A COR AZUL...
Por que
a cor azul é tão rara na natureza? A ciência explica
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Na
Grécia Antiga, o ‘azul’ simplesmente não existia. Por quê?
Assunto
já foi debatido por alguns historiadores, linguistas e até neurocientistas;
entenda o que esses especialistas dizem sobre o tema.
Por Bob
Furuya, editado por Bruno Capozzi
02/06/2024 atualizada ...
Por que
o céu é azul?
Pesquisadores
que se debruçaram sobre textos antigos perceberam um fato curioso: os autores,
mesmo aqueles adeptos da literatura descritiva, não usavam a palavra azul.
Em “A
Odisseia”, por exemplo, Homero afirma que o mar da Grécia Antiga era “escuro
como o vinho”. Em “A Ilíada”, o mesmo poeta grego declarou que o céu tem “cor
de bronze”.
Civilização
maia: motivo para o declínio é surpreendente e liga alerta
Esse
padrão se repete em outras civilizações. Um filósofo alemão chamado Lazarus
Geiger estudou sagas islandesas, o Alcorão, antigas histórias chinesas, uma
versão da Bíblia em hebraico e até hinos védicos hindus. O que todos têm em
comum? A ausência da palavra azul.
Agora,
será que isso quer dizer que as civilizações antigas não conseguiam enxergar a
cor azul? Ou será que havia alguma proibição em torno dessa palavra?
Entenda
a seguir algumas possibilidades com as quais os especialistas trabalham.
O poeta
grego Homero não utilizou a palavra azul em seus textos clássicos –
A
palavra nem existia direito.
A
questão não é exatamente sobre se elas enxergavam ou não.
Os
historiadores identificaram um padrão sobre cores nesses textos antigos.
Muitos
falavam em preto e branco, ou escuro e claro.
Depois,
a cor mais citada era o vermelho, para fazer referência ao sangue e ao vinho.
Na
sequência apareciam o verde e o amarelo, mas quase nunca o azul.
E a
hipótese com a qual alguns estudiosos trabalham é que os antigos não sabiam
descrever bem o que estavam vendo.
A ponto
de, um tempo depois, criarem uma palavra para isso.
No
latim, o azul, que não era bem azul, era chamado de caeruleus.
O que
seria uma espécie de cerúleo, uma referência ao céu.
Além,
disso, pensando friamente, a natureza tem poucas coisas azuis.
Ok, o
céu e o mar são abundantes, mas não temos tantos animais azuis, nem olhos
azuis, nem mesmo flores azuis naturais.
Ou
seja, para que criar uma palavra para algo que seria relativamente pouco
utilizado?
A
brasileira arara-azul é um dos poucos animais na natureza com essa coloração.
Cérebro
condicionado
Outra
teoria diz que a gente não consegue falar sobre algo que não conhecemos.
Recentemente,
um grupo de cientistas realizou um experimento com uma tribo da Namíbia que
também não possui a palavra azul em sua linguagem.
Colocaram
diante de alguns integrantes 11 quadrados verdes e um azul e, para a surpresa
dos especialistas, eles não foram capazes de diferenciar as duas cores.
Jules
Davidoff, pesquisador que realizou a experiência, acredita que quando não
existe uma palavra para uma cor em um idioma, é muito mais difícil percebê-la.
Ainda
falando sobre neuropsicologia cognitiva, um linguista israelense chamado Guy
Deutscher fez um teste com a própria filha, Alma.
Quando
ela era uma criança muito pequena, ele a ensinou as cores, mas não disse que o
céu era azul. Quando, então, foram para a rua, o linguista pediu à filha que
dissesse a cor do que estava vendo lá em cima. A resposta da menina foi:
branco.
Segundo
ele, nossa resposta natural de que o céu é azul é algo condicionado. E faz todo
sentido que as antigas nem tenham criado uma palavra para tal.
As
informações são do History Channel.
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