SILÊNCIO...
Pelos mortos envolvidos numa política errada,
Pelos inocentes que deram suas vidas pela
democracia,
As crianças baleadas mortas sem saber o porquê
Pelas
famílias ceifadas, professores, alunos,
Negros, pardos ou brancos,
Sem denominação genérica,
Mortos do corpo físico e da alma,
Cadáveres que andam legislam, apodrecidos,
Espíritos mutantes, esperando aplausos, mascarados.
Sem ser carnaval. Hipócritas sabatinados.
Silêncio não faça barulho, surdos caminhem em
Busca do ouro guardado nos caixões dos defuntos.
Coveiros insaciáveis vasculham seus corpos buscando
o que escondiam e não dividia.
Dor já não sente anestesiado saqueiam o que restou
Dos anárquicos, sem pudor.
Silencio, não ouvem os gemidos, as lágrimas de dor.
Quero subir, vem Senhor Jesus, é um estupor
conviver.
Aqui nesse mundo, onde tudo fede, somos
mercadorias, sem valor.
Silêncio, não ouço os estampidos, as rolhas
estourando, do champanhe do vinho exportado.
Dos talheres de prata ou ouro, dos pratos
importados com o dinheiro do assalariado, que comeu um miojo,
Para acalmar sua fome, que não é só de comida, mas
de estudo, hospitais, rodovias, empregos, transporte,
Justiça contra o governo que grita, vindo à
contramão.
Silêncio, de joelhos curvados, partindo desse
mundo.
Calado, pois só o doutor, pode gritar e legislar a
seu favor.
Outubro de 2019.
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