“… Senhor, se tu quiseres, pode purificar-me” (Lc
5.12).5ª.Parte
Há problemas insolúveis, há doenças incuráveis, há
causas perdidas, a menos que Jesus realize um milagre. E foi o que ele fez e é
o que ele faz. O texto em apreço fala de um homem coberto de lepra que, estando
como uma carcaça humana, com seu corpo apodrecendo, vai a Jesus, prostra-se
diante dele e, clama: “Senhor, se tu quiseres, podes purificar-me”. Sua doença
era incurável, seu problema era insolúvel, sua causa era perdida, mas Jesus estendeu
a mão, tocou-lhe, dizendo: Quero, fica limpo! E, imediatamente, lhe desapareceu
a lepra. Seis verdades são destacadas no texto em tela:
Em primeiro lugar, o doente (Lc 5.12)
Os três Evangelhos Sinóticos narram esse episódio,
mas só Lucas, que era médico, nos informa que o homem estava coberto de lepra,
ou seja, no estado mais avançado da doença. O homem está apodrecendo vivo. Era uma
carcaça humana. Um ser nauseabundo. Seu caso era irremediável. Ele vai a Jesus,
e humildemente, roga por um milagre e o milagre acontece. O doente não exigiu,
rogou. Mesmo sabendo que Jesus tem todo o poder, submeteu-se à sua vontade
soberana.
Em segundo lugar, o médico (Lc 5.13)
Ninguém podia tocar um leproso sem ficar impuro.
Jesus compadeceu-se do homem, tocou-lhe e disse: Quero, fica limpo! Em vez de o
impuro contaminar o puro, foi o puro que tocou o impuro e tornou o impuro,
puro! Por que Jesus tocou o leproso se um leproso não podia ser tocado? Porque
viu que o leproso, a tanto tempo reduzido ao ostracismo da doença, precisava
sentir-se amado. Jesus é o médico que tem compaixão e poder. Para ele não tem
doença incurável nem causa perdida. Ele não apenas cura as feridas do corpo,
mas também lanceta os abcessos da alma.
Em terceiro lugar, a cura (Lc 5.13b)
O texto diz: “… e, no mesmo instante, lhe
desapareceu a lepra. Jesus cura-o imediatamente, completamente, eficazmente.
Cura-o emocional e fisicamente. Cura-o sem deixar qualquer sequela. Cura-o,
apesar de estar coberto de lepra, com o corpo deformado, com a pele necrosada.
Cura-o a despeito de sua morte já ter sido decretada pela doença.
Em quarto lugar, o testemunho (Lc 5.14)
Jesus manda o homem ao sacerdote por duas razões.
Primeiro, porque o sacerdote era a autoridade sanitária competente para
declará-lo publicamente curado. Isso significa que os milagres de Jesus não
eram apenas experiências subjetivas, mas fatos concretos e verificáveis.
Segundo, porque fazendo isso, Jesus estava protegendo esse homem de quaisquer
especulações maliciosas. Ninguém precisava suspeitar da veracidade de sua cura.
Jesus estava, assim, devolvendo-o ao convívio familiar, religioso e social.
Em quinto lugar, o impacto (Lc 5.15)
O milagre operado por Jesus produziu tal impacto
que, grandes multidões afluíam para ouvi-lo e serem curadas. Mesmo tendo Jesus
ordenado ao homem curado para não falar nada para ninguém, ele saiu a propalar
esse prodígio divino (Mc 1.44,45). Jesus ordenou a esse homem para se calar e
ele proclamou os grandes feitos de Cristo em sua vida; Jesus nos ordena a falar
e nós nos calamos. A atitude desse homem denuncia a nossa omissão.
Em sexto lugar, o retiro (Lc 5.16)
Em face das multidões afluírem a Jesus para ouvi-lo
e serem curadas, Jesus se retirava para lugares solitários e orava. Por que
Jesus fugia das multidões para buscar lugares solitários para orar? Primeiro,
porque não queria fortalecer na mente das pessoas a ideia de que ele era apenas
um operador de milagres. Ele veio como o Messias de Deus, para morrer pelo seu
povo. Seus milagres eram sinais de que ele era o ungido de Deus. Segundo,
porque Jesus entendia que a intimidade com o Pai era mais importante do que
sucesso no ministério. Deus vem antes das pessoas. Terceiro, porque Jesus,
sendo perfeitamente homem, sabia que o poder vem por meio da oração. O resultado
desse retiro é que “o poder do Senhor estava com ele para curar” (Lc 5.17).
Jesus, hoje, está à destra de Deus Pai, de onde intercede por nós. Por isso,
por mais dramático que seja o nosso problema, jamais devemos perder a
esperança!
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