ibérico e dos países que nele se incluíam. A Espanha é unificada durante o Iluminismo, até então era um conjunto de reinos juridicamente e politicamente independentes governados pela mesma monarquia.[14] Até à data da unificação a monarquia era formada por um conjunto de reinos associados por herança e união dinástica ou por conquista. A forma de governo era conhecida como aeque principaliter, os reinos eram governados cada um de forma independente, como se tivesse cada reino o seu próprio rei, cada reino mantinha o seu próprio sistema legal, a sua língua, os seus foros e os seus privilégios.[15] As Leyes de extranjeria determinavam que o natural de qualquer um dos reinos era estrangeiro em todos os outros reinos ibéricos.[16][17] A constituição de 1812 adota o nome As Espanhas para a nova nação.[18] A constituição de 1876 adota pela primeira vez o nome Espanha.[19][20]
Os termos "as Espanhas" e "Espanha" não eram equivalentes, e eram usados com muita precisão.[21] O termo As Espanhas referia-se a um conjunto de unidades jurídico-políticas, ou seja, referia-se a um conjunto de reinos independentes, primeiramente apenas aos reinos cristãos da Península Ibérica, depois apenas aos reinos unidos sobre a mesma monarquia. O termo Espanha referia-se a um espaço geográfico e cultural que englobava diversos reinos independentes. A partir de Carlos V o uso do título Rei das Espanhas, referia-se à parte da Espanha que não incluía Portugal, mas esta designação era apenas uma forma de designar coletivamente um extenso número de reinos, uma abreviação, que não tinha validade jurídica, para uma longa lista de títulos reais cuja forma oficial era rei de Castela, de Leão, de Aragão, de Navarra, de Granada, de Toledo, de Valência, da Galiza, de Maiorca, de Menorca, de Sevilha, etc. (da mesma forma utilizava-se o título Sua Majestade Lusitana para o rei de Portugal, ou rei Lusitano).[22][23][24]
O uso do da designação de "reis de Espanha" pelos reis Fernando e Isabel foi considerado uma ofensa pelo rei de Portugal que considerava que o nome designava a Península.[25] A última vez que Portugal protestou oficialmente o uso do termo "coroa de Espanha" ou "monarquia de Espanha" pelo governo de Madrid foi, supõe-se, durante o Tratado de Utrecht em 1714.[26]
Atualmente o nome "Península Hispânica" não é aceite pelos portugueses, sendo que a designação usada é a de Península Ibérica.[27] A partir de 1640, com a Restauração da Independência de Portugal, a designação "Rei da Espanha" manteve-se, apesar de a união dinástica já não englobar toda a Península.[28]
História
Geografia
Em extensão territorial, é o quarto maior país da Europa, atrás apenas da Rússia (que é o maior país do mundo, tendo em conta apenas a parte europeia), Ucrânia e França, e o segundo maior da União Europeia, atrás apenas da França.[69] Os limites físicos da Espanha são os seguintes: Portugal e o oceano Atlântico a oeste; o mar Mediterrâneo a leste, o Estreito de Gibraltar, mar Mediterrâneo e oceano Atlântico a sul; os Pirenéus a nordeste e o golfo da Biscaia e o mar Cantábrico a norte.[69]
Geomorfologia e hidrografia
A metade oeste inteira da Península Ibérica, exceto a extremidade meridional, é constituída de rochas velhas (hercínicas); os geólogos costumam se referir a esse Maciço Hespérico com o nome de Meseta Central. A palavra meseta igualmente é utilizada por geógrafos e como topônimo local para denominar o relevo que domina o centro da Península Ibérica.[69] Os Pireneus, uma porção dos Alpes europeus, constituem uma grande cordilheira que vai entre o Mediterrâneo e o Golfo da Biscaia, há 430 km de distância.[69] Muitas serras tendendo de noroeste a sudeste constituem a Cordilheira Ibérica, a qual divide a depressão do Ebro da Meseta e se eleva mais com o pico de Moncayo, há 2 313 metros.[69]A Península Ibérica tem muitos riachos, três dos quais se encontram dentre os maiores do continente europeu: o Tejo, com 1 007 km de extensão, o Ebro, com 909 km, e o Douro, com 895 km. O Guadiana e o Guadalquivir possuem 818 km e 657 km, respectivamente. O Tejo, da mesma forma que o Douro e o Guadiana, vem para o Oceano Atlântico em território português. Na verdade, todos os mais importantes rios espanhóis, com exceção do Ebro, correm para o Atlântico. A rede fluvial na porção mediterrânea da bacia hidrográfica tem pouco desenvolvimento em contraste com os sistemas do Atlântico, em parte uma vez que desce nas porções menos úmidas na opinião dos climatólogos especializados em Espanha. Entretanto, os rios ibéricos, em sua quase totalidade, possuem reduzido volume por ano, irregularidade nos regimes, vales com grande profundidade e até desfiladeiros. As cheias são continuamente um perigo potencializado.[69]
A erosão do solo que resulta do bioma degradado ao longo de 3 mil anos, tinha criado áreas que reduziram o revestimento da terra, formando de aluviões para o lado em que rio desce e, ultimamente, obras de irrigação e barragens assorearam outras regiões. Uma das piores questões ambientais da Espanha atualmente constitui o perigo da desertificação, do empobrecimento de ecossistemas áridos, semiáridos e ainda úmidos provocados pela ação conjunta das atividades do homem e da estiagem. Quase 50% de Espanha são atingidas de maneira equilibrada ou severa por secas, principalmente no leste arenoso (Almeria, Múrcia), assim como em boa parte de Espanha sub-árida (bacia do Ebro). Políticas de florestação foram adotadas pelo poder executivo, no entanto, certas autoridades creem que a vegetação que cresce naturalmente teria trazido maior permanência de benefícios.[69]
Clima
A Espanha se caracteriza por uma divisão climática sobreposta entre zonas úmidas, semiáridas, áridas, oceânicas, continentais e temperadas. Essa complexidade é resultado da dimensão da península, que é suficientemente extensa para produzir um regime térmico bastante variado, assim como pela proximidade com o o Oceano Atlântico e o Norte da África, o que expõe o país a influências do mar e do Saara.[69]Os Pireneus e as cadeias de montanhas da Cantábria exercem uma função fundamental no clima da Espanha, ao manter as massas de ar subtropicais na Espanha nos os meses de verão. Geralmente, os ventos ocidentais do Atlântico Norte dominam a maioria do ano, ao passo que a massa de ar cálida e seca do Saara sopra fortemente de maneira menos frequente. A Espanha setentrional, entre a Galiza e a Catalunha, se caracteriza por um clima temperado marítimo ou úmido.[69]
O clima do restante da península é mediterrâneo com tendências continentais. O clima dos vales do Guadalquivir e do Ebro igualmente é continental, o Guadalquivir mais frio e mais seco e o Ebro mais úmido e mais quente. As comunidades autônomas catalã, valenciana e baleárica têm um clima mais temperado, muito mais chuvoso na Catalunha, ao passo que o clima das Canárias é atlântico subtropical.[69]
A Espanha é um país especialmente afetado pelo fenômeno da seca: durante o período 1880–2000, mais da metade dos anos foram classificados como secos ou muito secos. Sete anos da década dos 1980 e cinco da década de 1990 foram considerados secos ou muito secos. As mudanças climáticas devem trazer graves problemas ambientais, agravando as características mais extremas do clima local.[70]
Meio ambiente
A vegetação natural cobre quase 50% metade do território espanhol, entretanto, somente uma pequena parte (em boa parte limitado às montanhas) se classifica como floresta densa. A região setentrional tem florestas decíduas (carvalho, faia) e charnecas. A vegetação do restante do território espanhol é mediterrânea, que se caracteriza por carvalho-verde (Quercus ilex) e demais plantas que resistem aos períodos de seca.[69]A proximidade da África com a Espanha forneceu ao país mais espécies de animais silvestres africanas que as que se encontram nas demais penínsulas do Mediterrâneo, ao passo que a cordilheira dos Pireneus e a extensão da nação motivam a quantidade de espécies endêmicas. O lobo europeu e o urso marrom costumam sobreviver nas pequenas regiões silvestres da parte nordeste. O gamo, o íbex (cabra-selvagem), o veado-vermelho e o javali costumam ser frequentes. Cerca de 50% das espécies de aves europeias se encontram no Parque Nacional de Doñana, na desembocadura do Guadalquivir; a águia-imperial-ibérica e demais aves de grande porte, como o urubu e diversas variações de faisão, são endêmicas dos Pireneus. A Espanha meridional e a África setentrional também são invadidas periodicamente pelos gafanhotos-do-deserto.[69]
As águas do país abrigam diversos peixes e mariscos, principalmente na região em que o Atlântico e o Mediterrâneo se encontram (o Mar de Alborán). Espécies como salmonete, cavala, atum, polvo, peixe-espada, sardinha (Sardinia pilchardus) e anchova (Engraulis encrasicholus) são comuns. Dentre as espécies demersais (de fundo) estão pescada e badejo. As águas de Espanha sul-oriental são habitadas pelo golfinho-riscado, por baleias e pelo Golfinho-roaz.[69]
Desde 1996 o índice de emissões de CO₂ subiu notavelmente em Espanha, descumprindo os objetivos do Protocolo de Quioto sobre emissões geradoras do efeito estufa e contribuintes da mudança climática. Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU, pediu a Espanha uma “liderança mais ativa” na luta contra a mudança climática.[71] Segundo Al Gore, Espanha é o país europeu mais vulnerável ao efeito estufa.[72]
Demografia
Ver artigo principal: Demografia da Espanha
Em 2012, a população de Espanha oficialmente alcançou os 47 milhões de pessoas, conforme registrado pelo Padrón municipal.[73] A densidade populacional do país, em 91 hab./km², é menor do que a da maioria dos países da Europa Ocidental e sua distribuição através do país é bastante desigual. Com exceção da região do entorno da capital, Madrid,
as áreas mais povoadas ficam em torno da costa. A população da Espanha
mais que dobrou desde 1900, quando se situava em 18,6 milhões,
principalmente devido ao espetacular crescimento demográfico vivido pelo
país na década de 1960 e início de 1970.[74]A Espanha é o país mais tolerante em relação à homossexualidade em todo o mundo. Apenas 6% dos espanhóis dizem que a homossexualidade é "moralmente inaceitável", ao passo que 55% a consideram "moralmente aceitável" e 38% dizem que a homossexualidade "não é uma questão moral".[75] Desde 2004 o casamento entre pessoas do mesmo sexo na Espanha é legal.[76]
Composição étnica
Os espanhóis nativos compõem 88% da população total da Espanha. Depois da taxa de natalidade ter caído na década de 1980, a taxa de crescimento populacional da Espanha diminuiu, mas a população novamente cresceu baseada inicialmente no regresso de muitos espanhóis que emigraram para outros países europeus durante os anos 1970 e, mais recentemente, alimentada por um grande número de imigrantes que constituem 12% da população. Os imigrantes são originários principalmente na América Latina (39%), Norte da África (16%), Europa Oriental (15%) e África subsaariana (4%).[77]Em 2008, o país concedeu a cidadania a 84 170 pessoas, principalmente para pessoas vindas do Equador, Colômbia e Marrocos.[78] Uma parte considerável dos residentes estrangeiros na Espanha também vêm de outros países da Europa Ocidental e Central. Estes são em sua maioria britânicos, franceses, alemães, holandeses e noruegueses. Eles residem principalmente na costa do Mediterrâneo e nas ilhas Baleares, onde muitos escolhem para viver sua aposentadoria.
Populações substanciais descendentes de colonos espanhóis e imigrantes existem em outras partes do mundo, com destaque para a América Latina. Começando no final do século XV, um grande número de colonos ibéricos estabeleceram-se no que se tornou a América Latina e no momento a maior parte dos latino-americanos brancos (que representam cerca de um terço da população da América Latina) são de origem espanhola ou portuguesa. No século XVI, estima-se que 240 mil espanhóis emigraram, principalmente para Peru e México.[79] A eles se juntaram 450 mil que emigraram no século seguinte.[80] Entre 1846 e 1932 estima-se que cerca de 5 milhões de espanhóis emigraram para a América, especialmente para Argentina e Brasil[81] Cerca de dois milhões de espanhóis migraram para outros países da Europa Ocidental entre 1960 e 1975. Durante o mesmo período, cerca de 300 mil foram para a América Latina.[82]
Imigração e migração
Os movimentos migratórios, tanto internos quanto externos, foram determinantes na composição demográfica moderna da Espanha. Entre o final do século XIX e início do século XX, houve uma significativa corrente imigratória da Espanha para países ibero-americanos. Entre os principais destinos estavam Argentina e Brasil.[81] A densidade populacional da Espanha é menor que a da maioria dos países europeus. As populações rurais estão se movendo para as cidades. Nos últimos anos a Espanha apresenta uma considerável diminuição na taxa de imigração neta, deixando de possuir a maior taxa de imigração de Europa (em 2005 de 1,5% anual somente superado na UE pelo Chipre)[83] atualmente sua taxa de imigração neta chega a 0,99%, ocupando a 15ª posição na União Europeia.[84] além disso, o 9° país com maior porcentagem de imigrantes dentro da UE, abaixo de países como Luxemburgo, Irlanda, Áustria e Alemanha.[85]Em 2005 a Espanha recebeu 38,6% da imigração para a União Europeia, principalmente de cidadãos de origem latino-americana, de outros países da Europa Ocidental, da Europa Oriental e do Magrebe. A população estrangeira na Espanha em 2007 cifrava-se em 4 144 166, um incremento de 11,1% em reação ao ano anterior. Este valor representa 9,3% dos 44 708 964 habitantes na Espanha.[86]
Cidades mais populosas
Idiomas
Ver artigo principal: Línguas da Espanha
A Espanha é abertamente um país multilingue.[87] O idioma oficial e o mais falado no conjunto da Espanha, por 98,9% da população, é o castelhano, língua materna de 89% dos espanhóis,[88][89] que pode receber a denominação alternativa de espanhol.[90] A estimativa do seu número de falantes em todo o mundo vai desde os 450[91] aos 500 milhões[92][93][94] de pessoas, sendo a segunda língua materna mais falada depois do Chinês.[95][96][97] Há previsões que se torne a segunda língua de comunicação internacional depois do inglês no futuro, e, após este, é a segunda língua mais estudada.[98]A Constituição Espanhola reconhece a riqueza linguística de Espanha como património cultural sujeito a especial respeito e proteção, e declara que o "resto de línguas espanholas" são oficiais nas comunidades autónomas segundo os seus estatutos de autonomia, apesar de ser apenas um dever e obrigação o conhecimento do castelhano.[99]
Na Espanha, gozam da mesma proteção que o idioma espanhol as seguintes línguas: catalão (entre 9% e 17% da população);[100][101] galego (entre 5% e 7% da população);[102] basco (1% da população);[103] asturo-leonês;[104] aragonês;[101] occitano;[105] português;[106] tarifit (em Melilha);[107] e árabe (em Ceuta e Melilha). A Espanha ratificou em 9 de abril de 2001 a Carta Europeia das Línguas Regionais ou Minoritárias[108] do Conselho Europeu.[109]
Religião
Ver artigos principais: Religião na Espanha e Igreja Católica na Espanha
O artigo 16.3 da constituição espanhola vigente define o país como um Estado sem confissão: ‘‘Nenhuma confissão terá caráter estatal‘‘.
Porém, é garantida a liberdade religiosa e de culto dos indivíduos e é
assegurada uma relação de cooperação entre os poderes públicos e todas
as confissões religiosas. De acordo com o Centro de Investigações
Sociológicas, o centro estatal espanhol de estatística, no seu estudo de
julho de 2019, cerca de 67,4% dos espanhóis classificaram-se como católicos romanos, embora apenas 22,7% seja praticante. Por outro lado os ateus ou não religiosos somam 21,6%, e os agnósticos chegam a 7,5%. Os aderentes de outras religiões (incluindo islamismo, protestantismo, budismo etc.), cerca de 2%.[110]De acordo com pesquisa de 2010 do Eurobarometer, 59% da população espanhola acredita na existência de algum deus. 20% dos espanhóis acreditam na existência de algum tipo de espírito ou força vital, ao passo que 19% não acredita que exista qualquer tipo de espírito, deus, ou força vital.[111]
A maioria dos espanhóis não frequentam templos religiosos regularmente. O estudo apontou que, dos espanhóis que se dizem religiosos, 61% raramente frequenta a missa, 14% frequenta a missa algumas vezes ao ano, 10% algumas vezes ao mês e 14% todos os domingos ou várias vezes na semana. Embora uma maioria dos espanhóis seja católica, a maior parte, especialmente os jovens, ignora as doutrinas morais conservadoras em assuntos como sexo antes do casamento, orientação sexual e métodos contraceptivos.[112][113][114][115]
A segunda religião em número de membros é a muçulmana. Calcula-se que há cerca de 800 mil fiéis, vindos fundamentalmente das recentes ondas de imigração. Há também um número crescente de igrejas protestantes, que somam cerca de 400 mil fiéis (a estatística própria dos protestantes em Espanha indica 1,2 milhões, dos quais 400 mil são espanhóis e o resto são estrangeiros que residem na Espanha durante pelo menos seis meses ao ano).[116]
Política
Governo
Ver artigo principal: Política da Espanha
A Espanha é uma monarquia parlamentarista, com um monarca hereditário que exerce como Chefe de Estado – o Rei da Espanha, e um parlamento bi-cameral, as Cortes Generales.[117]O poder executivo é formado por um Conselho de Ministros presidido pelo Presidente do Governo, que exerce como Chefe de Governo, e o poder judicial está formado pelo conjunto de Juizados e Tribunais, integrado por Juízes e Magistrados, que têm a potestade de administrar justiça em nome do Rei. O poder legislativo se estabelece nas Cortes Gerais, que é o órgão supremo de representação do povo espanhol. As Cortes Gerais são compostas de uma câmara baixa, o Congresso dos Deputados, e uma câmara alta, o Senado.[117]
O Congresso dos Deputados é formado por 350 membros eleitos por votação popular, em listas fechadas e através de representação proporcional mediante circunscrições provinciais, para servir em legislaturas de quatro anos. O sistema não é absolutamente proporcional, já que existe um número mínimo de cadeiras por circunscrição (3) e se usa um sistema proporcional levemente corrigido para favorecer as listas majoritárias (o Sistema d'Hondt).[118]
O Senado possui 259 membros, dos quais 208 são eleitos diretamente mediante voto popular, por circunscrições provinciais, em cada uma das quais se elegem 4 senadores, seguindo um sistema majoritário (3 para a lista majoritária, 1 para a seguinte), exceto nas ilhas Baleares e nas ilhas Canárias, onde cada circunscrição é uma ilha. Os outros 51 são designados pelos órgãos regionais para servir, também, por períodos de quatro anos.[119]
No dia 2 de junho de 2014, o rei Juan Carlos I abdicou do trono a favor do seu filho, que tornou-se o rei Filipe VI. Foi a primeira vez em mais de cinquenta anos que um rei abdica do trono na Espanha.[12
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