Texto
Básico: 1 Timóteo 1.18-19
Texto
Devocional: 1 Pedro 3.15
Versículo
Chave: Judas 3
“Amados,
quando empregava toda a diligência em escrever-vos acerca da nossa comum
salvação, foi que me senti obrigado a corresponder-me convosco, exortando-vos a
batalhardes, diligentemente, pela fé que uma vez por todas foi entregue aos
santos”
Alvo da
Lição: Ao estudar esta lição, você terá condições de saber o que é uma seita,
quais são suas características, quem vive mais suscetível a ela, e como pode
ajudar um adepto de seita a deixá-la.
Leia a
Bíblia diariamente:
S – 1Tm
1.18-19
T – 1Pe
3.13-22
Q – Jd
3-16
Q – 2Tm
2.15-19
S – 2Pe
2.1-3
S – Jo
17.17-18
D – Jo
8.31-32
O
apóstolo Paulo deixou o jovem pastor Timóteo na igreja de Éfeso para combater
alguns hereges que se instalaram por lá (1Tm 1.18-19). O texto não diz
exatamente como Himeneu e Alexandre vieram a naufragar na fé (v.19), embora o
falso ensino de Himeneu seja descrito em 2Timóteo 2.7-18.
O que
podemos entender, desde o início, é que a igreja tem o papel de batalhar contra
os erros doutrinários que pervertem a mente e o coração dos salvos ( Jd 3-4).
Nesta lição, será definido o que é uma seita; quais são suas características e
seu perfil, a fim de que a igreja estabeleça estratégias de como evangelizar
aqueles que estão sendo enganados por falsos ensinos.
I –
Definições
O termo
“seita” vem do latim secta, que significa “partido, facção, escolha
filosófica”. A palavra “heresia” é praticamente a transliteração de hairesis –
“opinião, escolha, escola de pensamento, doutrina religiosa; teoria que nega ou
contraria a doutrina estabelecida por um grupo” (Dicionário Houaiss da Língua
Portuguesa).
Como
podemos constatar, o sentido original de “seita” não é pejorativo, visto que o
próprio cristianismo foi assim denominado (At 24.5). Mas atualmente, quando se
fala em seita, pensa-se num sistema, num grupo religioso livre, que implica
censura. Na realidade, nem uma seita se considera como tal. São igrejas e
outros movimentos que as denominam assim.
Heresias
são ideias adulteradas ou doutrinas espúrias, falsas, ilegítimas. Para os
cristãos, é todo conjunto de doutrinas, mesmo evangélicas, que não condizem com
a Bíblia e com os princípios elementares da palavra de Deus. Por sua vez, seita
é uma perversão religiosa cuja crença, prática e devoção se baseiam em alguma
falsa doutrina. Enfim, seita refere-se a um grupo de pessoas de uma facção
religiosa, e heresia indica as doutrinas ilegítimas defendidas por esse grupo.
Resumindo: “uma seita é uma heresia organizada” (Dave Breese).
II –
Características da Seita
Para
identificar uma seita, basta verificar se ela está fundamentada em heresias
(comparando-se com as Escrituras). Vejamos alguns aspectos comuns entre as
seitas.
1.
Novas verdades
Há
princípios equivocados, adicionados e/ou subtraídos em uma seita, em relação à
palavra de Deus. Um desses princípios diz respeito à salvação, em que o homem é
aquele que a desenvolve na própria vida. Não é assim que a Bíblia ensina.
2.
Novas interpretações da Bíblia
Sectários
empregam meios que não são legítimos para interpretar a Bíblia. Os meios
corretos para interpretação são: observação do momento histórico, estudo da
gramática e uso das palavras/expressões na época em que a passagem foi escrita,
observação sobre se o que está exposto deve ser interpretado literal ou
simbolicamente.
3. Uma
fonte não bíblica da autoridade
Em uma
seita, a Bíblia é uma fonte secundária. Os seguidores creem na Bíblia de forma
parcial, ou simplesmente não acreditam nas Escrituras. Admitem, às vezes, que
alguns livros são inspirados. Consideram, no entanto, que seus próprios
escritos têm maior autoridade que a Palavra.
4.
“Outro Jesus” (2Co 11.3-4)
Jesus
não é o centro da vida e da adoração. Geralmente, as seitas diminuem a
divindade e senhorio de Cristo, tirando-Lhe a divindade. Há politeístas,
panteístas (que identificam o Universo com Deus), por exemplo. Existem os que
consideram a divindade de Jesus, mas não como suficiente e único caminho para
Deus.
5.Profecias
Falsas
As
verdades sobre céu e inferno, nas seitas, dependem, na maioria das vezes, das
visões que seus fundadores tiveram ou continuam tendo. É comum a ausência da
graça de Deus e a desconsideração de Seu juízo sobre os pecadores.
6.Exclusivismo
Dizem
ser os únicos certos. Uma seita pode ter sido fundada há 5, 10, 100 ou 500
anos, não importa, seus adeptos afirmam que é a única que oferece a verdade. E
por causa disso, são proselitistas. Os evangélicos não afirmam que são os
únicos certos, afirmam que Jesus Cristo é o único caminho.
III –
Perfil de uma seita
Observemos
as características do líder e dos adeptos de uma seita.
1.Perfil do líder
É
frequentemente carismático e considerado muito especial por razões variadas:
a)
recebe revelação especial de Deus;
b)
reivindica ser a encarnação de uma deidade, anjo, ou mensageiro especial;
c)
reivindica ter sido designado por Deus para uma missão extraordinária;
d)
reivindica ter habilidades especiais;
e) está
quase sempre acima da repreensão e não pode ser negado nem contradito.
2.
Perfil dos adeptos
a) Quem
é vulnerável a fazer parte de uma seita?
Qualquer
pessoa pode ser convencida a entrar em uma seita: ricos, pobres, com boa
formação acadêmica ou não, idosos, jovens, religiosos, ateus, etc.;
Pessoas
desencantadas com sua religião;
Os
intelectualmente confusos em relação a assuntos religiosos e filosóficos;
Os
desiludidos com a sociedade;
Aqueles
com necessidade de verdadeiras amizades e apoio;
Pessoas
emocionalmente carentes;
Indivíduos
que não têm definido seu propósito de vida.
b) Por
que alguém entra e uma seita?
Porque
ela satisfaz necessidades psicológicas de pessoas com personalidade fraca,
facilmente manipulável;
A seita
pode ser atraente pela rigidez moral e demonstração de pureza.
c)Por
que as pessoas se mantém na seita?
Por
dependência: As pessoas querem frequentemente ficar porque a seita vai ao
encontro de suas necessidades psicológicas, intelectuais e espirituais;
Por
isolamento: O contato com pessoas de fora do grupo é reduzido e cada vez mais a
vida do membro é construída ao redor da seita;
Por
reconstrução cognitiva (lavagem cerebral);
Por
substituição: Os companheiros de seita ocupam frequentemente o lugar de pai,
mãe, pastor, professor, etc;
Por
obrigação: O membro fica comprometido com o grupo, emocional e, às vezes,
financeiramente;
Por
culpa: É-lhe dito que sair da seita é trair o líder, Deus e o grupo;
Por
ameaça: Se houver abandono, haverá retaliações (prejuízo de alguma forma).
IV. O
caminho do discernimento (Mt 7.15-20)
Encontramos
os falsos profetas em muitas ocasiões no Antigo Testamento (Jr 14.14; 23.21; Ez
13.1-3), e Jesus nos avisou que quanto mais o tempo for passando, mais eles vão
aumentando (Mt 24.11). É um desafio muito grande para o povo de Deus, os falsos
profetas se apresentam disfarçados: ovelhas por fora, lobos por dentro.
Jesus
não apenas nos avisou. Ele nos ensinou a fazer o teste dos frutos (Mt 7.16 e
20): “Pelos seus frutos os conhecereis” (Mt 7.16 e 20).
1.A
árvore boa
O falso
profeta é aquele que fala em nome de Deus, mas não foi enviado por Ele. E como
posso saber se esse profeta vem do Senhor ou não? Observe os frutos.
Pergunte
se a doutrina daquele profeta glorifica a Deus; se Jesus Cristo é pregado como
Salvador e Senhor; se restaura relacionamentos; se traz vida e poder
espiritual. Pergunte se na vida desse profeta há pelo menos um pouco de amor,
alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e
domínio próprio.
2.A
árvore má
Nosso
Senhor afirmou claramente que a árvore má não pode produzir frutos bons (Mt
7.18). Você jamais colherá uvas de um espinheiro, nem figos de uma erva daninha
(Mt 7.16 NVI).
Jesus
mudou a metáfora do lobo e da ovelha para a árvore e seus frutos. Porque
nenhuma árvore pode se disfarçar ou esconder sua identidade por muito tempo.
“Se o coração de uma pessoa revela-se em suas palavras, como a árvore se
conhece pelos seus frutos, temos a responsabilidade de experimentar um profeta
pelos seus ensinamentos” ( John Stott, A Mensagem do Sermão do Monte, p.213).
Conclusão
Quando
Judas escreveu a epístola, foi impelido a exortar a igreja a “batalhar pela fé
confiada aos santos”. A razão que Judas menciona está evidenciada no versículo
quatro:
“Pois
certos indivíduos se introduziram com dissimulação, os quais, desde muito,
foram antecipadamente pronunciados para esta condenação, homens ímpios, que
transformam em libertinagem a graça de nosso Deus e negam o nosso único
Soberano e Senhor, Jesus Cristo” (Jd 4).
A
igreja, como corpo do Senhor Jesus Cristo, tem o papel de defender a verdade e
proclamá-la, sustentando-a pelo ensino correto da palavra de Deus.
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Estudo publicado originalmente pela Editora Cristã Evangélica. Usado com
permissão.
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