Biden
sob pressão: prisões e violência pró Hamas
Uma
onda de manifestações violentas tomou as principais universidades dos Estados
Unidos na última quinta-feira (02), a principal reivindicação era o alegado
genocídio praticado por Israel na Faixa de Gaza. O Saldo final das
manifestações foram violência, invasão e depredação de prédios públicos, uma
encruzilhada retórica para Joe Biden e uma forte acusação do prefeito de Nova
York sobre coordenação externa.
Pelo
menos 2000 pessoas foram presas em diversos campus universitários por todo o
país em protestos contra a guerra em Gaza, a contagem conforme a Associated
Press, sendo as manifestações na Universidade da Califórnia em Los Angeles
(UCLA) e na Universidade de Columbia em Nova York.
Na
Califórnia, a polícia removeu barricadas e começou a desmantelar o acampamento
fortificado dos manifestantes na UCLA depois que centenas de destes desafiaram
as ordens de sair, alguns formando correntes humanas enquanto a polícia
disparava granadas de atordoamento para dispersar a multidão.
As
manifestações, que começaram de forma mais tímida há dois meses, não teriam
chegado a tais extremos se um posicionamento do Presidente Democrata Joe Biden
tivesse sido claro, fato apontado principalmente pela oposição Republicana.
Biden e sua administração, de fato, ficaram divididos em qual lado apoiar,
fruto da confusa política externa americana e a retórica eleitoral progressista
e, cada vez mais, agressiva do Partido Democrata.
Os
principais quadros políticos do partido, ao longo dos últimos anos,
aprofundaram o seu discurso em diversas pautas revolucionárias como o
identitarismo, ambientalismo extremo, Black Lives Matter, Antissemitismo,
suporte a imigração ilegal, aborto entre muitas outras. Figuras políticas como
Bernie Sanders, Alexandria Ocasio-Cortez, Ilhan Omar e outros lideram o
movimento político entre jovens que se reverte em votos para os Democratas.
Sendo o principal combustível retórico do partido, como foi possível
assistirmos nas últimas eleições de 2020.
Biden
vem sofrendo uma grande pressão nos últimos doze meses, sendo acusado inclusive
de ter enganado esta fatia do eleitorado americano, dentre as acusações estão:
o não cumprimento da agenda verde, o fraco desempenho nas questões quanto ao
aborto e com destaque nos últimos meses, o apoio a Israel.
Esta
situação dúbia na qual se encontra o Presidente Americano, fez com que a
hashtag #WhereIsBiden (onde está Biden) viralizasse nas redes sociais,
principalmente quando vídeos da bandeira americana sendo retiradas dos mastros,
queimadas e substituídas por bandeiras da Palestina tomassem as redes. O
Senador Republicano Tom Cotton disparou contra Biden: “ou você apoia as turbas
do campus do Hamas, ou você é muito fraco e tem medo de condená-las. De
qualquer forma, é inapto para liderar”.
Segundo
a Fox News, que obteve um documento no Google docs dos manifestantes, uma lista
de exigências excêntricas estava entre as reivindicações dos manifestantes da
UCLA, incluindo: comida vegana sem glúten, lanternas “super brilhantes” com
estroboscópio, laços de corda e zíper, capacetes, escudos e madeira, loção sem
proteção solar, joelheiras e cotoveleiras.
A
pressão fez com que Joe Biden fizesse um discurso à nação repudiando os atos,
declarando que “A dissidência é essencial para a democracia, mas a dissidência
nunca deve levar à desordem. Não somos uma nação autoritária onde silenciamos
as pessoas ou esmagamos a dissidência. Mas também não somos um país sem lei”,
acrescentou Biden. “Somos uma sociedade civil e a ordem deve prevalecer”. O
presidente americano também falou sobre a perseguição a minorias: “Não deve
haver lugar em nenhum campus, nenhum lugar na América para antissemitismo ou
ameaças de violência contra estudantes judeus. Não há lugar para discurso de
ódio ou violência de qualquer tipo, seja antissemitismo, islamofobia ou
discriminação contra árabes-americanos ou palestinos-americanos”.
O
ex-presidente Donald Trump, em comício no Wisconsin, declarou apoio aos
policiais: “A polícia chegou e em duas horas já estava tudo acabado. Foi lindo
de ver, o melhor de Nova York”.
Para
além da questão eleitoral dos ocorridos, o fato mais grave foi protagonizado
pelo prefeito de Nova York, o democrata Eric Adams, que em entrevista coletiva
afirmou que 40% dos manifestantes em Columbia e na Universidade de Nova York
eram agitadores externos. Adams disse que, após o início dos protestos, pediu à
Divisão de Inteligência Policial que acompanhasse de perto a situação e o
resultado disso “é que havia agitadores externos que não faziam parte da
comunidade escolar”.
O
prefeito confirmou isso no caso da Universidade de Columbia, quando seu
presidente, Minouche Shafik, pediu intervenção policial nos campos, após a
ocupação de um prédio por estudantes, onde “também havia pessoas de fora”. O prefeito
que é ex-policial declarou: “Sabemos, pelas nossas informações e pelas nossas
evidências, que há pessoas que instruem os alunos a fazer coisas más e a
envolverem-se em algumas ações ilegais. Quando os protestos cruzam a linha e
entram no terreno da violência e da destruição de propriedades, deixam de ser
protestos. Isso não é democracia. Isso é um caos e não aceitaremos isso em uma
cidade”.
Além de
Nova York, a polícia do Estado da Flórida identificou na Universidade do Sul da
Flórida manifestantes e agitadores que não eram alunos, segundo informou a Fox
News.
A
administração Biden que já contava com um alto descrédito nas relações
internacionais e na geopolítica, também agora precisa lidar com uma fatia
importante de apoiadores altamente insatisfeitos com suas políticas, apoios e
financiamentos internacionais de países aliados dos EUA e uma profunda
insatisfação destes eleitores com o não cumprimento das promessas radicais de
sua campanha.
Os
processos de infiltração não são novos e fazem parte do modus operandi dos
partidos de esquerda em todo mundo, Biden agora terá que buscar remédios para o
veneno que muitas vezes lhe fora útil.
Paulo
Henrique Araujo
Analista
político, palestrante e escritor; é o fundador do portal PHVox e também
apresenta os programas ao vivo em nosso canal do YouTube. É um estudioso da
história brasileira, principalmente referente ao período colonial e monárquico,
e da geopolítica latino-americana.
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