“Macaco de Deus” Reflexão...
Quando
lia a frase do Chesterton, filosofo católico, que dizia “o demônio é um macaco
de Deus”, me vi como São Paulo, que ao se converter viu que dos seus olhos
caíram que como escamas sua cegueira (atos 9, 18).
Não que
não tivesse a consciência de que o diabo, pai da mentira (João 8,44), sempre
vem para nos iludir, mas não tinha me atentado ao termo, ora ilusão é o que
parece, mas não é. Faço isso com as crianças no hospital, com os missionários
da Alegria (palhaços-doutores) as iludo com algumas mágicas.
Pensando
ser verdade a imitação do macaco de Deus, somos como as crianças, mas em
sentido errôneo de serem crianças, é por isso que S. Paulo dizia: “não
continuemos crianças ao sabor das ondas, agitados por qualquer sopro de
doutrina, ao capricho da malignidade dos homens e de seus artifícios
enganadores” (efésio 4, 14)
Por
isso também que Jesus diz: “conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”
(João 8,32)
Não
adianta ter simplesmente a porta da gaiola aberta, se não conhecemos a verdade
não passaremos por ela. É exatamente assim a sociedade humana, uma grande
gaiola com a porta aberta, mas impressionante como muitos não saem por essa
porta e me pergunto: por quê?
Lembro-me
do homem, ou diria da espécie humana, por que homem não faz o que ele fez, se
bem que iludido pelo macaco faz sim! E faz pensando ser um bem. O homo sapiens
que recordo aqui é aquele que sequestrou e encarcerou três moças em sua casa,
nos Estados Unidos, por volta de uma década (média) e ali abusava delas, chegou
a ter um filho com uma delas, fora os inumeráveis abortos. Por que me lembrei
dele? Por que elas disseram que varias vezes a porta ficava aberta; por que não
saiam? Por que as correntes eram na alma e essas são tão fortes como uma porta
de aço maciço.
Essas
forças ocultas não nos permite voar, quantos na história veem a porta aberta e
não voam? Quantos encontros em que a porta é apresentada e escancarada? E por
que não são todos que passam por ela?
Por que
o macaco nos faz semelhantes ao homo sapiens acima, nos ilude e nos faz
acreditar que, dentro da gaiola, fazemos um grande bem, talvez nos perguntassem;
mas essa comparação não é muito forte? Nós igual a aquele ‘monstro’? Perdão,
mas essa pergunta é outra imitação do macaco. Faz-nos acreditar que não somos
essa monstruosidade toda. Mais uma vez me perdoe, somos sim essa anomalia, que
além de engaiolar nossas almas, a fazemos como muitos outros.
Há um
mito grego chamado “o mito da caverna”, de Platão séc. IV a.C, O mito fala
sobre prisioneiros (desde o nascimento) que vivem presos em correntes numa
caverna e que passam todo tempo olhando para a parede do fundo que é iluminada
pela luz gerada por uma fogueira. Nesta parede são projetadas sombras de
estátuas representando pessoas, animais, plantas e objetos, mostrando cenas e
situações do dia-a-dia. Os prisioneiros ficam dando nomes às imagens (sombras),
analisando e julgando as situações. Mas acontece que um deles consegue ir para
fora da caverna e vê a luz verdadeira e percebe que tudo que ele vivia era só
ilusão assim ele quer voltar para contar aos que ficaram, mas esses não
acreditam e o mata.
pomba-gaiola-livre1
Quanta
atualidade há neste mito, não?O macaco nos dá sombras e nos contentamos, mas é
muito pouco. Quando muitos que viram a luz voltam a “gaiola” para mostrá-la aos
outros eles querem matá-lo, o chamam de otário (do texto “não se preocupe somos
felizes”.), diz que a verdade é a deles, aquela que eles sempre viram; não se
preocupe, para muito jogadores de futebol o problema é a bola, redonda de mais,
não querem voar, como a estória dos loucos que combinaram de fugir, arrumaram
as marretas para quebrar o muro, tudo certo, saíram para voltar ao mundo, mas
quando chegou o muro havia caído, voltaram para seus quartos. O criador nos fez
como águias, mas optamos viver como galinhas.
Talvez
nos encontrassem em situação parecida ao povo hebreu na caminhada fugindo da
escravidão do Egito, esses tinham saudade das cebolas da terra da escravidão
(Números 11,5), o macaco é muito descarado, cebolas??? Mas por quê? Por que
quebrar as correntes da alma não depende só do libertador, mas também do
acorrentado, se esse não quiser não ha força que liberte e até a saudade das
‘cebolas’ o fará voltar a gaiola. Lembro-me do homem da mão seca “Senhor se
queres pode me curar” e Jesus respondeu: “eu quero” (Mateus 8, 2-3). O Senhor
sempre quer.
Afinal
“foi para que sejamos homens livres que Cristo nos libertou” (gálatas 5,1)
Nunca
se esqueça do macaco só pode imitar, ele nunca nos dará a verdade ao nosso
coração. O nosso coração pede água e damos ‘Coca-Cola’, ora é ‘mais’ gostoso,
mas não sacia as necessidades e ainda nos faz mal.
Assim
não se contente com imitações, pois “já não és escravos, mas filho e, se és
filho, então também herdeiros por Deus” (gálatas 3, 7)
Não
escolham o ‘ching-ling’, macaco, só por ser mais barato, fácil, escolha o
original, DEUS, custe o que custar, como diz a carta aos Hebreus, “ainda não
tendes resistido até o sangue, na luta contra o pecado” – pecado do grego
Hamartia’ tradução literal ‘errar o alvo’ – (Hebreus 12, 4). Resista, lute, voe
a porta está aberta!
“As
pessoas costumam amar a verdade quando esta as ilumina, porém tendem a odiá-la
quando as confrontam”. Sto Agostinho.
Alan
Veloso
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