quinta-feira, 23 de novembro de 2023

AINDA QUE...

 

AINDA QUE - POR UMA FRESTA -

 Ao olhar o mundo da janela que a vida me permitiu, vejo tanta beleza, que sinto, em mim, um esmagamento por impossibilidades.

 

Tão grandes e belos são os cenários, que, mesmo em pequenez real, meu ser se agiganta e uma imensa e indefinível saudade ganha corpo e se instala.

 

Saudade de tudo, saudade de todos.

 

A alma se expende o peito contraído, faz a mente concentrar em forte desejo de também expandir-se.

 

A dominação que a submete, entretanto, permite-lhe apenas, através de meus olhos umedecidos, antever pedaços de um mundo onde sombras e luzes convivem em harmonia amorizante.

 

Advém desejo de explodir, derramar-me multiplicadamente.

 

Braços abertos, mãos postas, evocação de presença.

 

Mas, essa dor “agoniosa”, gratificante – até - pelas visões que me traz, maltrata a não mais poder. Diz sobre prisões, lembra de curtas asas, aplaude esforços, mesmo sem resultados concretos. E tudo, então, é questão de estar lá ou aqui...

 

...A música doce e suave que me envolveu tem fim. Absorto a escutava. Viajei... Agora retorno. Esperarei por nova fresta que me permita vislumbrar a vida, o eterno, quem sabe...

 

SSA, 1º. 12.2019

Geraldo Leony Machado

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