terça-feira, 23 de janeiro de 2024

CAIPORA... 4a.Parte

 

 “Macaco de Deus” Reflexão...

Quando lia a frase do Chesterton, filosofo católico, que dizia “o demônio é um macaco de Deus”, me vi como São Paulo, que ao se converter viu que dos seus olhos caíram que como escamas sua cegueira (atos 9, 18).

Não que não tivesse a consciência de que o diabo, pai da mentira (João 8,44), sempre vem para nos iludir, mas não tinha me atentado ao termo, ora ilusão é o que parece, mas não é. Faço isso com as crianças no hospital, com os missionários da Alegria (palhaços-doutores) as iludo com algumas mágicas.

Pensando ser verdade a imitação do macaco de Deus, somos como as crianças, mas em sentido errôneo de serem crianças, é por isso que S. Paulo dizia: “não continuemos crianças ao sabor das ondas, agitados por qualquer sopro de doutrina, ao capricho da malignidade dos homens e de seus artifícios enganadores” (efésio 4, 14)

Por isso também que Jesus diz: “conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (João 8,32)

Não adianta ter simplesmente a porta da gaiola aberta, se não conhecemos a verdade não passaremos por ela. É exatamente assim a sociedade humana, uma grande gaiola com a porta aberta, mas impressionante como muitos não saem por essa porta e me pergunto: por quê?

Lembro-me do homem, ou diria da espécie humana, por que homem não faz o que ele fez, se bem que iludido pelo macaco faz sim! E faz pensando ser um bem. O homo sapiens que recordo aqui é aquele que sequestrou e encarcerou três moças em sua casa, nos Estados Unidos, por volta de uma década (média) e ali abusava delas, chegou a ter um filho com uma delas, fora os inumeráveis abortos. Por que me lembrei dele? Por que elas disseram que varias vezes a porta ficava aberta; por que não saiam? Por que as correntes eram na alma e essas são tão fortes como uma porta de aço maciço.

 

Essas forças ocultas não nos permite voar, quantos na história veem a porta aberta e não voam? Quantos encontros em que a porta é apresentada e escancarada? E por que não são todos que passam por ela?

Por que o macaco nos faz semelhantes ao homo sapiens acima, nos ilude e nos faz acreditar que, dentro da gaiola, fazemos um grande bem, talvez nos perguntassem; mas essa comparação não é muito forte? Nós igual a aquele ‘monstro’? Perdão, mas essa pergunta é outra imitação do macaco. Faz-nos acreditar que não somos essa monstruosidade toda. Mais uma vez me perdoe, somos sim essa anomalia, que além de engaiolar nossas almas, a fazemos como muitos outros.

Há um mito grego chamado “o mito da caverna”, de Platão séc. IV a.C, O mito fala sobre prisioneiros (desde o nascimento) que vivem presos em correntes numa caverna e que passam todo tempo olhando para a parede do fundo que é iluminada pela luz gerada por uma fogueira. Nesta parede são projetadas sombras de estátuas representando pessoas, animais, plantas e objetos, mostrando cenas e situações do dia-a-dia. Os prisioneiros ficam dando nomes às imagens (sombras), analisando e julgando as situações. Mas acontece que um deles consegue ir para fora da caverna e vê a luz verdadeira e percebe que tudo que ele vivia era só ilusão assim ele quer voltar para contar aos que ficaram, mas esses não acreditam e o mata.

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Quanta atualidade há neste mito, não?O macaco nos dá sombras e nos contentamos, mas é muito pouco. Quando muitos que viram a luz voltam a “gaiola” para mostrá-la aos outros eles querem matá-lo, o chamam de otário (do texto “não se preocupe somos felizes”.), diz que a verdade é a deles, aquela que eles sempre viram; não se preocupe, para muito jogadores de futebol o problema é a bola, redonda de mais, não querem voar, como a estória dos loucos que combinaram de fugir, arrumaram as marretas para quebrar o muro, tudo certo, saíram para voltar ao mundo, mas quando chegou o muro havia caído, voltaram para seus quartos. O criador nos fez como águias, mas optamos viver como galinhas.

Talvez nos encontrassem em situação parecida ao povo hebreu na caminhada fugindo da escravidão do Egito, esses tinham saudade das cebolas da terra da escravidão (Números 11,5), o macaco é muito descarado, cebolas??? Mas por quê? Por que quebrar as correntes da alma não depende só do libertador, mas também do acorrentado, se esse não quiser não ha força que liberte e até a saudade das ‘cebolas’ o fará voltar a gaiola. Lembro-me do homem da mão seca “Senhor se queres pode me curar” e Jesus respondeu: “eu quero” (Mateus 8, 2-3). O Senhor sempre quer.

Afinal “foi para que sejamos homens livres que Cristo nos libertou” (gálatas 5,1)

Nunca se esqueça do macaco só pode imitar, ele nunca nos dará a verdade ao nosso coração. O nosso coração pede água e damos ‘Coca-Cola’, ora é ‘mais’ gostoso, mas não sacia as necessidades e ainda nos faz mal.

Assim não se contente com imitações, pois “já não és escravos, mas filho e, se és filho, então também herdeiros por Deus” (gálatas 3, 7)

Não escolham o ‘ching-ling’, macaco, só por ser mais barato, fácil, escolha o original, DEUS, custe o que custar, como diz a carta aos Hebreus, “ainda não tendes resistido até o sangue, na luta contra o pecado” – pecado do grego Hamartia’ tradução literal ‘errar o alvo’ – (Hebreus 12, 4). Resista, lute, voe a porta está aberta!

“As pessoas costumam amar a verdade quando esta as ilumina, porém tendem a odiá-la quando as confrontam”. Sto Agostinho.

Alan Veloso

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