O espírito cristão e o espírito pagão manifestado
pela arquitetura
Plinio
Corrêa de Oliveira,
A O.N.U. é a chave de cúpula do mundo
contemporâneo; os edifícios que estão sendo construídos para sua instalação
deveriam, pois, exprimir pela majestade de suas linhas e proporções a alta
função a que se destinam. Nosso clichê reproduz o prédio da sua Secretaria, já
em fase final de construção. A despeito de suas enormes dimensões hesitamos em
o chamar de palácio: é certamente imenso, caríssimo, esmagador, mas suas linhas
são vulgares como as de uma caixa de fósforos, monótonas, uniformes e duras,
como as de uma penitenciária, e sua catadura, sombria como a de uma Gestapo ou
de uma G.P.U. Tudo, neste imenso engradado de concreto, ferro e vidro parece
calculado para fazer sentir ao homem que não passa de uma formiga, um grão de
areia, um átomo.
Middelburg é uma cidadezinha holandesa que no
século XV construiu a sede de sua municipalidade. Como volume, o que é este
edifício comparado com o da ONU? Entretanto não hesitamos em chamá-lo de
palácio: é que a nobreza de suas linhas nem sequer permitiria que se lhe desse
outra designação.
Mera diferença de estilos arquitetônicos? “O estilo
é o homem”, diz-se em literatura. O estilo é a época, poder-se-ia dizer em
arquitetura. Cada estilo resulta de um conjunto de tendências, idéias,
aspirações, e atitudes mentais.
Mais chocante do que o contraste entre os dois
estilos é, nesse caso, o de duas mentalidades, duas épocas, duas culturas: uma,
cristã e a outra, neo-pagã.
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