5-Deus
das diversas Religiões e na Ciência
Por Ana
Lucia Santana
As
concepções sobre Deus têm variado ao longo do tempo e do espaço, conforme as
diferentes culturas que as adotam. Historicamente é possível encontrar
diversificadas definições sobre a divindade, desde tribos ancestrais até os
princípios dogmáticos das religiões modernas.
Deus é
concebido a maior parte das vezes como o Criador do Universo, Aquele que tudo
rege. Na Teologia Ele tem sido definido através de atributos como a
onisciência, a onipotência, a onipresença, a suprema bondade, a sagrada
modéstia, o sublime desvelo, Ser transcendente, eterno e desprovido de corpo,
de quem nasce toda a moral. Tanto judeus quanto cristãos e muçulmanos têm
tolerado estes conceitos com maior ou menor intensidade.
Na
Idade Média, vários pensadores, como Santo Agostinho e Tomás de Aquino,
elaboraram teorias defendendo a existência de Deus, lutando contra ilusórias
incoerências inerentes às qualidades atribuídas à Divindade. Ao longo da
História as idéias sobre Deus revelaram-se bem diversificadas. Desde o
nascimento da Humanidade surgiram as diferentes formas de compreender o Sagrado
- como a percepção abraâmica de Deus, também conhecida como monoteísmo do
deserto; assim se denominam as religiões provenientes das convenções dos
semitas, que têm como ícone a figura do patriarca Abraão, ou seja, o cabalismo
judaico, o Islamismo e a trindade defendida pelo Cristianismo.
Outra
visão importante de Deus provém dos cultos indianos, que não são homogêneos em
sua forma de conceber a Divindade, mas se diferenciam de uma doutrina para a
outra, conforme a área da Índia enfocada e a casta em questão, desde as que
possuem uma crença monoteísta até as que professam o politeísmo. No Budismo Ele
não é percebido do ponto de vista teísta, ou seja, da fé na existência de um
único Deus, criador do Universo, pois apesar de postular a realidade de vários
deuses, esta religião vê estas entidades tão somente como seres que residem,
por algum tempo, em universos divinos que oferecem aos seus habitantes uma
intensa felicidade, mas que ao mesmo tempo estão submetidos ao jugo da morte e
à ocasional reencarnação em mundos inferiores.
Hoje
aparecem novos conceitos sobre Deus, como a Teologia do Processo ou Teologia
Neoclássica, segundo a qual esta entidade não pode ser considerada onipotente
se isto indicar que Ele deve ser repressor, e a Divindade não seria perfeita se
fosse restringida pela presença de determinados atributos, entre outros
princípios; e o Teísmo Aberto, teologia que rejeita a onipotência, a
onipresença e a onisciência de Deus.
No
Ocidente, atualmente, chega-se a autores que defendem a morte de deus, na
verdade não do Ser em si, mas do conceito que predomina sobre a Divindade na
esfera ocidental, revelando o desencanto do mundo, no sentido da idéia
defendida pelo filósofo Max Weber. Isto significa que a idéia sobre o Divino
estaria exilada dos distintos círculos da existência humana, tanto do social
quanto do pessoal.
Alguns
também lançam hipóteses sobre uma origem extraterrena de Deus, na linhagem de
escritores como Erich Von Däniken, autor de Eram os Deuses Astronautas,
enquanto outros, como o também escritor de ficção científica, Arthur C. Clarke,
defendem a possibilidade Dele ser futuramente gerado pelo Homem, como uma espécie
de inteligência artificial. Há igualmente estudiosos que consideram as
religiões e, portanto, Deus, nada mais do que mitos, frutos do medo da morte e
daquilo que não se conhece.
A visão
científica condena os dogmas, rejeitando assim as religiões que se baseiam
nestes princípios, os quais vão contra as mais recentes descobertas
científicas, e assim não atualizam seus postulados, o que gera um inevitável
confronto entre a Ciência e a Religião. Até mesmo os que têm fé em Deus hoje
questionam determinados ensinamentos dogmáticos transmitidos pelas crenças que
neles se fundamentam, o que abre um vasto campo para o crescimento do
materialismo e do ateísmo declarado. As religiões atingem neste momento um
impasse nunca antes vivenciado, pois o desenvolvimento tecnológico invalida, em
nossos dias, muitos dos dogmas até agora considerados verdadeiros alicerces das
crenças partidárias do dogmatismo.
Fontes
Sem comentários:
Enviar um comentário