sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

REFLEXÃO ...+01+01

 

https://youtu.be/yLKpbEZmND4?si=fGaLFcVR5dFYcTmi //MICAL

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O uso de artilharia por países totalitários

Um fato que há algum tempo vem me chamando à atenção, mas só parei para analisar por esses dias é o porquê de países totalitário como Rússia, China e Coreia do Norte investirem tanto em artilharia de foguetes, a maioria do poder bélico desses países vem daí, mísseis balísticos e de cruzeiro que podem transportar ogivas convencionais ou nucleares. Tentarei expor aqui uma provável motivação disso, um aspecto que até então nunca vi ninguém abordar, então vamos a ele.

 

Países totalitários vêm fazendo uso desse tipo de arma que é um ramo da arma de artilharia denominada internacionalmente de “artilharia de foguetes” usam-na para ameaçar trazer pânico e em alguns casos infringir perdas a seus adversários. Inaugurada na Segunda Guerra Mundial pela Alemanha Nazista que lançou seus foguetes V-1 e V-2 sobre a população civil da Inglaterra, tem sido este tipo de arma a preferida de ditadores e autocratas como Xi Jinping, Putin, Kim Jong-Un, Ali Khamenei, para aterrorizar seus vizinhos e ameaçar o mundo, a partir daqui vou explorar o porquê disso.

 

Um exército é composto por vários tipos de tropas denominadas armas, cada qual com sua especialidade e função, falarei das três principais são elas infantaria cavalaria e a artilharia; a infantaria consiste em tropa a pé que no combate vai na frente apoiada pela cavalaria com seus veículos blindados e tanques, é o grosso de um exército é quem combaterá corpo a corpo são os homens que veem o branco do olho inimigo, a artilharia por sua vez fica posicionada á retaguarda, muitas veze a quilômetros de distância de onde o combate esta ocorrendo, é uma tropa menor e mais especializada, faz seus tiros com base em coordenadas informadas pela infantaria, cavalaria ou comando da operação, é uma tropa que muitas das vezes nem vê o inimigo tão pouco o estrago que seus tiros causam a ele, tal arma pode ser dividida em artilharia convencional, que usa obuseiros “canhões” e a de foguetes, que usa foguetes e mísseis.

 

Se a artilharia convenciona já fica longe da linha de combate a de foguetes muitas vezes nem no campo de batalha está, limitando-se ao território do seu país o ditador com auxílio de menos pessoas pode ameaçar ou infligir grandes perdas aos seus vizinhos e causar terror no mundo, bastando a ameaça do “apertar de um botão”. Pode não parecer, mas manter engenheiros e especialistas para construir e operar essas armas é mais fácil, barato e confiável, do ponto de vista do ditador, que manter uma grande tropa de infantaria equipada e preparada para uma incursão terrestre (além do fato de que o terror que um míssil causa é maior que de uma tropa aquartelada) é precisamente este o ponto que quero chegar.

 

Um homem não vai para uma guerra enfrentar a morte se não estiver altamente motivado ou for coagido de alguma forma é aí que se diferencia o soldado mandado para lutar e o mandado para morrer, o homem para ir à guerra lutar tem que estar altamente motivado, ele tem que entender que defenderá algo que vale mais que sua própria vida, caso contrario não vai; o soldado americano por muito tempo foi esse cara altamente motivado, ele entendia que a guerra era para defender a sua família, o seu país o estilo de vida que ele ama, (hoje não tenho mais certeza se ainda é assim). O filme “Sniper Americano” mostra bem isso. Essa questão motivacional e moral é tão importante que exércitos usam armas de guerra psicológica para miná-la, o soldado sem motivação sem moral deserta ou se rende, tendo isso em conta vocês acham que um norte-coreano ou um chinês iriam para uma guerra defender com a vida o regime que trucida seus familiares e conterrâneos? Creio que não, é aí que entra artilharia de foguetes, o ditador não precisa formar um exército, não precisa de centenas de milhares de homens leais e motivados para defender seu regime, basta um seleto grupo que muita das vezes faz parte da cúpula do regime para construir, manter e operar sistemas de foguetes e mísseis dentro de seu próprio território, de modo que com um “apertar de botão” possa gerar terror e pânico no mundo.

 

Ninguém sabe como um soldado chinês se comportaria assim que colocasse os pés fora da China, tão pouco um norte-coreano, estes regimes teriam que criar um sistema para controlar esses soldados e fazer com que eles entrem em combate fora do território chinês sem deserções e baixas, a Ucrânia está sendo um laboratório disso, pois a Rússia vem desde o início da guerra enfrentando dificuldades com baixa moral da tropa deserções falta de treinamento e fuga de jovens de seu território o que vem os obrigar a recrutar prisioneiros e mercenários que tem motivações diferentes do soldado convencional, nesse contexto os chechenos foram usados na retaguarda para manter as linhas de soldados russos de forma que não recuassem, essa técnica (se é que podemos chamar assim) é antiga no exército vermelho foi usada na Segunda Guerra Mundial, soldado que recuasse era imediatamente fuzilado pelos seus superiores que para isso empregavam muitas vezes a única metralhadora que a unidade tinha, dessa forma ou o soldado ia para cima do inimigo, ou morria nas mãos dos seus superiores, afinal ninguém em sã consciência iria para uma guerra para defender um regime ditatorial sanguinário. 

 

Ditadores de países totalitários como sabem disso e exatamente por isso nunca tentaram uma incursão terrestre contra o ocidente, coisa que a Rússia na época da URSS sempre evitou (e provavelmente pelo menos por agora não fará), no lugar disso investe pesado em artilharia de foguetes, pois de dentro de seus territórios sentados em seus gabinetes ditadores podem ordenar o apertar de um botão não dependendo da lealdade e destreza de soldado nenhum, dessa forma podem impor terror ao mundo atacando populações civis, é com isso que ameaçam o mundo e não com suas tropas, são os dentes de um covarde.

 

A questão do “lutar por algo mais valiosos que a própria vida” abre leque para mais alguns pontos, como a ideia moderna de que a vida humana terrena é o bem mais valioso, isso influência muito nas políticas de defesa, mas não entrarei nesta questão agora, pois seria tópico para mais algumas páginas, com isso caro leitor espero que tenha ficado claro a ideia, entenda que o objetivo foi apresentar um pequeno ponto para levantar uma questão, ficarei por aqui, existe muito mais para explorar, mas deixemos para uma próxima.

 

Artigo escrito por Leandro Gouveia.

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