Segundo jornais, “Braga tem boas relações com a esquerda e com petistas”, sendo, por isso, visto como “pacificador”, mesmo sendo o produtor ligado à oposição radical ao governo.
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Humberto Braga foi um dos participantes de um evento promovido pela
Associação de Produtores de Teatro, ocorrido no dia 18 de janeiro, com
claro tom anti-Bolsonaro, com a presença dos deputados Marcelo Freixo
(PSOL-RJ) e Jandira Feghali (PCdoB-RJ).Nas redes sociais, o texto que convida ao evento, assinado por Eduardo Braga, apresenta a reunião com o seguinte objetivo: “barrar as tentativas de controle da arte, de autoritarismo, fascismo e agora, até, nazismo”, em referência ao episódio que derrubou o então secretário Roberto Alvim.
Funcionários do Governo que trabalham desde que Humberto era presidente da Funarte se referem a ele como bastante alinhado à esquerda e à classe artística mais politizada.
Um vídeo crítico a ele circula nas redes sociais. Intitulado “O infiltrado”, o vídeo associa o produtor teatral ao período mais sombrio da cultura brasileira, lembrando dos financiamentos públicos a exposições “lúdicas” de caráter bizarro.
Braga foi presidente da Funarte em 2016, durante presidência de Michel Temer. Mas também trabalhou no órgão entre 1994 a 2000, durante os governos de Fernando Henrique Cardoso. Antes disso, chegou a trabalhar no antigo Ministério da Educação e Cultura no período militar.
Em junho de 2019, Humberto Braga foi chamado a falar na Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados, onde falou sobre a necessidade de “ter muito claro as especificidades das diversas linguagens artísticas”. Durante sua gestão na Funarte, fez declarações de que priorizaria a produção profissional da arte, sem deixar de lado as reivindicações dos movimentos sociais.
Cultura de volta às mãos da esquerda
O atual presidente da Funarte, Dante Mantovani, foi duramente atacado pela imprensa logo após sua nomeação. Mantovani foi nomeado pelo então secretário Roberto Alvim, cuja queda precipitou uma campanha contra a imagem de membros do governo. A escolha de Regina Duarte parece ter buscado resgatar a imagem do governo frente aos jornais, o que explicaria a substituição de Mantovani por um nome amado pela esquerda.Na prática, se ocorrer a nomeação, significa a devolução da área cultural às mãos da esquerda que a dominou por décadas, em troca de uma possível (mas não provável) trégua nas críticas vindas da classe artística.
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