sábado, 29 de fevereiro de 2020

AINDA TEM GENTE DE VISÃ0...!

“POR POUCO DIRCEU NÃO FOI O DITADOR!
Nelson Motta
O Estado de S.Paulo
Uma análise perfeita.

Se o mensalão não tivesse existido,
ou se não fosse descoberto,
ou se Roberto
Jefferson não o denunciasse,
muito provavelmente não seria Dilma,
mas Zé Dirceu o ocupante do Palácio da Alvorada, de onde
certamente nunca mais sairia.
Roberto Jefferson tem todos os motivos
para exigir seu crédito e nossa eterna gratidão por seu feito heróico:
"Eu salvei o Brasil do Zé Dirceu".

Em 2005, Dirceu dominava o governo e o PT, tinha Lula na mão,
era o candidato natural
à sua sucessão.
E passaria como um trator sobre quem
ousasse se opor à sua missão histórica.
Sua companheira de armas Dilma Rousseff
poderia ser, no máximo, sua chefe da Casa Civil, ouPresidente da Petrobrás.

Com uma campanha milionária comandada por João Santana, bancada por
montanhas de recursos não contabilizados arrecadados pelo nosso
Delúbio, e Lula com 85% de popularidade animando os palanques,
massacraria Serra no primeiro turno e subiria a rampa do Planalto nos
braços do povo, com o grito de guerra ecoando na esplanada:
"Dirceu guerreiro /
do povo brasileiro".
Ufa!

A Jefferson também devemos a criação do termo "mensalão".
Ele sabia que os
pagamentos não eram mensais, mas a periodicidade era
irrelevante.
O importante era o dinheirão. Foi o seu instinto marqueteiro
que o levou a cunhar o histórico apelido que popularizou a
Ação Penal 470 e gerou a aviltante condição de "mensaleiro", que
perseguirá para sempre até os eventuais absolvidos.

O que poderia expressar melhor a idéia de uma conspiração para
controlar o Estado com uma base parlamentar comprada com dinheiro
público e sujo?
Nem Nizan Guanaes, Duda Mendonça e Washington Olivetto,
juntos, criariam uma marca mais forte e eficiente.

Mas, antes de qualquer motivação política, a explosão do maior
escândalo do Brasil moderno é fruto de um confronto pessoal, movido pelos instintos
mais primitivos, entre Jefferson e Dirceu.
Como Nina e Carminha
da política, é a história de uma vingança suicida, uma metáfora da luta
do mal contra o mal, num choque de titãs em que se confundem o épico
e o patético, o trágico e o cômico, a coragem e a
vilania.
Feitos um para o outro.

O "chefe" sempre foi José Dirceu.
Combativo, inteligente,
universitário - não sei se completou o curso - fala vários idiomas,
treinado em Cuba e na Antiga União Soviética, entre outras coisas.
E com uma fé cega em
implantar a Ditadura do Proletariado a "La Cuba".

Para isso usou e abusou de várias pessoas e, a mais importante - pelos
resultados alcançados - era Lula.
Ignorante, iletrado, desonesto, sem ideais,
mas um grande manipulador de pessoas, era o joguete ideal para
o inspirado José Dirceu.

Lula não tinha caráter nem ética, e até contava, entre risos, que sua
família só comia carne quando seu irmão "roubava" mortadela no mercado onde trabalhava.
Ou seja, o padrão ético era frágil.
E ele, o Dirceu,
que fizera tudo direitinho, estava na hora de colher os frutos e implantar
seu sonho no país.

Aí surgiu Roberto Jefferson..... e deu no que deu.”

“A análise de Nelson Motta está perfeita.”.

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