11ª.-O
Fascínio Por Duendes & Gnomos
Na
carta que escreveu aos crentes de Roma, apóstolo Paulo descreve o estado da
humanidade alienada de Deus e indiferente ao seu amor com as seguintes
palavras: ‘Portanto, a ira de Deus é revelada dos céus contra toda impiedade e
injustiça dos homens que suprimem a verdade pela injustiça, pois o que de Deus
se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. Pois
desde a criação do mundo os atributos invisíveis de Deus, seu eterno poder e
sua natureza divina, têm sido vistos claramente, sendo compreendidos por meio
das coisas criadas, de forma que tais homens são indesculpáveis; porque, tendo
conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe renderam graças, mas
os seus pensamentos tornaram-se fúteis e o coração insensato deles obscureceu-se.
Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos e trocaram a glória do Deus imortal por
imagens feitas segundo a semelhança do homem mortal, bem como de pássaros,
quadrúpedes e repteis. Por isso Deus os entregou á impureza sexual, segundo os
desejos pecaminosos do seu coração, para a degradação do seu corpo entre si.
Trocaram a verdade de Deus pela mentira, e adoraram e serviram a coisas e seres
criados, em lugar do Criador, que é bendito para sempre. Amém”, Rm 1.18-25.
Embora
o apostolo estivesse descrevendo a situação da sociedade ao seu redor em seus
dias, suas palavras se encaixam muito bem naquilo que creem e fazem muitas
pessoas atualmente.A prosa disso foi a febre esotérica que tomou conta de
grande parle da sociedade nos anos que precederam a virada do último
milcnio.Todos os tipos de crenças e superstições encontraram guarida em quase
todos os segmentos da vida moderna. Passou-sc a crer em tudo: pirâmides cristais,
florais de Bach, fadas, cromoterapia, gnomos, duendes, elfos e delfos, anjos
cabalísticos, e muito, muito mais. Parece que a lista não tem fim.
Esperava-se
que, após o ano 2000, a onda do misticismo arrefecesse. Tal coisa ainda não
aconteceu. Estão aí os livros e o filme de Harry Potter para mostrar que o ser
humano da era científica e do avanço tecnológico continua fascinado pela magia
e superstição. Recentemente, um jornal de São Paulo publicou uma reportagem
sobre Vila Madalena, classificando-a como o bairro mais esotérico da cidade.
Num artigo intitulado O lado oculto da Vila Madalena, o jornal informa: “O lado
oculto da Vila se revela aos olhos de qualquer um que circule pelo bairro
durante o dia. Há várias lojas de penduricalhos para casa, cursos de danças
étnicas, remédios alternativos, massagens que prometem dar um trato em auras e
chakras, magos que interpretam mapas astrais, leem as mãos e até mesmo os pés.
Tudo mais real do que fadas ou duendes, mesmo porque o oculto custa reais.
Para os mais céticos, toques, banhos e perfumes que transportam ao paraíso”.11‘
De
acordo com jornal, os proprietários das lojas esotéricas contam com o astral
como o maior aliado. O artigo acrescenta: “Para acabar com a solidão, bastam
cinco gotinhas de flor de laranjeira, mais cinco de sândalo e outras de
ylang-ylang, uma essência da ilha de Madagáscar. Com essa porção, que custa
aproximadamente R$ 25, é possível atrair qualquer objeto do desejo. Pelo menos
é o que prometem as vendedoras da Aromagia, loja de óleos essenciais da Rua
Girassol (em mais um endereço apropriado). Para ver se o destino conspira a
favor, uma consulta aos Carlos do Instituto de terapias Vibracionais. As
perguntas podem ser feitas aos astros, às mãos, em consultas por volta de R$
100. Tem cursos também para quem também quer ganhar dinheiro com a ajuda do
oculto. Em torno de R$ 360. Se nada disso ajudar, o jeito é apelar para os
santos”.01
Quem
são os gnomos?
Em meio
à diversidade de crenças, práticas e entidades esotéricas, os gnomos serão o
foco deste artigo. Para alguns autores de livros e revistas que promovem tais
entidades, gnomos e duendes são a mesma coisa. Para outros, a diferença está
na função que desempenham. Os gnomos são protetores do reino mineral, presentes
nas pedras e rochas, tendo aspecto de velhinhos que inspiram sabedoria e amor.
Os duendes são protetores do reino vegetal, presentes em florestas, jardins e
plantas, sendo jovens e travessos.(3)
Esses
seres invisíveis da natureza continuam notórios. Há alguns anos, São Paulo e
várias outras cidades foram invadidas por um adesivo colado nos vidros de
milhares de carros, que dizia: “Eu acredito em duende”.
A
crença nos duendes e gnomos está sendo mais difundida ainda com o novo filme da
Xuxa, a “rainha dos baixinhos” da Rede Globo. Com título de Xuxa e os Duendes,
parte do roteiro teve por base suas experiências pessoais, pois Xuxa afirma
que vê Duendes. Assim, ela passa a ser também “a rainha dos duendes”. O filme
estreou em dezembro e até o mês de fevereiro ainda estava em cartaz nos cinemas
do Brasil.
Segundo
informa a revista Chiques e Famosos, o filme foi produzido por Xuxa Produções
e Diler Trindade & Associados. Xuxa e os Duendes foi orçado em 3 milhões e
800 mil reais. É o filme mais caro que ela já fez. O retorno esperado é de 10
milhões de reais. Mas Xuxa quer mais, como informa a revista: “Mas nem só das
bilheterias virão os lucros para engordar ainda mais o cofrinho de Xuxa. De
olho no retorno que podem proporcionar os seres mágicos que serviram de tema
para o filme, ela também está lançando uma série de produtos com apelo
místico, além de fantasias, esmaltes, batons, copos e sorvetes inspirados nos
duendes”. (4)
Numa
página da internet que promove o filme de Xuxa, encontra-se a seguinte
definição de duendes: “Os duendes são criaturinhas mágicas, espertas,
travessas e muito inteligentes. Eles são espíritos da natureza e podem viver
até mil a idade que têm. Eles trabalham muito para proteger as florestas e os
animais e por isso o melhor lugar para encontrá-los é embaixo das árvores ou
das plantas”.(5)
A obra
mais completa encontrada sobre os assim chamados dementais da natureza tem por
título Gnomos, e é publicada pela Editora Siciliano. Trata-se de um trabalho
rico de detalhes e ilustrações, num colorido muito bem feito. Infelizmente, o
livro não tem numeração de páginas. Entretanto, dali foi extraída muitas informações.
(6)
De
acordo com esse livro, os gnomos surgiram em torno do ano 1200dC, quando o
sueco Frederik Ugarph encontrou uma estátua de madeira na casa de um pescador
na cidade de Nidaros (atualmente Trondheim). Noruega. A estátua de 15cm de
altura, sem contar o pedestal, trazia gravadas as seguintes palavras: NISSE
Rktig Stfrrelse que significa: “Gnomo, estatura real”.
O livro
diz ainda: “A estátua estava em poder do pescador há muitos anos e Ugarph só
conseguiu comprá-la depois de muitas negociações. A estátua pertence agora à
coleção da família Oliv, em Upsala. Exames radiográficos vieram a comprovar
que a estátua tem mais de 2000 anos (…) Segundo consta, a inscrição no pedestal
foi feita muitos séculos após a estátua ter sido esculpida. A descoberta dessa
estátua serve para ilustrar aquilo que os gnomos sempre afirmaram: que suas
origens são escandinavas”.(7)
O livro
informa que existem seis espécies de gnomos: o gnomo da floresta, o gnomo do
deserto, o gnomo do jardim, o gnomo doméstico, o gnomo da fazenda e o gnomo
siberiano. Diz que a estatura e o peso dos gnomos da floresta: 15 cm sem o
chapéu. Papai f gnomo pesa 300 gramas e mamãe gnomo pesa de 250 a 275 gramas. %
Quanto à constituição física dos gnomos maiores, há muitas informações
interessantes: são sete vezes mais fortes do que o homem e o coração é
relativamente grande (equivale ao de um cavalo de corridas). Geralmente
vivem até 400 anos de idade. Alguns conseguem atingir a idade de 500 anos. A
capacidade do cérebro do gnomo é maior do que a do homem. O gnomo é capaz de
segurar a urina por um dia inteiro. O gnomo, assim como os animais, “enxerga”
a maior parte do seu mundo pelo nariz. A transmissão do cheiro ao cérebro
ocorre da mesma forma que a do cachorro e da raposa.
As
informações sobre os gnomos são muitas e variadas: a aparência, suas roupas,
a vida em família, os diferentes tipos de gnomos, suas lendas, suas casas,
alimentação, laser, música, atividades principais, o relacionamento com a fauna
e a flora em geral. Não há espaço suficiente neste artigo para tratar com mais
detalhes sobre entidades tão intrigantes e controvertidas.
A
veracidade bíblica
Diferente
da crença nos duendes e gnomos ou qualquer outro tipo de superstição, a fé
cristã, embora transcenda a razão, não é irracional. Ela faz sentido, pois o
coração não deve se alegrar com aquilo que a mente não entende a contento. A
pessoa que abraça o cristianismo não precisa aposentar a cabeça. Ela deve
continuar pensando e usando o senso crítico.
A
Bíblia é um livro que pode ser analisado objetivamente. Sua autenticidade tem
sido constatada pela análise histórica, geográfica, literária e arqueológica.
Alguém até já disse que “toda vez que os arqueólogos abrem um buraco no
Oriente, é mais um ateu sepultado no Ocidente”. Escrita durante um período de
mais de 1500 anos por mais de 40 autores, sendo que a maioria deles não esteve
junta, ela trata de diversos assuntos, pessoas e datas, revelando uma linguagem
progressiva e harmoniosa.
A
quantidade de manuscritos da Bíblia existente hoje facilita uma verificação
objetiva satisfatória, fortalecendo a confiabilidade dos textos do Antigo e dos
Novos Testamentos.
Josh
McDowell, conhecido apologista americano, declara: “Atualmente sabe-se da
existência de mais de 5,3 mil manuscritos gregos do Novo Testamento.
Acrescente se a esse número mais de 10 mil manuscritos da Vulgata Latina e
teremos hoje mais de 24 mil cópias de porções do Novo Testamento. Nenhum outro
documento da História antiga chega perto desses números e dessa confirmação.
Em comparação, a Ilíada de Homero vem em segundo lugar, com apenas 643
manuscritos que sobreviveram até hoje”.(8)
R.C.
Sproul, acrescenta: “A área da investigação histórica, mais que qualquer outra,
nos tem dado motivos para encararmos com oti-mismo a questão da confiabilida-de
das Escrituras… Descobertas levadas a efeito no século 20, como as de Ugarite,
Cumrã e Ebla, foram muito úteis no sentido de aprofundar nosso conhecimento da
antiguidade. As lâminas Nuzi e Amarna resolveram inúmeros problemas do Velho
Testamento. A obra de Ramsey, investigando as viagens de Paulo como registradas
por Lucas, comprovou de tal forma a exatidão de Lucas como historiador que os
historiógrafos seculares modernos o chamaram de melhor historiador da
antiguidade. Os historiadores bíblicos suportaram melhor o escrutínio e a
crítica do que outros dos tempos antigos, como Josefo e Herótodo”.(9)
Por que
crer em duendes e gnomos?
Talvez,
um dos fatores que determinam toda essa corrida atrás de duendes e gnomos, e
outras crenças ligadas ao esoterismo, seja o contexto social em que vive a
sociedade brasileira. Grande parte dela já fez a sua escolha. Vai continuar
acreditando em lendas, em fábulas, na astrologia, na reencarnação, Florais de
Bach, pirâmides, cristais, mesmo que não haja comprovação científica para tais
coisas ou evidências de que elas realmente funcionam. O Brasil é um país
obcecado com o sobrenatural. Assim, qualquer coisa que se prega nas igrejas ou
fora delas está fadada ao sucesso. Como as pessoas gostam de crer, não importa
no quê!
Há uma
onda de frustração em toda parte. O homem moderno está frustrado com tanta
guerra, tanta violência, terrorismo, injustiças e modelos de governo que não
dão certo. Isso o leva a buscar ajuda em qualquer lugar. Nossa geração parece
de náufragos dispostos a agar-rar-se em qualquer coisa como se fosse uma tábua
de salvação.
Na
busca por uma saída, o homem moderno parece não estar preocupado com o senso de
certo e errado, demonstrando possuir um escasso discernimento entre verdade
e mentira. Muitas vezes, os mesmos executivos que não dispensam as verdades
científicas para desenvolver programas de informática, para trabalhar com as
leis da física e para fazer pesquisas na área da genética, quando chegam em
casa, estão dispostos a sentar-se debaixo de uma pirâmide para receber suas
energias ou ir ao jardim para encontrar o seu gnomo. Mesmo sem qualquer
verdade verificável sobre as verdades científicas para desenvolver programas de
informática, para trabalhar com as leis da física e para fazer pesquisas na
área da genética, quando chegam em casa, estão dispostos a sentar-se debaixo
de uma pirâmide para receber suas energias ou ir ao jardim para encontrar o
seu gnomo. Mesmo sem qualquer verdade verificável sobre todas essas
superstições, ele continua disposto a crer. Logo, o homem moderno é extremamente
capaz quanto ao conhecimento científico e extremamente ingénuo quanto aos
valores espirituais.
Uma
outra razão pode ser a própria crise existencial que domina grande parte da
sociedade atual. O homem moderno é caracterizado pelo vazio espiritual. E
isso deve ser visto do ponto de vista da Teologia. O ser humano foi feito para
Deus e nunca vai viver feliz fora Dele. Assim, o homem moderno, na ansiedade
de preencher o vazio produzido pela ausência ou ignorância do Criador,
estará receptivo a quase tudo: vícios, velocidade, poder, dinheiro, sexo,
superstições e gurus. Nesse momento, verdade e bom senso pouco importam.
Existe
também, à luz da Palavra de Deus, uma dimensão espiritual. A salvação
acontece quando Deus, pelo Espírito Santo, revela Jesus Cristo em nós, como
afirmou Paulo em uma de suas epístolas: “Mas Deus me separou desde o ventre
materno e me chamou por sua graça. Quando lhe agradou revelar o seu Filho em
mim para que eu o anunciasse entre os gentios…”. Gl 1.15-16. Se isso não
acontece, Paulo explica o motivo: “O deus desta era cegou o entendimento dos
descrentes, para que não vejam a luz do Evangelho da glória de Cristo, que é a
imagem de Deus”, 2Co 4.4.
O único
caminho
Os
doendes de gnomos não podem salvar ou reconciliar o ser humano com Deus. De
acordo com as Escrituras, somente Jesus pode fazê-lo: “Tendo sido, pois,
justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo”, Rm
5.1.
Embora
Jesus possa não ser para alguns o melhor caminho para Deus, entretanto é o
único. Foi ele mesmo quem disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida.
Ninguém vem ao Pai a não ser por mim”, Jo 14.6. Apóstolo Pedro também
confirmou isso ao declarar: “Não há salvação em nenhum outro, pois, debaixo
do céu não há nenhum outro nome dado aos homens pelo qual devamos ser salvos”,
At 4.12.
Não é
de hoje que o ser humano escolhe viver alienado de Deus. Muitos vão até além,
chegando a trocar a verdade de Deus pela mentira, adorando e servindo a coisas
e seres criados, em lugar do Criador, que é bendito para sempre (Rm 1.25).
Jeremias, um dos profetas de Deus no Antigo Testamento, já havia constatado
essa triste realidade nos seus dias, ao escrever: “O meu povo cometeu dois
crimes: eles me abandonaram, a mim, a fonte de água viva; e | cavaram as suas
próprias cisternas, cisternas rachadas que não retêm água”, Jr 2.13. Somente
Jesus tem as palavras de vida eterna (Jo 6.68).
—————-
Fonte:
Pr. Paulo Romeiro (Revista Resposta Fiel – Ano1 – nº3 – CPAD).
Sem comentários:
Enviar um comentário