https://youtu.be/yLKpbEZmND4?si=fGaLFcVR5dFYcTmi
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O uso
de artilharia por países totalitários
Um fato
que há algum tempo vem me chamando à atenção, mas só parei para analisar por
esses dias é o porquê de países totalitário como Rússia, China e Coreia do
Norte investirem tanto em artilharia de foguetes, a maioria do poder bélico
desses países vem daí, mísseis balísticos e de cruzeiro que podem transportar
ogivas convencionais ou nucleares. Tentarei expor aqui uma provável motivação
disso, um aspecto que até então nunca vi ninguém abordar, então vamos a ele.
Países
totalitários vêm fazendo uso desse tipo de arma que é um ramo da arma de
artilharia denominada internacionalmente de “artilharia de foguetes” usam-na
para ameaçar trazer pânico e em alguns casos infringir perdas a seus
adversários. Inaugurada na Segunda Guerra Mundial pela Alemanha Nazista que
lançou seus foguetes V-1 e V-2 sobre a população civil da Inglaterra, tem sido
este tipo de arma a preferida de ditadores e autocratas como Xi Jinping, Putin,
Kim Jong-Un, Ali Khamenei, para aterrorizar seus vizinhos e ameaçar o mundo, a
partir daqui vou explorar o porquê disso.
Um
exército é composto por vários tipos de tropas denominadas armas, cada qual com
sua especialidade e função, falarei das três principais são elas infantaria
cavalaria e a artilharia; a infantaria consiste em tropa a pé que no combate
vai na frente apoiada pela cavalaria com seus veículos blindados e tanques, é o
grosso de um exército é quem combaterá corpo a corpo são os homens que veem o
branco do olho inimigo, a artilharia por sua vez fica posicionada á retaguarda,
muitas veze a quilômetros de distância de onde o combate esta ocorrendo, é uma
tropa menor e mais especializada, faz seus tiros com base em coordenadas
informadas pela infantaria, cavalaria ou comando da operação, é uma tropa que
muitas das vezes nem vê o inimigo tão pouco o estrago que seus tiros causam a
ele, tal arma pode ser dividida em artilharia convencional, que usa obuseiros
“canhões” e a de foguetes, que usa foguetes e mísseis.
Se a
artilharia convenciona já fica longe da linha de combate a de foguetes muitas
vezes nem no campo de batalha está, limitando-se ao território do seu país o
ditador com auxílio de menos pessoas pode ameaçar ou infligir grandes perdas
aos seus vizinhos e causar terror no mundo, bastando a ameaça do “apertar de um
botão”. Pode não parecer, mas manter engenheiros e especialistas para construir
e operar essas armas é mais fácil, barato e confiável, do ponto de vista do
ditador, que manter uma grande tropa de infantaria equipada e preparada para
uma incursão terrestre (além do fato de que o terror que um míssil causa é
maior que de uma tropa aquartelada) é precisamente este o ponto que quero
chegar.
Um
homem não vai para uma guerra enfrentar a morte se não estiver altamente
motivado ou for coagido de alguma forma é aí que se diferencia o soldado
mandado para lutar e o mandado para morrer, o homem para ir à guerra lutar tem
que estar altamente motivado, ele tem que entender que defenderá algo que vale
mais que sua própria vida, caso contrario não vai; o soldado americano por
muito tempo foi esse cara altamente motivado, ele entendia que a guerra era
para defender a sua família, o seu país o estilo de vida que ele ama, (hoje não
tenho mais certeza se ainda é assim). O filme “Sniper Americano” mostra bem
isso. Essa questão motivacional e moral é tão importante que exércitos usam
armas de guerra psicológica para miná-la, o soldado sem motivação sem moral
deserta ou se rende, tendo isso em conta vocês acham que um norte-coreano ou um
chinês iriam para uma guerra defender com a vida o regime que trucida seus
familiares e conterrâneos? Creio que não, é aí que entra artilharia de
foguetes, o ditador não precisa formar um exército, não precisa de centenas de
milhares de homens leais e motivados para defender seu regime, basta um seleto
grupo que muita das vezes faz parte da cúpula do regime para construir, manter
e operar sistemas de foguetes e mísseis dentro de seu próprio território, de
modo que com um “apertar de botão” possa gerar terror e pânico no mundo.
Ninguém
sabe como um soldado chinês se comportaria assim que colocasse os pés fora da
China, tão pouco um norte-coreano, estes regimes teriam que criar um sistema
para controlar esses soldados e fazer com que eles entrem em combate fora do
território chinês sem deserções e baixas, a Ucrânia está sendo um laboratório
disso, pois a Rússia vem desde o início da guerra enfrentando dificuldades com
baixa moral da tropa deserções falta de treinamento e fuga de jovens de seu
território o que vem os obrigar a recrutar prisioneiros e mercenários que tem
motivações diferentes do soldado convencional, nesse contexto os chechenos
foram usados na retaguarda para manter as linhas de soldados russos de forma
que não recuassem, essa técnica (se é que podemos chamar assim) é antiga no
exército vermelho foi usada na Segunda Guerra Mundial, soldado que recuasse era
imediatamente fuzilado pelos seus superiores que para isso empregavam muitas
vezes a única metralhadora que a unidade tinha, dessa forma ou o soldado ia
para cima do inimigo, ou morria nas mãos dos seus superiores, afinal ninguém em
sã consciência iria para uma guerra para defender um regime ditatorial
sanguinário.
Ditadores
de países totalitários como sabem disso e exatamente por isso nunca tentaram
uma incursão terrestre contra o ocidente, coisa que a Rússia na época da URSS
sempre evitou (e provavelmente pelo menos por agora não fará), no lugar disso
investe pesado em artilharia de foguetes, pois de dentro de seus territórios
sentados em seus gabinetes ditadores podem ordenar o apertar de um botão não
dependendo da lealdade e destreza de soldado nenhum, dessa forma podem impor
terror ao mundo atacando populações civis, é com isso que ameaçam o mundo e não
com suas tropas, são os dentes de um covarde.
A
questão do “lutar por algo mais valiosos que a própria vida” abre leque para
mais alguns pontos, como a ideia moderna de que a vida humana terrena é o bem
mais valioso, isso influência muito nas políticas de defesa, mas não entrarei
nesta questão agora, pois seria tópico para mais algumas páginas, com isso caro
leitor espero que tenha ficado claro a ideia, entenda que o objetivo foi
apresentar um pequeno ponto para levantar uma questão, ficarei por aqui, existe
muito mais para explorar, mas deixemos para uma próxima.
Artigo
escrito por Leandro Gouveia.
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