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Oramos
para que Deus faça aquilo que só Deus pode fazer.Uma das formas de Deus atender
ao choro das crianças é abrindo os olhos dos adultos.O Espírito é o autor e o
promotor da obra missionária, é ele quem concede o poder e a estratégia para realizá-la.Ninguém
pode provar a verdade do cristianismo a não ser o Espírito Santo, por sua obra
poderosa em renovar o coração endurecido.
Não
somos adoradores de um livro
Por
Ricardo Wesley M. Borges
Melhor
do que pensar na autoridade que um livro tenha sobre nós é refletir sobre a
autoridade que Deus exerce em nós por meio de sua Palavra. Com essa sutil, mas
importante, diferença, o precioso livro Bíblia – O Livro para Hoje, de John
Stott, nos conduz de maneira leve, mas segura, em um passeio por perguntas que
fazemos quando abrimos a Bíblia. Do que ela trata? É confiável? Seria ela
relevante para a vida e os desafios que enfrentamos hoje? O que acontece quando
nela medito?
Alguns
insights da obra. Primeiro, Deus nos fala, se comunica, tanto em suas palavras
como em seus atos na história. Segundo, na Palavra vemos uma diversidade
enriquecedora de autores humanos, com variedade de estilos, perspectivas e
gêneros literários. Reconhecer que sua autoria é tanto humana como divina não
nos leva à suspeita, mas, sim, reforça em nós a humildade em uma aproximação
cuidadosa, para não perder de vista elementos culturais e literários nem nossa
dependência do Espírito e da comunidade para uma hermenêutica saudável.
Terceiro, Deus nos fala porque nos ama, porque deseja nos levar a um encontro
com Cristo e com a vida que ele nos oferece.
Stott
enfatiza também a centralidade de Cristo na revelação de Deus por meio das
Escrituras. Se amarmos a Bíblia sem conhecê-la e sem amar o Cristo que ela nos
revela, daremos razão àqueles que nos acusam de sermos simplesmente adoradores
de um livro. Ainda bem que podemos, e devemos, ter uma atitude diferente: a de
ver a Bíblia como um lugar aconchegante, aonde chegamos e nos encontramos com a
pessoa de Jesus. Temos um ciclo virtuoso: a Bíblia dando testemunho de Cristo e
ele, por sua vez, atestando quão preciosa é a Palavra de Deus para nós. Essa
reciprocidade não enfraquece o argumento; afinal, há uma linearidade: os textos
fidedignos das Escrituras nos levam a Cristo, que nos ajuda a construir uma
visão correta de toda a Bíblia – a qual, por meio dos profetas, dos apóstolos,
de todas as Escrituras, o Pai nos dá testemunho de seu Filho.
O
Espírito Santo também é essencial para esse entendimento da Bíblia. Ele é o
agente desse testemunho. Se o Espírito inspirou no passado agentes humanos para
trazer-nos a Palavra, precisamos igualmente do Espírito hoje para entendê-la e
respondê-la. Uma boa postura é reconhecer que na Bíblia entramos nas águas
profundas de um mistério que nos é revelado pelo Espírito, que nos sonda, nos
desafia, nos vê e nos lê por meio da Palavra. Assim, conhecemos a fundo quem
somos e a nossa condição, com a ajuda do Espírito operando pela Palavra. O
Espírito inspira a Palavra e ilumina o nosso caminho.
A
Bíblia é lida também em comunidade. Na igreja multirracial, multiétnica, na
riqueza dessa diversidade, lemos e entendemos melhor a Palavra. Assim, a Bíblia
é tanto o fundamento, sua origem e alicerce, como o sustento da igreja. Quando
a Palavra é levada a sério por toda a comunidade, há orientação para uma rota
segura, há reforma constante, há unidade em meio à diversidade porque nos
submetemos a uma autoridade comum, há avivamento que produz transformação do
indivíduo, da comunidade e de seu entorno. A Bíblia sustenta a igreja e essa a
difunde, a prega, a ensina.
É um
livro necessário hoje porque revela nossa condição, nos aponta o caminho para a
vida em Cristo, revela o caráter e o coração de Deus para todos nós, em todas
as áreas da vida humana. Por isso somos convidados a uma atitude amorosa com
esse livro, que sempre será atual. A nova e bem-vinda edição do livro de Stott
nos convida a ler a Palavra com expectativa e esperança, a uma abertura genuína
para o que o Senhor quer continuar a fazer em nós e por meio de nós a partir de
sua Palavra.
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