5-Como
o Cérebro Processa Cores
Artigos,
Neurologista, Todos Willian Rezende do Carmo 15 de junho de 2021
Como o
Cérebro Processa Cores
Se você
quer saber Como o Cérebro Processa Cores e até mesmo porque isso será
importante em um futuro breve para você, fique até o final desse artigo que o
Dr. Willian Rezende do Carmo, médico neurologista, fundador da Clínica
Regenerati e que no seu canal do YouTube fala sobre Dor, Sono, Parkinson,
Emoções, Neurologia Geral e, como um todo, Neurociências, vai abordar sobre
isso hoje.
De Que
Maneira o Cérebro Humano Processa as Cores?
A forma
como o cérebro processa as cores e quais áreas estão envolvidas nisso voltou a
ser um tema importante e que veio à tona por causa do Elon Musk com o
Neuralink, e de outras formas de tentar fazer a leitura através de aparelhos do
que o cérebro está vendo. E isso vai acabar acontecendo; mas para chegar nesse
ponto, temos que, primeiramente, entender como é a base de funcionamento do
cérebro para enxergarmos as cores.
O
cérebro humano começa a processar as cores, fundamentalmente, porque o olho
recebe a luz em forma de comprimento de onda e na retina temos receptores de luminosidade
e de ausência dela, como se fossem receptores de preto e branco, em que
percebemos o claro e o escuro para fazermos delimitações e contraste, e temos
em um conjunto de fundo do olho, da retina, que é a mácula, os receptores de
cor.
Lá, são
basicamente três tipos de receptores de cor: amarelo, azul e vermelho. Com um
receptor para cada um desses três comprimentos de onda você consegue fazer a
percepção de todas as cores que enxergamos. Porque, com essas três cores
conseguimos fazer todas as outras cores; igualmente o olho, através desses três
receptores, transforma tudo o que enxergamos, todas as tonalidades de cores, em
sinais elétricos.
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de Sonolência Diurna
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Epworth, determina o grau de sonolência diurna. Não somente para apneia, outras
patologias também podem dar sono durante o dia
Realizar
Teste
Um
receptor pega o vermelho, outro, o amarelo e o outro, o azul. Quando chega
aquele comprimento de onda, ativa e manda um sinal, como se fosse um fundo de
câmera; para cada um, um pixel. Esses pixels, que são os receptores,
transformam tudo em sinais elétricos; eles são transmitidos pelos nervos
ópticos – que ficam atrás do olho – até a parte posterior do cérebro, que é o
córtex occipital.
O
córtex occipital, parte posterior do cérebro, é uma parte grande do cérebro,
que tem como função processar toda a informação elétrica e transformá-la em uma
imagem, tanto com a luz preta e branca, que delimita contraste, formas, quanto
os outros que preenchem as formas com as cores.
Dessa
maneira, chega a informação dos impulsos elétricos no córtex cerebral, através
de uma técnica moderna – e isso que é o estudo recente, que tem motivado um
assunto que está quente atualmente –, chamada magneto-eletroencefalografia.
A
magneto-eletroencefalografia é um método de captar a atividade elétrica dos
neurônios em uma resolução muito grande, a ponto de você pegar grupos de
neurônios muito específicos em uma velocidade, resolução, muito maior e mais
precisa do que a ressonância magnética funcional.
A
ressonância magnética funcional era tida como uma forma de ver o cérebro
funcionando, mas hoje, através dessa técnica, é muito mais precisa a ativação.
Então, os cientistas põem a pessoa no aparelho, jogam um estímulo luminoso, uma
onda de cor, e vêm exatamente quais são os grupos de células que estão sendo
ativadas com aquela onda de cor.
E dessa
forma, conseguiu-se entender que as cores se formam através de padrões de
ativamento de células no córtex occipital, no córtex da visão. E uma vez que
cria junção de cores e de formas, isso forma a imagem, que é transmitida para
outras regiões do cérebro, como a de memória, a de emoções e a de linguagem, o
que torna a experiência de vermos o mundo.
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mais
Logo,
se uma pessoa tem um defeito genético, especialmente nos receptores das cores,
ela vai pegar menos tonalidades. Como por exemplo, se o indivíduo tem só dois
receptores – o amarelo e o vermelho, e não tem o azul –, ele vai continuar
vendo o mundo, só que com cores diferentes. E isso é chamado de daltonismo. A
pessoa daltônica pode perder um, dois ou os três receptores, ou todos os
receptores de cor. E quando perde todos eles, enxerga em preto e branco, mas
não é o caso da maioria.
Como o
Cérebro Processa Cores
Duas
Pessoas Olham Para um Objeto Vermelho e Concordam Que Aquela é a Cor?
Então,
isso significa que duas pessoas podem olhar para o mesmo objeto e concordar que
aquela cor é a mesma cor que olhar para uma maçã e falar “aquilo é uma maçã
vermelha”, só que um enxergar uma coisa e o outro, outra?
Sim,
isso pode acontecer e é o verdadeiro daltonismo. E acontece porque a pessoa
nasceu assim. Foi ensinada a ela que aquele vermelho de maçã – que eu enxergo
como vermelho e você também – e que ela vê como magenta ou como outra cor, é
chamado de vermelho a vida inteira.
Então,
tudo que é chamado de vermelho, ela chama de vermelho, apesar dela não ter a
experiência de vermelho que eu tenho. E isso é uma coisa muito interessante,
pois até mesmo se um olho tem alteração nos receptores e o outro não, a pessoa
olhando com um olho e olhando com o outro, pode ter percepções de cores
diferentes, mesmo sendo a mesma pessoa.
O que
Diferencia as Pessoas com Daltonismo e de que Forma Elas Processam as Cores?
Uma
pessoa daltônica processa igual uma televisão ou um monitor de cores RGB, que
tem três entradas de cores. Se vocês já viram isso e quando dá defeito em uma
entrada, o mesmo acontece com a pessoa: fica com só duas cores e uma cor
estranha, que é o que ela enxerga.
Ou
então, para ter outra ideia de como um daltônico enxerga, se você for em um
editor de fotos, tem a saturação de cores, que são as cores principais, na
forma de RGB: vermelho, verde e azul – mas é a mesma lógica do amarelo,
vermelho e azul –: ao tirar uma cor do total, ficam duas. E aquela imagem com
cores alteradas é como um daltônico vê o dia a dia, só que para ele, aquilo é
normal, ele enxerga assim desde sempre. E se ele não tem nenhuma das cores, vai
enxergar só em preto e branco, somente com os receptores que pegam luz e
escuridão.
Você
que está lendo este artigo sobre Como o Cérebro Processa as Cores, em relação
ao daltonismo e outras coisas, escreva nos comentários o que está achando dele,
quais são suas dúvidas em relação à forma e à percepção de cores, e de como o
cérebro funciona, porque isso é muito interessante. A nossa percepção de
realidade é muito particular e individual.
Isso
serve até para uma reflexão maior: a forma como eu vejo o mundo é minha e não
necessariamente é a do outro. Até mesmo de uma maneira física como imaginamos
que o céu é azul para todo mundo, o azul que eu vejo não é o mesmo de um
daltônico.
Quem
“Manda” na Codificação das Cores: os Olhos, o Cérebro ou Ambos?
Quem
define o que é a cor são ambos, tanto o olho, se tem os receptores para mandar
os sinais ou não, quanto o cérebro, que processa os sinais. Só que,
normalmente, as alterações acontecem muito mais nos olhos. Os olhos são mais
afetados do que o cérebro, que é afetado normalmente por intoxicações, drogas,
AVC ou traumatismo. E, muitas vezes, não afeta somente a percepção de cores,
mas também outras capacidades da visão.
Alguém
Pode Enxergar uma Cor Distorcida?
E
quando estamos falando de uma cor, por exemplo, a azul, a pessoa pode imaginar
que tenha distorções? É como se cada um enxergasse um azul diferente? É isso
mesmo. É como se cada um enxergasse um azul diferente, pois a pessoa tem a sua
individualidade nos seus receptores de luz e isso faz ela chamar azul de azul,
mas pode ser uma percepção diferente da outra.
Pessoas
podem ter percepções de cores em um olho de um jeito e no outro, de outro, a
depender até mesmo do que possa ter acontecido naquela retina. 8% dos homens e
1% das mulheres têm algum grau de daltonismo, ou seja, é comum ter alguém que
tenha alguma alteração na percepção de cores. 8% é muita gente.
O que
Pode Causar Alterações na Forma Como Percebemos as Cores?
O que
mais afeta essa alteração de percepção de cores é a genética. Fundamentalmente,
a pessoa nasce com a tendência genética para o daltonismo. Ela tem menor
quantidade ou ausência de alguns receptores para algum tipo de onda de cor e
isso afeta totalmente a percepção de cor dela.
Mas,
outras doenças da retina, como descolamento, edema, degeneração da mácula ou da
própria idade; e nas patologias que afetam a passagem de luz pelo globo ocular,
como catarata e alteração do vítreo, a luz pode chegar modificada nessa retina
e assim a percepção de cores do cérebro é alterada.
Também
existem patologias neurológicas, como Doença de Parkinson, Doença de Alzheimer
e esclerose múltipla; e outras doenças sistêmicas como diabetes, anemia
falciforme ou leucemia, que podem acabar afetando a própria retina.
E
também há medicamentos e substâncias que podem afetar diretamente o cérebro e,
consequentemente, a percepção de cores como, por exemplo, a digoxina, que é um
medicamento para o coração que, em níveis tóxicos, afeta a percepção de cores e
a pessoa acaba vendo tudo com o predomínio de tonalidades verde amarelado. E
quando era muito utilizada, não raramente víamos esse tipo de relato.
É
Correto Afirmar que os Olhos Funcionam Como o Diafragma de uma Câmera?
A
quantidade de luz que chega no olho afeta a percepção de cor? Totalmente.
Então, não é à toa que a pessoa fala que em um dia de verão parece que o verde
está mais verde, o azul está mais azul e as coisas estão mais coloridas. Ou
quando a pessoa está mais feliz, parece que tudo está mais luminoso e é por
também simples abertura da íris.
Se a
íris está toda fechada, entra uma quantidade de luz muito pequena no olho; se
ela está muito aberta, vai entrar um volume de luz bem maior e isso afeta a nossa
percepção de cores.
E para
vocês terem um entendimento, é só lembrar que quando escurece, no final da
tarde ou no início da noite e ainda tem luz, mas em uma quantidade bem menor, a
percepção de cores das coisas muda.
Tanto
que tem aquele ditado: “à noite todos os gatos são pardos” e não é para menos,
porque quanto menor é a quantidade de luz, mais utilizamos os receptores preto
e branco, só de luminosidade. Então, vamos ter maior tendência a perceber
contrastes claro e escuro, e não temos tanta facilidade para distinguir cores.
Isso
porque a retina é repleta de receptores de luminosidades, de simples preto e
branco, mas a área que fica para receptor de cor é pequena e fica só na mácula,
e ela depende de uma quantidade maior de luz para poder ser bem ativada.
Existe
uma Condição que Afeta o Cérebro e Faz Alguém Enxergar Tudo Monocromático?
Existe
sim, é uma síndrome rara neurológica chamada Eigengrau, que é de um alemão.
Essa patologia afeta a percepção de cores, deixando de enxergá-las, e
fundamentalmente enxergando tudo em tons de cinza. Especialmente, como se
tivesse um ruído de fundo nas imagens.
Isso
pode vir de pessoas que têm enxaqueca com aura visual muito grave, por muitos
anos e que não foi tratada, e de outras condições neurológicas que podem acabar
levando a essa síndrome.
E você
que leu nosso artigo sobre Como o Cérebro percebe as Cores, dê aquele like,
deixe os seus comentários e compartilhe com uma pessoa que possa ter interesse
por esse tema. Pois conhecimento, quanto mais compartilhado, melhor para todos.
Assista
ao vídeo abaixo e compreenda com mais detalhes as explicações do Dr Willian
Rezende sobre Como o Cérebro Processa Cores:
https://youtu.be/9elyl_S9GCQ
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