terça-feira, 21 de novembro de 2023

ENVELHECER...1a.Parte

 

DEIXEM-ME ENVELHECER - Mario Quintana

 

 

"Deixem-me envelhecer sem compromissos e cobranças,

 

Sem a obrigação de parecer jovem e ser bonito para alguém,

 

Quero ao meu lado quem me entenda e me ame como eu sou,

 

Um amor para dividirmos tropeços desta nossa última jornada,

 

Quero envelhecer com dignidade, com sabedoria e esperança,

 

Amar minha vida, agradecer pelos dias que ainda me restam,

 

Eu não quero perder meu tempo precioso com aventuras,

 

Paixões perniciosas que nada acrescentam e nada valem.

 

Deixem-me envelhecer com sanidade e discernimento,

 

Com a certeza que cumpri meus deveres e minha missão,

 

Quero aproveitar essa paz merecida para descansar e refletir,

 

Ter amigos para compartilharmos experiências, conhecimentos,

 

Quero envelhecer sem temer as rugas e meus cabelos brancos,

 

Sem frustrações, terminar a etapa final desta minha existência,

 

Não quero me deixar levar por aparências e vaidades bobas,

 

Nem me envolver com relações que vão me fazer infeliz.

 

Deixem-me envelhecer, aceitar a velhice com suas mazelas,

 

Ter a certeza que minha luta não foi em vão: teve um sentido,

 

Quero envelhecer sem temer a morte e ter medo da despedida,

 

Acreditar que a velhice é o retorno de uma viagem, não é o fim,

 

Não quero ser um exemplo, quero dar um sentido ao meu viver,

 

Ter serenidade, um sono tranquilo e andar de cabeça erguida,

 

Fazer somente o que eu gosto, com a sensação de liberdade,

 

Quero saber envelhecer, ser um velho consciente e feliz!!!”

 

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Mário de Miranda Quintana (Alegrete, 30 de julho de 1906 — Porto Alegre, 5 de maio de 1994) foi um poeta, tradutor e jornalista brasileiro.

Mário Quintana fez as primeiras letras em sua cidade natal, mudando-se em 1919 para Porto Alegre, onde estudou no Colégio Militar, publicando ali suas primeiras produções literárias. Trabalhou para a Editora Globo e depois na farmácia paterna. Considerado o "poeta das coisas simples", com um estilo marcado pela ironia, pela profundidade e pela perfeição técnica, ele trabalhou como jornalista quase toda a sua vida. Traduziu mais de cento e trinta obras da literatura universal, entre elas Em Busca do Tempo Perdido de Marcel Proust, Mrs Dalloway de Virginia Woolf, e Palavras e Sangue, de Giovanni Papini.

 

(Wikipédia)

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