- PRAIA DA PENHA
Situada em frente à igreja Nossa Senhora da Penha. Conta com barracas,
quadra de esportes e equipamentos de ginástica.
- PRAIA DO BOGARI
Entrada pelo Colégio João Florêncio Gomes. Nela está localizado o Clube
Cabana do Bogari e muitas barracas onde são servidos mariscos, cozido e
pirão de aipim com carne de sol.
- CABANA DO BOGARY
Clube dos sub-oficiais e Sargentos da Marinha. A História do Clube Cabana
do Bogary tem início com uma barraca de praia chamada Cabana do
Marinheiro, que existia no local onde hoje está instalada a cozinha do
clube. A barraca era o ponto de encontro de tripulantes dos navios que
ancoravam em Salvador. Marinheiros de todo o país e do estrangeiro se
reuniam para beber e confraternizar. Por volta de 1948, o prefeito da
cidade doou o terreno próximo à Cabana para ser construído um clube.
Somente em 02 de julho de 1952 foi fundada a Cabana do Bogary, recebendo
o nome da praia onde está situada. O clube foi registrado como sociedade
civil de direito privado, vinculado ao Comando do Segundo Distrito Naval.
Conforme prega o estatuto do clube, a entidade é dedicada ao uso social,
recreativo e cultural dos Sub-oficiais e Sargentos da Marinha, da ativa
ou reserva. Hoje, no entanto, a Cabana do Bogary realizou convênio também
com o Exército, a Aeronáutica e a Polícia Militar. Os civis só podem se
associar quando indicados por um membro do clube. Atualmente estão
cadastrados 308 sócios. De dois em dois anos, no mês de abril, é
realizada eleição para a direção do clube.
A Cabana oferece salão de dança (com capacidade para 400 pessoas), salão
de jogos, churrasqueira, cozinha e sala polivalente. Durante todo o ano
acontecem campeonatos de futebol de salão, sinuca, baralho e dominó. O
salão de dança e a quadra são freqüentemente alugados para não-sócios.
Aos domingos acontecem apresentações de grupos musicais a preços
populares.
- LARGO DA RIBEIRA
O Largo da Ribeira, também conhecido como Largo da Penha, é o centro do
bairro da Ribeira. Formado pela junção de duas praças, a Praça General
Osório e a Praça General Justos, o Largo está localizado no final da
Avenida Porto dos Tainheiros, entre a avenida e a Ponta da Penha.
Protegido por velhas árvores, o Largo da Ribeira convida os visitantes à
contemplação do mar calmo da Baía de Todos os Santos, sendo um dos pontos
mais paradisíacos da península. Segundo o Sr. Miguel Gesy Lopes, morador
da Península de Itapagipe, os visitantes que se dirigiam ao Largo geraram
o costume de chamar a região de Itapagipe de Ribeira.
Na região da Penha, como conta o historiador Luiz Henrique Dias Tavares,
a família Garcia D’ávila iniciou sua trajetória de enriquecimento,
fundando aí uma Olaria e Curral. Mais tarde, foi o local preferido pelas
famílias abastadas da cidade para construção de residências de veraneio.
Ao lado, na Ponta da Penha, casais namoravam sentados à sombra de grandes
tamarindeiros e assistiam as apresentações de Ternos de Reis.
No Largo da Ribeira encontramos o final de linha da Ribeira, terminal de
ônibus do bairro. O Largo atrai muitos visitantes e moradores que buscam
o local para apreciar as delícias da famosa Sorveteria da Ribeira, jogar
dominó com os amigos ou simplesmente apreciar a paisagem bucólica da
península. O tradicional Clube de Regatas Itapagipe desponta imponente no
centro do Largo, próximo ao único teatro do bairro, o Espaço Cultural
Cena Um. No lado oposto, junto à Ponta da Penha, a Marina da Penha é
opção para festas e shows.
- LARGO DO PAPAGAIO
Um dos maiores largos da Península de Itapagipe, o Largo do Papagaio está
localizado em uma das entradas para a Ribeira, entre o Caminho de Areia e
a Avenida Porto dos Mastros de um lado e a Rua Visconde de Caravelas de
outro. Seu nome é motivo de controvérsia. Segundo Therezinha Paim,
técnica de guia de turismo, o nome “papagaio” tem sua origem nas peças
que os trabalhadores dos navios traziam e deixavam no local. Essas
pesadas peças de navio eram chamadas de papagaios. Uma outra teoria,
defendida pela escritora e poetisa Cecy Ramos é que neste local existiam
muitos exemplares de uma ave falante que fazia ninhos nas palmeiras e que
foi identificada como papagaio.
No Largo do Papagaio existia um campo de futebol, chamado Campo do
Papagaio, muito freqüentado e disputado pelos praticantes desse esporte.
Na época em que a Federação Baiana treinava no Campo da Graça, muitos
jogadores profissionais treinavam no Campo do Papagaio. Os jogos oficiais
aconteciam aos domingos e atraiam torcedores e vendedores ambulantes. No
local existiu também a Fábrica Machado, do Sr. Machado, cujo palacete se
localiza também no Largo hoje pertencente ao SESI.
O Largo do Papagaio é hoje um dos principais espaços de lazer de
Itapagipe, principalmente esportivo. Em 2003 foi reformado passando a
contar com duas quadras de esportes, equipamentos de ginástica e parque
infantil, além de bancos e jardins. Muitos jovens se reúnem nas quadras e
na prática de skate. Se em tempos passados o Largo da Madragoa era o
ponto da paquera, hoje, o Largo do Papagaio assume essa característica
também. À noite, o movimento no Largo aumenta com visita de grupos de
amigos e casais. Ao redor do Largo encontramos a Escola Municipal
Baronesa de Sauípe, o Clube do Sesi Itapagipe e o popular Campo do Lasca.
- LARGO DA MADRAGOA
O Largo da Madragoa surgiu com o aterro de uma área de manguezal para a instalação
de um circo. No local havia um matagal que os moradores tinham o costume
de queimar, construindo uma fogueira no centro. A praça foi inaugurada em
27 de dezembro de 1903, pelo administrador do município, José Eduardo
Freire de Carvalho Filho. Contava então com um jardim com árvores, um
coreto e um gradil para evitar a depredação da área verde.
O nome Madragoa foi dado por ter sido este o lugar onde vivia o crustáceo
denominado pelos índios de “madragol”. O largo já foi uma das mais
importantes áreas de lazer sócio-cultural da península, sobretudo para a
juventude. O Cinema Itapagipe atraía muitos grupos de amigos e casais,
tendo existido de 1920 a 1965. Hoje, no lugar das ruínas do antigo cinema
foi construído um posto de gasolina. Era um dos locais preferidos para o
“footing”: jovens moços permaneciam encostados no gradil esperando a
passagem das moças, que circulavam dando voltas pelo largo. Ao passarem
pelos rapazes, as moças recebiam galanteios respeitosos e correspondiam
ou não com olhares e risadinhas. Segundo Alcimar Costa Silva, “os
canteiros eram protegidos por pedras brancas, roliças, que se destacavam
à noite, à luz dos lampiões. Aos domingos e feriados as filarmônicas
tocavam canções como Viúva Alegre, Trovador e Guarani. Eram elas: Recreio
do Pilar e São Brás, Carlos Gomes e a famosa Filarmônica Lira de Apolo.
Elas paravam de tocar às 22 horas e o gradil em volta do largo se
fechava, a fim de preservar o grande numero de plantas ornamentais que lá
existiam. (Fonte: trecho retirado de COSTA SILVA, Alcimar”. Península de
Itapagipe – Históri, tradições e cultura Popular”. Editora Pórtico,
2003.)
Ao redor do Largo da Madragoa havia a tradicional Farmácia Britto, de
propriedade do senhor Secundino Britto, que era administrador da praça.
Uma tradicional e numerosa família, a do Dr. Dórea, abria as portas do
seu casarão às famílias conhecidas para a comemoração dos gritos de
carnaval e bailes à fantasia. A família Pereira era a dona da Casa Ande,
de materiais esportivos, no local onde hoje é o Ribeira Shopping. Na
época do Natal, festas eram organizadas pelo locutor Pacheco Filho, que
morava em frente ao Largo.
- HIDROPORTO DOS TAINHEIROS
O primeiro aeroporto de Salvador estava localizado na Ribeira, na Avenida
Porto dos Tainheiros, em área dos pescadores de tainhas, que tiveram que
abandonar o espaço. O local era utilizado antes como um píer de madeira e
em 1922 serviu de parada para a primeira viagem sobre o Atlântico Sul,
pelo Almirante Gago Coutinho e Sacadura Cabral. Foi construído o Hidroporto
entre 1937 e 1939, impulsionado pela descoberta de um poço de petróleo no
bairro do Lobato.
Os aviões, chamados de hidroaviões, de modelo Catalina, decolavam do mar
e como era na água, ao invés de aterrissar eles amerissavam. Era
conhecido como Aeroporto dos Tainheiros. Tinha instalações luxuosas, com
sala de espera, sala de bagagem, espaço para agências e companhias aéreas
e um restaurante-bar. Os hidroaviões amerissavam em uma ponte em forma de
Y. À noite formavam uma fileira de canoas com tochas para iluminar o
lugar onde pousariam os hidroaviões. Quando os aviões se aproximavam era
tocada uma sirene para alertar aos banhistas e condutores de barcos para
que se afastassem do local de pouso, a fim de evitar acidentes.
Autoridades e personalidades da época chegaram a Salvador através do
Hidroporto dos Tainheiros como o ex-presidente Getúlio Vargas e sua
esposa, Darci Vargas, os artistas brasileiros Raul Roulien, Silvio
Caldas, Orlando Silva e artistas internacionais como Errol Flynn, Lew
Ayres, John Bolles, entre outros.
Com a Construção do atual Aeroporto de Salvador, por volta de 1943, o
Hidroporto dos Tainheiros foi desativado e por algum tempo serviu de sede
da Associação dos Radio Amadores – LABRE. Depois, abrigou o Cube dos
Sargentos da Marinha e posteriormente no lugar funcionou uma boate. Na
década de oitenta, o antigo Hidroporto foi motivo de uma batalha entre
moradores de Itapagipe e uma empresa náutica, interessada em transformar
o espaço em marina. Os moradores, através do AMAI – Associação de
Moradores e Amigos de Itapagipe – reclamaram a transformação do
Hidroporto em espaço cultural para a comunidade e alegaram que a marina
afetaria a raia das competições de remo, tradicional esporte da
península. Atualmente o antigo Hidroporto dos Tainheiros abriga uma
marina, mas a raia de remo foi mantida.
-IGREJA MATRIZ DE N. S. DA PENHA E PALÁCIO DE VERÃO DO ARCEBISPO
O conjunto localiza-se à beira-mar, no extremo da península de Itapagipe.
Sua ambiência é formada pela praia, casas de aspecto simples, em sua
maioria residenciais, e frondosos tamarindeiros. Notável implantação
paisagística.
Conjunto de notável mérito arquitetônico formado pelo Palácio de Verão do
Arcebispo e sua capela, ligados por uma "loggia" com galeria
superposta. O pequeno ângulo formado pelos dois edifícios dá maior
movimento à composição. O palácio se estrutura em torno de um saguão
central, para onde convergem os demais cômodos. A nave possui tetos com
painéis pintados, de autoria desconhecida. Existem restos quebrados de
azulejos de vários padrões polícromos revestindo a terminação da torre, e
um curioso mosaico de pedaços de azulejo cobrindo o frontão do corpo
central, realizado tardiamente de pouca significação. Dentre a imaginária
destaca-se: Santa Ana, São Joaquim, N. S. do Parto (séc. XVIII) e uma
efígie de Bom Jesus da Pedra, pintura original da imaginária lusitana.
Destaca-se entre as alfaias: custódia de pedra com raios dourados, cálice
e patena que pertenceram ao Arcebispo D. Romualdo de Seixas e castiçais
de prata.
Igreja com corredores laterais do tipo das matrizes e igrejas de
irmandade no início do séc. XVIII, embora, neste caso, sem tribunas. A
igreja foi reformada no final do século passado, sendo, provavelmente
desta época, o segundo pavimento criado sobre as dependências do fundo,
que não se integra à volumetria da mesma. A fachada apresenta uma só
torre terminada em pera embrechada de pedaços de azulejos repousando
sobre arquivoltas, um desenvolvimento dos frontões curvos da torre da
Matriz do Passo. A mesma terminação é vista na igreja da Saúde. Esta
terminação de torre, se for anterior ao séc. XIX, é excepcional, pois só
naquele século se tornou comum. O corpo principal da fachada apresenta
frontão rococó de época tardia, semelhante ao da igreja do Seminário de Belém
da Cachoeira. No interior existem três altares barrocos. O da capela-mor
segue a linha da Conceição da Praia e Santa Casa de Misericórdia. O teto
da nave, de autor desconhecido, é do tipo que prevaleceu nas igrejas
brasileiras até o começo do séc. XVIII, isto é, caixotões com painéis
pintados, no caso, alusivos aos quatro Evangelistas. O desenho do forro é
semelhante ao das igrejas da Ordem 3ª de São Francisco e convento do
Desterro.
Histórico arquitetônico: 1742 - A igreja de N. S. da Penha de França e
Senhor da Pedra de Itapagipe foi, segundo a tradição construída nesse ano
pelo Arcebispo D. José Botelho de Mattos, como capela privada de seu
palácio de verão; 1759/60 - Cria-se a freguesia de N. S. da Penha, sendo
1º vigário o Pe. Manoel Azevedo, da Ordem de São Pedro. A igreja é
elevada à categoria de matriz; 1767 - Morre e é enterrado na capela D.
José Botelho de Mattos. O Arcebispo lega, por testamento a igreja e
palácio à Paróquia, com obrigações que esta recusa. O palácio que deveria
ser incorporado ao patrimônio da coroa é doado, por ordem real, aos
Arcebispos, como casa de repouso; 1813 - A partir desse ano até 1966 o
palácio foi ocupado por diferentes corporações monásticas, como as irmãs
do Bom Pastor, Sacramentinas, Franciscanas da Imaculada Conceição e Ordem
das Carmelitas Descalças; 1870 A igreja sofre reforma. São abertas duas
portas na fachada, substituindo dois óculos existentes; 1959 - Tendo
ficado interditada durante o 2º quartel deste século para recuperação de
todo o telhado, foi neste ano reaberta ao culto. Nesta oportunidade foi
feita a restauração interna e colocada lápide de mármore comemorativa.
Fonte: Cd-room IPAC-BA: Inventário de proteção do acervo cultural da
Bahia, Bahia, Secretaria de Cultura e Turismo.
- IGREJA DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO
Construída pelos escravos que não tinham permissão para freqüentar a
Igreja da Penha, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário da Penha ficou
pronta em 1802. Subordinada à Igreja da Penha, que é a matriz, é
considerada capela e compartilha com a matriz o mesmo pároco, Jair
Arlego. As missas são celebradas às sextas e domingos, às 18h. Somente na
primeira sexta-feira do mês o horário é alterado para 19h.
Amado Bahia, grande comerciante de carne verde na Bahia do século XX,
tinha o hábito de ir rezar diariamente na Igreja de Nossa Senhora do
Rosário. Em seu testamento deixou certa quantia destinada à reforma da
igreja.
A capela tem atividades como catequese nas tardes de sábado, dois corais,
Coral da Penha e o Coral Regina Sacratissimi Rosarii, além de grupos de
jovens. O mês de outubro, consagrado como o mês de N. S. do Rosário, é o
mês de maior comemoração. São realizadas missas festivas, recitais de
musica, Procissão das Rosas do Rosário Vivo e outras festividades.
- SOLAR AMADO BAHIA
O solar foi construído pelo português Francisco Mendonça, casado com uma
tia do proprietário. Situa-se no Porto dos Tainheiros, com fachada
voltada para a enseada da Ribeira. A casa foi inaugurada em 1901.
Francisco Amado Bahia, o patriarca da família, foi um grande comerciante
da carne verde da cidade. Sua fortuna foi sendo constituída aos poucos,
através dos sucessos com o comércio. Em 1956 a família doou a casa para
os Empregados do Comércio da Bahia, para nela ser instalado um sanatório.
Os Empregados do Comércio desistiram do projeto inicial em 1966 e
transformaram a casa no Centro Educacional Amado Bahia. O Solar, que já
foi tido como um cartão postal da cidade, já teve 52 cômodos. Possui
planta retangular, distribuída em dois pavimentos e mais um sótão. Possui
corredor central e quartos dispostos transversalmente, como a maior parte
das habitações urbanas brasileiras desse período. Esta distribuição se
repete nos dois pavimentos. O prédio, em alvenaria de tijolo, está
envolvido com varandas de ferro fundido, importados da Inglaterra. Possui
estruturas em abobadilhas de chapa de aço, que são suportadas por colunas
em estilo jônico.
As grades, que protegem o casarão da rua, possuem inspiração Neo-Gótica.
A escada lateral, também em ferro fundido e com pisos em mármore carrara
dá acesso ao pavimento nobre, com um amplo salão de recepção, com
espelhos vindos da França e uma capela, com sala de oração, em estilo
neoclássico. As pinturas dos tetos e das paredes são atribuídas ao pintor
Badaró (o pai). Possui materiais de acabamento importados como os pisos
de pastilhas coloridas nas varandas, o assoalho de pinho de riga nos
salões e nos quartos, vidros franceses grafados e peças de louça inglesa.
Hoje o solar ainda pertence à Associação dos Empregados do Comércio e nele
são exibidos filmes pelo cine-clube Antonio Short, por iniciativas de
adolescentes de Itapagipe. Desde julho de 2005, o Grupo Cultural
Bagunçaço vem ocupando o Solar, em parceria com a Associação, em contrato
de duração de trinta meses. No Solar estão funcionando a administração do
Grupo Cultural, o Centro de Empregabilidade Juvenil e eventos culturais.
O projeto do Bangunçaço prevê a transformação do Solar Amado Bahia em um
Centro Cultural para Itapagipe com uma gestão de jovens.
- SOLAR MACHADO
Conhecido também como Casa Branca do Largo do Papagaio, o Solar Machado
foi construído em 1915, por uma rica família portuguesa proprietária da
fábrica Confecção e Tecidos Paraguaçu, estaleiros e depósitos no Porto de
Salvador. O responsável pela construção foi o patriarca Manuel Machado.
Seu filho, João Batista Machado, lhe daria uma neta que então se casaria
com Álvaro Catharino, membro de uma outra influente família residente em
Itapagipe. Por cinqüenta anos, as três gerações da família Machado
ocuparam a Casa Branca do Largo do Papagaio. Não existem registros quanto
a arquitetura do casarão. Possui um andar superior, acessado por uma
escada toda de madeira, pé direito bastante alto, arejado com um grande
número de janelas.
Todo o chão é em tablado de madeira, com o brasão da família impresso em
diversos cômodos. O prédio não é tombado. Sofreu reformas em 1973, 1992 e
a última entre 2004 e 2005. Em 1973, o Sesi – Serviço Social da Indústria
passou a ocupar o Solar da Família Machado em regime de aluguel, passando
a ocupar também o imóvel ao lado do Solar com o Clube do Trabalhador.
Após três anos, adquiriu o casarão e recebeu de doação da Família o
terreno e imóvel onde até hoje se encontra instalado em Itapagipe. Pela
doação, a família estipulou uma exigência: a criação de um centro para
idosos no local, que, desde então, é mantido pelo Sesi.
Em dezembro de 2004, o Sesi iniciou uma reforma que durou até o meado de
2005. O Solar Machado, que já servira como setor administrativo da
instituição, será transformado no Centro Cultural Pedro Mariane. O
projeto pretende proporcionar aos industriários, seus dependentes e a
comunidade local o acesso a bens culturais.
- IATE CLUBE ITAPAGIPE
O Clube de Iate Itapagipe foi fundado em 1619 em uma estrutura em pedra e
cal. Está localizado no centro da Ponta de Humaitá. Hoje é utilizado como
ponto comercial por um bar. Segundo o Senhor Edson José Soares,
aposentado, Padre Antonio Vieira residiu no Edifício do Iate Clube.
Depois foi o português Pedro de Melo, que ficou exilado na casa e
escreveu um livro: “Monte Serrat Antártico”. O livro narrava a época em
os navios negreiros vinham da África e paravam aqui.
Segundo Senhor Edson, constava no livro a informação de que os negros
descansavam no prédio para irem depois para engenhos próximos, na região
de Feira de Santana, porém o edifício não foi uma senzala.
- REGATAS DE ITAPAGIPE
Evento esportivo mais tradicional da Península de Itapagipe, as Regatas
de Itapagipe são disputadas desde 1901. A disputa acontece na Ribeira, ao
longo da Avenida Porto dos Tainheiros, com largada na Penha. Tem a
participação de quatro clubes: São Salvador, Esporte Clube Vitória, Clube
de Regatas Itapagipe e Esporte Clube Santa Cruz.
Em 1904 foi criada pelos clubes a Federação de Regatas da Bahia, a fim de
dirigir e incentivar a prática do esporte. A raia de remo de Itapagipe
está definida em planta, isto é, oficializada, desde 1940, pelo
Departamento Nacional de Portos e Navegação.
Durante os anos trinta a quarenta do século XX, a Companhia de Navegação
Bahiana alugava, aos clubes, navios que ficavam ancorados na Ribeira,
fora da raia. Cada Clube tinha o seu navio, de onde as pessoas assistiam
às regatas ao som de bandas de jazz e com muita comida e bebida. A festa
acontecia também em terra, atraindo pessoas de toda a cidade. Os páreos
tinham padrinhos ilustres, como integrantes das famílias Tarquínio e
Martins Catharino, Agenor Gordilho, Júlio Correa e outros. A rivalidade
entre os clubes era grande e o remo tinha tanta importância para os
torcedores como hoje tem o futebol. Até membros de uma mesma família
brigavam por clubes diferentes. As Taças disputadas eram a Maria Luiza e
a Olga. Hoje, não há a presença dos navios, mas a Regata ainda é
festejada na Avenida Porto dos Tainheiros. Hoje a Regata de Itapagipe
conta com uma arquibancada, de onde a comissão julgadora assiste à
competição.
- ESPORTE CLUBE SANTA CRUZ
Fundado em 1° de fevereiro de 1904. Tem sede na Avenida Porto dos
Tainheiros. Suas cores são azul e branco.
- ESPORTE CLUBE DE NATAÇÃO E REGATAS SÃO SALVADOR
Fundado em 1° de setembro de 1902. Sede na Avenida Porto dos Tainheiros.
Cores: verde e branco.
- ESPORTE CLUBE VITÓRIA
Fundado em 13 de maio de 1899. A sede do Clube de Remo fica na Avenida
Porto dos Tainheiros. Cores: vermelho e preto.
- CLUBE DE REGATAS ITAPAGIPE
Fundado em 1° de setembro de 1902. Cores: vermelho e branco.
- Associação Beneficente e Recreativa de Itapagipe - ABRI
Foi fundada em março de 2003. Atua no Campo do Lasca, na Avenida Porto
dos Mastros. Promove jogos de futebol e ações sociais.
- LIGA DOS VETERANOS
Nasceu da união de velhos amigos que na juventude jogavam futebol na
Praia do Poço, na Ribeira. Ao envelhecerem, aposentados e com tempo
livre, decidiram fundar a Liga. A idéia surgiu com Antônio Costa que
mobilizou seus amigos, o espanhol Manuel Raimundo Perez, Carlos Pinto da
Silva, Hermano França, Walter Ottens Chaves, Claudemiro Pepi e Murilo. Em
13 de abril de 1967, cinco times estavam reunidos para fundar a LIVER
(Liga dos Veteranos da Ribeira). Como o campo é a praia, os times só
jogam na maré baixa, ou seja, de quinze em quinze dias. Todos os anos a
Capitania dos Portos fornece à Liga a Tábua das Marés. Os jogos acontecem
aos domingos, pela manhã, com presença da torcida. Os times Caravela,
Caçonete, Bodião, Nikim Camarão 50 e Tubarão são compostos por jogadores
de 50 anos para cima. Em campo, disputam nove jogadores de cada lado,
oito na linha e um no gol. A partida tem dois tempos de 25 minutos cada,
apitados por árbitros da própria Liga ou contratados.
A sede da LIVER só foi adquirida em 2000. Antes, as reuniões semanais dos
times aconteciam no restaurante Catraia ou na residência de Perez. A Liga
de Futebol mais antiga, com jogos ininterruptos em Itapagipe, possui
estatuto e regimento interno. As eleições do Conselho Deliberativo
acontecem anualmente. Cada atleta contribui com uma taxa única anual e
além das partidas de futebol confraternizam-se através do jogo de cartas
e dominó. Para manter viva a tradição da Liga dos Veteranos da Ribeira,
são convidados jogadores jovens, filhos dos veteranos, para disputarem os
jogos na Praia do Poço.
- CAMPO AREAL DE ITAPAGIPE
Foi construído em uma área aterrada, onde antes era mar. Está localizado
no Beco do Areal, na Ribeira, próximo à Associação Sociedade Santa Cruz.
- CAMPO DO LASCA
Localizado na avenida Porto dos Mastros, próximo ao Largo do Papagaio, é
bastante freqüentado, durante toda a semana. Entre os times que atuam no
Campo, estão: Turma das Doze e 30; CVB - Clube de Veteranos do Baba; C50;
Baba da Amizade; ABRI e Baba da Segunda Legal.
- CAMPO DO PAPAGAIO
Antes do Largo do Papagaio ser construído, existia no local o Campo do
Papagaio. Era o campo de futebol mais freqüentado de Itapagipe e um dos
mais importantes da cidade, perdendo apenas para o Campo da Graça, onde
aconteciam as partidas oficiais. Muitos jogadores profissionais treinavam
no Campo do Papagaio. Tinha quatro clubes: Flamengo, Humaitá, Empório e
Clube Olímpico.
- SKATE
Após a Reforma do Largo do Papagaio, em 2003, jovens praticantes de skate
passaram a utilizar a área, principalmente a escadaria em torno do busto
de Simões Filho, que é também o nome oficial da praça. O Largo não possui
equipamentos próprios para a prática do esporte, mas os skatistas tiveram
a iniciativa de incluir barras de ferro em alguns pontos e fazem uso
também das barras que decoram os bancos ou utilizam caixotes de madeira.
Atualmente o Largo do Papagaio é o único espaço para a prática desse
esporte na Península de Itapagipe e atrai também esportistas do Subúrbio.
Os praticantes de skate se reúnem na praça todos os dias da semana,
geralmente no início da noite.
- SORVETERIA DA RIBEIRA
A Sorveteria da Ribeira foi inaugurada em 1931 pelo italiano Mário Tosta.
Ele fabricava e vendia pizza, e vendia também sorvetes, um dos primeiros
estabelecimentos do ramo na Península. Em 1964, o atual dono, o espanhol
José Lorenzo Hermida, veio para o Brasil procurar trabalho e encontrou na
sorveteria. Anos depois, ele a comprou e o antigo dono foi para o Rio de
Janeiro, onde montou uma fábrica de macarrão, seguindo a tradição, de
fazer massas, de sua família italiana. Mário Tosta passou todos seus
conhecimentos sobre os sorvetes para o Sr. José Hermida. Nos fundos da
loja tem uma mini-fábrica onde os sorvetes são feitos e batidos, artesanalmente.
As frutas são compradas na feira de São Joaquim na mão de um mesmo
fornecedor há mais de 30 anos e a casquinha é comprada há 10 anos na mão
de Rosângela Oliveira. A tradição está presente também com os
funcionários. O mais antigo e famoso do local é José de Jesus Almeida,
conhecido como Chumbinho, devido à sua rapidez para atender as pessoas
quando começou na sorveteria em 1974. Outra sorveteira antiga é Jocileide
de Almeida, que trabalha lá desde 1987 e que, além de fazer sorvetes
também cuida da parte administrativa. Além deles, mais seis atendentes
trabalham no local e outros três são contratados para os dias mais
movimentados.
A sorveteria, que tem uma localização privilegiada na Ribeira, é
reconhecida como ponto turístico na cidade, atraindo pessoas de todos os
bairros, cidades e países. O verão é a época em que os sorvetes são mais
vendidos, e os sabores mais procurados são os de coco, chocolate,
tapioca, ameixa, os chamados cremosos. Um dado curioso é que o sorvete de
tapioca foi inventado na Sorveteria da Ribeira e foi patenteado e levado
pra outros países, fazendo um enorme sucesso lá fora. Outros sabores
famosos e os campeões de venda são os de frutas como mangaba, cajá e
pitanga, que é feito só na época da fruta.
- PASTEL DA RIBEIRA
A Pastelaria da Ribeira foi inaugurada em 1988 quando Sr. Benedito Alves,
conhecido como Seu Bené, comprou uma antiga lanchonete que ficava no
mesmo local da atual pastelaria, aproveitando sua experiência como
pasteleiro, quando trabalhou em 1970 numa pastelaria chinesa em Salvador.
Os pastéis são feitos pelo próprio Bené e seus ajudantes. A massa é feita
no local e o pastel é recheado e frito na hora que o cliente pede. Se
quiser, o cliente pode ver, através de um vidro, a confecção do pastel.
Segundo Seu Bené, nas outras pastelarias o produto é semi-pronto, e a sua
a pastelaria é uma das únicas a fazer o pastel desse jeito.
Na pastelaria trabalham três pessoas e, nos dias de pico, mais uma é
contratada para atender aos pedidos. Queijo, misto, carne e queiro catupiry
são os sabores mais pedidos dos 29 sabores da pastelaria. Além de
pastéis, são vendidos também sucos, sanduíches, refrigerante, cerveja,
salgadinhos, doces, chocolates, balas e chicletes. As vendas aumentam
mais a partir de novembro, na chamada alta estação. A tradição, o sabor e
a paisagem bucólica são os atrativos para os consumidores visitarem a
pastelaria, que fica na Praça General Osório, número 93, Ribeira.
- INSTITUTO DE CULTURA BRASIL ITÁLIA EUROPA
O prédio onde funciona o Instituto de Cultura Brasil Itália Europa
pertencia à família Amado Bahia, provavelmente a um neto do patriarca.
Foi restaurado para dar lugar ao instituto. Está localizado na Avenida
Porto dos Tainheiros, n° 36, próximo aos clubes de remo. A casa remonta
ao início do século XX e é composta de três pavimentos: um térreo e mais
dois andares. No térreo têm um pequeno salão, três locais para depósito e
dois sanitários, com um grande pátio. No primeiro andar possui um salão
de festas que será usado para mostras e projeções de filme, um salão de
leitura e um outro onde está instalada a Biblioteca do ICBIE. Todos os
cômodos apresentam assoalhos de madeira nobre, sem alterar a estrutura
original.
O fundador do Instituto Brasil Itália Europa, Pietro Gallina, sua esposa
Marlene e um grupo de professores e artistas criaram o centro de cultura,
uma biblioteca, um teatro e uma escola. Escolheram o lugar para estar
mais perto de pessoas menos favorecidas, além terem considerado o prédio
como ideal por estar localizado também em um local agradável. O instituto
fornece cursos ligados a artes como pintura, graffiti, cinema, teatro,
dança, música, poesia, literatura brasileira e estrangeira e outros. Site
do Instituto Brasil Itália Europa: http://www.icbie.com
- CORAL REGINA SACRATISSIMI ROSANII
(nome em latim de Rainha do Sacratíssimo Rosário)
O coral existe há cerca de trinta anos, fundado inicialmente com alunos
do Colégio João Florêncio Gomes. A idealizadora foi Terezinha Bandeira,
coordenadora do Colégio no turno da noite. Como os alunos já haviam
formado um grupo para cantar durante as comemorações do mês de Maria, ao
término das atividades Terezinha contratou uma regente para dar
prosseguimento aos estudos do coral. Com o passar dos anos, o vínculo dos
componentes, assim como da própria fundadora, com a Igreja de N. S. do
Rosário resultou na transformação do antigo coral particular em um grupo
sacro. Batizado em latim de Regina Sacratissimi Rosarii, o coral é
formado por cerca de 25 pessoas, com idades entre 35 a 80 anos. Em datas
comemorativas o Coral faz grandes apresentações mesclando teatro e
música, a exemplo da Oratória da Paixão realizada na Páscoa quando o
grupo é ampliado para um número de cinqüenta pessoas. O Regina
Sacratissimi Rosarii já percorreu várias cidades do interior fazendo
apresentações, além de participar de eventos como encontros de corais
realizados na Reitoria da UFBA.
Formado por quatro vozes e contando atualmente com uma regente de 92
anos, executa um repertório meio clássico, clássico e popular, com
músicas sacras e profanas. Os ensaios acontecem todos os sábados, à
noite, na Igreja do Rosário, Ribeira.
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