APOCALIPSE
13 – COMENTADO POR ROSANA BARROS by Ivan Barros
03 de
outubro de 2018.
“Se
alguém leva para cativeiro, para cativeiro vai. Se alguém matar à espada,
necessário é que seja morto à espada. Aqui está a perseverança e a fidelidade
dos santos” (v.10).
Ontem
estudamos sobre o grande conflito que começou no Céu e se estendeu para a
Terra, quando Satanás lançaria a sua ira contra a igreja de Deus. O capítulo
treze apresenta os dois poderes que, aliados ao dragão, irão se unir com o
objetivo de dizimar o povo de Deus da Terra. Besta ou animal, em profecia,
significa “reino ou poder” (Dn.7:17). Portanto, a besta que emerge do mar e a
besta que emerge da terra são dois poderes diferentes, mas que, unidos, se
tornarão potencialmente perigosos, principalmente no desfecho da história deste
mundo.
Existe
uma associação inconfundível entre este capítulo e Daniel capítulo sete. Ambos
apresentam uma sequência de animais e destacam a figura de uma besta ou animal
“terrível e espantoso” (Dn.7:7). Esses animais, na sequência da profecia de
Daniel, bem como na estátua do sonho do rei Nabucodonosor, representam,
respectivamente: Babilônia, Pérsia, Grécia e Roma. Mas de todos estes impérios,
o último, descrito como um animal medonho deixaria registrado na história um
reinado de medo e descaso para com a Palavra de Deus. João, por sua vez, viu
uma besta que saiu do mar. Ou seja, uma besta que surgiria de “povos, multidões,
nações e línguas” (Ap.17:15). Observem que João apresenta um regresso
histórico, uma ordem contrária dos animais citados por Daniel (v.2),
corroborando com o fiel cumprimento da profecia referente aos reinos que já
haviam passado.
Findo o
período da supremacia política dos impérios, Roma passou a reger as nações
através do poder político e religioso do papa. Considerado líder supremo, o
pontífice tornou-se a figura mais importante do globo e sua palavra passou a
ter vigor em todas as esferas da sociedade. Existem diversas semelhanças entre
o chifre pequeno da profecia de Daniel e a besta que emerge do mar. Ambos,
portanto, representam o mesmo poder: Roma Papal. Vimos que este tempo de apogeu
duraram “quarenta e dois meses” (v.5), 1260 anos, tendo o seu fim em 1798 com a
prisão do papa Pio VI. A profecia apresenta, porém, um período no futuro em que
este poder recobrará as suas forças, quando diz: “essa ferida mortal foi
curada; e toda a terra se maravilhou, seguindo a besta” (v.3). Ou seja, Roma
Papal reassumirá o controle do poder civil e religioso e revelará ao mundo um
discurso que atrairá multidões, “aqueles cujos nomes não foram escritos no
Livro da Vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo” (v.8). Será
que o cenário mundial atual já não revela indícios suficientes de que esta
profecia já está se cumprindo?
A besta
que surge da terra, ao contrário de mar, representa um poder que surge de um
lugar deserto ou pouco povoado. Fugindo da perseguição, muitos cristãos
desbravaram os mares à procura de viver com liberdade a sua crença. Foi assim
que surgiu os Estados Unidos da América, com seus ideais protestantes de
liberdade civil e religiosa. Como os “dois cifres” não possuem coroas ou
diademas como na descrição da besta anterior, eles não se referem a reinos, mas
podem se referir a esses dois ideais de liberdade, já que parece um cordeiro,
isto é, aparenta ser uma nação cristã, mas que no fim revelará a sua verdadeira
face, “como dragão” (v.11). Há alguns anos, seria impossível fazer qualquer
ligação ou conexão entre a nação norte-americana e o Vaticano. Hoje, vemos que
as relações estão cada vez mais estreitas e que as portas estão sendo abertas
para um diálogo cada vez mais amistoso e uma associação cada vez mais íntima.
A besta
que sobe do mar representa as duas fases de Roma: pagã e papal. Partindo do
princípio de que ela emerge do meio de povos e nações, as sete cabeças
representam os seguintes reinos: Egito, Assíria, Babilônia, Medo-Pérsia,
Grécia, Roma pagã e Roma Papal; os povos que representam os piores inimigos do
povo de Deus ao longo da história. A profecia indica que Roma adquiriu
características peculiares de alguns desses povos: da Grécia (leopardo) a
semelhança no sistema religioso de culto a imagens e invocação de santos; da Medo-Pérsia
(urso), a instituição do domingo como dia de guarda. Os persas dedicavam o
primeiro dia da semana como um dia de culto ao deus Sol; e da Babilônia (leão),
Roma copiou a soberba, o orgulho e o descaso para com a Lei de Deus (Is.13:11;
Is.14:10-14).
O
início da cura da ferida mortal se deu no ano de 1929, quando Benito Mussolini
assinou uma concordata concedendo ao papado 44 hectares de terra, que, mais
tarde, se tornaria o menor país do mundo, o Estado do Vaticano. A partir daí,
os pontífices voltaram a ter um prestígio que só vem crescendo, e a nação
norte-americana aclamada como grande potência mundial, mostrando que caminha
para dar as mãos à primeira besta. Logo, nos será tolhida a liberdade de
crença, a liberdade econômica (v.17) e até o direito fundamental de ir e vir. A
necessidade atual é de cristãos que reconheçam a sua incapacidade de enfrentar
a grande prova final e, como Jacó, agarrem-se firmemente à destra da
Onipotência até que do alto sejam revestidos de poder.
A
compreensão dos símbolos de Apocalipse não pode ser maior do que o desejo por
conhecer Aquele que este livro revela: Jesus Cristo. A grande controvérsia
final é uma guerra entre verdadeiros adoradores e falsos adoradores, e “o
número da besta” (v.18) é uma representação da falsa adoração. Enquanto o
número sete significa perfeição e aponta para o Criador, o número seis é
considerado número de homem e na antiga Babilônia era usado para definir a
hierarquia das divindades pagãs (6 = deus menor; 60 = deus maior; 600 = todos
os deuses). Portanto, o número da besta não aponta simplesmente para um
indivíduo, mas para um sistema de falsa adoração.
Lembrem-se,
amados: “Bem-aventurados aqueles que leem e aqueles que ouvem as palavras da
profecia e guardam as coisas nela escritas, pois o tempo está próximo”
(Ap.1:3).
Bom
dia, verdadeiros adoradores!
Rosana
Garcia Barros
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