Zumbi dos Palmares: herói ou vilão?
Zumbi dos Palmares: herói de quê?
Hoje é dia
20 de novembro. Para aqueles que não sabem, esse dia foi instituído como
sendo o Dia Nacional da Consciência Negra pela Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003, no calendário escolar brasileiro. Recentemente, a Lei nº 12.519,
de 10 de novembro de 2011, instituiu o dia 20 de novembro como Dia
Nacional de Zumbi e da Consciência Negra. A data foi assim designada
porque, de acordo com o governo, o líder negro Zumbi dos Palmares, rei
do Quilombo dos Palmares, foi morto no dia 20 de novembro de 1695. Mas
quem é Zumbi dos Palmares?
Zumbi dos Palmares
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De acordo com o site IBGE Teen,
do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), “Zumbi foi o
grande líder do quilombo Palmares, considerado herói da resistência
anti-escravagista.” Em seu discurso no encerramento da reunião de chefes
de Estado e de Governo do Encontro Iberoamericano de Alto Nível em
Comemoração do Ano Internacional dos Afrodescendentes, sediado em
Salvador/BA, a presidente Dilma Rousseff referiu-se a Zumbi dos Palmares
como “[o] grande herói brasileiro do Quilombo dos Palmares, líder do
primeiro grande movimento contra a escravidão.” O site IBGE Teen também diz (grifo nosso):
Então, comemorar o Dia Nacional da Consciência Negra nessa data é uma forma de homenagear e manter viva em nossa memória essa figura histórica. Não somente a imagem do líder, como também sua importância na luta pela libertação dos escravos, concretizada em 1888.
A
transformação de Zumbi dos Palmares em um herói nacional é uma das
maiores falácias da História do Brasil. A imagem de que Zumbi foi um
líder revolucionário movido por “grandes sentimentos de amor” — como
declarou ironicamente, séculos mais tarde, o argentino Ernesto “Che”
Guevara — e que o Quilombo dos Palmares era um paraíso de igualdade e
justiça social é uma imagem que em nada condiz com a realidade. Zumbi
era um líder autocrático que governava o quilombo com mão-de-ferro.
Exigia ser tratado como um rei e que, de fato, recebia a deferência de
um estadista não apenas de seus súditos, mas igualmente de
representantes do governo colonial. Era sobrinho de Ganga Zumba (“Grande
Senhor”), o primeiro Rei de Palmares.
Um fato meticulosamente mantido fora dos registros históricos
oficiais é o de que Zumbi dos Palmares enviava esquadrões de ataque para
fazendas vizinhas não com o intuito de libertar seus irmãos negros do
jugo escravista, mas para roubar escravos dos senhores de terra em seu
próprio proveito. Sim, Zumbi dos Palmares foi um dos maiores senhores
escravistas de seu tempo. E não se engane: aqueles que ousavam fugir do
“paraíso” quilombola de Palmares eram perseguidos por experientes
capitães-do-mato e, uma vez recapturados, eram torturados e mortos em
praça pública — menos de 100 anos depois, algo semelhante foi conduzido
em Paris durante a Revolução Francesa, período conhecido como “O
Terror”. Para saber mais, recomendamos a leitura do “Guia Politicamente
Incorreto da História do Brasil”, de Leandro Narloch.Enquanto Zumbi foi alçado à condição de herói nacional, um dos verdadeiros baluartes brasileiros da luta contra o autoritarismo governamental tem sido esquecido, quando não diuturnamente difamado: Joaquim José da Silva Xavier, conhecido como Tiradentes. Alferes da guarda, foi um dos líderes da Inconfidência Mineira, movimento revolucionário inpirado pela Revolução Americana de 1776. A principal luta da Inconfidência Mineira foi contra a instituição dos impostos da derrama e do quinto, que impunham uma tributação pesada aos empreendimentos auríferos. Esse espírito foi o mesmo que, em essência, guiou o Boston Tea Party, de 1773, o estopim da luta pela independência dos Estados Unidos: “No taxation without representation” (“Não à taxação sem representação”).
Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes
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Apesar
de não haver relação aparente entre esses dois fenômenos — a ascendência
de Zumbi e o oblívio de Tiradentes –, esses dois processos estão
intimamente relacionados. Dentro do mais profundo espírito do
politicamente correto, não é de bom tom que um herói nacional branco,
inspirado por idéias anglo-saxônicas, seja considerado maior e mais
importante para nossa história do que um líder negro, que não se deixou
“dobrar” ante “diretrizes eurocêntricas” e defendeu a “liberdade”
através de uma legítima “resistência africana” (haja aspas!). O mesmo
ocorreu, em menor medida, com João Cândido Felisberto
(conhecido sentimentalmente como “Almirante Negro”), um dos líderes da
Revolta da Chibata (22 a 27 de novembro de 1910): sua imagem tem sido
largamente utilizada pela esquerda, que tem colado à figura de João
Cândido os ideais “libertários” defendidos por socialistas, anarquistas e
comunistas. Ironicamente, João Cândido foi um dos principais líderes da
Ação Integralista Brasileira na cidade do Rio de Janeiro, além de amigo
pessoal de Plínio Salgado.
João Cândido Felisberto
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Zumbi
dos Palmares lutou por seus próprios interesses. Tiradentes, também.
Entretanto, os interesses de cada uma dessas figuras diz muito sobre
elas: enquanto Zumbi queria manter seu domínio tirânico, sendo tratado
como um soberano e sufocando qualquer questionamento à sua autoridade,
Tiradentes queria restringir o poder do governo de taxar os indivíduos
sem a devida representatividade, o que ele enxergava como tirania. Ao se
olhar para essas duas figuras históricas do Brasil, surge a pergunta:
qual deles realmente lutou pela Liberdade?
Nota
do Blog do Carlos Henrique: Zumbi dos Palmares, como se pode notar pelo
texto, jamais foi um herói, jamais lutou contra a escravidão. Está na
hora da verdade ser dita, e de Zumbi dos Palmares ser mandado para o mar
do esquecimento. Ele era um verdadeiro Tirano. Até quando nesse país
nas escolas continuarão engannado às crianças, adolescentes e jovens,
fazendo do maior escravocrata da história brasileira, que era o zumbi
dos palmares, um herói? De herói ele não tinha nada. Mas de vilão e
enganador ele tinha tudo.
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