sábado, 17 de novembro de 2018

O ENEM SILENCIA SOBRE O COMUNISMO!

Quando o Enem silencia sobre o Comunismo


Uma semana atrás, eu participei do evento II Semana Vítimas do Comunismo, organizado pelo vereador Bruno Souza (eleito dep. estadual) e palestrei sobre a China, com foco na Revolução Cultural de Mao para, com isto, tecer críticas à manipulação na Educação, inclusive, do Brasil.[1] Após a minha palestra tive o privilégio de assistir uma das mais emotivas narrativas sobre o que foi realmente o Comunismo feita pelo crítico literário Francisco Escorsim que se analisou diversas obras literárias, realistas, sobre o regime totalitário.
Após ela e nos encontrarmos em um restaurante com o pessoal da organização cheguei em casa e fiquei olhando para meu filho, o terceiro quando fui trocar sua fralda e fazê-lo dormir. Senti-me muito mal… Eu me senti impotente pelo MEDO de que uma estrutura político-econômica como a descrita por Francisco pudesse ser implantada, pudesse retornar. Fiquei atordoado, pois apesar de estar distante de qualquer ameça no momento (sou paranoico com segurança), não conseguia imaginar como poderia fugir do que descreveu o colega e, mais importante, proteger meus filhos, entes que amo e, em último lugar, a mim mesmo. Não via escapatória… Não via como escapar de um sistema onde pessoas que te cumprimentam todos os dias podem ser teus delatores, onde poderia ser preso por 10 anos e na data próxima a soltura, ser adiada por mais 10, onde se perfurava o ânus dos inimigos com baionetas em brasa, onde se apanhava até a pele sair e ficar em carne viva e outras formas que acabei bloqueando em minha mente. Quando penso nisso, o desespero me bate.
A questão 18 da última prova da primeira fase do Enem mostra uma resenha sobre a fuga de uma mãe comunista do regime nazista (figuras abaixo). Como já comentado sobre a questão 09 da mesma prova[2], o objeto da questão não é o texto que serve como exemplo, no que seu conteúdo passa batido como verdadeiro. E vejam, não é que não houvesse perseguição aos comunistas pelos nazistas. É fato que houve, mas e a perseguição perpetrada pelos comunistas que estupravam mulheres alemãs em massa com a derrocada da Alemanha Nazista? E os pastores cazaques que viam seu gado abatido pelos soltados do Exército Vermelho para se submeterem à união forçada por Stalin? E a fome perpetrada na Ucrânia que ceifou a vida de milhões onde algumas vítimas eram enterradas vivas, sem forças sequer para escaparem de valas comuns? E as torturas de tibetanos arrastados pelos cabelos por soldados chineses quando de sua anexação? Arrastados pelos soldados invasores em seus blindados… A lista seria infindável, assim como é uma tosca ilusão achar que isto pertence a um passado sem risco de voltar. Vide os campos de concentração da Coreia do Norte onde fugitivos, se mulheres tinham que comprar guardas de países vizinhos (como a China) porque não tinham recursos ou outros que cresceram em campos de concentração sem entender o significado da palavra amor delatando a própria mãe em troca de comida.
ENEM 2018-PROVA AMARELA-Q.18-PARTE 01-especiais.g1.globo.com-2018.11.16-16-40-36ENEM 2018-PROVA AMARELA-Q.18-PARTE 02-especiais.g1.globo.com-2018.11.16-16-41-51
O totalitarismo…. Este sistema, mais do que um regime não é exclusividade comunista, vários países islâmicos apresentam formas de comportamento similares em determinadas localidades, sobretudo interioranas[3], mas foi no comunismo em que o totalitarismo atingiu sua forma mais estruturada, com alcance e legitimidade dados por uma cúpula e estado que conseguiu submeter um grande contingente populacional, de dezenas de milhões de pessoas através do medo.
E foi com medo que olhei para meu filho, medo de pede-lo, de me sentir totalmente incapaz de defende-lo. Medo… Sentimento que está na base de outro, o de NOJO que sinto ao ler a prova do Enem em todas suas nuances porque são capazes de apontar o Nazismo, mas nunca o Comunismo corroborando desta forma pela construção de uma narrativa que acusa o Mal de forma parcial, mas oculta sua outra face política através do Silêncio. E é quando nos silenciamos que ajudamos na construção do Totalitarismo.
Anselmo Heidrich
16 nov. 18
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[1] A palestra está aqui, se inicia aos 11min. Antes é apresentação: https://www.facebook.com/BrunoSouzaSC/videos/1094053944109726/


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