terça-feira, 12 de dezembro de 2023

ESCRAVIDÃO ABRANGENTE 13a.Parte

 

O que a Bíblia diz sobre escravidão? 13a.Parte

 

A escravidão não faz parte do plano de Deus. Cada pessoa é criada à imagem e semelhança de Deus e deve ser tratada com amor e respeito. Mas a Bíblia também reconhece que a escravidão existe e defende a dignidade dos escravos.

 

Quem ama a Deus deve lutar contra a opressão (Isaías 58:6). Diante de Deus todos somos iguais. Uma pessoa não é um objeto que pode ser vendido e abusado. A Bíblia nos ajuda a ver os outros como nossos irmãos. Quando isso acontece, a resposta natural é libertar da escravidão.

 

Paulo escreveu para Filemom em favor do escravo Onésimo. Paulo explicou que, em Jesus, Onésimo era irmão de Filemom e deveria ser tratado como tal. Paulo recomendou libertar Onésimo e mandou Filemom tratá-lo como se fosse o próprio apóstolo Paulo! - Filemom 1:15-17

 

A escravidão era parte da realidade do tempo de Jesus. Os apóstolos exortaram os escravos serem exemplos de trabalho e dedicação mas também avisaram os senhores a tratar os escravos com respeito e dignidade. Quem pudesse era encorajado a conseguir sua liberdade (1 Coríntios 7:21-23).

 

Ao longo dos séculos, a Bíblia tem sido usada tanto para defender como para abolir a escravatura. A carta a Filemom inspirou muitos senhores cristãos a libertar seus escravos. Muitos escravos encontraram esperança nas palavras da Bíblia.

 

Leis sobre escravidão no Velho Testamento

Deus permitiu a escravidão em algumas situações em Israel. Em outros povos, escravos não tinham nenhuma proteção. Mas os escravos em Israel tinham direitos e deveriam ser tratados com dignidade. As leis sobre escravos em Israel eram radicais e progressistas:

 

Um escravo deveria ser libertado no sétimo ano de escravidão; só seria escravo a vida inteira quem escolhesse ser – Êxodo 21:2

Quando fosse libertado, o dono do escravo deveria lhe dar sustento para ajudá-lo a começar a viver em liberdade – Deuteronômio 15:12-14

Escravos tinham direito a folga no sábado e nas festas religiosas, assim como pessoas livres.

Quem causasse danos físicos tinha de libertar seu escravo em compensação; se um senhor matasse seu escravo, seria punido – Êxodo 21:26-27

Escravas não poderiam ser usadas como prostitutas e uma escrava que se tornasse esposa tinham direito de proteção à vida toda

Raptar alguém para vender como escravo era punido com morte; essa lei destruía o negócio do tráfico humano – Êxodo 21:16

Um escravo poderia ser resgatado por um parente; em algumas situações o próprio escravo conseguia pagar seu resgate

Se um escravo fugisse, não deveria ser entregue ao seu senhor contra sua vontade nem receberia punição – Deuteronômio 23:15-16

Escravos de outros povos não tinham o direito de ser libertados no sétimo ano, mas tinham todos os outros direitos

 

A escravatura não era um grande negócio em Israel. Um escravo podia até ter uma vida melhor que uma pessoa livre. Alguns escravos de confiança eram adotados e recebiam herança (1 Crônicas 2:34-35). As únicas situações em que alguém poderia se tornar um escravo eram:

 

Por dívida – se alguém não conseguisse pagar, poderia vender seu trabalho, se tornando escravo de outra pessoa até quitar a dívida.

Por pobreza – quem não conseguia se sustentar poderia se vender como escravo; o senhor tinha o dever de garantir suas necessidades básicas.

Por nascimento – o filho de um escravo era escravo (mas todos os escravos acabavam por ser libertos depois de alguns anos)

Como prisioneiro de guerra – pessoas capturadas poderiam ser escravizadas (mas com todos os direitos listados acima)

Veja também: o que Deus diz sobre a guerra?

 

O objetivo dessas regras era garantir que todos tivessem sustento e segurança, mesmo em tempos de pobreza. Quase todos os escravos teriam a oportunidade de alcançar a liberdade. Infelizmente, o povo hebreu não obedeceu sempre a essas regras e muitos abusos aconteceram, contra a vontade de Deus (Jeremias 34:17).

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