RESUMO
DA DISCIPLINA ANGELOLOGIA 5ª.
Muitas
pessoas questionam se existem realmente tais espíritos ou seres, quem são, onde
se encontram e o que fazem, a origem, a existência, a natureza, a queda, a
classificação, a obra e o destino dos anjos. A palavra de Deus é a única fonte
de informação que merece confiança, e que possui respostas para estas
perguntas. Ela deixa claro que há outra classe de seres superiores ao homem.
A
doutrina dos anjos é fundamentalmente o estudo dos ministros da providência de
Deus (são os agentes especiais de Deus).
Mas,
como toda doutrina, há uma negligência entre os teólogos, que chega a ser
verdadeira rejeição. Considerada pelos estudiosos contemporâneos como a mais
notável e difícil das matérias, por isso tem sido marco da implantação de
grandes seitas e heresias, do mundo atual.
No
princípio do cristianismo, os gnósticos prestavam adoração aos anjos (Cl 2.18);
depois então, na Idade Média, com as crenças absurdas dos rituais de bruxarias
envolvendo culto aos anjos. A evidência de possessão demoníaca e adoração a
demônios de forma veemente em nossos dias. O apóstolo Paulo parece travar
grande luta com a grande idolatria que considerava adoração a demônios (1Co
10.19-21).
Também
a prática acentuada do espiritismo que crescerá assustadoramente nos últimos
dias, conduzindo homens, mulheres e crianças a profundos caminhos de trevas e
cegueira espiritual (1Tm 4.1-2). Histórias seculares, histórias religiosas e a
arqueologia mostram que quase todas as culturas do mundo aceitam a existência
de seres sobrenaturais. Nas tradições pagãs (algumas das quais influenciaram os
judeus de tempos posteriores), os anjos eram, às vezes, considerados divinos, e
outras vezes, fenômenos naturais.
Posteriormente,
os assírios e os gregos deram asas a alguns desses seres semidivinos. Hermes
tinha asas nos calcanhares. Eros, “o espírito voador do amor apaixonado”, tinha
asas afixadas aos ombros. Num tom bastante divertido, os romanos inventaram
Cupido, “o deus do amor erótico”, retratado como um garoto brincalhão que
atirava flechas invisíveis para encorajar romances. Platão (cerca de 427- 347
a.C.) também falava de “anjos da guarda”.
Porém,
as Escrituras Hebraicas atribuem nomes a somente dois anjos: Gabriel, que
iluminou o entendimento de Daniel (Dn 9.21-27), e o arcanjo Miguel, o protetor
de Israel (Dn 12.1). Durante o período do Novo Testamento, os fariseus
acreditavam que os anjos fossem seres sobrenaturais (At 23.8). Os saduceus
diziam: “não há ressurreição, nem anjo, nem espírito” (At 23.8). Nos primeiros
séculos depois de Cristo, dedicava-se a outros assuntos referentes à natureza
de Cristo. Mesmo assim, todos eles acreditavam na existência dos anjos.
Inácio
de Antioquia acreditava que a salvação dos anjos dependia do sangue de Cristo.
Dionísio, em o “Areopagita”, retratou o anjo como “uma imagem de Deus. Irineu
tconstruiu hipóteses a respeito de uma hierarquia angelical. Depois, Gregório
Magno atribuiu aos anjos corpos celestiais. João Calvino acreditava que “os
anjos são despenseiros e administradores da beneficência de Deus para conosco.
Martinho Lutero, em “Conversas à Mesa”, observou como esses seres espirituais,
criados por Deus, servem à Igreja e ao Reino. “Estão em pé diante da face do
Pai, perto do sol, mas sem esforço vêm rapidamente socorrer-nos”.
Na Era
do Racionalismo alguns céticos resolveram chamar os anjos “personificações de
energias divinas, ou princípios bons e maus, ou doenças e influências
naturais”. Já em 1918, alguns eruditos judaicos começaram a ecoar a voz
liberal, afirmando que os anjos não eram reais, pois desnecessários. Isso não
abalou a fé dos evangélicos conservadores que continuam a confirmar a validade
dos anjos.
Foi
talvez o teólogo liberal Paul Tillich (1886 - 1965) quem postulou o conceito
mais radical do período moderno. Considerava os anjos essências platônicas.
Karl Barth (1886 - 1968) e Miliard Erickson (1932), entretanto, encorajavam uma
abordagem mais cautelosa e sadia. Barth, o pai da neo-ortodoxia, achava o
assunto “o mais notável e difícil de todos. Erickson, teólogo conservador,
acrescentou que poderíamos ser tentados a omitir, ou negligenciar, o estudo dos
anjos, porém “se é para sermos estudiosos fiéis da Bíblia, não temos outra
escolha senão falar a respeito deles”.
Muito
se tem escrito no mundo secular e religioso acerca dos anjos, explorando a
credulidade de pessoas espiritualmente carentes e supersticiosas, induzindo-as
à conceituações erradas e falsas sobre o mundo espiritual. Nesta disciplina,
procuraremos aclarar a verdade e a realidade do assunto segundo a revelação
feita pela Bíblia Sagrada. Não poucas passagens das Escrituras ensinam que há
uma ordem de seres celestiais totalmente distintos da humanidade e da
Divindade, que ocupam uma posição exaltada acima da atual posição do homem
caído. Estes seres celestiais são mencionados pelo menos 108 vezes no Antigo
Testamento e 165 vezes no Novo Testamento, e a partir deste conjunto de
Escrituras o estudante pode criar a sua “doutrina dos Anjos”.
Biblicamente,
os termos genéricos usados para anjos, geralmente indicam sua atribuição ou
função. Alguns destes termos encontrados nas Sagradas Escrituras são:
-Hoste;
Se estende a toda formação do exército celestial de Deus (Lc 2.13; Ef 6.12; Hb
12.22); Espíritos (Hb 1.14); Vigias: Como em Dn 4.13,17; Bene Elim: Ou “filhos
poderosos”, é traduzido por “poderosos” no SI 29.1; Bene Elohim: Ou “filhos de
Deus”, termo que inclui Satanás. (Jó 16; 2.1; Sl 29.1; 89.6).
-Elohim:
que, separadamente, é algumas vezes aplicada aos anjos; Estrelas (Ap 12.4); Um
sacerdote (Ml 2.7); O sacerdote é chamado de mensageiro, “anjo” do Senhor;
Santos (Sl 89.5-7); Os seres celestiais (Sl 29.1; 89.6). Um uso mais amplo
ainda inclui também a coluna de nuvem (Êx 14.19). A pestilência (2Sm
24.16,17).Os ventos (Sl 104.4); -As pragas (Sl 78.49. Paulo chamou seu espinho
na carne de anjo.. Os sete anjos das sete igrejas da Ásia Menor podem ter sido
os sete bispos dessas igrejas que visitaram João na Ilha de Patmos.
-Jesus
Cristo diz que tem na Sua mão as sete estrelas (Ap 1.20b). “... As sete estrelas
são os anjos das sete igrejas;
-Principados,
poderes, tronos, dominações e autoridades (Cl 1.16; Rm 38; 1Co 15.24; Ef 6.12;
Cl 2.15); e
-Congregação/
assembléia (Sl 89.6,7).Os anjos são mensageiros ou servidores celestiais de
Deus (Hb 1.14). “Não são, porventura, todos eles espíritos ministradores,
enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação”?
Quanto
à origem dos anjos, dois fatos devem ser levados em conta:
O
primeiro é que os anjos não existem desde a eternidade. Isto por um lado é
mostrado pelos versículos que falam de sua criação, Ne 9.6: “Tu fizeste o céu,
o céu dos céus, e todo o seu exército” Sl 148.2,5: “Louvai-o todos os seus
anjos; louvai-o todas as suas legiões celestes... louvem o nome do Senhor, pois
mandou ele, e foram criados”. Por outro lado está subentendido na declaração de
1Tm 6.16, onde afirma que Deus é “o único que possui imortalidade”.
O
segundo fato diz respeito a época de sua criação. Não é indicada com precisão
em parte alguma na Bíblia, contudo é mais provável que tenha se dado juntamente
com a criação dos céus em Gn 1.1. Pode ser que Deus os tenha criado
imediatamente após ter criado os céus e antes de ter criado a terra, pois de
acordo com Jó 38.4-7, “rejubilaram todos os filhos de Deus” quando Ele lançava
os fundamentos da terra.
Quanto
à sua existência dos anjos é claramente demonstrada pelo ensino, tanto do
Antigo, quanto do Novo Testamentos. São inúmeros os textos do Antigo Testamento
que comprovam a realidade da existência dos anjos. Queremos, no entanto,
destacar apenas os que se seguem: Gn 32.1,2; Jz 6.11ss; 1Rs 19.5; Ne 9.6; Jó
1.6; 2.1; Sl 68.17; 91.11; 104.4; Is 6.2,3; Dn 8.15-17. A Bíblia fala da
manifestação dos anjos na obra da criação do mundo físico (Jó 38.6,7). Eles
estavam presentes quando Moisés recebeu de Deus as tábuas da Lei (Hb 2.2); no
nascimento de Jesus (Lc 2.13); quando foram servir ao Senhor Jesus no deserto
da tentação (Mt 4.11); na ressurreição de Cristo (Mt 28.2; Lc 24.4,5); na
ascensão de Cristo (At 1.10
Quanto
à origem dos anjos, a época de sua criação não é indicada com precisão em parte
alguma, mas é provável que tenha se dado juntamente com a criação dos céus. Os
anjos foram criados para darem glória, honra e ações de graça a Deus; para
adorarem a Cristo (Hb 1.6); para cumprirem os propósitos de Deus: proteção de
Israel (Dn 12.1), luta contra Satanás (Jd 9; Ap 12.7), anunciar a vinda de
Cristo (1Ts 4.16), guardarem o trono de Deus (Ez 10.1-4), se preocuparem com a
adoração a Deus perante o Seu Santo Trono (Is 6.2-7), assistirem a Deus em sua
obra Soberana (Cl 1.16; 2.10; Ef 1.21; 3.10).
Vale
dizer que existem anjos bons e anjos maus e várias passagens das Escrituras
indicam que há um número muito grande de anjos (Dn 7.10; Mt 26.53; Sl 68.17; Lc
2.13; Hb 12.22), e são repetidamente mencionados como exércitos dos céus ou de
Deus; mas a quantidade existente de anjos é única e incontável, porque desde
que foram criados não foram aumentados nem diminuídos. Eles não procriam e
foram criados de uma vez pelo poder da Palavra de Deus. Não são seres humanos
glorificados, não são os filhos de Deus, mas são seres espirituais, porque
diferentes dos homens, eles não estão limitados às condições naturais e
físicas. Aparecem e desaparecem, e movimentam-se com uma rapidez imperceptível
sem usar meios naturais. Apesar de serem espíritos, têm o poder de assumir a
forma de corpos humanos a fim de tornar visível sua presença aos sentidos do
homem (Gn 19.1-3). São, quase sempre, espíritos invisíveis, possuindo corpos
espirituais e participando do exército de Deus. São seres racionais morais e
imortais, mas não eternos.
A
imortalidade dos anjos está ligada ao sentido de que os anjos bons não estão
sujeitos a morte (Lc 20.35-36), além de serem dotados de poder formando o
exército de Deus, uma hoste de heróis poderosos, sempre prontos para fazer o
que o Senhor mandar (Sl 103.20; Cl 1.16; Ef 1.21; 3.10; Hb 1.14) enquanto que
os anjos maus formam o exército de Satanás empenhado em destruir a obra do
Senhor (Lc 11.21; 2Ts 2.9; 1 Pe 5.8). Os Anjos não são oniscientes, são
inteligentes. E, no caso dos anjos caídos, eles conhecem a sua capacidade de
fazer o mal, porque são poderosos, porque seu poder deriva de Deus; porém, esse
poder angelical é superior, mas não supremo. Deus simplesmente lhes empresta o
seu poder.
Creio
que muitos anjos não possuem asas. Eles são “espíritos puros”, não compostos de
matéria, mas compostos de essência e existência, de ação e de potencialidade,
escreveu Tomás de Aquino. Em religiões não cristãs, a idéia de como são os
anjos varia, particularmente com as personalidades angelicais específicas, uma
vez que são percebidos, ou imaginados por diferentes grupos. Não estamos sempre
atentos à sua presença porque os anjos nem sempre fazem aparições visíveis. Os Anjos
“são incomparáveis entre as criaturas, mas nem por isso deixam de ser
criaturas”. Uma designação especial no Antigo Testamento é “O ANJO DO SENHOR”.
Podemos ler 60 ocorrências no Antigo Testamento, onde sua aparição e autoridade
o classifica de forma especial (Gn 16.11; 16.13; 18.2; 18.13-33; 22.11-18;
24.7; 31.11-13; 32.24-30; Êx.3.2-6; Jz.2.1; 6.11-14; 13.21,22).
Quanto
ao Arcanjo Miguel, no Novo Testamento, Miguel aparece apenas em duas ocasiões.
Em Jd 9, há referência a uma disputa entre Miguel e o diabo com respeito ao
corpo de Moisés. Essa passagem é bastante polêmica. Quanto a Gabriel, aparece
quatro vezes nas Escrituras como revelador do propósito de Jeová quanto ao
futuro de Israel. No Novo Testamento trouxe a Zacarias a mensagem do nascimento
João (Lc 1.11-20) e foi ele que veio com a maior de todas as mensagens à Maria
quanto ao nascimento de Cristo e o Seu ministério como Rei sobre o trono de
Davi (Lc 1.26-33). Há ainda Querubins e os Serafins que significam “ardentes”,
“queimadores”, “irradiantes da glória de Deus”, “brilhantes de Deus”,
“incandescidos de Deus”. Declaram a glória incomparável de Deus e a sua
santidade suprema.
Em
tempos remotos, houve rebelião entre os seres espirituais, nos lugares elevados
(Jó 4.18; Mt 25.41; 2Pe 2.4). O mais elevado dos anjos “querubim ungido”,
encabeçou essa rebelião. Por certo há muitas ordens de seres angelicais,
algumas dotadas de grande poder, e outras de poder inferior aos homens, algumas
elementares, talvez similares aos animais irracionais, e outras com
inteligência ainda inferior aos irracionais.
SATANÁS,
O ANJO DECAÍDO, foi um elevado anjo, criado perfeito e bom. Foi designado como
ministro junto ao trono de Deus, porém num certo tempo, antes de o mundo
existir, rebelou-se e tornou-se o principal adversário de Deus e dos homens (Ez
28.12-15). Satanás na sua rebelião contra Deus arrastou consigo uma grande
multidão de anjos inferiores (Ap 12.4). Satanás e muitos desses anjos
inferiores decaídos foram banidos para a terra e sua atmosfera circundante, onde
operam limitados segundo a vontade permissiva de Deus.
O
império do mal sobre o qual Satanás reina é altamente organizado e exerce
autoridade sobre regiões do mundo inferior, os anjos caídos (Ap 12.7), os
homens perdidos (Jo 12.31; Ef 2.2) e o mundo em geral (Lc 4.5,6; 2Co 4.4).
Satanás não é onipresente, onipotente, nem onisciente; por isso a maior parte
da sua atividade é delegada a seus inumeráveis demônios (Ap 16.13,14).
Jesus
veio à terra a fim de destruir as obras de Satanás (1Jo 3.8), de estabelecer o
reino de Deus e de livrar o homem do domínio de Satanás (1Jo 3.8), Lc 4.19;
13.16; At 26.18). Cristo, pela sua morte e ressurreição, derrotou Satanás e
ganhou a vitória final de Deus sobre ele (Hb 2.14). No fim da presente era,
Satanás será confinado ao abismo durante mil anos (Ap 20.1-3). Depois disso
será solto, após o que fará uma derradeira tentativa de derrotar Deus,
seguindo-se sua ruína final, que será o seu lançamento no lago do fogo (Ap
20.7-10).
Satanás
atualmente guerreia contra Deus e seu povo (Ef 6.11-18), procurando desviar os
fiéis da sua lealdade a Cristo (2Co 11.3) e fazê-los pecar e viver segundo o
sistema do mundo (1Tm 5.15). O cristão deve sempre orar por livramento do poder
de Satanás, para manter-se alerta contra seus ardis e tentações (Ef 6.11), e
resistir-lhe no combate espiritual, permanecendo firme na fé (Ef 6.10-18).
Satanás
é um ser inteligente, hostil e traiçoeiro. A Bíblia inteira o apresenta
resistindo a Deus e perturbando a paz das nações com guerra, destruição e
misérias. As Escrituras se referem a este ser poderoso através de substantivos
próprios e pronomes pessoais diferentes, como: a) Satanás (1Cr 21.1; Jó 1.6; Lc
10.18; Ap 20.2 etc.); b)- Diabo (Mt 13.39; Jo 13.2 etc.); c) Dragão (Is 51.9;
Ap 12.3,7 etc.). d)- A Antiga serpente (Gn 3.1; Is 27.1 etc.); e)-Belzebu (Mt
10.25; 12.24,27; f)- Belial ou Beliar (2Co 6.15); g)- Lúcifer; h)- Maligno (Mt
13.19,38; 2Co 6.15 etc); i)- Tentador (Gn 3.1; Jó 2.7; Mt 4.3; Mc 1.13; Jo 13.2
etc.); j)- deus deste século (2Co 4.4); k)- Príncipe da potestade do ar (Ef
2.2; 6.12;. l)- Príncipe deste mundo (Jo 12.31; 14.30; m)- O Adversário (1Pe
5.8; Ap 7.17; 20.2).
O termo
“demônio” aparece somente três vezes no Velho Testamento (Dt 32.17; Sl 106.37;
Lv 17.7). No Novo Testamento, a palavra “demônio” (gr. daimon ou daimonion)
assumiu o sentido de malignidade, pois eles são seres espirituais,
inteligentes, impuros e com poder para afligir e contaminar os homens moral e
espiritualmente. O termo daimon ocorre em Mt 8.31; e daimoniodes apenas em Tg
3.15. Os demônios são espíritos sem corpos de habitantes de uma raça
pré-adâmica. Satanás é um anjo, e é chamado príncipe dos demônios (Mt 12.24),
indicando que os demônios são anjos e não uma raça pré-adâmica. Além disso,
Satanás tem uma hierarquia bem organizada de anjos (Ef 6.11-12), e é razoável
supor que estes sejam demônios.
Na
Bíblia, os demônios são seres espirituais com personalidade e inteligência.
Como súditos de Satanás, inimigos de Deus e dos seres humanos (Mt 12.43-45),
são malignos, destrutivos e estão sob a autoridade de Satanás (Mt 4.10 nota).
Os demônios são a força motriz que está por trás da idolatria, de modo que
adorar falsos deuses é praticamente o mesmo que adorar demônios (1Co 10.20).
O Novo
Testamento mostra que o mundo está alienado de Deus e controlado por Satanás
(Jo 12.31; 2Co 4.4; Ef 6.10-12). Os demônios são parte das potestades malignas;
o cristão tem de lutar continuamente contra eles (Ef 6.12). Os demônios podem
habitar no corpo dos incrédulos, e, constantemente, o fazem (Mc 5.15; Lc 4.41;
8.27,28; At 16.18) e falam através das vozes dessas pessoas. Escravizam tais
indivíduos e os induzem à iniqüidade, à imoralidade e à destruição. Os demônios
podem causar doenças físicas (Mt 9.32,33; 12.22; 17.14-18; Mc 9.17-27; Lc 13.11,16),
embora nem todas as doenças e enfermidades procedam de espíritos maus (Mt 4.24;
Lc 5.12,13). Aqueles que se envolvem com espiritismo e magia (isto é,
feitiçaria) estão lidando com espíritos malignos, o que facilmente leva à
possessão demoníaca (At 13.8-10; 19.19; Gl 5.20; Ap 9.20,21).
Jesus
derrotou Satanás, em parte pela expulsão de demônios e, de modo pleno, através
da sua morte e ressurreição (Jo 12.31; 16.17; Cl 2.15; Hb 2.14). Deste modo,
Ele aniquilou o domínio de Satanás e restaurou o poder do reino de Deus.
As
Escrituras ensinam que nenhum verdadeiro crente, em quem habita o Espírito
Santo, pode ficar endemoninhado; isto é, o Espírito e os demônios nunca poderão
habitar no mesmo corpo (2Co 6.15,16). Os demônios podem, no entanto,
influenciar os pensamentos, emoções e atos dos crentes que não obedecem aos
ditames do Espírito Santo (Mt 16.23; 2Co 11.3,14). Portanto, os demônios não
são coisas impensantes, mas conhecem a Jesus e até falam dele como “o filho do
Altíssimo” (Mc 5.6,7). Tiago escreveu que os demônios crêem e estremecem (Tg
2.19).
Quanto
à natureza moral dos demônios é inegável que eles se corromperam indo após
Lúcifer, praticando toda a sorte de perversão e depravação espiritual. Por
isso, eles são chamados “espíritos imundos” (Mt 10.1; Mc 1.27; 3.11; Lc 4.36;
At 8.7, Ap 16.13). Na rebelião promovida por Lúcifer, este arrastou consigo uma
grande multidão de seres angelicais (Mt 25.41; Ap 12.4). Depois, ele organizou
sua própria corte com os anjos que o seguiram, distinguindo-os em “principados,
potestades e dominadores das trevas e hostes espirituais da maldade” (Ef 6.12).
Os
anjos que trocaram a sua habitação pela oferta do rebelde Lúcifer,foram banidos
da presença de Deus e seguiram a liderança de Lúcifer. Assim, para terminar,
todos os demônios serão lançados juntamente com Satanás para dentro do lago de
fogo. “Então, dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim,
malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos” (Mt 25.41).
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