Por que
a ascensão de Cristo importa
Por
Samara Andrade
Acho
curioso como o evento da ascensão de Cristo recebe pouca atenção. Entusiasmamos-nos
– com razão! – na celebração da Paixão e da Páscoa, mas podemos ser levados a
pensar que a obra de Cristo se encerrou naquela maravilhosa manhã de domingo. A
verdade é que os eventos e promessas que se seguem à ressurreição são de grande
importância para a fé cristã, pois dizem respeito ao que foi conquistado no
passado, ao que temos acesso no presente e ao que viveremos no futuro.
Em
primeiro lugar, a ascensão conquistou o que foi perdido após a queda de Adão. O
castigo pela desobediência foi a expulsão do Éden ─ da presença do próprio
Deus. Isso foi revertido quando o Cristo ressurreto foi elevado ─ em carne e
osso ─ para habitar as regiões celestiais enquanto homem. A pergunta feita no
Salmo 24.3 (“Quem subirá ao monte do Senhor?”) foi respondida de forma
definitiva. Um ser humano (plenamente humano, na linguagem credal), descendente
de Adão, filho de Davi, recebeu o direito de habitar com Deus. Celebremos a
ascensão! Nenhum dos inimigos que assolam a humanidade desde a expulsão do Éden
foi capaz de resistir. O diabo, o pecado e a morte: todos sujeitos ao senhorio
de Cristo.
Em
segundo lugar, a ascensão assegura o ministério de Cristo como nosso sumo
sacerdote. Na cruz, Ele foi nosso representante ao levar sobre si nosso pecado.
Hoje, entronizado e exaltado acima dos anjos, Ele é nosso advogado e
intercessor. Desfrutemos da ascensão! Não há dor, tentação ou angústia com a
qual Ele não se compadeça. Podemos levar todas as nossas aflições à presença de
Deus, certos de que encontraremos graça e misericórdia abundantes (Hb 4.16).
Quanto
à esperança futura, a ascensão nos dá um vislumbre do que nos aguarda enquanto
povo de Deus. Porque Cristo está reinando à destra do Pai, sabemos que o
destino de todo cristão é glorioso: reinaremos junto com Ele, haverá novos céus
e nova terra e teremos um corpo transformado como o dEle. Contemplemos a
ascensão! A esperança cristã é nos tornarmos como Ele é, por isso sabemos que
“os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser
revelada em nós” (Rm 8:18).
Na
ascensão vemos a glorificação do primogênito dentre toda a Criação (Cl 1.15-18,
1 Co 15.20, Ap 1.5), que, glorificado, intercede por nós (Rm 8.34, Hb 7.25, 1
Jo 2.1; cf. 1 Tm 2.5), prenunciando a glorificação de toda a humanidade (1 Co
15.20-23). Aleluia!
Samara
Monteiro de Andrade, 31 anos, farmacêutica e servidora pública. Casada com Davi
e mãe do Moisés e da Irene.
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