Ateus
processam Bolsonaro por viagem para canonização de Irmã Dulce 4ª.Parte
Por
Folha Gospel - 28/10/2019
Autoridades
brasileiras durante a cerimônia de canonização da Irmã Dulce, no Vaticano
A Atea
(Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos) pediu na Justiça a condenação da
União e dos presidentes da República, do Senado e da Câmara dos Deputados por
violação ao princípio do Estado laico com a viagem de autoridades para a
canonização de Irmã Dulce no Vaticano.
Na ação
civil pública, protocolada na terça-feira (22) na Justiça Federal da 1ª Região,
a entidade reivindica que Jair Bolsonaro (PSL), Davi Alcolumbre (DEM-AP) e
Rodrigo Maia (DEM-RJ) sejam obrigados a devolver aos cofres públicos a verba gasta
com a permissão deles.
A
cerimônia em que a freira foi canonizada ocorreu no dia 13 deste mês. A
delegação oficial do governo brasileiro foi chefiada pelo vice-presidente da
República, Hamilton Mourão. Bolsonaro não compareceu.
Davi,
Maia e ao menos 20 parlamentares das duas Casas fizeram parte da caravana. Eles
viajaram em avião da FAB (Força Aérea Brasileira) e tiveram direito a receber
diárias, por estarem em missão oficial em um país estrangeiro.
Para a
Atea, houve “manifesta ilegalidade e inconstitucionalidade na utilização de
recursos públicos”.
“Ao
subvencionar a viagem de autoridades brasileiras para uma cerimônia de caráter
estritamente religioso, o Estado brasileiro e seus representantes ofendem a
laicidade do Estado e, consequentemente, o patrimônio público e os interesses
difusos da coletividade”, afirma a petição.
Fundada
em 2008, a organização sem fins lucrativos, com sede em São Paulo, diz ter hoje
18 mil associados em todo o país e ostentar como bandeiras a preservação do
Estado laico e o combate à discriminação contra ateus e agnósticos. A ação é
assinada pelo advogado Thales Vinicius Bouchaton.
No
documento, a associação aponta ainda o que considera “um injustificado
favorecimento” à Igreja Católica e diz que “não é porque algo é cultural que
está chancelada a sua legalidade ou constitucionalidade”.
“Ao
contrário do que está enraizado no senso comum, a religiosidade não é sinônimo
de bondade ou de virtude. Muitas vezes é até o contrário”, afirma a Atea,
destacando ser proibida a subvenção de crenças religiosas pelo poder público.
A
associação pede à Justiça que proíba o governo federal de custear novas viagens
para o Vaticano ou qualquer outro país para cerimônias de canonização, sob pena
de multa diária de R$ 50 mil por autoridade subvencionada pela União.
Requer
ainda que os citados apresentem todos os gastos com a caravana deste mês ao
Vaticano, para que seja conhecido o total de recursos públicos despendidos com
o aval dos três presidentes de Poderes.
“O
gasto estimado para os cofres públicos brasileiros irá ultrapassar a casa das
centenas de milhares de reais para bancar esse verdadeiro ‘trem da alegria’ com
recursos públicos”, afirma a entidade no processo.
A
organização solicita também que o Ministério Público Federal seja notificado
para atuar no caso como fiscal da lei.
Fonte:
Folha de S. Paulo
https://youtu.be/Lu5vwki8KI4 //Rev. Hernandes.
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