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PHVOX -
Análises geopolíticas e Formação
Gatilhos
emocionais
Palavras
machucam. A algumas pessoas, machucam mais. Em algumas delas, existem
manifestações, chamadas de “gatilhos emocionais”, que despertam sensações
ruins, pois trazem à tona más experiências do passado que estavam guardadas em
seus inconscientes.
O fato
é que qualquer pessoa está potencialmente sujeita aos maus sentimentos
provocados pelos gatilhos emocionais. O problema surge quando esses mesmos
sentimentos se transformam em arma de censura.
Por
exemplo: hoje em dia, muitas crianças crescem sem a figura paterna. A
referência ao pai pode ser um gatilho para elas. Qual, então, a solução que os
experts do comportamento humano propõem? Deixar de falar dos pais, inclusive de
comemorar o Dia dos Pais.
O
problema é que esse é um buraco sem fundo e qualquer referência a qualquer
coisa pode se tornar um gatilho, dependendo do trauma que a pessoa carrega. Ela
pode ter sido mordida por um cachorro e falar desse animal pode lhe trazer
péssimos sentimentos. O que fazer, então: proibir falar sobre os bichanos?
O fato
é que quando qualquer coisa é censurável pelo simples fato de ser um potencial
gatilho, o sentimento mais íntimo de cada pessoa acaba se tornando uma arma de
coerção. Para impedir uma manifestação, basta sacar a carta do gatilho e
pronto: o outro está cerceado no seu, até aqui, direito natural.
Quando
o sentimento pessoal se torna instrumento de censura, o que há é a promoção do
vitimismo. Sentir pena de si mesmo, ter-se como uma vítima das situações do
passado, transforma-se numa arma de poder.
Se o
vitimismo torna-se vantajoso, cada vez mais gente passa a fazer uso dele, o que
faz dele uma cultura. Quando isso acontece, a sociedade, como um todo,
enfraquece, pois ela é o reflexo dos seus cidadãos.
Por
isso, se queremos uma sociedade forte, o que deve ser estimulado nas pessoas
não é o vitimismo, através do oferecimento de direitos especiais para os
traumas pessoais, mas a superação desses traumas, através do incentivo ao
sucesso pessoal, seja material, físico ou espiritual.
Os
gatilhos, de fato, devem ser anulados, todavia, não pela sua proibição, mas
simplesmente fazendo deles ineficazes.
Fábio
Blanco
Fabio
Blanco é professor de Oratória, Retórica e Argumentação, além de instrutor de
escrita argumentativa. Desde 2010 é idealizador do NEC - Núcleo de Ensino e
Cultura, sob o qual se encontram os seus projetos Liceu de Oratória e Filosofia
Integral.
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