Por Álvaro Júnior
A maioria do Brasil pós-ditadura é pacífica. Em 89, eleitores de Collor e de Lula comemoraram juntos a vitória do primeiro presidente eleito. Era uma vitória do país e ambos reconheciam que o Brasil deveria estar acima de tudo. Foram os mesmos que estavam unidos quando impediram este mesmo presidente, e eu estava entre aqueles.
Quem entende o valor da democracia já está parabenizando o candidato eleito pela maioria contundente dos votos conseguidos. Aquilo que começou na eleição de 2014 tem que acabar! Em 2013, as pessoas estavam unidas nas ruas, mas em 2014 se desuniram. Não quero mais procurar culpados, ainda que as feridas de quem se considerou golpeado em 2016, precisam curar.
Não há desculpas para sustentar qualquer ilegitimidade nessa eleição. Se havia (e não havia) golpe do WhatsApp no primeiro turno, o segundo turno veio para dizer que isso não importou.
Mesmo você que considera o presidente eleito inadequado... Ele é seu presidente agora. Ele ainda não assumiu, nem fez, nem deixou de fazer nada ainda, portanto, se você é cristão de verdade, deve ter respeito pela autoridade; se não é cristão e não sabe do que se trata cumprir e respeitar a palavra de Deus, você deve se comportar como um cidadão civilizado, e aceitar os efeitos da democracia que você diz defender.
Tá na hora de tratarmos nosso país como uma família que precisa estar junta para construir uma nação mais justa e apaziguada. O “jogo” foi ganho nas regras, o PT ainda tem uma bancada expressiva na Câmara, no Senado, tem o mesmo número de governadores que antes, tem sua força legítima e necessária, mas agora vai ter de provar se o discurso de derrota é de amor pelo Brasil ou é retórica de partido fascistóide gramscista que somente pensa nele mesmo.
São inúmeras as oportunidades que o PT vem recebendo de ter um encontro com alguma autocrítica, mas toda vez, joga no lixo; porque parece achar honroso mostrar para todos que resistência é ser do contra, independente da pauta. Um partido que não apoia ninguém tem que aprender isso, essa eleição mostrou que eles tinham que apoiar o Ciro e não o fizeram por pura arrogância. Conseguiram votos até demais, mas "Deus resiste aos soberbos".
Esperamos que os cidadãos, independente de petismo, lulismo, ou do novo bolsonarismo, aprendam a conviver em uma real democracia e não na democracia da conversa. Que aprendam a ganhar e a perder o jogo de forma honrosa, como já tenho visto algumas manifestações por aqui, e parabenizo. Que se acabe definitivamente essa animosidade destrutiva.
Estão com medo de entregar os pontos? não se esqueçam: os pontos serão entregues ao seu país Brasil. O Brasil precisa uma chance agora. Se você ama mais seu país que sua ideologia, se é um filho que não foge à luta, mas sua identidade de filho está antes da sua luta, por favor, deixe... Deixe o Brasil respirar! Deixe o Brasil respirar!!!
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