O que a Bíblia diz sobre escravidão? 13a.Parte
A escravidão não faz parte do plano de Deus. Cada
pessoa é criada à imagem e semelhança de Deus e deve ser tratada com amor e
respeito. Mas a Bíblia também reconhece que a escravidão existe e defende a dignidade
dos escravos.
Quem ama a Deus deve lutar contra a opressão
(Isaías 58:6). Diante de Deus todos somos iguais. Uma pessoa não é um objeto
que pode ser vendido e abusado. A Bíblia nos ajuda a ver os outros como nossos
irmãos. Quando isso acontece, a resposta natural é libertar da escravidão.
Paulo escreveu para Filemom em favor do escravo
Onésimo. Paulo explicou que, em Jesus, Onésimo era irmão de Filemom e deveria
ser tratado como tal. Paulo recomendou libertar Onésimo e mandou Filemom
tratá-lo como se fosse o próprio apóstolo Paulo! - Filemom 1:15-17
A escravidão era parte da realidade do tempo de
Jesus. Os apóstolos exortaram os escravos serem exemplos de trabalho e
dedicação mas também avisaram os senhores a tratar os escravos com respeito e
dignidade. Quem pudesse era encorajado a conseguir sua liberdade (1 Coríntios
7:21-23).
Ao longo dos séculos, a Bíblia tem sido usada tanto
para defender como para abolir a escravatura. A carta a Filemom inspirou muitos
senhores cristãos a libertar seus escravos. Muitos escravos encontraram
esperança nas palavras da Bíblia.
Leis sobre escravidão no Velho Testamento
Deus permitiu a escravidão em algumas situações em
Israel. Em outros povos, escravos não tinham nenhuma proteção. Mas os escravos
em Israel tinham direitos e deveriam ser tratados com dignidade. As leis sobre
escravos em Israel eram radicais e progressistas:
Um escravo deveria ser libertado no sétimo ano de
escravidão; só seria escravo a vida inteira quem escolhesse ser – Êxodo 21:2
Quando fosse libertado, o dono do escravo deveria
lhe dar sustento para ajudá-lo a começar a viver em liberdade – Deuteronômio
15:12-14
Escravos tinham direito a folga no sábado e nas
festas religiosas, assim como pessoas livres.
Quem causasse danos físicos tinha de libertar seu
escravo em compensação; se um senhor matasse seu escravo, seria punido – Êxodo
21:26-27
Escravas não poderiam ser usadas como prostitutas e
uma escrava que se tornasse esposa tinham direito de proteção à vida toda
Raptar alguém para vender como escravo era punido
com morte; essa lei destruía o negócio do tráfico humano – Êxodo 21:16
Um escravo poderia ser resgatado por um parente; em
algumas situações o próprio escravo conseguia pagar seu resgate
Se um escravo fugisse, não deveria ser entregue ao
seu senhor contra sua vontade nem receberia punição – Deuteronômio 23:15-16
Escravos de outros povos não tinham o direito de
ser libertados no sétimo ano, mas tinham todos os outros direitos
A escravatura não era um grande negócio em Israel.
Um escravo podia até ter uma vida melhor que uma pessoa livre. Alguns escravos
de confiança eram adotados e recebiam herança (1 Crônicas 2:34-35). As únicas
situações em que alguém poderia se tornar um escravo eram:
Por dívida – se alguém não conseguisse pagar, poderia
vender seu trabalho, se tornando escravo de outra pessoa até quitar a dívida.
Por pobreza – quem não conseguia se sustentar
poderia se vender como escravo; o senhor tinha o dever de garantir suas
necessidades básicas.
Por nascimento – o filho de um escravo era escravo
(mas todos os escravos acabavam por ser libertos depois de alguns anos)
Como prisioneiro de guerra – pessoas capturadas
poderiam ser escravizadas (mas com todos os direitos listados acima)
Veja também: o que Deus diz sobre a guerra?
O objetivo dessas regras era garantir que todos
tivessem sustento e segurança, mesmo em tempos de pobreza. Quase todos os
escravos teriam a oportunidade de alcançar a liberdade. Infelizmente, o povo
hebreu não obedeceu sempre a essas regras e muitos abusos aconteceram, contra a
vontade de Deus (Jeremias 34:17).
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