Aborto
Horror
absoluto: o genocídio silencioso
Escrito
em 25 de abril de 2013
Cesse
tudo o que a antiga Musa canta, que um horror mais alto de alevanta. (Paródia
de Camões)
Um
velho ditado diz que os mortos terão sua vingança. Haverá sangue, dizem. O
sangue dos mortos será o sangue da vingança. Sabe-se que algumas lápides já se
movem e as árvores falam para trazer os culpados à justiça. Os astutos
assassinos foram expostos pelos místicos presságios nos sinais dos abutres e
das gralhas.(Shakespeares “Macbeth,” Ato 3, Sena 4) [i]
Crianças
decapitadas, corpos cortados e acondicionados em jarras, algumas nascidas vivas
de uma tentativa de aborto. Campos de concentração nazistas? Gulags? Coréia do
Norte? Não, não estou falando de horrores do passado nem de países
totalitários. Falo do que vem ocorrendo no país mais desenvolvido do planeta,
os Estados Unidos da América [ii] e suas ‘Casas da Morte’, clínicas abortistas
perfeitamente legais. Você nunca ouviu falar sobre isto? Não é sua culpa. A
mídia está evitando falar destes horrores desde o início do julgamento por
assassinato do abortista Dr. (?) Kermit Gosnell, da clínica Women’s Medical Society
de Philadelphia, Pennsylvania.
Já editei
no meu blog (O QUE FAZER SE O ABORTO FALHA E O BEBÊ NASCE? MATÁ-LO? I e II)
citando um estudo da revista Journal of Medical Ethics e a posição da
organização abortista Planned Parenthood. O assassinato de bebês já fora do
útero é defendido com o argumento de que ‘se a mãe queria abortar e o aborto
falhou e o bebê nasceu vivo, é seu direito decidir, junto com seu médico e o
plano de saúde, se o bebê deve sobreviver ou ser sacrificado’.
É
exatamente atrás deste eufemismo de ‘direito da mulher’ que se esconde o maior,
mais cruel, sórdido e covarde genocídio da história humana: o genocídio oculto
dos abortos. Leio no Mídia sem Máscara que só na China, entre 1971 e 2010 336
milhões de crianças foram abortadas, ocorreu 196 milhões de esterilizações, e a
inserção de 403 milhões de dispositivos intra-uterinos. Claro, com a outra
deslavada desculpa Malthusiana de controle populacional.
O
HORROR DOS HORRORES!
Durante
este julgamento uma testemunha, a médica assistente Kareema Cross, que
trabalhou na clínica por quatro anos e meio, relatou diversos casos de bebês
nascidos vivos terem suas nucas cortadas seccionando a medula. Um dos casos é o
mais chocante de todos. A seguir o relato da testemunha:
P
–(Perguntas da Promotora Joanne Pescatore): ‘Você viu alguns destes bebes se
mexendo?’
R –
‘Sim, e uma destas vezes no vaso sanitário. O bebê estava como que “nadando”,
basicamente tentando sair e se salvar. Então Adrienne Moton, empregada da
clínica pegou o bebê e cortou a sua nuca enquanto a mãe ainda estava na sala’
Outro
caso relatado:
R –
‘Shayquana Abrams e cegou à clínica em julho de 2008 grávida e enorme. Quando o
bebê nasceu ela dormia. Como o bebê nasceu vivo, o Dr. Gosnell colocou-o num
saco plástico do tamanho de uma caixa de sapatos. Como ele era muito grande,
nunca tinha visto um tão grande, seus pés e braços saíam para fora do saco’.
P- ‘O
bebê ainda respirava?’
R –
Sim, o Dr. o cortou sua nuca imediatamente, mas não fez sucção para extrair o
cérebro – normalmente o Dr. Gosnell não succiona. Eu chamei pessoas para ver e
fotografar. O bebê aninhou-se em posição fetal e deitou de lado. Eu deveria
levá-lo para o freezer, mas o zelador reclamou e ele ainda estava lá no dia
seguinte. O Dr. Gosnell disse, irônico, que o bebê era tão grande que poderia ir
ao ponto ônibus ou fazer compras sozinho’.
Cross
acrescentou ter visto pelo menos dez bebês ainda vivos e respirando ter sua
espinha dorsal cortada pelo Dr. Gosnell.
O
julgamento de Gosnell, de 72 anos, na Corte de Philadelphia já está na sua
quinta semana. Ele é acusado por sete assassinatos de primeiro grau (sete
bebês), a morte de uma mãe em terceiro grau (Karnamaya Mongar, refugiada
Bhutanesa de 41 anos que morreu de uma monstruosa overdose de drogas causada
por negligência) e também por infanticídio, conspiração, aborto com mais de 24
semanas (limite pela lei da Pennsylvania), abuso de um cadáver, corrupção de
menores e outras ofensas.
OS
CÚMPLICES DO MORTICÍNIO
1 – O
SILÊNCIO CRETINO DA MÍDIA
O
Presidente do Media Research Center e outros líderes assinaram uma carta
pedindo que as redes de TV e jornais parassem de censurar a cobertura do
julgamento. A ABC, uma empresa Disney, fez um verdadeiro blackout em seus
programas principais (Good Morning America e World News). A NBC fez apenas uma
pergunta durante uma entrevista com Obama no programa Today de 17 de abril, à
qual ele saiu pela tangente. Só a CBS noticiou a história no This Morning do
dia 15 de abril, mas desde então nada mais. A Promotoria terminou a acusação no
dia 18, e a defesa, por decisão do réu a defesa não apresentou nenhuma
testemunha, sem uma simples menção ao fato em nenhum programa. Esperam-se as
alegações finais para o próximo dia 28/04. Obviamente, a mídia esquerdista não
quer que estas notícias apareçam para não expor o público americano às
horrorosas e horripilantes práticas abortistas. Isto poderia despertar o senso
de decência do povo americano e levar ao fim destas práticas. Mas isto seria a
oposição a tudo o que deseja a mídia.
Jornalistas
conservadores e pró-vida cobriram o horripilante caso desde a prisão de Gosnell
mais de dois anos atrás. Através das redes sociais conseguiram divulgar
notícias verdadeiras sobre este festim diabólico. Mas a mídia mainstream deu
preferência às notícias de outros crimes, publicou as velhas acusações da
‘guerra do Partido Republicano contra as mulheres’, tornaram a incansável
cruzadista pelo controle populacional, Sandra Fluke, numa verdadeira Florence
Nightingale. Apelaram com fotos das crianças assassinadas na escola de Sandy
Hook, ignorando as mais indefesas vitimadas por Gosnell.
Conor
Friedersdorf do esquerdista Atlantic admitiu finalmente: ‘isto deveria ser
reportagem de primeira página’. Após incansável campanha pró-vida pelo Twitter
o New York Times relutantemente mandou um repórter ao julgamento. Mas,
acrescenta Malkin, isto é muito mais do ‘que media-malpractice’. Na verdade é
um pesadelo em conseqüência de malpractice médica e ideológica.
Uma
pesquisa Lexis-Nexis mostra que nenhuma das três redes principais de TV tinha
publicado qualquer informação referente ao julgamento nos últimos três meses. A
única exceção foi a jornalista do Wall Street Journal, Peggy Nonan, que
conseguiu roubar um segmento do Meet the Press.
Mas não
só a mídia tem interesse em sepultar as notícias junto com as pequenas vítimas.
2- AS
PODEROSAS ORGANIZAÇÕES ABORTISTAS E OS ÓRGÃOS DE FISCALIZAÇÃO
A
Planned Parenthood diz agora que está ‘chocada’ com os horrores da casa da
morte de Philadelphia. A espantosa inação da maior provedora de abortos da
Nação, juntamente com outras clínicas e grupos ‘pro-choice’ (pelo ‘direito de
escolher’), fala muito mais alto do que suas palavras já atrasadas no tempo,
segundo Michelle Malkin. Acrescentem-se clínicas abortistas em Virginia e
Washington, D.C. e os ativistas religiosos de esquerda e comunidades de
imigrantes que ‘dão assistência’ aos refugiados a preços accessíveis usando
fundos governamentais para ‘serviços de saúde reprodutiva’, isto é, ‘moedoras
de fetos’. As ‘pacientes’, inclusive adolescentes, são ‘tratadas’ por pessoal
incompetente sem qualificação profissional. Foram relatados vários casos de
perfuração uterina e intestinal.
O
Grande Júri da Pennsylvania concluiu que ‘os inspetores governamentais, ao
concederem licença para Gosnell, praticamente se tornaram seus cúmplices no
comportamento criminoso’. As autoridades do Departamento de Estado da
Pennsylvania receberam inúmeras denúncias da ‘clínica’, incluindo sujeira, más
condições de esterilização, instrumentos cirúrgicos sem assepsia, funcionários
sem licença, sedação sem assistência, aborto em adolescente abaixo da idade
mínima e super prescrição de analgésicos – e repetidamente optaram por nada
fazer!
Como
Michelle Malkin já havia denunciado em 2011, os médicos de hospitais vizinhos
que diversas vezes atenderam mães com graves complicações pós-aborto no
‘açougue’ do Dr. Gosnell, nada fizeram. Inspetores da National Abortion
Federation, que alega seguir rígidas normas de fiscalização declararam que a
câmara de horrores do Dr. Gosnell é ‘a pior clínica de aborto de todas as
inspecionadas’ – mas nada fez!
O
Grande Júri também revelou que os burocratas da Administração Republicana do
Governador Tom Ridge concluíram que o aumento de inspeção poderia ‘criar uma
barreira para o direito das mulheres que buscam aborto e é melhor deixar as
clínicas fazerem o que quiserem’! Quanta grana não estará rolando das verbas
governamentais para financiamento de abortistas para as mãos dos ‘inspetores’?
Malkin
finaliza dizendo que esta indiferença não é exceção, como alegam alguns, mas ‘o
âmago da existência da indústria abortista’!
3 –
BARACK HUSSEIN OBAMA
Alan
Keyes (ver nota i) informa que Obama, quando Senador no Illinois, se opôs a uma
lei que garantia que as crianças que nascessem vivas de uma tentativa de
abortá-las teriam os mesmos cuidados de saúde que as demais, nascidas
normalmente. Como resultado de suas atitudes ‘eu (Keyes) e outros notamos que
ele contemplava um infanticídio, ao invés de retroceder um mínimo de seu apoio
fanático aos assim chamados direitos de aborto’. Como o dia da votação da lei
se aproximava Obama maliciosamente evitava declarar sua opinião, advogando pela
‘competência da classe médica’ e sugerindo que a lei poria em dúvida o profissionalismo
dos médicos: ‘Essencialmente eu penso…..que a única razão plausível para esta
legislação seria se houvesse uma suspeita de que um médico que fez a avaliação
do caso e decidiu que o feto não é viável ou que a saúde da mãe está em jogo
saberá o que fazer. Se tiver errado e o feto era viável, o medico não deveria
tomar medidas médicas para salvar a criança. Se alguém achar que seja possível
fazer isto, então talvez esta lei fizesse sentido’.
Mais
surpreendente era que Obama estava insensível sobre a pena de morte para bebês
que sobrevivessem aos ‘cuidados’ do médico escolhido para assassiná-lo.
Citando
também o silêncio da mídia, Keyes afirma que ele existe porque as pessoas têm
culpa e vergonha do que fazem, do contrário divulgariam ao máximo as peripécias
assassinas do Dr. Gosnell.
POR QUE
ESCREVI ESTE TEXTO?
Porque
penso que é necessário despertar a indignação contra estes atos criminosos!
Porque creio que existem muitas pessoas que, embora não apóiem, encontram-se
mesmerizadas pela apresentação dos assassinatos como ‘direitos das mulheres’ e
que podem mudar de idéia. Porque é necessário que se diga explicitamente que a
descriminação do aborto até 12 semanas é apenas um pretexto para mais tarde
estender o tempo e aprovar qualquer aborto. Porque este pretexto serve apenas
para dessensibilizar as pessoas para chegarmos a açougues como o Dr. Gosnell e
da Planned Parenthood. Porque, como se diz lá na minha terra, porteira por onde
passa boi, passa boiada e, aceitando agora a tese ‘racional’ do direito das
mulheres, segundo uma esdrúxula argumentação eivada de mentiras, em breve
estaremos assistindo às tortuosas expansões de tais ‘direitos’, como já se faz
nos EUA com as falhas de aborto. Porque bebês e fetos estão sendo guardados em
freezers, para quê? Não será para planos de manipulação genética mais terríveis
ainda? Porque, finalmente, estes seres indefesos precisam de quem os defendam
dos desatinados assassinos!
[i] Citado por Alan Keyes em Dr. Gosnell and Obamas
heart of Stone. Tradução
livre da versão em Inglês atual (as duas versões podem ser comparadas em
http://nfs.sparknotes.com/macbeth/page_118.html).
[ii]
Alguém poderá mostrar a incoerência entre o que eu defendi em A
Excepcionalidade Americana e o que falo aqui. Devo lembrar, porém que nem o bem
nem o mal estão isolados, ambos vêm juntos e se os EUA são um país baseado no
Cristianismo, não espanta que o germe destrutivo do anti-cristianismo esteja
lá, até mais desenvolvido do que em outros lugares porque enfrenta uma
resistência maior.
[iii]
Malpractice significa negligência, mas é amplamente usado para erros médicos em
geral, por incompetência, negligência ou falha ética. No caso é usado por
Malkin para significar negligência criminosa.
[iv]
LexisNexis Group é um provedor de serviços legais de pesquisa de documentos
legais e jornalísticos em computadores. Em 2006 a empresa já tinha o maior
banco de dados eletrônicos para informação públicas e jurídicas.
[v]Death Doc Kermit Gosnell’s Co-Conspirators–Deadly
indifference to protecting life is at the core of the abortion industry.
Heitor
De Paola
Heitor
De Paola é escritor e comentarista político, membro da International
Psychoanalytical Association e Clinical Consultant, Boyer House Foundation,
Berkeley, Califórnia, e Membro do Board of Directors da Drug Watch
International.
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