MORO X BOLSONARO – Hoje, 11 h, o Ministro da Justiça
e Segurança Pública, Sérgio Moro,
apresentou pela TV à Nação pedido de afastamento do cargo, exoneração. Seus
motivos se sustentam na saída do Delegado da Policia Federal, Mauricio Valeixo,
contra sua vontade e sem causa definida, conforme disse, argumentando, em
síntese, que o Presidente da Republica
descumprira o trato que tiveram de “carta branca”. Alinhou, ainda, acusações
sobre desejo de Bolsonaro de interferência direta na PF, a fim de ter informações
e relatórios próprios às atividades de sua pasta. Disse enfim, que se tratavam
de inaceitáveis pretensões. E mais, o uso indevido de sua assinatura digital
sem seu conhecimento e autorização para a demissão do Delegado.
É
pano pra manga.
Os
desdobramento foram os mais diversos, prós e contras, desde a proteção aos
filhos pelo Presidente, posição favorável a Adélio Bispo de Oliveira, o homem
da facada em Bolsonaro, ao dizer que atuara sem parceiros, a interferência
abusiva favorecendo Glen Grenwald, pálida atuação de Sergio Moro à frente do
Ministério, como consequência previram o impedimento rápido do Presidente e assunção do
Gen. Mourão.
O
pouco tempo, o desconhecimento dos meandros políticos, a ausência da fala
presidencial (que deve ocorrer hoje, 24.04.2020, sexta feira, 17 h, não
sustentam afirmativas aligeiradas ou apressadas, conforme foram feitas.
Dois
homens da confiança do povo. A Nação perplexa e os apoiadores do governo
angustiados. A esquerda delira e aplaude.
É bom
lembrar que o povo levantou, foi às ruas, arriscando suas vidas. Nada
importava, somos Bolsonaro, estamos com o Mito, com o Capitão, vamos tomar o
Congresso e o STF: foram as palavras de ordem.
O
ideal maior de salvar o Brasil a tudo justificava - e justifica. Agora, os
inimigos (não adversários) porque em tal se transformam, se alevantarão com
personas – máscaras – teatrais, feitas com auréolas, em “encarnação de
santidades”. É o palco, que se desejou -
e se deseja – desconstruir.
Ao
eleger Jair Messias Bolsonaro, sem ideologias ou partidos, enfrentando às vezes
amigos e parentes, o olhar estava fixo na bandeira anticorrupção, nos elevados
ideais de brasilidade, patriotismo verde e amarelo. Não foram o nome, a pessoa,
a posição, mas as metas sérias, os
objetivos democráticos, republicanos que animavam o discurso do então
candidato, reverberados em seus eleitores.
A
controvérsia leva-nos à sérias indagações:
Moro
teria razão? Será que seus objetivos pessoais enfrentaram obstáculos? O motivo declarado para seu pedido de
demissão teria base sustentável, seria suficiente? Por que defender um
subordinado, amigo, contrariando o próprio chefe que enfim detinha direito para
deliberar como fez? Que outros motivos
há? O certo é que sua decisão jogou o Brasil num fosso de especulações e
prejuízos de toda ordem. Válidas sim, se o problema fosse realmente de ordem
moral, o que levaria à Nação exemplo de postura.
Os
eleitores de Bolsonaro mantiveram, em esmagadora maioria, a confiança no líder.
Agora,
17 h, o Presidente, também em coletiva, tece suas razões. Oferece argumentação
convincente. Rebate as acusações do ex-ministro, no estilo de sempre. Seus
ministros, em pano de fundo, se fazem presentes, demonstrando apoio irrestrito,
desmentindo insinuações contrárias. Evidenciou que Moro, desde ontem, sabia que
Valeixo – hoje – seria demitido e que
disso há alguns dias sabiam os superintendentes da PF, em comunicação por
videoconferência que o então Delegado da PF realizara.
O
Presidente, em realidade, ao dar autonomia aos ministros não
afasta de si a obrigação de
corrigir rumos, não pode decidir manietado, preso, tímido, e aceitar todo e
qualquer direcionamento. Foi o que, inclusive, disse na Coletiva.
O
Brasil segue, o timoneiro apresentou justas razões.
Geraldo Leony machado
Salvador, 24.04.2020
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