terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

TENTANDO APRENDER...!


Conclusões:
  1. O protestantismo evangélico, historicamente, teve um papel de pioneirismo na evolução do conceito do Estado laico.
  2. Esse conceito, no entanto, sempre conviveu, dentro do protestantismo, com outras posições.
  3. O laicismo existe no mundo contemporâneo sob várias formas. Algumas se referem apenas à relação entre religião e Estado, mas outras se estendem à relação entre religião e vida pública em geral.
  4. O conjunto da presença evangélica na política brasileira claramente propõe um vínculo entre religião e vida pública. Isso contraria o laicismo “agressivo”, mas é condizente com o laicismo “plural” e com a ideia de “modernidades múltiplas”.
  5. O modelo corporativista pentecostal predominou, até agora, nas “bancadas” parlamentares evangélicas, mas sua força deverá diminuir nas próximas décadas e é muito contestado dentro do mundo evangélico.
  6. Enquanto isso, a questão-chave é se o modelo corporativista funciona de forma a ferir o laicismo “plural”. A mera invocação do slogan “o Estado é laico” não resolve essa questão. Somente por meio de um exame dos pronunciamentos e ações dos atores em cada caso é que se pode determinar se, de fato, a atuação afronta a natureza laica “plural” do Estado brasileiro.

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O que as mulheres – do Antigo Testamento – têm a dizer?
Por Ariane Gomes | Resenha



As notícias de campanhas, protestos, eventos, encontros ligados a mulheres estão estampadas em periódicos, trabalhos acadêmicos, pesquisas e nas redes sociais. Os desafios que envolvem a vida delas são muitos e as escolhas que têm que fazer também: vocação, estudos, família, trabalho, sexualidade, casamento, maternidade, saúde, segurança entre outros. Com direito à palavra ou não, há mulheres solteiras, casadas, mães, avós, tias, estudantes, pesquisadoras, trabalhadoras levando a vida em frente, zelando por si mesmas e por outros.

As mulheres de hoje dão continuidade a uma história antiga que perpassa a experiência de muitas outras. São histórias cruzadas em que graça e mazela, força e fraqueza, alegria e tristeza, vitórias e perdas convivem lado a lado.

No livro Fale, mulher: escutando mulheres da Bíblia (Betel Publicações), Joyce Clayton não fala das mulheres de hoje, mas, ao dar voz a mulheres do Antigo Testamento convidando-as a contar a sua história, as experiências e, em muitos casos, os dramas, os silêncios, as crueldades e as situações de vida ou morte que enfrentaram ou provocaram, ajuda as mulheres de nossos dias a se perceberem parte de uma história antiga e com desafios e oportunidades.

Começando com Eva e passando pelas conhecidas Sara, Rebeca e Raquel – esposas dos patriarcas – e por jovens como Diná e Ester, até chegar às menos percebidas Acsa, Jeoseba e Zeres e outras sem nome, a autora deixa que elas mesmas falem e contem a seu respeito, de quem eram parentes, o que faziam e como as suas escolhas influenciaram o curso de histórias familiares ou de um povo – a escolha de Rebeca ao ajudar o filho Jacó a enganar o pai marcou profundamente a história de sua família; as parteiras no Egito foram corajosíssimas ao enganar Faraó e ajudar a salvar a vida dos meninos hebreus; o conselho da mãe de Lemuel deve ter ajudado a garantir uma vida melhor para os desfavorecidos que estavam sujeitos ao governo de seu filho.

Dando voz às mulheres do Antigo Testamento, Joyce Clayton lembra que elas têm um lugar na história e na narrativa bíblica e mostra como Deus pode usá-las – ouvindo seu clamor e louvor, curando suas feridas, corrigindo seus erros, exaltando a sua coragem ou recolocando-as em posição de dignidade. Tudo isso para um propósito mais abrangente, para além de uma experiência isolada ou apenas delas e para elas. A participação e a voz das mulheres de ontem e de hoje são parte importante da história de toda a humanidade. E elas têm muito a dizer.

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