3ª
Parte-Não há caminho para salvação que não passe pela cruz. O místico e aquele
que não quer reconhecer isso enganam a si mesmo e não recebe o poder de Deus.
“Não há
salvação em nenhum outro, pois, debaixo do céu não há nenhum outro nome dado
aos homens pelo qual devamos ser salvos.” (Atos 4.12)
Hoje
muitas pessoas procuram a cura no “misticismo”. Misticismo – dito resumidamente
– é a busca de cura ou salvação fora da cruz e ressurreição de Jesus Cristo no
sentido bíblico. Ao procurar um contato direto com “deus”, o sentido do ser, o
Tao, a história, o espírito absoluto, o poder do subconsciente etc. busca-se
redenção, perfeição, conhecimento, salvação, cura etc. Basicamente, o
misticismo sempre é, mesmo quando se fala num poder extraterrestre, o caminho
de baixo para cima, a autopromoção da pessoa para um patamar mais elevado.
Mesmo que esse patamar existencial seja chamado de “deus”, está claro que não
se trata do Deus pessoal da Bíblia, que se revela e com quem se pode falar. O
companheiro da unio mystica [unidade mística] é, muito antes, “o fundamento do
ser”, “um não-ser dominante”, “um nada sem nome” (Mestre Eckhart), “o ser sem
origem, sem forma, sem nome e oculto de Deus” (Johann Tauler), “o eterno nada”,
“o ninguém criador, chamado de deus” (Henrique Suso), entre outros.
Os
místicos, ao falarem como cristãos, relacionam Deus com “amor”, o que está
absolutamente correto de acordo com 1João 4.16. No entanto, eles roubam de Deus
a sua vida, quando o consideram como amor, e apenas amor; quando transformam
Deus e o amor num princípio e não levam a sério a severidade do juízo de Deus,
o qual é mencionado através de toda a Bíblia (ver especialmente Mateus
25.31-46; João 5.28-30; Apocalipse 20.11-15). Mas Deus castiga e julga
justamente porque ele é amor. Se Deus não julgasse, ele seria injusto, e a
injustiça seria sinônimo da maior de falta de amor.
Em todo
caso, Deus possui, por si mesmo, a liberdade de não nos castigar, e a razão
disso é que alguém mais – Jesus Cristo, o Filho de Deus – sofreu o castigo em
nosso lugar. Esse é o livre amor de Deus (não um desejo humano projetado e
transformado em princípio), o qual concede perdão àqueles que creem nele. Jesus
diz: “Quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e
não será condenado...” (João 5.24). Deus é a viva realidade que deve ser
seriamente considerada. A salvação é conseguida unicamente por meio de seu
Filho Jesus Cristo. Não há outro caminho para o céu.
O
apóstolo Paulo escreveu: “Os judeus pedem sinais milagrosos, e os gregos
procuram sabedoria; nós, porém, pregamos Cristo crucificado, o qual, de fato, é
escândalo para os judeus e loucura para os gentios” (1Coríntios 1.22-23). Em
todas as épocas, a mensagem da cruz é um escândalo porque a morte de Jesus na
cruz expressa a total perdição das pessoas. “Pois a mensagem da cruz é loucura
para os que estão perecendo, mas para nós, que estamos sendo salvos, é o poder
de Deus” (1Coríntios 1.18). A salvação, a cura e a paz com Deus encontram-se
unicamente pela fé no milagre da salvação consumada na cruz e não pela
autopromoção do homem à condição de deus. O milagre da salvação é a ferida de
Jesus. Não há caminho para salvação que não passe pela cruz. O místico e aquele
que não quer reconhecer isso enganam a si mesmo e não recebe o poder de Deus: a
dádiva do perdão e da vida eterna que Deus nos concedeu por meio de seu Filho
Jesus Cristo. “Pois ele é a nossa paz...” (Efésios 2.14). Permita que Deus lhe
dê esse presente!
Lothar
Gassmann
Sem comentários:
Enviar um comentário